sexta-feira, 31 de maio de 2013

Mais barulho


Ola meus queridos(as)

Pois é, ainda continuo aqui em Sampa, o I. está doente e achei imprudente descermos a serra com ele assim... apenas uma laringite mas com febre, o que é o agravante. Claro que o Caiçara não recebeu essa notícia muito bem, alias quando ligou de manhã achou que estávamos na estrada. Entendo sua frustração, mas pera aí né? Não precisava ter ficado tão mal humorado assim... 

Tivemos uma discussão, no mínimo desagradável no telefone. O tom só não escalou mais pois, graças ao meu Poder Superior, não entro mais nas suas manipulações. Ele ainda não entendeu que não funciona mais!!!!! Parece que quanto mais ele tenta, e menos resultados ele obtem mais irritado ele fica...e acabou desligando grosseiramente. Tá bom, fazer o quê? Me descabelar, ligar de volta? Longe disso... Apenas sinto muito pela sua falta de compreensão, ele esta sim, e terá que vivenciar as consequências das suas escolhas, é isso. Simples assim. Infelizmente ele continua muito revoltado com alguns acontecimentos, tentando procurar algo/alguém (entenda-se EU) para culpar/explodir. Mas comigo não violão! Não jogue suas frustrações e problemas em cima de mim. 

Escutei tanta abobrinha que nem sei direito como racionalmente colocar isso. Melhor é falar de mim: sim, ainda tenho sérias cicatrizes causadas por essa dinâmica "o mundo Vs. dona barriga"(claro que ele sempre ficou do lado do "mundo"), eu e o I. fomos deixados de lado, colocados em segundo plano, excluídos, desconsiderados, menosprezados e por ai vai. Tudo isso deixou cicatrizes, algumas ainda sangram outras nem tanto, mas fazer de conta é inviável. E dói, ainda, mas sofrer não mais (por mais que tenha sido ele quem causou esses ferimentos cabe a mim, é minha responsabilidade, cuidar deles para que cicatrizem). Porém são frutos das escolhas dele, então essas são as consequências, e ficar pisando em ovos não ajuda ninguém. 

No começo achei que era eu que não tinha mais paciência para escutar essa espiral que não vai para lugar nenhum, aos poucos fui percebendo que não é falta de paciência, é conhecimento, saber identificar esses padrões de comportamento que levam nada a lugar nenhum, totalmente infrutíferos, e não entrar no parquinho, simplesmente utilizar as ferramentas que lentamente apreendi e não alimentar sua doença (pois ela fala meus queridos). 

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Barulho


Ola meus queridos(as)

Feriadão preguiçoso, eu e o I. acabamos dormindo até tarde neste friozinho gostoso, minha mãe em casa curtindo o neto, algumas comprinhas básicas e vamos começar o projeto "sair das fraldas". Eu já tinha comprado um piniquinho, mas resolvi espalha-los pela casa, então compramos mais alguns hoje. Andei lendo bastante sobre como introduzir esse novo desafio na vida da criança, só espero não meter os pés pelas mãos; acho que na verdade quem esta ansiosa sou eu, o I. continua bem feliz nas suas fraldas e sem muita pressa... Então vamos com calma! Olha que beleza, podemos utilizar os nossos lemas do Nar-Anon até para desfraldar nossos pequenos! Mil e uma utilidades.

Aproveitei para estudar um pouco, colocar a pós graduação em dia e terminar alguns projetos pendentes (melhor atrasados mesmo). Enfim, levando a vidinha... ele? Os momentos difíceis estam tornando-se dias difíceis, semanas difíceis... Deprimido, auto estima lá embaixo. Como ajudar assertivamente? Honestamente, tudo isso é muito novo e desconhecido para mim. Cadê o manual? Passo 18: O quê dizer quando a pessoa que você ama recém saído de um internação, limpo a 6 meses, esta deprimido? Não tem passo 18... O jeito é ir apreendendo no dia a dia mesmo, seguindo minha intuição. E finalmente colocar o terceiro passo em prática e entregar ao Poder Superior, ele sabe o que faz! Ficar em silêncio para poder escuta-ló, pois ele fala com cada um de nós sempre. Infelizmente estamos tão "barulhentos" que sua voz se perde no turbilhão de emoções malucas...

Seguro minha mão na sua, uno meu coração ao seu para que juntos possamos fazer aquilo que sozinha eu não consigo...

Serenidade!

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Pão com mortadela


Ola meus queridos(as)

Quarta a tarde com gostinho de sexta, que venha o feriadão! Minha cabeça já desceu a serra, só falta o resto que ainda esta aqui no planalto... Mas pensando bem, seria mais prudente descer na sexta, tenho um certo receio de ficar parada na Imigrantes com o I. no carro (amanhã quem puder ir para praia estará na estrada, entenda-se congestionamento). 

