sexta-feira, 27 de setembro de 2013

MADA ou Nar-Anon?


Ola meus queridos(as)

Confesso que meu nível de amorosidade esta em baixa ultimamente, talvez o mais sensato é esperar que ele volte ao seu patamar básico antes de escrever qualquer coisa MAS esse espacinho virtual é meu (nosso) e não abrirei mão de colocar aqui o que sinto. Então, já me desculpo se alguém se sentir ofendido mas isso sou eu! 

Toda ajuda é valida, porém o Nar-Anon, os 12 passos, nossos lemas, nossa filosofia, nossa irmandade única não vai poder ajudar aquela pessoa que deveria estar no MADA... simples assim! E hoje vejo claramente isso, a adição é apenas um pequeno ingrediente neste bolo gigante, que cresceria independente deste fermento. Mas, que beleza, arrumamos uma razão, ele é dependente químico. Com adicto na estória ou não, o problema é mais embaixo... e enquanto isso não for identificado, é a dor eterna, quase como se você estivesse se condenando a viver acorrentada a esse "amor" incondicional, que você não tem nem por você, alias extamente o contrário, você não só não se ama e doentiamente "ama" o outro (obsessão, é o nome). Se você é uma destas pessoas, se identifica com esse "amor"louco, nada saudável, doentio; sugiro procurar o MADA. Continue voltando as nossas salas, sempre, mas para  apreender como lidar com a dinâmica você e o dependente químico, e num segundo momento, aceitar suas limitações, abraçar suas qualidades e avaliar o que vale ou não vale a pena mudar. Mas sempre se colocando em primeiro lugar... se nem esse mínimo existe complicou. 

É como se fosse uma eterna adolescente, achando que se ele terminar comigo vou morrer... como vou viver? Já senti isso mas tinha 15 anos! Novidade, me descabelei, chorei um rio mas não morri! Fui crescendo, apreendendo, casei, me separei, casei de novo me separei de novo... e não morri! O chão deu uma chacoalhada, balançou, perdi o referencial mas sobrevivi, ninguém morreu de sofrimento (nem eles muito menos eu). E fui criando outros referencias, alicerces, e neste processo descobrindo quem EU era... não apenas a metade da laranja, mas a laranja inteira. Se você continua procurando a sua metade da laranja, sinto lhe informar, mas sofrimento... seja a laranja inteira, ai sim! Você terá o que acrescentar (não dividir) com alguém! 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Kung Fu Panda


Ola meus queridos(as)

Depois de assistir o Kung Fu Panda pela décima vez em menos de dois dias (pois é, o I. não se cansa deste desenho) resolvi prestar um pouco de atenção. Fiquei, no mínimo, impressionada com algumas "lições" do filme digamos assim, e não pude deixar de fazer um paralelo. 

Muito "NA/Nar-Anon" o diálogo entre o mestre tartaruga (com um nome esquisito) e o panda:
"Yesterday is history, 
Tomorrow is a mystery, 
but today is a gift, that's why it's called the present"

E mais para o finalzinho, quando ele descobre que no pergaminho não havia nada escrito (there is no secret ingredient, only you). Numa primeira leitura, parece até meio bobo, mas a profundidade é enorme quando se observa com cuidado... Em busca de todo o poder e conhecimento que o guerreiro do dragão teria, os segredos do universo seriam relevados no tal pergaminho, mas quando ele abre apenas vê a sua imagem sendo refletida no papel laminado, e decepciona-se. Melhor, não compreende até que seu pai (o ganso) conta que o segredo do ingrediente secreto do seu noodle é nenhum, nada! To make something special you only have to believe it is special (para fazer algo especial você apenas precisa acreditar que é especial)! E assim o panda descobre, dentro dele, o quanto especial ele é... 

Desejo, de coração, que cada um de vocês descubram o quanto especiais vocês são também! Se não, um mestre de Kung Fu maluco num templo na China pode lhe ajudar, ou uma salinha perdida em alguma esquina deste mundo também! 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Super valorizar


Ola meus queridos(as)

O frio ártico invadiu Sampa em pleno final de Setembro, que gelo!!!! Mas não vim aqui escrever sobre os anômalos gradientes de temperatura que ultimamente essa cidade apresenta no seu padrão climático. Desculpe pela ausência esses dias, senti falta de escrever e do carinho de vocês mas, para variar estou correndo que nem uma louca porque ainda não apreendi! Sou a gigante procrastinadora da face da terra, e final de ano chegando significa trabalho acumulando. Todos os inventários de emissões de gases de efeito estufa de 2012/2013 DEVEM estar prontos até o começo do ano, então não dá mais para deixar para amanhã! 

Meu filho também desenvolveu um padrão de comportamento meio fora do "normal", o pessoal da escolinha me chamou... já sabia. Ele esta obcecado pelo seu pipiu! Marcou, ele enfia a mão dentro da fralda, chegamos ao cúmulo de costurar os macacões de dormir para que ele não puxe o pipiu para fora e acorde alagado de xixi! Gente, olha que luta! E segundo a psicóloga, não podemos chamar a sua atenção (senão ele vai valorizar) e sim mudar o foco, pegar pela mãozinha, dar um brinquedo...enfim, não super valorizar (mas a vontade é de falar TIRA A MÃO DO PINTO!). 

Super valorizar... mais uma lição, acabamos sempre neste comportamento, super valorizando uma obsessão, um comportamento, o outro... Não que não tenha valor, mas ao ponto de perdermos noites em claro, aniversários de amigos, jantares, viagens... ao ponto de acordarmos molhadas de xixi? Não.

O que vale a pena ser super valorizado? O sorriso inocente do meu pequeno, o abraço sincero do Caiçara quando nos vemos, o silêncio de estar em paz que diz tudo, as ondas quebrando na praia... Mas fazemos o contrário, super valorizamos a dor, o sofrimento, as mágoas... o caos, a insanidade! 

Almejamos tanto a serenidade mas cultivamos a insanidade... não funciona! Serenidade meus queridos! 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Sol


Ola meus queridos(as)

Pois é, ele recaiu... sua segunda recaída depois da internação (meio relâmpago, já esta de volta para sala e voltou ao trabalho, MAS zerou tudo de novo). Minha preocupação é o fato dele não estar conseguindo se manter limpo, esta tudo bem, ele esta bem, nós estamos bem e puf! Desta vez confesso que fui pega com as calças na mão. Conversando com ele hoje, nem ele viu... nem ele entendeu. Eu entendi, o pensamento veio, ele não soube desfocar, não soube utilizar a rede de apóio (tão fundamental) acabou alimentando e se auto sabotou achando que dava para fumar uma só... Mas uma vez ele achou que dava para ser "normal", porque estava tudo "normal" mas pessoas "normais" não fumam pedra caramba! 

