terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Drug designer


Ola meus queridos(as)

A mais nova profissão (pelo menos na Europa), drug designer! E não é trabalhando com carteira assinada numa industria farmacéutica 40 horas por semana pesquisando um anti inflamatório mais eficiente. Também são drogas sintéticas, desenvolvidas em laboratório mas com uma outra finalidade (se você tiver uma boa formação em química ou farmacologia, paga bem)... 

Você já ouviu falar em 2C-I, ou 25I-NBOme e várias outras drogas sintéticas criadas a cada dia? Começamos a tomar conhecimento desta problemática recentemente, quando a polícia federal fez uma grande apreensão do que supostamente seria LSD e ecstasy; e ninguém foi preso... Porque? Porque não era nem LSD ou ecstasy, e sim, concluiu a perícia, 25I e metilona; duas substâncias que NÃO faziam parte da lista de entorpecentes da ANVISA, logo, fazer o que? Hoje, depois que essas substâncias foram adicionadas a lista de entorpecentes a coisa muda.


Muda? Será que muda? Pois amanhã teremos o 26I, 3C-H, 45J-Lm e a legislação não conseguirá acompanhar a progressão geométrica na qual essas novas drogas são desenvolvidas e jogadas no mercado. 

Só porque sou chata, qual a diferença entre a 2C-D (4-metil-2,5-dimetoxifeniletilamina) e a 2C-E (4-etil-2,5-dimetoxifeniletilamina)? Isso mesmo, simplesmente o grupo orgânico, um é metil (com apenas uma ramificação de carbono) o outro etil (uma ramificação com dois carbonos), só isso meus queridos... um átomo de carbono! Quando a 2C-D entrou para a lista de substâncias entorpecentes, rapidamente a 2C-E já estava circulando livremente. E quando a 2C-E entrar para a lista de substâncias entorpecentes outra 2C qualquer irá aparecer e por ai vai meus queridos... 


domingo, 23 de fevereiro de 2014

A dificuldade de dizer não


Ola meus queridos(as)

Quantas vezes dizemos sim, querendo dizer não e nos machucamos... quantas vezes fizemos o que não realmente queríamos fazer, e nos machucamos.... quantas vezes "passamos" um pano dizendo sim indo contra nós mesmas. Lentamente, vamos apreendendo a dizer não (mas puxa, se eu falar não o outro talvez se sinta rejeitado, talvez não entenda, talvez deixe de me amar... maluquices de codependente). Mas você começa  a exercitar o poder do não, dizer não é deixar claro aonde esta os seus limites, respeitá-los... ultrapassou, NÃO! Mas eu estou pedindo ajuda... tá bom querido, neste momento não posso ajudar senão vou me prejudicar. Muito difícil chegar ai... mas fundamental para que todos continuem crescendo. O Caiçara, e grande parte dos dependentes químicos são experts em inverter a situação, e quando você coloca seus limites e fala um NÃO, ele joga de volta para você e, como uma boa codependente, lá vem a culpa e o ciclo se retroalimenta. Só por hoje, disse não e não sinto culpa nenhuma, por mais que ele tenha feito de tudo e mais um pouco me manipulando para que eu me sentisse mal... e conseguisse o que queria. Só por hoje, NÃO! 

É uma teia queridos, que vamos nos emaranhando, sem perceber; e depois nem mais você sabe aonde esta perdida nesta novelo de lã caótico. As pessoas jogam, sempre, independente de serem dependentes químicos/codependentes ou não, mas é um jogo um pouco mais "fair play", mais aberto, com regras, começo meio e fim...entre nós, esse jogo tem regras obscuras e vale tudo para conseguir o que você quer... Outro dia uma companheira partilhou que até desmaio inventou, dizendo que estava passando mal para o adicto atender o telefone. 

Comigo, ele vai direto na raiz, um dos meus pontos francos, chantagem pura e simples (pois ele sabe que irá atingir meu emocional, meu lado mãe, meu lado que "quer resolver tudo", meu lado que "quer cuidar", meu lado que "não quer deixar ninguém sofrer"). E quando digo não, ou seja, ele que resolva, ele que cuide dele, ele que sofra as consequências... ele joga de volta para mim, e por mais que os passos gritem aqui dentro, ainda deixou uma micro brecha, e me abalo. 