Ontem cheguei atrasa na sala (tivemos uma aula online ao vivo do curso de pós) mas avisei minha madrinha que segurou a onda. Poucas pessoas, só a velha guarda mesmo. Sempre bom demais me sentir fazendo parte dessa irmandade, e acolhida no calor da nossa sala numa terça a noite fria e chuvosa. Apoiamos um casal de companheiros, que depois de muita luta, conseguiu internar o filho e terão a primeira visita depois de quase 40 dias... Nas conversas pelo telefone a manipulação a mil, amigos fiquem firmes! E não esqueçam do "chá do já to bão", ele vai começar reclamando da comida e por ai vai. Filho, adicto ou não, sempre sabe ir direto aonde dói mais em nós, mães, né? Eles atacam nossos pontos fracos. Depois da sala fomos tomar uma cervejinha básica, eu e minha madrinha para  colocar o papo em dia. Sem maiores chulapadas, alias esta tranquilo demais! 

Conversamos algumas vezes durante o dia, confesso que perdi um pouco minha serenidade escutando as maluquices da irmã dele (puxa, eu prometi para mim que não iria mais falar disso), suas mesquinharias, picuínhas... e quanto tudo isso esta abalando o emocional do Caiçara (por mais que ele diga que não). Olha, mais uma vez eu não tenho bola de cristal mas era meio óbvio como as coisas iriam acontecer, e o presente momento só prova isso. Ela só critica, joga na cara dele; e ah! Esqueci, a melhor, esta de casamento marcado com um adicto em recuperação que conheceu na clínica a dois meses atrás... nem preciso dizer que vai dar merda né? Alias ele já esta morando lá no manicómio, e o Caiçara cada vez mais se sentindo um peixe fora d'água nesta dinâmica toda. Só espero que ele esteja bem longe do manicómio quando a merda bater no ventilador...

Enfim, eu não acho o adequado mas honestamente, lá no fundinho, é relevante ele estar passando por isso... na sua carta de agradecimento, quando terminou o tratamento agradeceu a irmã (nem uma linha para mim ou o I.), na última visita nós não fomos pois ELA estaria lá, eu não posso por os pés na casa deles (dela na verdade né?)... é meus queridos, ele precisa passar por isso sim! E apreender a dar valor para quem realmente sempre esteve do seu lado. O poder superior sabe o que faz e sabe MUITO bem mesmo. Não é nenhum sentimento "vingancinha", apenas ele vivendo as consequências das escolhas que fez anteriormente.

E o pior, continua não enxergando um palmo na frente do seu nariz com relação a isso, não entende e ainda me "culpa" por não conseguir "perdoar"... Não é culpa, e eu não tenho que perdoar nada neste momento, quem precisa entender as escolhas e sofrer as consequências delas é ele, não eu. E quem tem que conviver com a maluca da irmã é ele, não eu... e por escolha dele, não minha. Pois eu e o I. fomos colocados em segundo plano sim, então se vire. E desta vez, madrinha (fique tranquila) vou deixar ele sofrer as consequências sozinho! Continue agradecendo à ela e dá-lhe pão com mortadela!




segunda-feira, 27 de maio de 2013

Ameaça


Ola meus queridos(as)

Pois é, nem o frio me acovardou e desci a serra no sábado cedinho. Não resisti, e a saudade era grande, enorme, gigante! Além de que estou sempre disposta a fugir de São Paulo em todas as oportunidades possíveis... Desta vez o I. ficou, desci sozinha (sei que o Caiçara ficou meio chateado pois queria muito ver o filho mas eu estava sem carro e devemos ir todos no feriado agora). 

O tempo ajudou, apesar do friozinho (bom para dormir abraçadinhos) os dias estavam ensolarados e convidativos à andadas na praia, cervejinha (só para mim) nos quiosques e namoro. Aos poucos vamos nos reconectando, recomeçando, traçando planos comuns; também vamos dissecando algumas coisas ainda pendentes do passado. Nem tudo são flores, e já que optamos em não mais varrer a poeira para baixo do tapete estamos num processo "faxina" digamos assim, mas dentro do limite de cada um. Sei a dificuldade que é para ele falar sobre certas coisas que aconteceram, preciso entender o tempo dele, quando ele estiver pronto para falar/reparar. Também percebi que não estou tão resolvida sobre alguns assuntos como achava! Porém o importante é que estamos nos escutando.