Engraçado, desta vez consegui fazer até piada e perguntar se o crack aqui de Sampa é melhor que de Peruíbe! E se ele arrumou um cobertor a la mendigo para se esconder no meio da rua... claro que só eu ri, ele disse que eu estava sendo cruel. Ai disse para ele o que era crueldade; crueldade é você continuar nesta vida e eu ter que decidir me afastar e assassinar o amor que tenho por você pois eu não vou assistir você se destruir de camarote, crueldade é meu filho lindo crescer sem ter um pai, crueldade é você jogar essa vida que o PS te deu no lixo! Isso é crueldade! 

Fizemos um acordo, se é que dá para fazer isso com um dependente químico... se ele recair de novo, não tem choro nem vela, será internado novamente e desta vez aonde eu quero pelo tempo que for. Honestamente, eu não sei se caiu a ficha, se desta vez ele vai ficar limpo e abraçar sua recuperação. Uma das coisas mais valiosas que apreendi é não criar expectativas, esperança eu tenho e acredito piamente na recuperação, mas sabemos que recuperação é para quem quer não para quem precisa.

Conseguimos até dar umas risadas, ainda sobre o efeito da droga ele me ligou pedindo $ dizendo que "os caras" iriam atrás dele e eu desliguei. Ele falou, você apreendeu direitinho no Nar-Anon né? Não tem como eu te manipular com minha cabeça de adicto... Uh, não mais! E morremos de rir!!!! 

Resumindo, o mundo não caiu, eu estou triste e decepcionada mas vou sobreviver sem maiores danos, pois hoje eu não vivo de expectativas e castelos de areia, hoje meu planeta não gravita em torno do seu sol...Eu tenho meu próprio sol! 


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Eu não vou dar mais descarga


Ola meus queridos(as)

Precisei me ausentar de Sampa por alguns poucos dias (minha tia faleceu... já estávamos esperando, o problema foi avisar minha mãe, sua única irmã, que estava na Europa e só conseguiu chegar hoje, o enterro foi ontem...). Primeira meleca... como ligar para sua mãe, que esta de férias em Veneza,  e dar a notícia que sua única irmã morreu? Stress...total. 

Segunda meleca, ele recaíu. Chego de manhã e combinamos de almoçar, afinal queria um colinho, um abraço... ele não liga para confirmar aonde, até ai tudo bem. Sério, confesso que não pensei absolutamente nada e fui colocar as coisas em dia. No final da tarde ele liga, eu ingenuamente oi tudo bom, que pena que não almoçamos juntos...Ele direto e reto (melhor assim) recai. Uh........ momento silêncio total. Acho que na hora simplesmente fiquei sem reação, confesso que me pegou de surpresa total! Disse que precisava de $40 reais e eu? Uh..... nem que fosse 5, problema seu. Desliguei. 20 ligações depois, resolvo atender e ele, mas os "caras" vão vir atrás de mim e blablabla... sinto muito, a única ajuda que posso te dar, se você quiser é ser internado, mas novidade, aonde eu quero pelo tempo que for (nada menos que 9 meses, mas ninguém sai antes de 1 anos). Desliguei novamente. Nem quis saber de maiores detalhes (é sempre a mesma estória). 

E aqui estou eu tentando digerir tudo isso. Claro que já enchi o saco da minha madrinha, acionei a rede de apóio Nar-Anon (como é bom demais ter essa irmandade), mas olha que interessante, não me descabelei, não sai correndo, alias... não mexi um dedo. E, pode ser cruel para alguns ou assertivo para outros, mas estou tranquila comigo mesma. Não é a questão do dinheiro e sim ir lá resolver seus  problemas novamente (como já fiz no passado e a mãe dele inúmeras vezes também), é voltar naquele padão facilitador, dar a descarga das merdas que ele fez...esse programa, essa irmandade me ensinaram a caminhar de outra forma hoje, e que cada um dê a sua própria descarga! 

Porém não posso deixar de analisar como, realmente, não observei os sinais desta vez. Fui pega de surpresa mesmo! Essa doença fala de formas que, por mais que eu tente, não escuto. E não acho que eu seja surda... mas confesso que estou pasma. Meu mundo caiu? Claro que não, principalmente porque meu mundo é solidificado em mim (e não nele) e nas minhas escolhas. 

Terei a noite mais tranquila da face da terra? Ai é querer demais, mas vou tentar. 

Você acredita em vampiro?


Ola meus queridos(as)

Porque algumas pessoas simplesmente se alimentam da sua felicidade, sugando, envenenando, minando, arquitetando, remoendo... fofocando, fazendo intrigas? O que elas ganham com isso? Infelizmente são pessoas invejosas, sozinhas, que "cuidam" da vida dos outros ao invés da sua própria... São pobres, de amor, podres de vida, pobres de espírito! Literalmente são vampiros vagando por ai sugando a vida dos outros.

Você faria alguma coisa deliberadamente para prejudicar alguém? Causar discórdia, gerar atrito? Eu não, acredito piamente que você também não. E mais uma vez fico decepcionada com o ser humano, como podemos ser tão mesquinhos, tão pequenininhos, tão infelizes... será que existem pessoas que simplesmente são más?! Segundo Rosseau, e sua teoria do bom selvagem, o homem nasce bom em sua natureza e essência. Segundo minha babá, eu vivo no mundo da Lua e não conheço a realidade nua e crua da maldade das pessoas. 

Não sei, alias confesso que não estou muito filosófica hoje e sim um pouco revoltada com a pobreza de espírito alheia; talvez um pouco mais que revolta, é raiva mesmo! E o pior, a cara de pau da pessoa, depois de ter plantado a discórdia (na surdina, pelas costas pois essas pessoas também são covardes) faz de conta que não é com ela! Olha, muita serenidade nesta hora para não partir para porrada. É muita falsidade... e o pior que essa cobra foi criada no meu quintal. Vou ter que aderir a política: mata a cobra e mostra o pau! 

É meus queridos, terei que me munir de muita água benta, alho e uma estaca de madeira!


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Agnóstico ou ateu?


Ola meus queridos(as)

Antes de começar, vamos esclarecer que religião não é espiritualidade, e vice-versa! Tem muito religioso fervoroso por ai  sem espiritualidade nenhuma, e muitas pessoas sem nenhuma religião mas extremamente elevadas no plano espiritual.  