Apenas um exemplo, lá estou eu depois de uma desastrosa tarde de domingo juntos, deixando ele no metro, pergunto você tem $ no bilhete único (já começa por ai né? Porque eu tenho que me preocupar se ele tem dinheiro para pegar o metro? Problema dele...). Ele, não sei, deve ter sobrava um passagem não sei, ai a codependência grita aqui, ofereço o meu bilhete único (chulapa madrinha!), ele não...foda-se vou andando se for o caso (da Vila Madalena até o Cambuci). Tá bom tchau.... 





sábado, 22 de fevereiro de 2014

Tia, a gente esta em 2014 todo mundo fuma maconha


Ola meus queridos(as)

Essa frase foi a pérola que escutei ontem a noite de um pivete de um metro e meio de altura, nem 15 anos deveria ter, que estava fumando maconha com mais uma gang de adolescentes, não nem isso, pré adolescentes na frente da saída do metro aqui do meu bairro! Pois é meus queridos... o negócio esta ficando feio, se espalhando como um vírus. 

Eram umas 10 e pouco da noite, fui deixar o Caiçara no metro, e lá estávamos nos conversando, tentando nos despedir (como é difícil) quando literalmente uma nuvem de marofa invade as minhas narinas. Na hora olhei para o Caiçara, e falamos juntos, que cheiro de maconha... meio segundo depois facilmente identifico da onde vem. Deviam ser uns 15, 20 moleques, crianças mesmo, fantasiados de "mano", achando que estavam abafando, um deles segurando uma garrafa de Balalaika (para quem não sabe, nem queria saber, é a vodka mais vagabunda da face da terra, entre Balalaika e o etanol que você usa como combustível para o seu carro, fique com o etanol). 

Num primeiro momento reagi como todo mundo que estava ali, foda-se não é problema meu. Não durou, porque é problema MEU sim, aquilo começou a me incomodar de uma forma enorme, o Caiçara percebeu minha irritação; até que falei, chega! Isso é um absurdo, vou ligar para polícia. O Caiçara simplesmente falou, espera um instante e saiu andando em direção ao grupinho, trocou meia dúzia de palavras com os pivetes, que começaram a dispersar e voltou. O que você falou para eles? Disse que eles estavam incomodando as pessoas, pois isso é um lugar público, que se eles quisessem fumar que fosse em outro lugar, e que sou dependente químico e sei aonde essa estória vai acabar... porque a minha começou assim também, me vi em cada um desses meninos, se achando muito "loucos", tirando onda. Uau! O Caiçara sempre me surpreendendo!!!! 

Claro que nossa paz não durou, cinco minutos depois lá estam eles de volta, e agora o pivete mor me encarando enquanto bolava outro baseado na minha cara. Passei a ser a tiazinha chata careta que estava "incomodando" eles... pode essa inversão de papéis? Mais uma vez falei que ia chamar a polícia, acho que eles viram que eu não estava de brincadeira e resolveram ir embora, claro sem antes um deles vir falar com o Caiçara naquela linguagem que você, pessoa que fala português, precisa de legenda para entender. Faz a sua caminhada, cada um tem sua mente... A parte que eu entendi, a gente só esta fumando maconha, ninguém puxou um cachimbo (maconha pode em público, pedra pega mau); não aguentei (juro que queria pular no pescoço naquela criança, e dar uns tapas na bunda dele... alias cadê a mãe dessa criança?) . Falei droga é droga! Ai ele soltou a frase: Tia, a gente esta em 2014 todo mundo fuma maconha... e foi embora. 

Desde então, essa frase esta ecoando na minha cabeça... A gente esta em 2014, concordo; o mundo quando eu tinha 15 anos era um pouco diferente deste, algumas pessoas até fumavam maconha mas não em plena luz do dia como se fosse a coisa mais natural da face da terra, não existia crack, ecstasy, i25 e sei lá eu mais o que (alias pensando sobre todas esses novas drogas sintéticas que aparecem a cada dia, farei um post mais elaborado), mas "todo mundo fuma maconha"caiu como um orelhão na minha cabeça. Banalizamos tanto assim que estranho sou eu que não fumo maconha? 




sábado, 15 de fevereiro de 2014

Um passo para frente, dois para trás


Ola meus queridos(as)

Finalmente a tão aguardada chuva, mas não precisava ser um dilúvio bíblico! Para sair de casa hoje, só de bote salva vidas mesmo... então melhor ficar por aqui e tentar colocar algumas idéias em ordem. 

