quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Não minta


Ola meus queridos(as)

Resolvi escrever hoje sobre algo de primordial importância. Antes de mais nada, não sou psicóloga, não sou pedagoga e não tenho nenhuma educação formal em comportamento infantil (só a prática mesmo de mãe do pequeno I. de 5 anos). Pelo contrário, humanas não é a minha área, sei derivar a equação de vorticidade de olhos fechados mas não entendo gente... é caos. Mas entendo da importância de educar e amar um filho.

Se o pai do seu filho é um adicto, ou um pai ausente, ou um pai zero a esquerda, não envolva seu filho nisso; principalmente se ele for pequeno e ainda não tiver ferramentas para absorver esses conceitos. Com o tempo, eles vão crescer e desenvolver sua própria relação com esse "pai". Nem quando você estiver explodindo de raiva porque mais uma vez o "pai" não apareceu para levá-lo no cinema, não deixei espirrar na criança. Ao contrário, explique MAS não minta. Nunca minta para o seu filho! Claro que cada faixa etária deve ser abordada dentro da sua compreensão, resumindo, o que a cabecinha do pequeno conseguir processar sem subestimar sua inteligência.

Não invente estórias mirabolantes, seja direto e objetivo. Não quebre a confiança que seu filho tem em você, por mais que queira protegê-lo. Lembre como você se sente cada vez que alguém querido mente (ou omite a verdade, os adictos adoram usar essa frase).

Ame muito seu pequeno, ensine, cuide, não o envolva nos seus problemas e NUNCA minta para ele. Crie um laço de respeito e honestidade que durará toda a vida!




quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Esse problema não é meu


Ola meus queridos(as)

Temos a tendência, ou predisposição de sair resolvendo todos os problemas do mundo: desde a crise migratória na Europa até o pãozinho francês da padaria que esta saindo queimado do forno. É quase patológico como abraçamos problemas que não são nossos. 

Outro dia estávamos conversando, o Caiçara falando de alguns problemas do seu trabalho, e quando dei por mim lá estava eu maquinando como resolve-los. Opa, pera aí! Como se eu já não tivesse problemas suficientes na minha vida, porque adotar os dele também? Ou os dos outros?  Claro que podemos e devemos ser solidários, um ouvido amigo e fica por ai. Esse problema não é meu...

O poder libertador do "esse problema não é meu"! Hoje, esse é o meu mantra... quando começo a perceber que estou me envolvendo demais em algo que não me diz respeito (como se o novo auxiliar de cozinha será competente ou se vai dar tempo de desalgar as carnes para a feijoada de sábado no restaurante), opa! São alguns resquícios de codependência que ainda surgem apesar de anos de recuperação. Aquela necessidade de controle, aquela maluquice de achar que vamos salvar a pátria e abraçar todos os problemas do universo, e pior, resolvê-los. Insanidade total, né?

Preciso sempre me monitorar para não entrar nessa dança novamente, e isso; cuidar de mim e dos MEUS problema, é problema meu...para o resto " esse problema não é meu"!

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Gaiola


Ola meus queridos(as)

Cadê a chave? Como abrir a porta? Não sei... nos emprisionamos em nós mesmos. Medo? Dor? Sei lá... Quem cria as gaiolas somos nós mesmos. Quem sabe como destruí-las somos nós mesmos também.  Você construiu, ninguém melhor do que você sabe como (des)construir! 

Quebre essa gaiola, vamos voar por ai; pode ser assustador, e é... mas vale a pena. Ninguém, nem nada nasceu para viver preso, preso a dor, preso ao passado, preso aos erros, preso a culpa, preso a uma gaiola, preso numa prisão.

Se liberte! Se encontre, faça o que você tem vontade, pule de para-quedas, venda tudo e se mude para Tailândia, abra uma ONG, plante alface orgânico no deserto, sei lá... se encontre, se escute, se ame. E se alguém quiser ir junto, melhor ainda! 

Se não, tenho certeza que muita gente boa vai aparecer no caminho para ajudar a plantar alface!