No mínimo curioso como o fanatismo religioso (mesmo em pessoas não praticantes mas criadas dentro dessas crenças) causam danos profundos, hoje foi mais uma prova. O Caiçara estava meio saudosista, começou a falar da mãe, e do "milagre" que aconteceu no momento que ela morreu... e que ela falou em línguas. Para vocês, como eu que não têm a mínima idéia do que é isso, dentro da religião evangélica o crente que fala em "línguas" conversa com o espirito santo (é porque ele fala, sabe?), você é um ser abençoado conectado com Deus, linha direta! Enfim, não estou aqui para questionar nada... quem sou eu. Mas, a dona barriga aqui, comentou: que teatro! Para que? A sua reação foi insana, mais uma vez dizendo que eu não respeitava a mãe dele e blablabla... e que eu estava misturando espiritualidade com religião. Como sempre, lá vem a lógica. Tá certo, digamos que ela tivesse toda essa espiritualidade e fé MAS fosse judia, ela falaria em "línguas" no leito de morte? Não, talvez recitaria o torá... ou se ela fosse católica com essa espiritualidade toda, ela falaria em "línguas"? Claro que não...se você passa a vida inteira comendo banana, quando você estiver morrendo você vai querer comer o que? A única coisa que foi martelada na sua cabeça a vida inteira, banana!

Lá vêm 10 pedras na mão, você não acredita em nada, você é atéia. Uh...... não, não sou pois ateu é uma pessoa que simplesmente não acredita em Deus (ou dê o nome que quiser), eu sou agnóstica. Pronto, deu um nó na cabeça do indivíduo... (e eu confesso, rindo). Ajuda wikipedia:
agnosticismo 
(inglês agnosticism)
s. m.
[Filosofia]  Doutrina que declara o absoluto ou as questões metafísicas inacessíveis ao espírito humano, por não serem passíveis de análise pela razão

Ou seja, extamente o contrário! Esse Deus, essa energia, esse PS é tão grandioso, que minha humildade aceita sua existência e minha falta de compreensão, pois a razão e a lógica não explicam sua existência, essa  energia simplesmente é! Questões metafísicas inacessíveis ao espírito humano... ELE é tão maior que meramente conseguimos interagir superficialmente com esse universo que esta dentro de cada um de nós, na natureza, num sorriso, num por do sol e não dentro de nenhuma igreja, templo, sinagoga ou sei lá eu o que! Nem escrito na bíbllia, no alcorão, no torá ou sei lá eu aonde... Esta escrito dentro de você! Na sua vida com o resto do mundo, com o resto deste universo... com esse cosmos. É uma conexão com o TODO! Ser, fazer parte deste todo! E para isso não precisa de intermediário (padre, pastor, rabino etc...)... então meus queridos, sem querer ofender ninguém, respeitando todas as crenças, eu sou agnóstica sim! Eu não preciso de uma construção de concreto nem um livro escrito para acreditar em Deus, porque ele esta em todos os lugares... inclusive dentro de mim! 


domingo, 15 de setembro de 2013

Flicts


Ola meus queridos(as)

Acredito que todas as pessoas queiram a mesma coisa, ser felizes, simples assim... mas como elas são diferentes! É uma diversidade de absolutamente tudo, credo, raça, filosofias (ou puramente idéias), alturas, pesos... tudo! É uma gama infinita de diferenças em todas as esferas possivelmente mensuráveis; e no fundo, todo mundo só quer ser feliz! Viver em paz... e achar o seu lugar. Mas e quando você procura o seu lugar mas você é Flicts?

Para vocês que não tem filhos pequenos, ou até têm mas não conhecem esse escritor, existe um livrinho intantil do Ziraldo, alias se não estou enganada seu primeiro livro publicado, antes do Menino Maluquinho chamado Flicts. Quem é Flicts? 

(estória do Ziraldo) Ele é uma cor muito rara e muito triste, não tinha a força do vermelho, não tinha a imensa luz do amarelo, nem a paz que tem o azul... Tudo no mundo tem cor, tudo no mundo é verde, laranja, violeta...quase tudo tem seu tom, mas não existe no mundo nada que seja Flicts. 

Ele saiu pelo mundo procurando seu lugar, e todas as outras cores diziam não tem lugar para você, as cores se deram as mãos e começaram a girar e girar e mais uma vez deixaram o frágil e feio Flicts na sua branca solidão; mas não era bom ser sozinho e ele foi procurar um trabalho não há vagas, nem um cantinho nesta bandeira? Não há vagas... Mas existem mil bandeiras, trabalho para tanta cor...e Flicts corre o mundo em busca do seu lugar pelos países mais bonitos, pelas terras mais distantes ... um dia ele parou de procurar, olhou para longe bem longe e foi subindo, subindo, e sumindo...e sumindo. Sumiu!

Sumiu que ninguém podia adivinhar para aonde tinha ido, para aonde tinha fugido em que lugar tinha se escondido, o frágil e feio aflito Flicts. 

E hoje, com o dia claro quando a Lua aparece, a Lua é azul. Quando a Lua aparece nos fins das tardes de outono ela é redonda e vermelha, e nas noites muito claras  quando a noite é toda dela a Lua é uma enorme bola amarela.

Mas ninguém sabe a verdade, a não ser os astronautas, que de perto, bem de pertinho a Lua é Flicts! 




sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Don't ask, don't tell


Ola meus queridos(as)

Se não bastasse minha mãe estar de férias na Itália, hoje sem babá... minha rede de apóio simplesmente sumiu, me abandonou! E estou aqui enlouquecida, com um projeto para entregar segunda, um filho achando que meu computador é brinquedo e um calor convidativo a chutar o balde e descer a serra!

Agora que o Caiçara entrou em cena de novo, existe algo que esta me incomodando. Desde que voltei para Sampa, e minha família soltou fogos de artifício; o Caiçara é um assunto enterrado. A última vez que o nome dele foi mencionado foi quando ele se internou, meus pais como médicos simplesmente viram como um doente entrando em tratamento, MAS dependência química não tem cura e fique bem longe da nossa filha. É quase como se ele não existisse e o I. tenha sido concebido pelo espírito santo. Na cabeça dos meus pais o I. não tem pai, o Caiçara é um fantasma do passado e o melhor que eu faço é tocar a minha vida o mais longe dele. Eles não perguntam dele, e eu aderi a política "don't ask, don't tell" (algo como, não perguntou, também não digo nada e fico na moita).