Ontem fui no centro, sozinha, até aí tudo bem, mas a razão do porque o Caiçara não foi é que me entristece. Recebo uma mensagem da terapeuta dele no meio da manhã, estava muito ocupada e não pude retornar, fui me enrolando como sempre e ficou no esquecimento (depois eu ligo)... Chegando a hora de ir no centro, recebo sua ligação, eu oi tudo bom? Você está vindo? Ele: Não tenho como, você não falou com ninguém? Não sabe o que aconteceu? Não estou mais na moradia assistida.... Momento ahhhhhhhh??????? Ai ele começou, sei lá eu quem estava me "tirando", puxaram uma faca para mim e blablabla. Paro, para tudo (a versão dele dos fatos é, no mínimo, um pouco deturpada)! Não quero escutar nem mais uma palavra, desliguei e liguei para terapeuta, a Dani.

Resumindo, a Dani fez de tudo (e mais) para tentar acalmá-lo, sem sucesso, ele entrou numas com outros companheiros da moradia, explodiu, surtou, e as coisas escalaram; violência física mesmo. Os detalhes são irrelevantes, nem eu perguntei, isso é o Caiçara mais uma vez não controlando seu comportamento agressivo, impulsivo, insano! Não é viável ele continuar lá, no auge da maluquice ele abriu a porta e saiu andando, a Dani foi atrás e enfim, ele esta num hotelzinho mequetrefe ali perto (melhor do que na rua). 

É impressionante! Deus e o mundo tentando ajudar e mais uma vez ele se auto sabotando. E mais uma vez eu fazendo aquele papel de "educadora"; se você não se ajudar os outros não podem fazer nada... aquele discurso todo que sabemos de cor e salteado; a importância de cultivar a sua serenidade, foda-se o que o companheiro falou e blablabla.. mas ele simplesmente não consegue virar as costas, focar nele e sair andando; não, tem que sair na porrada. Mais uma vez quem se prejudicou é ele. Mais uma vez me entristeço em ver que cada vez que ele dá um passo para frente, são dois para trás depois... 

E eu? Eu fui para o centro trabalhar um pouco minha espiritualidade, sentir aquela harmonia, paz e luz que emana aquelas pessoas "iluminadas"! 




quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Fuga para o Laos


Ola meus queridos(as)

Caiçara vai bem (voltou a realidade depois do seu surto de ciúmes), I. fofinho vai bem, dona barriga vai médio... Claro que faz parte, nem todos os dias você acorda com aquele sorriso Colgate, escutando os passarinhos cantarem na janela (é sério, mesmo morando em Sampa acordo toda a manhã com uma sinfonia de sabiás, bêm-ti-vis, maritacas... Alias tem uma história/lenda aqui no bairro aonde moro sobre as maritacas, pois elas são quase uma epidemia. Dizem os antigos, que a muitos anos atrás quando ainda se comprava aves silvestres exóticas em extinção nos faróis desta cidade, um morador comprou um casal de papagaios filhotes. O tempo foi passando, nenhuma das aves crescendo muito, falando nada (ele queria que os papagaios falassem "vai timão", corinthiano é lastimável mesmo), só sons agudos tipo grito até que um belo dia (tipo uns 20 anos depois) ele descobriu que não eram papagaios, e sim maritacas. Fico puto, mas tinha amor nos bichinhos e lá eles moraram até ele falecer e sua casinha aqui na vila ser vendida... O casal de maritacas adotou as árvores do bairro, não me pergunte porque, mas devemos ter o maior número de pintangueiras, amoreiras e mangueiras de SP (aqui em frente de casa, na calçada são duas pintangueiras e uma árvore de romã, sem contar a mangueira e a amoreira no quintal). E fora do seu cativeiro, começaram a se reproduzir e hoje temos revoadas de maritacas enlouquecidas todo final de tarde! Coisas da Vila Madalena.....