Entre várias coisas que conversamos acho interessante partilhar uma específica, talvez no intuito que possa ajudar alguém a apreender com o "erro"que eu cometi. Aceito que as coisas aconteceram por uma razão: que ele chegasse no seu fundo do poço. Ele já vinha na ativa a quase um mês, não tinha como esconder da família (coisas dentro de casa sumido, aquele comportamento surreal, etc...); todos sabiam mas em nenhum momento me falaram nada (eu aqui em Sampa achando que estava tudo tranquilo)! Só quando a merda bateu no ventilador e caiu na minha cara mesmo...Perguntei a ele o porque não tinha pedido ajuda antes? Ele disse que não queria que eu soubesse e afastasse o I. dele. É queridos, ameacei sim, se ele voltasse a usar crack eu pegaria o primeiro avião para os USA e ele nunca mais veria o seu filho. Olha a meleca que eu fiz! Ele querendo ajuda mas com medo de pedir e eu simplesmente sumir com o nosso filho! Inúmeras vezes ele disse que quis pedir ajuda, quase conseguia mas tinha medo pois eu o AMEACEI. E implorava para família super codependente dele que não me falasse nada senão ninguém nunca mais veria o I. (eita manipulação boa também).  Claro que esse meu comportamento foi muito antes do Nar-Anon...

O que eu posso deixar para vocês meus queridos dessa liçãozinha? Sabemos que o dependente químico só vai pedir ajudar quando estiver preparado, não adianta a gente oferecer antes da hora DELES mas precisamos estar preparados para escutar esse pedido de ajuda quando vier... Eu não escutei! Só fui escutar quando ele gritou HELP passando em cima do medo de nunca mais ver o filho (como eu, insanamente, o ameacei se ele voltasse a usar drogas).

P.S: Só complementando, o dependente químico só vai pedir ajuda quando chegar no seu fundo do poço, só vai parar de usar drogas quando ELE quiser...não adianta ameaçar, chantagear, amarrar, bater, xingar, nem trancar no banheiro! 

quinta-feira, 23 de maio de 2013

A velhice chegando


Ola meus queridos(as)

Um dia (será que eu chego lá) também terei 70 anos... E com a idade, as teimosias, as manias, as verdades absolutas, e as micro paranóias também. Hoje não soube lidar numa boa com toda essa dinâmica, e confesso, sugeri que minha mãe fosse fazer uma psicanálise pois entrou em surto psicótico! Como pode, uma pessoa tão racional quanto ela se perder, ao ponto de insistentemente me seguir pela casa quando me recusei a continuar conversando (quer dizer discutindo né?). E agora caiu a ficha, e lá esta ela se sentindo a última das últimas... que meleca. Começou a oscilar, e ela sabe disso (é muito mais inteligente que eu) e deve estar doendo. 

Na verdade o enorme medo da minha mãe é trilhar o mesmo final da minha avó. Mulher de fibra, brilhante, umas das primeiras engenheiras de minas do Brasil (mais uma estória de exilados da segunda guerra), polonesa que nunca apreendeu a falar português direito, tomava um litro de vodka no final de semana, jogada baralho como ninguém (só a dinheiro), adorava casacos de pele (desculpem os ambientalistas, mas naquela época não eram sintéticos não), bolsas bordadas de cristal, chapéus e luvas!  Minha avó era uma figura, firme mas doce ao mesmo tempo, impulsiva mas racional, super profissional mas a giga dona de casa (as receitas dos varenikes, pirogue e o borscht morreram com ela)  polonesa mas do mundo (minha mãe também nasceu na Europa, no meio da guerra, de acordo com as lendas num campo de trabalho forçado na fronteira com a Alemanha, mas deixo as "lendas verdadeiras" da minha família para outro post). Nossa, parece que estou vendo eu e minha irmã invadindo o armário da minha avó, vestindo aquelas roupas de mil novecentos e bolinha, desfilando pela sala enquanto minha avó só dava risada e terminava de marinar o arenque na cozinha... Memórias, tão distâncias, tão boas! Ela era uma figura mesmo! E as noites de sábado, chegava a Olga, a Olenka, a Natasha e de repente todos os poloneses/russo exilados de Águas de Lindóia só falando em russo ou polonês a noite inteira, jogando burraco (melhor roubando), tomando vodka, comendo caviar... e eu lá, com meus 10 anos de idade achando tudo o máximo!  E depois a Olga ia para o piano (sei lá como ela conseguia tocar alguma coisa ainda) e eles cantavam umas músicas dor de cotovelo que só eles conheciam madrugada a dentro.

Depois que meu avô faleceu, provavelmente por se sentir sozinha, acabou casando com um alemão muito estranho, meio misterioso e anos depois descobrimos o porque. Ele morava isolado, um sítio no meio do mato, dizia que era aposentado da Volkswagen e isso era tudo que sabíamos dele. Os anos foram passando, nós crescendo, eles levando a vidinha de interior até que um belo dia ele disse que precisava resolver umas coisas na Alemanha, viajou na sexta, voltou no domingo e na segunda quando minha avó chegou em casa da sua aula de cerâmica encontrou o alemão enforcado no galpão dos fundos aonde ela criava escargot (pensando bem minha avó era muito louca mesmo).