Seja feliz... só isso, fazendo o que te dá prazer! E se no meio do caminho você mudar de idéia, tudo bem também. Lembre, se respeite, ame o próximo e acredito eu, que no final, estaremos todos lá fazendo um churrasco em comunhão com o PS! 

O melhor presente


Ola meus queridos(as)

Ontem foi o dia das crianças, mas o melhor presente de todos quem recebeu fui eu... ver o quanto meu filho é querido e amado (e não só por mim ou minha família). 

Do lado de casa temos um excelente restaurante japonês, bem famoso aqui na Vila, e nesse restaurante trabalha o "tio" como manobrista. Todos os dias passamos na frente do restaurante e lá está o tio, é só o I. vê-lo que ele sai correndo e se joga no seu colo. O tio é sempre muito carinhoso com o I., brinca com ele, pergunta dele quando passo por lá,; mas eu não sei muito sobre ele, apenas que ele tem 5 filhos, mora longe, trabalha muito e mesmo a vida sendo dura, ele sempre esta sorrindo.  Todos os dias, os ensolarados e os chuvosos também, lá esta ele, com seu bom dia alegre e seu sorriso sincero, abraçando meu filho por alguns minutos quando caminhamos para a escola de manhã. 

Não sei muito da sua vida, nunca sentamos e tomamos uma cerveja, não tenho seu telefone nem sei o nome dos seus filhos... mas ele sabe o nome do meu. E nos dias de chuva, quando passo na frente do restaurante sem meu guarda chuva, ele me acompanha com o seu até a porta do meu prédio para que eu não fique mais ensopada do que já estou... sempre tem um pirulito escondido no bolso para o I., uma balinha desviada do pote do restaurante... uma luz que não sei donde vem. Uma educação, um carinho, um cuidado com o outro.

E ontem, quando o Caiçara foi na padaria o "tio" pediu para ver o I., que já estava de pijama em casa (estávamos terminando de jantar). Uns minutos depois, voltam o Caiçara, o I. e um presente, um carrinho amarelo que o "tio" deu! Não ia esquecer do meu amiguinho no dia das crianças, disse ele!!!

Pois é, o tio, que não tem uma vida fácil, com 5 filhos lembrou do meu; esse carrinho/carinho será guardado no coração, no meu coração, no coração do I., e espero que nos corações de todos vocês. O ser humano sempre nos surpreende, com sua solidariedade, amor e carinho.

E acho que, como mãe, algo certo eu devo estar fazendo na educação do meu pequeno que conquista os corações mais puros e dignos.


sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Sinal vermelho


Ola meus queridos(as)

Caiu o primeiro dente de leite do I., fizemos todo o ritual da fada do dente com direito a deixar o dente embaixo do travesseiro e moeda em troca. Marquei uma consulta no dentista (ops, desculpe odontopediatrista), 14:30. Arranjo e desarranjo os horários, faço uma ginástica temporal e lá vamos nós. Chegamos no horário, milagre... espera, espera; a doutora não chega. Uh, será que ficou presa no trânsito ou aconteceu algo? 15:30 desisto, vamos embora. Uma mescla de "estou puta" e preocupada (vai que aconteceu algo) envio um whatsapp. Resposta, sim a consulta é as 14:30 mas na próxima segunda feira (hoje é sexta)! 

Devo estar enlouquecendo mesmo. Ou o Alzheimer esta foda! Ri um monte primeiro e depois comecei a pensar, não sou eu totalmente vivendo no mundo da Lua (sei que as vezes moro lá uns tempos), isso é algo mais... é estresse, é falta de atenção, é maluquice mesmo! Sou eu atropelada por mim mesma... Acho que estou cansada, é isso, estou cansada. E qualquer dia destes esqueço meu filho na escola, na natação ou em outro lugar. Ou esqueço uma reunião importante, ou esqueço meu nome... sei lá. Não quero ser dramática, mas nesses momentos precisamos parar e repensar. O que esta acontecendo? 

Alerta vermelho, momento desacelerar, colocar o pé no freio, ir pra praia mas como agora? No meio de um projeto para o CDP (Carbon Disclosure Program) com uma deadline apertadíssima, I. no meio do semestre escolar, como simplesmente ir para praia? Talvez um final de semana.