Sabe aquela vontade de chutar o balde, pegar um vôo para Macapá, Singapura ou Vientiene e depois você pensa no resto? Estou assim... Nossa, já fiz tanto isso (claro que o I. nem existia, anos luz), era só eu, apenas eu, minha mochila e eu denovo. Quando fiz meu quarto passo, ficou claro essa minha necessidade de simplesmente fugir, sair correndo quando me sinto sufocada, quando me sinto incomodada, quando me sinto de saco cheio! Resumindo, sair correndo quando não sei lidar com alguma situação ao invés de enfrentar e procurar uma solução, o meu instinto é escapar para o Laos!

Racionalmente, e por esses anos vividos, sei que não resolve nada; apenas adia o inevitável confronto. Jogar os "problemas"na gaveta, ou fugir para o Laos, não fazem eles desaparecerem! 




quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Por que as pessoas gritam?


Ola meus queridos(as)

Roubei daquela Japa que sabe das coisas... mas é do Gandhi!

Por que as pessoas gritam?

Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos:

- Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?

- Gritamos porque perdemos a calma, disse um deles.

- Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado? – Questionou novamente o pensador.

- Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça, retrucou outro discípulo.

E o mestre volta a perguntar:

- Então não é possível falar-lhe em voz baixa?

Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador. Então ele esclareceu:

- Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecida? O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito.

Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente.

Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância.

Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas?

Elas não gritam. Falam suavemente.

E por quê?

Porque seus corações estão muito perto.

A distância entre elas é pequena.

Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram.

E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta.

Seus corações se entendem.

É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.

Por fim, o pensador conclui, dizendo:

“Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta”

Mahatma Gandhi

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Ciúmes, é o tempero do amor?


Ola meus queridos(as)

Trocando figurinha com a mulherada, principalmente esposas, namoradas, companheiras etc... constato que o ciúme é muito frequente entre os homens em geral. Claro que ter ciúmes não tem nada demais, como dizem por ai, o ciúme é o tempero do amor. Mas se temperar demais, estraga e fica intragável! 

Como sou chata, fui pesquisar um pouquinho sobre ciúmes, a primeira relação de ciúme vem ainda lá da infância quando a criança tem medo de perder o amor dos pais. No entanto, vamos crescendo e ganhando autoconfiança, e apreendemos que as pessoas têm capacidade de amar diferentes pessoas, sem que o amor diminua. A pessoa que sofre com o ciúmes (doentio) não tem essa dimensão e não aceita o ser " amado" como indivíduo, com vontades próprias, desejos unitários. Ter uma vida própria não significa traição ou abandono. 

Então vou pegar o gancho, o dependente químico, em algum momento do seu crescimento estacionou, as vezes brincamos que eles ficaram na adolescência (pois é esse o comportamento padrão), e requer muita recuperação para dar o passo e entrar na vida adulta. Os adictos, em geral (tá gente?) são ciumentos, extremamente ciumentos porque sua autoconfiança provavelmente é a mesma de uma criança de 5 anos de idade! 

Olha o que eu li: "a pessoa que sofre com o ciúme patológico está sempre prestes a explodir e agir por impulso, não conseguindo controlar seus pensamentos, sentimentos e comportamentos". Nossa, qualquer semelhança é mera coincidência! Outra interessante: "pessoas que vivem essa descompensação por ciúme, costumam ser pessoas inseguras, tensas, possuem um alto nível de ansiedade, a qual frequentemente é descarregada com agressividade, raiva e rancor". E para finalizar: "... encontra nesta realidade percebida (na maioria das vezes não é real) elementos que configurem suas dúvidas e desconfianças. Isso leva a pessoa a encontrar evidências onde não existem, mas que pela forma que as enxerga, confirmam suas suspeitas".

Resumindo meus queridos, ciúme é um território perigoso, e a linha entre um ciuminho básico saudável e um ciúme doentio, aonde você controla, tem posse do ser amado (como se fosse um objeto), destrói seu relacionamento criando uma realidade que só existe na sua cabeça é tênue! Então, menos tempero!

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A rosa


Ola meus queridos(as)

Gestos tão pequenos, que dizem tanto... não sou de flores, gigantes demonstrações românticas, muito menos ele. Mas me surpreendi quando fui encontrá-lo no metro (combinamos de ir juntos no centro espírita, ele anda interessado, digamos assim) e ele estava me esperando com uma rosa na mão... 