Eu não tiro a razão dos meus pais, afinal de contas eles não criaram a filinha deles com tanto amor e carinho para se relacionar com uma pessoa assim drogada (não tem jeito queridos, o lado médico dos meus pais vê o Caiçara como um doente, mas o lado "pais" vê ele como um drogado). Além de que aconteceram várias coisas muito sérias nos momentos insanos, com direito a um tímpano perfurado (que minha mãe não o perdoará NUNCA.... ela odeia o Caiçara; eu já perdoei). Mas no fundo não é isso o que realmente me incomoda e sim eu mesma, sempre em busca da aceitação deles. Quando me separei do Caiçara, foi como se a filha pródiga a casa retornasse, ela voltou a ser a nossa filinha racional, competente, perfeita, a super dotada (olha acho que uma das grandes merdas que aconteceu na minha vida foi esse maldito rótulo, quem mandou fazer aquele teste de QI na escola). Meus pais criaram expectativas demais, e honestamente, quando fiz meu 4 passo, estava lá... e cada vez que eu não correspondo as expectativas deles, eu fico frustrada comigo mesma! Sei que eles apenas querem que eu seja feliz (é o que todos os pais querem para os seus filhos), mas as vezes a pressão é enorme, minha sobre eu mesma para não decepcioná-los sabe? E se eu anunciar aos quarto ventos que voltamos a nos relacionar, eu vou decepcioná-los mais uma vez...

Honestamente, falei com minha madrinha e mais uma vez, se você não sabe o que fazer não faça nada, só por hoje. Dê tempo ao tempo... 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

"Genialidade"


Ola meus queridos(as)

Gosto muito de girassóis, e de van Gogh. Tive a oportunidade de apreciar um dos seus vários quadros  frutos da época que morou no sul da França, Arles e inspirou-se nos extensos campos floridos de girassóis; hoje parte do acervo do museu van Gogh em Amsterdã! Uma explosão de cores e genialidade... Vaso com 12 girassóis (é o nome da obra). Coincidência? 12?! To brincando gente, nem existia NA naquela época... Mas ele era alcoólatra, alias adicto em absinto, hoje proibida em grande parte da Europa pois é um alucinógeno que causa surtos psicóticos (conhecido no submundo européu como "fada verde", dizem que em alguns lugares nos países nórdicos e uns muquifos em Paris você ainda encontra, não sei, não procurei quando estive por lá...mas tem muita lenda e romantismo associado ao absinto, pois era amplamente consumido por artistas renomados no final do século XIX). 

Mas sua vida não teve nada de glamour, o pai era um pastor da igreja calvinista maluco, a mulher que ele amou disse um sonoro nunca quando ele a pediu em casamento (logo ele se juntou com uma prostituta grávida), internou-se num hospital psiquiátrico (era esquizofrênico), em surto mutilou-se cortando a própria orelha e morreu pobre e praticamente sozinho (a única pessoa presente era o irmão que sempre incentivou sua obra, alias grande parte do que sabe-se da vida dele é através da assídua correspondência que mantiveram por muitos anos). Suicidou-se com um tiro no peito. Suas últimas palavras ao irmão foram, ajuda wikipedia: "La tristesse durera toujours". (A tristeza durará para sempre). 

Na sua obra você observa gradativamente a evolução da doença, nos seus últimos quadros as paisagens são totalmente distorcidas pela doença, pela dor, pelo desespero...Mas ele era um gênio!!!!!! Alias vários gênios do mundo artístico/literário apresentam esse perfil. Ernest Hemingway, escritor americano genial (visitei a casa dele em Key West, adorava gatos; alias a casa virou um museu e santuário de gatos), sobreviveu a um acidente aéreo no África, salvou uma garrafa de gim na queda! Alcoólatra nato (especulam cocainômano também), depressivo suicidou-se com um rifle de caça. Sua frase:

Algumas vezes um homem inteligente é forçado a ficar bêbado para passar um tempo com os burros.

Virgínia Wolf, outro exemplo, é uma das minhas escritoras britânicas favoritas (sou meio clássica em algumas coisas), era bipolar, e simplesmente um belo dia, colocou várias pedras no bolso do casaco, entrou no rio e morreu afogada, e deixou esse bilhete ao marido que ela tanto amava:

Querido,Tenho certeza de estar ficando louca novamente. Sinto que não conseguiremos passar por novos tempos difíceis. E não quero revivê-los. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Portanto, estou fazendo o que me parece ser o melhor a se fazer. Você me deu muitas possibilidades de ser feliz. Você esteve presente como nenhum outro. Não creio que duas pessoas possam ser felizes convivendo com esta doença terrível. Não posso mais lutar. Sei que estarei tirando um peso de suas costas... Se alguém pudesse me salvar, este alguém seria você. Tudo se foi para mim mas o que ficará é a certeza da sua bondade, sem igual. Não posso atrapalhar sua vida. Não mais. Não acredito que duas pessoas poderiam ter sido tão felizes quanto nós fomos.V.

E ai? Genialidade e insanidade andam de mãos dadas? Bom, não sei... eu não sou gênio (mas insana as vezes). Porque escrevi tudo isso? Porque vejo muito dessa "genialidade" nos dependentes químicos, mas o preço que se paga é alto demais.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

De volta para o futuro


Ola meus queridos(as)

Depois da babá ter achado uma receita da pediatra do I. na minha mega gigante pilha caótica de papéis totalmente esquecida (pois é... péssimo né?) resolvi fazer uma limpeza geral na tentativa de organizar esse campo de guerra. Contas, recibos, artigos científicos, números anotados(????? do que exatamente) e enterrado no meio destes escombros, as cartas que ele me escreveu quando estava internado. As cartas... e lembrei de como comecei esse blog postando as inúmeras cartas que escrevi à ele, voltei lá trás, reli algumas delas e fiquei pasma comigo! Tanta dor, tanta confusão, tanto amor, tanta raiva... tudo misturado, uma explosão de sentimentos totalmente descontrolada! Olhei para aquela dona barriga e senti compaixão, quis abraça-la e dizer que sim, o tempo passa, o crescimento acontece e dias melhores virão. Como eu quis poder viajar no tempo e voltar a um ano atrás e conversar comigo mesma e dizer tamo junta, tenha fé e esperança! Viva sua vida porque a semente foi plantada e você vai colher os frutos no futuro, e aqui no "futuro" essa dor insuportável, essa raiva foram substituídas por amor e serenidade... aqui no futuro nem tudo são flores, mas você VÊ as flores.