Com o seu suicídio, seu passado veio a tona, ele era um nazista. Nesta altura minha avó já tinha passado dos 70 anos, e a cabeça que andava meio falhando entrou em curto circuito. O Alzaheimer foi gradualmente apagando sua memória, a última vez que vi a minha avó ela já não me reconhecia mais, e falando em polonês apontava para uma foto minha quando eu era uma criança de 10 anos de idade. A neta dela era aquela criança e não a mulher que estava na sua frente... muito triste. Aos poucos ela foi parando de falar, andar, comer e duas enfermeiras cuidavam dela 24 horas por dia, aquela pessoa que foi cheia de vida entrevada numa cama. E assim foram vários anos, eu não morava mais no Brasil; e depois de quase 10 anos ela veio a falecer.

No fundo minha mãe tem medo de acabar como a minha avó, é essa a realidade. Ela tem medo que a história se repita, ela tem medo de ficar insana...

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Informação


Ola meus queridos(as)

Ontem na sala tivemos uma partilha/depoimento de uma companheira, que diga-se de passagem, eu admiro muito, bastante interessante. Não lembro exatamente como chegamos neste tópico (apesar de ter sido eu que coordenei e a literatura era a respeito das tradições, mas uma coisa engata na outra e enquanto estiver fluindo numa boa eu deixo correr) que esta bem em evidência e na moda, regularizar a maconha (na verdade é legalizar mesmo a palavra). Honestamente eu não tenho uma opinião formada a respeito, mas nossa companheira colocou a necessidade de limites e INFORMAÇÃO (tudo bem ela é jornalista e puxa a sardinha para o seu lado...to brincando)! Proibir, coibir e ignorar só leva a IGNORÂNCIA. Ela mencionou, como exemplo, o cigarro e sua experiência com ele quando jovem. Ela fumou e muito, porque? Naquela época a Greta Garbo fumava, as mulheres bem resolvidas, glamorosas e independente fumavam...lindo, e ninguém tinha a informação dos malefícios que o cigarro causa a saúde (câncer entre eles), além de que custava 50 centavos e se fumava até dentro dos cinemas/elevadores/voôs etc... (que viagem né? Você consegue imaginar alguém ascendendo um cigarro dentro do cinema hoje?). De 20 anos para cá o número de fumantes no país diminuiu, porque? Porque as pessoas começaram a se informar, o modelo abordado mudou, as campanhas de esclarecimento surgiram, as propagandas foram banidas da TV/jornais/revistas (quem não lembra daquele cowboy maravilhoso convidando você a "venha para o mundo de Marlboro"?)... e o preço foi lá na estratosfera. A política mudou, limites e informação; e hoje se você quiser fumar você sabe o preço que iria pagar pela sua escolha.

A maconha e alucinógenos (como LSD) também tiveram o seu momento glamour durante a década de 70 e sua filosofia flower power/make love not war; Woodstock total. O intelectual, o artista, a nova geração, a era de Aquários e por ai vai. Porém tudo isso veio dentro de um contexto de mudanças socio comportamentais dentro de uma sociedade historicamente passando por uma "revolução" cultural digamos... E os nossos maconheiros de hoje? Só querem ficar chapados e fugir da realidade escutando Bob Marley e jogando video games (talvez eu esteja simplificando um pouco). 

Claro que cigarro é cigarro e maconha é maconha, mas a informação é uma ferramenta muito poderosa.  A informação (e não a ignorância) deve ser a nossa aliada nesta luta, fico imaginando o I. daqui uns anos, eu espero poder passar as informações à ele e, com essa bagagem, ele fazer suas escolhas. Infelizmente ainda não falamos abertamente sobre drogas, como se fosse um tabu (da mesma forma que não falavamos sobre sexo a algumas décadas atrás). Os pais por não terem a informação acabam ignorando essa problemática toda, até que um belo dia descobre um baseado na gaveta do quarto do filho e entra em surto psicótico (isso quando já não é um papelote de cocaína, ou uma pedra de crack). E sai todo mundo correndo, desesperado se culpando "aonde eu errei", atrás de psiquiatra, clínica e por ai vai. Que falta faz a informação...

