sábado, 23 de janeiro de 2016

Feliz tudo atrasado!!!


Ola meus queridos(as)

Feliz Natal, Feliz Ano Novo... feliz vida. Não que a minha seja a mais "feliz" da face da terra mas aprendi, e venho aprendendo que posso fazer meus dias como eu quiser. Ainda sinto muito ressentimento, as vezes dor, mas passa e meses na praia ajudam bastante!

Dormir escutando as ondas acalentando seu sono, acordar com pássaros enlouquecidos cantando, rodeado de amigos queridos, seu filho pelado correndo (o I. virou índio, não sei como argumentar que semana que vêm tudo volta a rotina, escola, trabalho, roupa...), e o sempre amigo fiel, infindável na sua sabedoria; nas tempestades e nas calmarias: o mar! O oceano que me acompanha sempre. E com ele a certeza que o ser humano vale a pena, seja ele quem for... E a maré leva e trás... Cabe a você aceitar ou não, sempre as escolhas.

Aproximadamente seis meses atrás (não sou muito de contar o tempo), recebo uma ligação do nada, honestamente achei que ele, o Caiçara tinha morrido ou sei lá eu o que, um SOS... uma garrafa perdida no oceano que chega ao seu destino, relutei, afinal de contas gato escaldado tem medo de água fria e EU tinha mudado, eu mudei, sem perceber, lentamente... mas não fui eu apenas que mudei, e isso fez a diferença.

Nós mudamos, o nascer do sol hoje tem um significado único (apesar de achar um saco esse negócio de "só por hoje" e não ter colocado meu pé numa sala à séculos), cada um descobriu uma forma de conviver com seus demônios, alias talvez essa seja a beleza do ser humano, somos imperfeitos, estamos sempre buscando o inatingível (pelo menos neste plano material).... e um dia simplesmente entendemos que "é isso ai". Não é apenas o I. que nos une... 

Na nossa casa de praia, o cajueiro que meu avô plantou a mil anos atrás no quintal, quebrou um enorme galho, por algumas boas horas fique estática, como se um pedaço do meu avó tivesse se quebrado, como se aquele galho fosse essencial para que minhas memórias dele continuassem a existir. Uma enorme profunda tristeza tomou conta de mim, e sentei na grama, ao pé daquele velho cajueiro e chorei. Meu avó plantou aquele cajueiro muito antes que eu nascesse... era como se ele estivesse lá enquanto o cajueiro estivesse também (e meu avó morreu a mais de 20 anos atrás). Cresci ali naquele momento de perda, amparada pelo Caiçara, beijei o que sobrou do cajueiro e fui tomar uma cerveja (sozinha, o Caiçara não bebe mais).

E que seja assim a vida... mas meu avô, agora vive dentro de mim, e o Caiçara também por dividir um momento tão único e solidário. No fundo, é isso que levámos... o amor e respeito pelo outro! Pois não se pode amar alguém sem respeito e confiança.

P.S: Se alguém estiver contando (eu não), lá se vão 6 meses (ou mais). Eu já falei, depois de um ano, a gente conversa (até troco a ficha dele se ele quiser).