Aqui no futuro, as dificuldades existem também e sempre vão existir, mas tudo bem! Aqui no futuro, nem todos os dias são ensolarados mas você também aprecia a chuva, aqui no futuro você não esta mais sozinha, angustiada e perdida dentro de você, aqui no futuro você tem uma irmandade que te abraça, aqui no futuro você fez as pazes com você, aqui no futuro você não passa mais noites em claros, aqui no futuro você não é perfeita mas é feliz!

Aqui no futuro, você gosta de você! Você ama... e se ama!

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Onde o sapato lhe aperta


Ola meus queridos(as)

Li um comentário de uma companheira e me inspirei aqui... Cada um sabe aonde o sapato aperta, para alguns no calcanhar, outros no dedão e por ai vai porque cada um tem uma anatomia moldada pelas suas experiências de vida. Mas insistimos em culpar o sapato, e vamos comprar outro, e outro e mais outro... você pode comprar todos os sapatos da face da terra e todos eles vão continuar apertando. O problema não é o sapato, é você MAS a boa notícia, a solução também é você! É você se conhecer, é você se respeitar, é você se perdoar... é você se aceitar!

Porém antes de achar a solução é necessário identificar o problema, saber aonde o sapato aperta e isso dói. É olhar as cicatrizes que fazem parte desse mapa e fazer as pazes com elas, aquele calo (que tanto incomoda) é seu, mesmo que você lixe ele todo santo dia ele não vai sumir num passe de mágica, alias ele não vai sumir nunca. Todas as coisas ruins e boas que vivemos deixam marcas, fazem parte do seu histórico de vida (você não tem o seu histórico escolar, A em matemática e C em ciências sociais... esse é o meu, como eu abominava ciências sociais, fazia o mínimo simplesmente para passar de ano e cheguei a tirar um D em artes e fiquei de recuperação... não tenho orgulho disso MAS faz parte do meu histórico, de quem eu sou). Eu não tenho como voltar na sexta série e apagar aquele D como não tenho como voltar no passado e apagar as minhas cicatrizes... Tudo que eu vivi faz parte de quem eu sou. E só por hoje, eu sei aonde o sapato me aperta! E tudo bem... 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Quebrei meu anonimato


Ola meus queridos(as)

Surpresas de uma segunda feira... hoje tivemos uma reunião com todos os analistas ambientais envolvidos num projeto temático de grade porte que será submetido como MDL (mecanismo de desenvolvimento limpo) no mercado regulatório de carbono (ou de Kyoto, como chamamos). Estamos todos muito empolgados com a possibilidade de jogar no mercado algo em tordo de 250/300 mil créditos por ano (é grande gente, o maior que estive envolvida creditada ai uns 100/150 mil no máximo). Não só pelo retorno financeiro, mas ambiental mesmo... são 250/300 mil toneladas de gases de efeito estufa deixando de ser emitidas por ano, por um ciclo inicial de 7 anos, podendo ser prorrogado por mais dois ciclos; ou seja são 21 anos! Faz as contas! O planeta agradece... 

É sempre bacana reunir todo mundo, moramos em diferentes cidade e até países (nossa sede é nos USA), trabalhamos muito em casa (home office, a tendência do futuro) e pouco nos vemos (só nos video chats) em carne e osso! Mas enfim, se algum dia eu me empolgar faço um blog específico abordando sustentabilidade. Por que estou escrevendo tudo isso? Porque, por mais que eu saiba que as drogas estam ai em todo lugar, em todas as esferas da sociedade, ingenuamente achei que não entre nós na empresa... 

Conheci ela (matemática genial, currículo impecável, PhD no exterior e blablabla) alguns meses atrás, ela mora no Rio e colaboramos em outros projetos. Sempre achei ela uma pessoa engraçada, inteligentíssima, cheia de vida. Saimos para almoçar algumas vezes, é casada com um economista americano, o único filho esta estudando nos USA e até ai a família bem sucedida! Imagem... como a gente vive de imagens né? Achei ela bem abatida, meio pálida, meio sem vida mas muito agitada, inquieta. Até ai, nem sempre a gente acorda do lado certo da cama, e ela é mais uma conhecida que uma amiga na qual eu tivesse liberdade de chegar junto e perguntar o que se passava. 

Tudo isso mudou quando, no intervalo entre uma reunião e outra entrei no banheiro e dei de cara com ela cheirando uma carreira na pia (ela achou que tinha trancado a porta, quase infartou quando me viu lá dentro). Momento "totalmente sem saber o que fazer"... até parecia que eu tinha pego duas pessoas transando no banheiro. Mas ela decidiu por mim e começou a chorar compulsivamente, e eu só consegui abraça-la. Disse que não aguentava mais, que seu marido também usava (e muita) cocaína, graças a Deus que o filho não esta no país para ver isso... culpa, compulsão, desespero. O quão desgastante era manter essa vida "dupla". E foi assim que quebrei meu anonimato e estendi a mão para uma pessoa inesperadamente! 

sábado, 7 de setembro de 2013

Sem bola de cristal


Ola meus queridos(as)

Como é bom simplesmente ser, amar, viver e deixar aquela caixa de papelão molhada para trás (um saco carregar isso, quase impossível)! Nem tudo é codependência, ou dependência... alias não quero mais analisar demais, pensar demais (já faço isso no no meu trabalho). Chega de ficar interpretando cada palavra, cada ato, cada situação.... E começar a ser grata por cada palavra, cada ato, cada situação....Chega de ficar me cobrando o "sugerido", chega de ficar me cobrando "o programa". Uma sábia companheira disse, a recuperação deve ser prazerosa, não um peso. Não é o programa que entra em você mas você que entra no programa; percebeu a diferença? Algum tempo atrás comecei a perceber que estava fazendo o inverso, e não funciona...

Não adianta estudar todos os passos, se você não os vive... não adianta frequentar as salas se apenas seu corpo esta lá, não adianta recitar a oração da serenidade mil vezes que você não escuta a coisa mais importante, que é você! É meus queridos, nem tanto ao céu nem tanto a terra! O equilíbrio tão almejado, uma balança que não pese para extremo nenhum.  E hoje, só por hoje, ela esta equilibrada! 

E sim, ele é um dependente químico (sempre será), mas ele também é a pessoa que eu amo, que me acolhe quando estou perdida dentro de mim (até isso eu consigo, me perder dentro de mim), que me olha a uma milha de distância e sabe se estou de TPM, que só pelo meu "alô" no telefone sabe se esta tudo bem ou uma gigante merda, que segura minha mão sabendo para onde quero ir... Que ama meus defeitos, minhas qualidades, minhas "maluquices", minhas "sanidades"... E ultimamente quando nos encontramos, damos valor para tudo isso! E não para a doença (minha ou dele). Então oficialmente estou me desarmando, deixando todo o arsenal para trás, sem nenhuma munição... pois não estou em guerra (só na minha cabeça)...e vamos nos amar, só por hoje! Se amanhã ele meter os pés pelas mãos, ou eu meter os pés pelas mão, sei lá... ninguém tem bola de cristal! 