Queridos, vamos abrir o olho! As drogas estão ai, historicamente sempre estiverão e provavelmente continuarão por ai... Esconder embaixo do tapete da nossa ignorância não farão elas desaparecerem. O que precisamos é ter as ferramentas para lidar com essa realidade. 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Cabe todo mundo


Ola meus queridos(as)

Começo de semana um pouco complicado, o I. esta doentinho... é essa meleca de mega gripe contaminando todo mundo! Acordou de madrugada com febre, esta com muita coriza, tossindo e claro, hiper ultra manhoso e chato. Achei mais prudente não levá-lo na escola (o que significa que não consegui fazer nada a manhã inteira até a babá chegar na hora do almoço), além de ter exercitado todo meu lado zen budista, se gente grande doente já é um dengo imagina uma criança com menos de 2 anos de idade! Derrete né? Tadinho, mas ser mãe é isso ai também, faz parte do contrato "amor incondicional à de eterno" que você assinou na maternidade (mesmo sem saber)! Mas da uma dó do pequeno, parece que nem ele se aguenta. Os imprevistos de uma segunda feira.

E ele? Bom, continua com alguns comportamentos que não mudam. Voltou na problemática "clínica vs. dona barriga" (que eu já enterrei então nem vou mais me dar ao trabalho de perder dois segundos com isso), depois "irmã vs. dona barriga" (antes era " mãe vs. dona barriga") e me questiono, qual será o próximo duelo? "papagaio vs. dona barriga" (eu realmente não gosto daquele papagaio). Sempre a mesma temática, "X vs. dona barriga"... Novamente, estou ficando meio de saco cheio disso, ele não consegue trabalhar que cada um tem o seu espaço e importância (dentro dele), mãe é mãe, irmã é irmã, mulher é mulher, filho é filho e papagaio é papagaio pombas! Não dá para misturar tudo no mesmo liquidificar e bater achando que a receita vai dar certo. Sinto que é o reflexo das suas ainda confusões, olha a importância de uma terapia familiar, que não houve, gritando? Saber que cada um tem seu papel dentro da dinâmica familiar (inclusive ele). Ninguém merece ser amado mais ou menos. Maluquice, é a mesma coisa de eu ter que escolher entre amar o meu filho ou a minha mãe... Cada um tem o meu amor incondicional, mas de formas diferentes e únicas, cada um tem o seu espaço (enorme) dentro de mim. Não existe competição... pena que ele ainda não entendeu isso. Cabe todo mundo, tem amor para todo mundo!!!

E eu acredito que tenha espaço e amor dentro dele para todos nós também.

E eu? Continuo no meu exercício diário, não julgar, escutar e respeitar. Nem sempre com sucesso, puxa, não é natural, preciso realmente me monitorar constantemente. Minha madrinha, e as companheiras com muitos anos de programa me acalentaram, com o tempo passa a ser mais intuitivo, deixa de ser algo que você precisa se cobrar a cada minuto...aos poucos vai fazendo parte sem você perceber, como respirar. Tá bom madrinha e seus 20 mil anos de Nar-Anon.


domingo, 19 de maio de 2013

Eu também...não basta


Ola meus queridos(as)

O que fazer quando aquele "eu te amo" só sai quando você diz e o outro apenas responde "eu também"? A iniciativa nunca é dele... e se você não diz nada, é um simples "tchau beijos"... Entendo que hoje não esta sendo o melhor dia da face da terra (para ele), um pouco deprimido mas esse padrão "eu também" é meio diário. Não que escutar ele dizer eu te amo de livre espontânea vontade do nada será o evento fundamental do ano para mim, mais um pouco de compreensão não faz mal a ninguém. 

Ou simplesmente todos os homens são assim? Olha, não! Já fui casada por quase 15 anos com uma pessoa, e em nenhum destes anos ele foi indiferente com os seus sentimentos (e os meus também), chorava quando assim queria, nunca deixou de dizer o quanto me amava, e adorava passear no shopping, cozinhar e arrumar a casa (tá, talvez eu tenha casado com uma mulher sem saber - estou brincando, mas ninguém é perfeito ne'?)! Esta ai a diferença... a tranquilidade de estar bem resolvido com seus sentimentos e saber expressa-los sem medo. 

Eu não sou das dez mais românticas, não gosto de homem grudento, babando em cima de você a toda hora mas gosto de carinho, intimidade, e um "eu te amo" sincero e não apenas um "eu também"...Sei lá, não vou dar muita margem para esse momento, nem questionar demais. Que seja... mas sendo honesta comigo mesma, sinto falta de escutar um "eu te amo" de vez enquando.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Férias do parquinho


Ola meus queridos(as)

Minha cabeça anda meio a mil, pensando em trilhões de coisas ao mesmo tempo...e quando você dispersa acaba não pensando produtivamente sobre nada! Confesso que o nosso tão sábio lema não esta sendo colocado em prática, um dia de cada vez; hoje um bilhão de dias todos agora já. O que é uma meleca de ansiedade improdutiva que não leva nada a lugar nenhum...