Do nada, apenas uma demonstração de carinho, de consideração, de afeto! Uma simples rosa pode significar tanto, um universo em expansão... Uma simples rosa dizendo o quanto nos amamos, o quanto  já vivemos, o quanto queremos viver mais, o quanto já sofremos, o quanto nos permitimos, o quanto nos somamos, o quanto mais ainda esta por vir...

Ele sempre me surpreende, ultimamente surpresas boas, e o meu emocional abala sim! Mas vou ficar negando para quem o quanto o amo? Para mim mesma? Impossível! Já passei deste estágio, e esconder de mim mesma meus sentimentos não é viável. Como é único, simplesmente amar essa pessoa... sem amarras, sem culpa, sem cobranças, sem medo, sem ressentimentos...

Eu te amo meu Caiçara, com todas as adversidades, com todas as barreiras, com sei lá eu mais o que... enquanto estivermos escrevendo a mesma estoria, nosso livro, pelo menos uma pessoa irá ler, nosso filho!

Você cuida da sua casa?


Ola meus queridos(as)

Hoje, trabalhando em casa de manhã consegui ter a prova irrefutável de como as pessoas desse planeta simplesmente não têm a mínima consciência ambiental, alias consciência do coletivo, que estamos todos nesta mesma casa chamada Terra e somos responsáveis por cuidar dela. Nós aqui em Sampa, e várias outras cidades do país estamos passando por uma onda de calor absurda, não chove a mais de mês, as reserva da Cantareira, que abastece grande parte da cidade atingiu um nível preocupante, 22.9% (o menor dos últimos 10 anos), o governo de São Paulo, para estimular a economia de água abaterá 30% do valor da sua conta se você conseguir reduzir 20% do consumo... enfim, a coisa esta ficando feia e logo teremos que conviver com cortes no abastecimento de água.


A fofa empregada de 30 anos (de casa) da minha mãe, que alias já esta aposentada, e de malas prontas para ir embora em breve (pois não tem as mínimas condições de continuar trabalhando, ninguém mais aguenta ela, e 30 anos já deu né?) ADORA gastar água, desperdiçar água... nesta casa moram 3 pessoas, apenas 3 pessoas e ela consegue gastar tanta água que não tem mês que a conta seja menor que $350! Como é minha mãe que paga, a empregada é dela...foda-se, mas hoje não deu! Ela passou metade da manhã lavando o quintal (que ela havia lavado ontem, e antes de ontem e todos os dias, porque ela gosta de lavar o quintal, lavar os banheiros que é bom nada né?) e simplesmente deixou a mangueira aberta, uma cachoeira de água correndo para calçada (ela gosta de abrir o portão da garagem para ver quem passa na rua) enquanto fofocava com a empregada do vizinho. Eu só observando pela janela até que, meia hora depois não aguentei mais! 

Desci no quintal, pedi a ela que desligasse a mangueira, expliquei a necessidade de se economizar água (sempre, ainda mais nesta situação crítica), que a água é um ativo ambiental, um bem de todos e deveríamos prestar atenção na nossa pegada de água (não tem só pegada de carbono não!); claro, de uma forma menos acadêmica... Resumindo, ela não gostou, e continuo desperdiçando água... Pronto, simplesmente falei, querida você daqui a uma década no máximo vai estar em baixo da terra, e esta desperdiçando água que, provavelmente faltará para o meu filho e as gerações futuras! É por causa de pessoas como você que esse planeta, hoje, encontra-se enfrentando tantos problemas ambientais, e deixamos esse legado, esse pepino, para as gerações futuras resolverem. 

E é bem isso mesmo! As mudanças climáticas são um reflexo da nossa sociedade expansionista, capitalista, consumista... produzimos resíduos na base da tonelada, reciclamos nem 10%, emitimos gases de efeito esfuta em giga toneladas, não conseguimos reduzir/remover nem 20% disso... não sou eco-xiita, longe disso, mas chegamos num ponto que nossa relação com o meio ambiente aonde moramos deve ser reformulado, buscando uma sustentabilidade, senão teremos que procurar outro planeta para morar e degradar aquele depois também.