Como é bom dormir de conchinha



Ola meus queridos(as)

Estou ficando mau acostumada, ou me acostumando novamente com a sua presença. Até sentir saudades dele é bom... E ontem percebi que nem tudo é preto no branco. Era seu dia de folga depois de trabalhar 10 dias corridos, de manhã reunião, depois levar o I. no pediatra (consulta de rotina, o bicho esta crescendo; 12,6 kg! Não é a toa que minhas costas estam doendo...), nos encontramos e fomos almoçar preguiçosamente a tarde; o dia estava lindo, aquele céu azul, solzinho, nem calor demais nem frio demais.

Voltamos juntos para casa, precisava liberar a babá também. O I. ficou todo empolgado quando o viu, papai pra cá, papai para lá. Começamos a assistir o Kung Fu Panda (pois é, todo dia é esse panda agora) no quarto; o Caiçara dormiu, apagou. E o I. pulando em cima dele, enfiando pipoca na boca dele fazendo de tudo para chamar a sua atençao; e ele capotado. Fiquei vendo aquela cena e entristeci, puxa,  meu filho vê o pai tão pouco, hoje ele esta aqui mas DORMINDO! Depois de algumas horas ele acordou, colocou o pijama no I., deu o mamá e colocou ele no berço. Fui tomar banho, e sai do chuveiro "outra"pessoa, ele percebeu e perguntou se estava tudo bem. Momento crucial: guardo para mim o que estava me incomodando ou falo, falei né? Ele simplesmente começou a chorar, pedir um milhão de desculpas e se sentir um lixo... quando ele se acalmou e conversamos, entendi um pouco melhor como EU continuo com alguns padrões de comportamento, eu só vejo o que eu quero. Eu não vi que ele esta em Sampa a menos de um mês, tentando se adaptar a correria da cidade, estava a 10 dias sem folga e simplesmente exausto, o corpo cansado; relaxou e dormiu; só isso. O que eu vi, um pai negligente que preferiu dormir ao invés de dar atenção ao seu filho.

Não resisti, convidei ele à ficar a noite... ele cozinhou para mim uma janta maravilhosa (como sempre, ele cozinha muito bem MESMO, algumas coisas não mudam - que bom), e adormeci nos seus braços. 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

É tudo manipulação?


Ola meus queridos(as)

É tudo manipulação? É claro que é... Temos algumas definições: condicionar, influenciar, geralmente em proveito próprio.  Se você fosse uma ilha não teria adquirido esses "skills" digamos assim, mas como vivemos em sociedade, você desenvolve esses mecanismos; pois interagimos com o outro em todos os níveis sociais, da esfera profissional a mais íntima familiar. Quantas vezes não influenciei uma decisão de trabalho puxando a sardinha para o meu lado? Quantas vezes não influenciei uma decisão familiar de viagem de férias porque eu queria ir para o Camboja visitar Angkor Wat e não ficar tomando sol em Aruba (não que não seja bom também!) A vida em sociedade requer esse aprendizado, você esta sempre negociando. Meu filho de 2 anos já faz isso direitinho! Mas temos trauma dessa palavra, manipular porque nos sentimos usadas! Então vamos trocar por influenciar... dá na mesma!

Outra definição de manipulação: adulterar, falsificar... Pois é, ai a coisa complica e fica "amoral" digamos assim. Você adultera a verdade, falsifica suas reais intenções para conseguir o que quer de uma forma desleal, enrola a pessoa na sua teia desrespeitando seus sentimentos. Utiliza todo seu "poder" de manipulação para fazer o outro de marionete e conseguir o que quer. Se você me contar uma estória triste que foi roubado e precisa de $3 reais para pegar um metrô e chegar em casa, vou ficar feliz em poder lhe dar... mas se eu souber que você pegou aqueles míseros $3 reais e comprou uma dose de pinga na padaria vou ficar puta! Vou me sentir usada, traída, sacaneada e por ai vai! Alias, só fazendo um adendo, outro dia um cara na rua veio me pedir um trocado, e foi honestíssimo, direto e reto; era para comprar uma pinga. Olha, por mais maluco que seja, dei umas moedas e um panfleto do AA para ele (pronto agora metade de vocês ficaram chocadas que eu contribui para a adicção do sujeito, se não fosse eu seria outro, e pelo menos ele levou o panfleto do AA junto)! 

O Caiçara é um manipulador (nas duas definições) nato! Mas aos poucos, a segunda definição de manipulação vêm diminuindo, porque ele esta matando um leão a cada dia? Porque ele teve o tão famoso despertar espitirual? Porque ele percebeu que não funciona mais (pelo menos comigo)? Sei lá... qual a razão. OU talvez porque eu não passo mais metade do meu tempo pensando se ele esta me "manipulando" ou não. 

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Universidade Nar-Anon


Ola meus querido(as)

Ontem, na sala (reunião do Nar-Anon) simplesmente senti trilhões de sentimentos... eles simplesmente foram me invadindo (e eu lá coordenado da melhor forma possível, ainda mais depois do "ringe"da semana passada; confesso que abri a sala pensando, e se as duas companheiras vierem e se engalfinarem de novo? Nem uma nem outra apareceu....pena). Como uma companheira sugeriu, liguei para a duas (uma foi muito receptiva a outra, nem tanto); enfim não vou marretar ninguém, apenas acolher quando o momento chegar. 

Coisas acontecem nas salas, que nem eu (com toda minha lógica e conhecimento do programa compreenda, entenda "conhecimento" do programa não "graduada"- se é que alguém se forma nos 12 passos pois o crescimento nunca acaba, por isso chama crescimento/envelhecimento...). O Nar-Anon não é um programa acadêmico de 5 anos, que você conclui e sai com seu diploma, longe disso! Quase parece uma universidade (da vida) que só acaba quando sua vida acaba. Uma vez que os passos são caminhados, as tradições abraçadas, os conceitos (de serviço) incorporados, você volta e volta e volta pois sempre revisita novamente todos eles, e re-apreedende! Pode, num primeiro momento, parecer a mesma aula que você já frequentou mas algo sempre muda, porque você mudou! Sua compreensão, da mesma lição que leu e estudou um ano atrás, não é a mesma de hoje! Crescimento!