Será que depois de todos esses meses, altos e baixos, a gangorra emocional, a roda gigante, a montanha russa não cheguei no meu momento "sair de férias"?! Sim, eu me sobrecarreguei, me desgastei e esse inventário moral esta me drenando também. Minha madrinha continua me incentivando, guiando e afirmando categoricamente que estou pronta para passar por esse processo, mas eu... me sinto um filhote de minhoca sem enxergar nada!

De resto tudo tranquilo, ele continua trabalhando sua recuperação, passando pelas adversidades, aos poucos procurando seu lugar no mundo, engatinhando... Alguns companheiros que terminaram o tratamento um pouco antes ou um pouco depois dele já recaíram, e isso causa um certo abalo e tristeza. Para mim causa tristeza (pois todos eles são pessoas que sofrem e MUITO), mas não espanto; apenas comprovam na prática as estatísticas e o quão complexo é essa dinâmica imposta pela doença. A realidade é essa, alguns poucos vão prevalecer aonde muitos cairão... E só por hoje, ele prevalece! Ou se você quiser uma abordagem menos bíblica, e mais científica, apenas 5% dos adictos permanecem limpos após 2 anos em recuperação. 

Confesso que já tive muito medo da tão temida recaída, hoje nem tanto. Talvez porque acredite piamente nele, talvez porque o poder superior realmente não facilitou e mandou tudo de uma vez só (e ele passou no teste), talvez porque eu simplesmente tenha fé... nele, em mim! Talvez, porque no fundo, sou uma optimista em potencial! 

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Para mundo


Ola meus queridos(as)

Como é difícil desfazer as malas, o peso, as memórias, as merdas... Mas não tem para onde fugir, é isso ou é isso, vamos ter que meter o dedão na ferida mesmo, vascular aqueles compartimentos mais secretos e encontrar aquela cueca imunda escondida. Puxa, que vontade de "fazer de conta" sem ter que  passar por isso, mas nós sabemos que não funciona. Fazer de conta não dura, não constrói, não cresce... é fantasia, ilusão e desmorona mais rápido que um castelo de areia na beira da praia! 

Mas confesso que hoje, só por hoje, estou exausta... cansada mesmo (até fisicamente, a conjuntivite melhorou mais a gripe chegou). E o I. esta numa fase maluquete, pilhado no 220 volt. Preciso ser a hidroelétrica de Itaipu para gerar energia suficiente para segurar a onda e acompanhar o seu pique! 

Não tem dias que você simplesmente quer gritar para o mundo parar de girar! Oi mundo, para de girar! Pelo menos até amanhã...serve? Difícil ser a muralha da China todo dia, hoje estou mais para cerca de arame farpado mesmo. 


O problema não está no crack, esta na alma...


Ola meus queridos(as)

Gostaria de agradecer a companheira Cicie (alias super sugiro uma visita ao seu blog: Procurando eu!) por divulgar um texto muito interessante que foi publicado na Super Interessante (rsrsrs....estou meio boba hoje, deve ser a conjuntivite aliada agora a um mega resfriado). Ai vai o link do texto: 

Basicamente ele argumenta o porque algumas pessoas (que experimentam drogas) acabam dependentes (no caso do crack em torno de 20%) e outras não? A partir de então ele desenvolve sua teoria aonde a dependência não reside na droga, ela reside na alma. Logo a "cura"(não gosto muito dessa palavra mas enfim, quotando o autor) para a dependência não é a destruição da droga: é o preenchimento do vazio da alma. 

Muitos de nós, inclusive eu (e várias vezes) experimentamos esse vazio existencial, aquela falta de sentido, aquele questionamento mais profundo e nos sentimos perdidos, sem rumo, enfim... vazios! Vivenciando essa dor, essa falta de perspectiva (sabe quando você não vê a luz no fim do tunel?) alguns (como eu) ficam deprimidos, se escondem embaixo das cobertas imóveis por alguns dias mas passa, a luzinha começa a aparecer novamente, a gente sente vontade de viver de novo até a próxima crise existencial. E o dependente químico? Ele preenche esse vazio com as drogas, simples assim. E ele só vai parar de usar drogas e entrar em recuperação quando começar a preencher esse vazio com outras coisas: poder superior, família, trabalho e acima de tudo, amor por ele mesmo! Mas a droga fez moradia naquele espaço vazio e não vai sair numa boa, só com ordem de despejo mesmo! 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Certo ou errado?