Pode ter sobrado para empregada hoje? Certamente, mas enquanto não modificarmos esse comportamento, o planeta continuará se defendendo, e um belo dia teremos que ir embora da nossa casa ou seremos extintos mesmo! 


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Sofá vs Sala


Ola meus queridos(as)

O PS realmente fala, quando a gente esta disposta a escutar... Ontem a noite, lá estava eu estatelada no sofa, já tendo me convencido que tudo bem eu não ir na sala, tal companheira coordena, o grupo vai ficar bem, estou super cansada... ninguém vai morrer se eu não for, e aquele blablabla auto manipulação surreal! De repente, dei um pulo do sofá, como se eu tivesse sido eletrocutada, como se eu fosse um marionete, e alguém puxasse as cordinhas, me levantando e movimentando minhas pernas. 10 minutos depois chego na sala, mesa arruma OK, cafezinho OK, dona barriga metade OK... ainda lembrando de como estava bom o sofá, até que os companheiros foram chegando. 

Uma companheira nova, fiz o acolhimento com muito mas MUITO amor mesmo, não sei se me identifiquei demais com ela, seu desespero, sua luta; não sou de pegar ninguém no colo mas acabei chorando junto. Um companheiro do AA nos visitando, abri a palavra e seu depoimento foi cheio de força, esperança... ele muito agradecido por ter a oportunidade de nos escutar, o outro lado, muita humildade. Duas companheiras que frequentam outros grupos também entre nós, partilhando o quanto se sentiram amadas na nossa salinha, trazendo suas vivências dentro da programação! E no final, quem acabou se emocionando fui eu. 

No finalzinho das partilhas, já estava pronta para encerrar quando mais uma vez, aquela companheira olhou para mim, para dentro de mim, e escutei "agora você". Eita! Não segurei a onda... só gratidão, por mais uma vez o PS ter levantado minha bunda do sofá e abrir aquela porta junto comigo, apreender um  pouquinho mais com meus companheiros, e ser um pouquinho melhor hoje do que fui ontem, poder ajudar e MAIS me ajudar! 

Reunião maravilhosa, guardada na caxinha das lembranças boas!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Tirando o vaso do pedestal


Ola meus queridos(as)

Finalmente volta as aulas! Engraçado que ontem, todas as mães deixando seus filhos na porta da escola estavam radiantes, felizes... aliviadas, ufa acabou as férias de verão! Eu faço parte deste grupo de mães felizes agradecendo aos quatro ventos pela volta as aulas!!!! 

Estivemos com o Caiçara no final de semana, agora que ele voltou a trabalhar, folga só domingo. Passamos o dia juntos, conversamos bastante, entupimos o I. de atenção e Coca-Cola (não deu mais para segurar, maldita primeira vez que deram refrigerante para ele). Sinto que aos poucos, ele vai se encontrando, ou pelo menos esta tentando. Voltar a trabalhar é fundamental, ele utiliza seu tempo de uma maneira produtiva (cabeça vazia oficina do diabo, né?), ganha um dinheirinho (sempre bom), se sente útil e fazendo parte desse imenso grupo de pessoas que acordam cedo todo dia e vão trabalhar. O dependente químico deve ser tratado como qualquer outra pessoa... Alias conversamos muito sobre isso, vira e mexe eu escuto, eu sou adicto blablabla eu sou adicto blablabla eu sou adicto. Uh, mas não escuto (de alguém que seja diabético por exemplo), eu sou diabético blablabla, eu sou diabético blablabla... Fico, as vezes, com a impressão de que existe até um certo "orgulho" digamos assim em ser adicto, como se fosse algo especial, ou nós os tratamos de forma diferenciada? 

Inúmeras vezes, não só eu mas várias companheiras, pisaram em ovos, engoliram o que queriam dizer pois ele é adicto, melhor não né? Vai que... Nós os tratamos como se fossem crianças mimadas, que não podem ser contrariados, como vasos de cristal, muito cuidado senão quebra. Ou os colocamos numa redoma, num pedestal! O quanto isso NÃO ajuda, alias pior, atrapalha e MUITO! O adicto é uma pessoa, como eu e você, nada de mais e deve ser amado e respeitado como qualquer outra pessoa. Você deixaria de mandar alguém ir catar coquinho porque é diabético?