Confesso, sou uma pessoa cética, sempre fui e ainda sou mas ontem senti algo único, uma união inexplicável, com o outro, com o todo, com o universo e, porque não, comigo mesma! E a lição que li a mais de um ano atrás (quando ingressei na irmandade), ontem, mesmo sendo as mesmas palavras tiveram um significado muito diferente! 

Apenas agradeço por essa escola (tento ser uma boa aluna), minhas companheiras amadas e essa força que me guia (ele sabe para onde vamos...eu não, mas entreguei no 3 passo faz um tempinho), meu fofo amado e sarcástico PS!

E se você fosse viciado em alface?


Ola meus queridos(as)

Um dia você descobre o alface, e gosta de alface. Torna-se sua salada preferida, no começo junto com um tomatinho, uma cenoura ralada, uma cebola para disfarçar... mas o seu negócio é o alface mesmo! É bom, é saudável; e você feliz da vida com a nova descoberta, como é bom comer alface! Aos poucos, você quase não come mais o agrião, o espinafre (nem lembra mais como é gostoso com ovo), aquela couve refoga é coisa do passado! E se envereda pelo universo alface, vai descobrindo que ama a americana quando esta bem suculenta, a crespa roxa é melhor no inverno (apessar de ser uma fortuna) e a lisa quebra um galho; e depois que experimentou aquele hidropônico então, só ele agora! Dirigi kilômetros em busca do mais fresquinho, e virou amiga de metade dos feirantes do CEASA. Quem foi o gênio que inventou o alface hidropônico? Preciso dar meus parabéns...

Com o tempo é alface no almoço, na janta e escalou, no café da manhã! O resto das pessoas começam a achar você um pouco excêntrica, meio maluca mas poxa, alface é super saudável né? Faz bem... Só escolhe restaurantes com os melhores alfaces, e já chegou a andar com um pé na bolsa (vai que... não tem alface né?).

Brincadeiras a parte meus queridos, não é o objeto do seu "vício" que é relevante, mas o comportamento obsessivo/compulsivo! É como se você passasse metade do seu dia comendo alface e a outra metade pensando nele... é saudável? O alface em si, até pode ser, mas o seu comportamento, a sua relação com ele não é. Todos nós, pessoas, desenvolvemos em algum momento, por algum motivo alguma relação com algo ou alguém não saudável... e como é difícil quebrar esse ciclo! As vezes, e sem muito sucesso, esse ciclo é quebrado por fatores externos (você só come alface e esta desnutrida e colocam uma sonda gástrica para você se alimentar), apenas uma medida paliativa que resolve o aqui, agora já...mas e o lá, amanhã, depois? O ciclo precisa ser quebrado de dentro para fora. 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

O "irmão" e o Hare


Ola meus querido(as)

Será que estou criando anti-corpos religiosos? Hoje mesmo, estava resolvendo umas coisas por ai, andando na rua e lá vem aquela pessoa caracterizada de "irmão", com aquela camisa de manga longa de 1950 que algum dia foi branca, aquela bíblia surrada em baixo do braço, um monte de panfleto na mão caminhando em minha direção. Já sabia que seria abordada, eu devo ter um imã, então rapidamente acelerei o passo na tentativa de entrar na padaria da esquina...mas ele foi mais rápido! Irmã, eu vim trazer a palavra de Jesus (já enfiando aquele papel na minha mão). Contei até 10 e disse: o senhor me desculpe mas eu estou atrasada, morrendo de presa. Claro que ele não se contentou em simplesmente me entregar seu panfleto e continuar andando e respondeu: Com pressa? Você não tem tempo para escutar a palavra de Deus? Ele esta falando com você AGORA!

Olha, não teve oração da serenidade, passos, nada! Confesso que simplesmente explodi! Para começo de conversa só tenho uma irmã, NÃO sou sua irmã e estou falando com um idiota fanático e não com Deus. Mandei ele enfiar a sua prepotência e falta de respeito no cú,  estava quase arrancando a bíblia da mão dele para rasgar (consegui uma meia dúzia de páginas) ele me chamando de Jezebel, quando do nada, uma mão pousa no meu ombro e diz: Calma menina, esse senhor esta te incomodando? Aquela voz trouxe minha sanidade de volta, olhei para trás e vi um homem com a cabeça raspada (só aquele rabinho), vestido com uma túnica laranja e um cordão de contas no pescoço; sem sombra de dúvidas um hare krishna! Quando olhei para ele, me acalmei num passo de mágica e já não queria mais estrangular o "irmão", que assim que conseguiu resgatar sua bíblia saindo correndo horrorizado como se tivesse visto o demônio (este vai pensar duas vezes antes de incomodar alguém na rua). Que cena patética. 

O hare é um "monge" com um nome impronunciável (algo como brumapupta), nasceu no Brasil mas mora na Índia a muitos anos, e esta aqui para implementar um programa chamado Food for Life. Meu conhecimento das seitas védicas é tendendo a zero, mas ouvi falar deste programa que distribui gratuitamente comida vegetariana (óbvio) para comunidades carentes. Iniciou na Índia, pelo fundador do movimento Hare (também com um nome impossível de pronunciar), opa, ajuda wikipedia: O programa "Food for Life" foi criado por Srila Prabhupada em Mayapur no ano de 1974, depois de ter visto as crianças disputando comida com os cães, nas ruas da aldeia. Srila Prabhupada então declarou: "Ninguém deve passar fome num raio de 10 milhas de nossos templos".

Fomos tomar um café (ele água), conversamos das suas andanças pelo mundo, da falta de espiritualidade, quanta gente passa fome neste planeta, da sua terceira iniciação (celibato vitalício) , nos despedimos e ganhei um livro de presente e um CD com uns mantras! Gente, que manhã mais maluca! Um evangélico fanático e um monge hare krishna! 