Ola meus queridos(as)

Mais uma conjuntivite, não consegui ir na sala ontem e hoje estou de molho em casa mal e mal enxergando o teclado do computador... Acredito piamente que nosso corpo desenvolve reações sintomáticas em momentos de não equilíbrio emocional, como por exemplo, todos os meus amigos hiper ultra estressados tem úlcera! Mas e no meu caso? Claro, a visão... sem ela não consigo nem pegar o I. na escola dirigindo muito menos trabalhar, será que é o meu organismo falando comigo? Desacelera... equilibre, tire umas férias e vai tomar sol e cerveja no nordeste? 

Como é difícil não julgar o outro, né? Os conceitos de certo e errado (baseados nos princípios de cada um) estam incrustados dentro de nós. Óbvio, temos os "certos e errados" universais, alguns até legalizados pelo sistema judicial (matar alguém é errado e dá cadeia, bom nem sempre neste país)... mas e quando nem tudo é preto no branco? Utilizamos os nossos conceitos particulares de "certo e errado" baseados em nossa vivência, moral, estórico familiar etc... e acabamos julgado o outro SIM! E é sempre mais fácil apontar nos outros nossos próprios defeitos, né? 

O velho exercício de tentar se colocar no lugar do outro, muito difícil novamente pois cada um é um mundo a parte construído ao longo de uma vida, um universo imenso de sentimentos e experiências! Não vou me aprofundar filosoficamente aqui, pois não tenho entendimento muito menos bagagem ou competência para discursar sobre tal assunto, apenas o meu dia a dia me ensinando. E o que venho apreendendo? Não vamos nos fundir ao outro, mergulhar no seu oceano e compreende-lo profundamente nunca; mas podemos respeitar seus sentimentos e limites (mesmo que não faça o mínimo sentido para nós de acordo com os nossos "certos e errados"). Quando queremos apenas o bem estar da pessoa amada, tanto faz se você concorda ou não, acha certo ou errado... apenas respeite seus sentimentos e apoie! Agora enquanto você continuar querendo mudar o outro impondo os seus "certos e errados", só vai haver julgamento!

terça-feira, 14 de maio de 2013

Medidas


Ola meus queridos(as)

Nada que umas chapuletadas básicas da minha madrinha não ajudassem a perceber o óbvio... eu entrando de novo na manipulação dele. Fico feliz não só por ter essa imensa irmandade hoje, mas acima de tudo EU me percebo entrando nesses comportamentos e não deixo tomar conta, corto pela raiz mesmo! Puxa, como sou grata ao poder superior, minha madrinha, minhas companheiras, minha (entre aspas, pois é de todas nós) salinha... e em recuperação ou não (pois a gente recai mesmo mas volta rápidinho) sou feliz! E desculpe, se alguém se sentir incomodado e quiser lamber sabão não LEIA! Pois esse blog é meu, e não vou ficar medindo minhas palavras e sentimentos...opa, essa mágoa tem 3 cm,  essa compaixão 1,84 cm melhor não postar! Foda-se! Com 3 ou 30 cm são todas minhas!

E eu não estou aqui para agradar ninguém, passei metade da minha vida fazendo isso e não deu certo! Eita codependencia... mas hoje quem fala mais alto é a minha felicidade, minha vida, meu filho, minha família e a minha recuperação... gostou que bom, não gostou? Que pena! E se quiser uma sugestão: SALA! 

Alias algo importante para ser analisado no 4 passo, essa minha necessidade de sempre querer agradar Deus e todo mundo e acabar me frustrando, pois é impossível agradar gregos e troianos... e no final esqueço de mim mesma e me prejudico. Carência (mas do quê?), falta de aceitação (de novo, mas do quê)? Uhhhhhhh... ainda bem que temos sala hoje.

E no meio dessa dinâmica toda estou flertando com a possibilidade de começar minha própria empresa de consultoria ambiental. Mas estamos ainda no processo embrionário, cozinhando as idéias... sempre fui meio medrosa, sabe? Sem querer dar o passo maior que a perna. Porém depois que comecei a pós em mudanças climáticas e mercado de carbono, animei em meter as caras (de vez) em gestão corporativa de carbono (fralda custa caro, né gente)! Ninguém tem uma micro empresa ai para eu fazer um projeto piloto (é de graça)?!!! 



segunda-feira, 13 de maio de 2013

Mais ou menos


Roubei...mais uma, eu não quero ser uma pessoa mais ou menos...

' A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos,
numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos.

A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou 
menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar
mais ou menos no futuro.

A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos...

TUDO BEM!

O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum...
é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, 
namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos.

Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.''


Chico Xavier



Gangorra emocional


Ola meus queridos(as)

Ele realmente é uma panela de pressão prestes a explodir, sem controle...Desculpo-me por ter retirado as últimas postagens (não deveria, afinal de contas esse espaço é meu/nosso e eu escrevo o que eu quiser sobre o que eu quiser) mas o Caiçara ficou simplesmente fora de si quando leu as postagens alegando que quebrei o laço de confiança entre partilhador/partilhado...(claro que com o terapeuta).