Mas é um sinal...minha cabeça esta em curto circuito!


quinta-feira, 15 de setembro de 2016

O terror


Ola meus queridos(as)

De tempos em tempos dou uma fuçada nos blogs por ai, grande parte dos dinossauros se aposentaram (o que é ótimo) ou tomaram outros rumos escrevendo sobre X (poesia, evolução espiritual, dieta etc...). Alguns ainda existem e continuam ajudando muita gente (quero acreditar eu), alguns novos aparecem enfim, é um ciclo. 

Mas ainda vejo muita dor, muitas vidas (principalmente mulheres, mães) sofrendo, perdidas... e isso dói aqui dentro também. Queria poder simplesmente dizer a todas elas que não estão sozinhas, procure ajuda (o Nar-Anon foi e é a minha casa), deixe a vida fluir e tudo vai ficar bem. Quando você esta no olho do furação, nenhuma dessas palavras fazem o mínimo sentido... Eu sei. É trabalho de formiguinha mesmo, um tijolo de cada vez. É pesado o primeiro tijolo, o segundo um pouco menos e dia após dia, sua casa vai sendo construída e no final, que vontade de levantar mais um tijolo! Com satisfação você olha para trás e fica feliz com o que construiu... Você se reconstruiu!!!!

Quanto tempo leva? Não sei, meses, anos, décadas.... uma vida toda; vale a pena? Opa! É a sua vida, né? Só temos essa. A dor causada por conviver com um dependente químico não tem tamanho, os absurdos, o medo, o abuso (emocional ou físico), a culpa, e porque não dizer, o terror! É um terrorismo bárbaro, ficamos reféns desse terror e nos libertamos APENAS quando decidimos dar um basta. O terrorista não vai nos libertar, somos nós que um belo dia de sol saímos andando e foda-se! E o terrorista deixa de existir... E ele não é mais alguém que pode te machucar, é apenas mais uma pessoa que sofre também. E neste momento cabe a você decidir se quer continuar convivendo com essa pessoa, que não é apenas mais do que uma pessoa, ou não.

Ou foda-se! É sempre uma boa opção! Viva e deixe viver...

P.S: Desculpe se metade do NA teve um chilique agora, mas todo adicto na ativa é um terrorista sim, e cuidado, ele vai explodir uma bomba na sua vida se você deixar, e destruí-la!


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Um ano limpo e sereno(?)


Ola meus queridos(as)

E o inatingível foi atingido. Semana passada o Caiçara trocou sua ficha: limpo e sereno por um ano! Não pude deixar de me orgulhar um pouquinho (mas não contei para ele), continuo na postura "não esta fazendo mais que a sua obrigação"...MAS algo aqui dentro mudou. Sabe quando você se permite voltar a acreditar que é possível ele viver sem drogas? Talvez até o dia que ele morrer bem velhinho ou num acidente de carro, vai saber... mas limpo. Já a parte que diz sereno, são outro 500s. 

Ninguém muda da água para o vinho, infelizmente ele ainda tem alguns comportamentos totalmente inadequados e explosivos do nada. Estou chegando a conclusão que ser "estouradinho" faz parte da personalidade dele mesmo, e cabe a ele apreender a lidar com isso. Alias eu também, você também, o universo também tem momentos que nos comportamos "meio" fora do eixo. No fundo faz parte do ser humano, não somos perfeitos nem nunca seremos. Chegou o momento de parar, analisar e permitir que ele seja ele, não tem mais a droga para culpar. 

Sereno, eu lá vivo serena? Não. Tenho momentos de serenidade, de paz, e outros de estresse, de TPM, de saco cheio e TUDO bem! O truque é esse, se aceitar e buscar um equilíbrio entre matar alguém e salvar o mundo. 

Meus queridos, não sei em que momento vocês estão, querendo matar alguém ou salvando o mundo MAS procurar um meio termo, um equilíbrio parece ser a chave. Não a chave da felicidade eterna, mas a chave para uma vida BEM vivida!!! Então vamos lá!

E parabéns meu amor! Que vários outros anos virão... limpos, e se possível, serenos!