terça-feira, 24 de maio de 2016

Se


Ola meus queridos(as)

Quantas vezes olhamos para trás imaginando o velho e bom SE....se eu tivesse feito isso, se eu tivesse feito aquilo, SE e se e se e se...O Se não ajuda muito depois que ele passou, O que foi feito, foi feito! E passar a vida imaginando o que o SE seria se não fosse, é quase uma tortura!

Mas, as vezes me pego pensando no Se... se eu tivesse escolhido a direita e não a esquerda, Se eu tivesse ficado, Se eu tivesse ido embora; sempre as escolhas. Pois o Se nada mais é do que as escolhas do que não fizemos. Não entendo muito tudo isso, destino talvez? 

Mas o SE é cruel quando remoído, alimentado, arrependido. Mas quem nunca se arrependeu de nada? 
Sabe aquele número da mega sena que você não jogou porque mudou de idéia? Será que o destino dita alguma coisa nas nossas vidas? Odeio pesar que sim, que nossas vidas são um gigante acaso de coincidências. 

Talvez seja, mas me recuso a aceitar. E Se fuder, fudeu...porque eu escolhi!

Talvez seja TPM brava, agravada pelo apartamento de cima que resolveu quebrar o piso inteiro (e quem aguenta marreta, britadeira e sei lá eu mais o que.. isso não é mais uma reforma, é construção ou destruição), mais um ser que deixa a sua cozinha parecendo Hiroshima depois de um spagetti com almôndegas... Ou seja apenas o meu SE... Se eu tivesse pulado pela janela, se eu tivesse me mudado para Thailandia, se eu manda-se todo mundo se fuder!  

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Intolerância


Ola meus queridos(as)

É com muita tristeza que observo uma gigante intolerância se instalando em nossa sociedade, e quanto mais ela cresce pior as relações humanas ficam. Tudo, hoje, é motivo de discussão, que devido a intolerância acaba escalando a agressividade verbal, e porque não dizer, física também.

O cara é branco, o cara é amarelo, o cara é preto, o cara é coxinha, o cara é pão com mortadela, o cara é gay, o cara é homofóbico, o cara tem dinheiro, o cara é pobre, o cara é sei lá eu o que... tudo é motivo para rotular. E se faz parte do seu grupo ótimo, senão joga pedra nele! O que aconteceu com a diversidade? O que aconteceu com o respeito ao outro? 

Quando nos tornamos juízes, promotores, advogados sem jurisdição, sem lei, sem constituição? O próximo passo (des)evolutivo é voltarmos aos clãs e sair na porrada impondo nossas verdades falhas e intolerantes...

Não cheguei lá, e espero nunca chegar MAS é com muita vergonha que relato algo que eu fiz. Odeio shopping, abomino porém, é um mal necessário, e ontem lá fui eu comprar um óculos de natação para o I. (o outro ele comeu, sério, mastigou) mais umas roupinhas de inverno, já que ele não cabe mais em calça nenhuma sem parecer um jeca-tatu! E como shopping é coisa do capeta, lá esta aquela promoção de edredon (vamos levar dois logo de uma vez), uns travesseiros, uns jogos de toalha e por ai vai.  Quando dei por mim era tanta sacola que mal conseguia andar pelos corredores (só os dois edredons ocupavam um espaço de duas pessoas). 

Passado das duas da tarde, fominha... odeio praça de alimentação, achei um pseudo restaurante (você se serve mas consegue sentar sem sair no braço com ninguém). Despejo as sacolas nas cadeiras, vou me servir, sento... 5 segundos depois veio uma senhorinha (que trabalhava lá recolhendo os pratos das mesas) tentando organizar minhas sacolas e coloca um edredon na mesa quase em cima do meu prato. Pronto, juntou o resto de TPM: Ei, o que você esta fazendo? Tentando ajudar, as sacolas estam atrapalhando o caminho. É mesmo? Então você coloca em cima da mesa? O edredon vai almoçar em cima do meu prato também? Resumindo, fui super grossa.

A comida foi ficando amarga, me senti tão mal por ter " destratado" aquela senhorinha... fiquei tão constrangida comigo mesma, nem terminei de almoçar direito. Lá veio ela recolher meu prato, segurei no braço dela e pedi desculpas, a senhora me desculpe não quis gritar com você... Ela olhou para mim, com seu olhar triste, desprovido de brilho e sonhos, seu rosto sofrido, murcho e disse sem nenhuma emoção: "Tudo bem, estou acostumada a ser maltratada pelos clientes".

Quis morrer, cavar um buraco... não consegui dizer mais nada, fiquei paralisada, recolhi as mil sacolas e sai correndo querendo pular pela primeira janela que encontrasse. É isso que estamos (ou eu estou) me tornando? E pior, a senhorinha simplesmente achou normal, mais um cliente a maltratando... 

Sem saber, essa senhorinha me ensinou uma valiosa lição... Espero ter apreendido! 


quarta-feira, 18 de maio de 2016

O tempo e o vento


Ola meus queridos(as)

Confesso, Érico Veríssimo foi meu companheiro e seus livros habitaram minha imaginação por vários anos; principalmente quando descobri a beleza poética sulista dos pampas, seus nevoeiros matinais, sua geada fina e branca pintando a paisagem, o por do sol tardio avermelhado, o chimarrão amargo e quente... o silêncio do tempo e o vento, quando sopra da "banda oriental" forte, constante, ensurdecedor! E como dizia Ana Terra: "Sempre que me acontece alguma coisa importante, esta ventando". 

E como diz o I. "O vento esta ventando", nada muito poético vindo do meu pequeno de 4 anos escutando o vento no décimo oitavo andar deste arranha-céu que nada lembra os pampas e seus minuanos invernais e meus anos gaudérios! Sério, até um lindo vestido de prenda eu tinha, uma bomba de chimarrão de prata herdada de um enorme e já desencarnado amigo, a cúia mais curtida de todo o Rio Grande, as tardes preguiçosas na varanda, um fogão a lenha que mais esfumaçava a sala do que aquecia (mas era uma relíquia), os churrascos infindáveis de apara de costela (picanha é para os principiantes)... tudo no sul é intenso, amplo, contemplativo. E como dizia Bibiana Terra: "Parece que o tempo maneia o vento"...

E o tempo mais uma vez me ensina tanto, calma. Sou uma pessoa ansiosa por natureza, o que é péssimo por si só, mas a lenta (ou as vezes apressada) passagem do tempo me ensina a ter calma. Tudo tem seu tempo, é o que dizem... nunca entendi muito isso, pois queria EU atropelar o tempo. Talvez porque não soubesse valorizar o aqui e agora, queria que o tempo passasse rápido e transforma-se o agora em passado.

Hoje eu gosto do agora, e que o agora vire passado no seu tempo... O agora é bom!

E quando o tempo passar e o vento "ventar" quero olhar para o agora e sentir saudades desse tempo bom!

P.S: E o tempo realmente passa, essa semana o Caiçara, enquanto salteava as batatas e grelhava o atum com crosta de gergelim para a janta, casualmente segurou minha cintura na cozinha enquanto eu lavava a salada e sussurrou no meu ouvido: "Hoje fazem 10 meses que estou em recuperação, só por hoje". Eu simplesmente o levei para cama e as batatas e o atum queimaram... ainda bem que temos delivery a qualquer hora nesta metrópole!!!!