Mas a pergunta é: tanto um quanto outro são fanáticos nas suas crenças (quase extremos opostos, mas extremos) e porque fui totalmente intolerante com um e com o outro fui tomar um café? Claro que o hare não me abordou no meio da rua com sua prepotência religiosa, pregando SUAS verdades sendo desrespeitoso e intolerante na sua ignorância, pelo contrário, foi apaziguador, compreensivo e não tentou me iniciar ou me convencer da SUA verdade... Também não temos nenhum deputado hare que queira impedir o casamento homossexual, muito menos implantar a cura gay. Também não temos templo hares aonde o "fiel" deixa seu caro em troca do lugar no céu. Também não temos pastores hares pregando o inferno e por ai vai. É... acho que é isso, por mais malucos que eles sejam, os hares tem sua filosofia de vida e não incomodam nada nem ninguém, e acima disso, fazem um reconhecido trabalho assistencial mundial (o programa Food for Life está em dezenas de países). Da próxima vez que encontrar um hare vendendo incenso por ai, eu compro! 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Divisor de águas


Ola meus queridos(as)

Impressionante como as coisas NÃO funcionam neste país, elas sempre foram assim e eu não sabia ou fiquei mau acostumada mesmo? Depois de passar um quarto do dia brigando com o pessoal da internet, mais um quarto com o correio que simplesmente não localiza um SEDEX importantíssimo de trabalho, mais um quarto discutindo com o banco por uma cobrança indevida... ao invés de matar alguém, peguei o um quarto do dia que faltava e levei o I. para se entupir de batata frita e plástico no M da felicidade com direito a relógio de sapo de brinde (como ele adora essas coisas)! Comprei uma cerveja, coloquei ele no berço e sobrevivi!

Porém gostaria de escrever sobre algo um pouco mais sério, e que escutei do próprio Caiçara (não com a clareza que tentarei expor aqui). Uma figura (do AE), pai, bagagem imensa em dependência química posta uns vídeos, alias o chá do játobão é dele; algumas de nós o conhecem e BEM! Os adictos em geral foram criados, tiveram uma infância que se enquadram dentro destas 4 categorias de família (segundo ele): o assistencialismo exagero, super proteção, família disfuncional e a dependência psicológica (como esta no youtube, deve ser público né? Procure, o nome é Chico Saldão). Quem sou eu para discordar, mas acho que faltou mais uma categoria ai: a família opressora, que poda os sonhos dos filhos (achando que estam fazendo o melhor)...

Foi mais ou menos isso que aconteceu com o Caiçara, e na nossa longa conversa ontem no almoço depois de uma manhã brincando com o Iago, o que eu suspeitava se concretizou. Até os seus 16 anos ele viveu para o judô, amava de paixão, treinava mil horas por dia, corria 10 Km na praia, era dedicado e era bom, tão bom ao ponto de ser convidado a ir estudar judô, com uma bolsa no Japão. Na sua troca de faixa mais importante (a preta), não tinha ninguém, alias nunca teve ninguém, nem pai nem mãe... enquanto os outros alunos tinham a torcida do Palmeiras inteira, com direito à pais orgulhos, avó e papagaio na platéia. Mesmos depois de todos esses anos literalmente detonando seu corpo, os traço de uma juventude saudável estam lá, os músculos delineados, aquela barriga pseudo-tanquinho...Ele foi um atleta! Sonhava alto, algumas pessoas que lutaram com ele na época hoje estam na seleção brasileira (e isso dói nele demais, saber que ele também poderia estar lá hoje). 

Ele era menor de idade, os pais precisavam assinar para que ele fosse para o Japão correr atrás do seu sonho... o pai, é meus amigos, que viveu para igreja a vida inteira de acordo com os "ensinamentos de Cristo" não soube amar seu próprio filho, podou seu sonho, tirou dele a coisa que o deixava mais feliz e disse um sonoro NÃO, esporte é coisa de filhinho de papai e vai pegar aquele saco de cimento! No esperança que a mãe assina-se o documento coreu para ela, o que a nossa mulher evangélica temente a Deus e ao marido com um cabelo chegando na bunda fez, PORRA nenhuma. Se seu pai é contra, eu também sou... Olha, eu não sei aonde essas pessoas estam hoje (bom em baixo da terra porque morreram) mas é muito karma, e muita reincarnação pela frente! E não teve Sansei convencendo-os do contrário...

Esse foi o divisor de águas, começou a beber, descobriu a maconha e o resto da estória a gente conhece de cor e salteado. E largou o seu sonho, podado na sua juventude... nunca mais voltou a colocar um quimono na vida e até hoje chora quando vê as lutas de judô na TV. Troféu joinha para a família! Mais uma lição, o que NÃO fazer com o meu filho!!!!!!! 



Novela mexicana


Ola meus queridos(as)

Brasileiro assisti novela demais... adora um dramalhão, sentimentos a flor da pele, paixões avassaladoras e um final feliz. Culturalmente somos bem diferentes dos americanos por exemplo, temos aquela impressão que eles são "frios"e reservados, na verdade eles são um pouco mais racionais e práticos do que nós. Até as relações familiares, claro que eles amam seus filhos também, mas estimulam e almejam a independência deles... é muito comum os filhos saírem da casa dos pais muito cedo (para os nosso padrões). Aqui, você faz trinta anos esta de casamento marcado e a sua mãe pede que vocês morem com eles no puxadinho que ela vai constuir! Ou vai tentar convencer você a morar na casa do lado que esta para alugar! Viagem né? 

Claro que cada família tem a sua dinâmica, mas adoramos aniversários, natais, formaturas... primeiro porque quem é que não gosta de festa? Segundo, junta todo mundo, o primo do Mato Grosso, a tia de Manaus, a irmã do Paraná, o tio-avô de Minas e por ai vai, e é aquele zoológico (inclusive aquele parente distante o  "tio" primo de quinto grau que todo mundo tem certeza que é da família sim!). Todo mundo briga, todo mundo faz as pazes... todo mundo adora dar palpite na vida da filha da tia porque fez uma tatuagem ou resolveu estudar antropologia (isso não dá dinheiro minha filha e tatuagem é coisa de presidiário, aonde já se viu!). É hilário... engraçado como essas relações cosanguíneas são tão enraizadas dentro de nós. Você não suporta aquele chato folgado do seu primo, mas se ele ligar (não nem isso), se ele simplesmente aparecer na porta da sua casa dizendo que veio passar uns "dias" você faz aquela cara de paisagem e diz: que maravilha! E depois que ele for embora (ou expulso mesmo pois "dias" viraram "semanas") você liga para sua mãe e reclama que ele comeu a sua geladeira e fico dias sem tomar banho, e na próxima reunião de família, sua tia vai tomar satisfação com você porque chamou o seu filho de porco! Que maravilha!

E quando tem divórcio então? Prato cheio! Você vai estar nas últimas "notícias" da família por um bom tempo, será motivo de especulações e dará vazão a inúmeras teorias (será que ele tinha uma amante; ouvi dizer que as coisas "na cama" não estavam bem desde do Natal passado; eu falei que esse negócio de trabalhar e estudar a noite não ia dar certo; o que será das crianças meus Deus! e blablabla). Olha, é assunto para vários capítulos da novela!