quarta-feira, 24 de abril de 2013

Meu nome é dona barriga, uma Nar-Anon em recuperação!


Ola meus queridos(as)

O que há de tão especial numa salinha cheia de cadeiras de plástico e uma mesinha com uma toalha azul em cima? Nada... a mágica acontece quando as pessoas sentam nessas cadeiras! A mágica acontece quando elas praticam os passos, refletem sobre as leituras, partilham, abrem seus corações e mentes e, acima de tudo, se sentem acolhidas nesta irmandade. A mágica acontece quando "seguro minha mão na sua, uno meu coração ao seu para que juntos possamos fazer aquilo que sozinho eu não consigo".

Ontem na nossa sala mágica refletimos sobre a importância de continuar voltando. Ainda lembro da minha primeira reunião, o quanto foi bom saber que eu não era o único peixe nadando neste oceano e frustrante ao mesmo tempo pois eu queria as respostas dos porquês! Soluções mirabolantes! Fui para casa aquela noite com um sentimento de alívio (ufa! não sou só eu) mas vazia...cadê as respostas? Meu "eu" lógico, racional, imediatista urrava! Mas continue voltando (sou meio curiosa também), e voltando, e voltando....e lentamente, sem perceber, algumas coisas começaram a fazer mais sentindo, inconscientemente foram mudando e o processo da longa recuperação começou. Hoje, com muita aceitação falo sem ressalvas: Meu nome é dona barriga, sou uma Nar-Anon em recuperação.

Notei algo no meu comportamento também durante as partilhas, já não sinto mais tanto aquela necessidade de falar, vomitar tudo, extravassar. Não sou mais aquele cão raivoso (claro que tenho meus momentos); as vezes prefiro escutar aos companheiros (ou ceder meu tempo para quem realmente precisa partilhar, o que é raro pois nossa sala é bem pequena e sobra tempo!). Ontem mesmo, o Caiçara terminando o tratamento, voltando ao "mundo" (enfim, daria uma boa e longa partilha) mas optei por falar diretamente a uma nova companheira, mais ou menos a minha idade, companheiro adicto internado a 2 meses...ela se sentindo meio perdida na nossa sala cheia de mães e pais. Partilhei minha condição de companheira de adicto também e das dificuldades outras que isso acarreta em termos de escolha, não existe ex-filho mas existe ex-marido (ou seja, ficar ao seu lado é uma total opção e muito amor, por ele e por você). Espero ter ajudado pois seu abraço no final da reunião foi sincero e bem apertado! São essas pequenas coisas que me fazem continuar voltando, e hoje, prestar serviço a nossa irmandade. Alias, também fui eleita RGSID!!!! Estou com tantas idéias.


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