Enfim, muito mas MUITO longe da tão serenidade... Mas hoje estou mais calejada, e quando o outro começa a gritar e não respeitar os meus limites, fazer o que? Desligar o telefone. Continuar discutindo, num momento assim, é a mesma coisa que falar com um surdo, ou argumentar com um adicto no uso...total perda de tempo e desgaste inútil. Pelo menos isso eu apreendi! Há algum tempo atrás entraria na sua paranóia, gritaria mais alto, discutiríamos por horas no telefone e seria um caos totalmente improdutivo. Não alimento mais esse comportamento insano. 

Chateada? Claro que fico, ainda mais quando percebo sua dificuldade em lidar com seus sentimentos mas eu não abraço os seus problemas, são SEUS e eu não tenho como modificar absolutamente nada, só a mim mesma (dá-lhe Nar-Anon!!!!!). Pois é queridos, talvez conviver com um dependente químico em recuperação seja essa gangorra emocional... mas eu não vou brincar no parquinho.

P.S: Como vivo mudando de idéia, coloquei as postagens de volta pois não vou ficar me privando de algo importante para mim, e se alguém não gostar que vá lamber sabão! 

Até que ponto isso é importante?



Ola meus queridos(as)

A dona barriga pitbull voltou (parcialmente) na última postagem... mas rapidamente foquei em mim e minha recuperação novamente. Então a pergunta é até que ponto isso é importante? Hoje, não é! Minha madrinha, em pleno dia das mães, chapuletou mais uma vez e com razão! Sem perceber estava me auto manipulando novamente, justificando...resumindo, entrando naquela espiral que não leva nada a lugar nenhum! Puxa, ainda bem que consegui sair na primeira volta da roda gigante! 

Fiz o exigido (minha madrinha não sugere, ela manda mesmo!), falei com ele, vomitei tudo... e ponho uma pedra em cima deste tripé maravilhosa clínica/competente coordenadora familiar/profissional terapeuta! E sigo mais serena no meu caminho...

O dia das mães, que também foi o aniversário de 70 anos da minha mãe foi ótimo. Almoço gostoso, risadas, harmonia e minha irmã gravidíssima entrando no seu último trimestre. Em breve teremos mais um membro na nossa pequena crescente família! O I. vai perder o trono! 


sábado, 11 de maio de 2013

Evites


Ola meus queridos(as)

Hoje não estou muito para brincadeiras e sarcasmos (como normalmente estou), mas andei pensando e muito na seriedade de algumas coisas que aconteceram enquanto ele estava internado. Sei que são águas passadas... mas o quanto a incompetência de "profissionais" podem prejudicar (e não ajudar) o tratamento? Por muito pouco nossa pequena minúscula família não deixou de existir, por muito pouco o grande amor que sempre sentimos um pelo outro não foi negligenciado por ambos? E porque? 

Vamos retroceder a alguns bons meses atrás quando ele se internou. Numa das minhas conversas com a  competente coordenadora familiar, eu era o alicerce, a pessoa aqui fora com a qual ele contaria e grande parte do tratamento seria fundamentado nisso e bablabla (pois o resto da família enfim, tem suas limitaçoes)... E lá fui eu para o Nar-Anon entender melhor toda essa dinâmica. Ao longo do tempo fui apreendendo, observando, escutando e, claro sem nenhuma venda mais nos meus olhos comecei a questionar o que via na clínica. É Cidinha querida, você não deveria ter sugerido eu frequentar o Nar-Anon, pois caiu a ficha (não, como diz uma companheira, caiu o orelhão)! E quanto mais eu estudava, conversava com psicólogos, psiquiatras, outras clínicas fui percebendo todas as falhas, todas as mancadas enfim, a meleca de clínica aonde ele estava! E comecei a questionar....e questionar, até chegar ao ponto de simplesmente chegar no meu limite, pois quando se argumenta com uma parede (a clínica maravilhosa) é perda de tempo e esforço, e ninguém respondia absolutamente nada, ninguém explicava absolutamente nada quanto aos meus questionamentos lógicos, a não ser " é assim que funciona". Até que um belo dia toquei o foda-se, " assim que funciona" não funciona, e ficou claro a amadorismo e falta de preparo... a inexistente equipe médica (alias a psicóloga competente, com a qual conversei algumas vezes, e o Caiçara gosta muito, pediu as contas...sábia ela). Confrontei a coordenadora familiar e sua mega giga codependencia e fantástica auto estima chegando nos 100 kg, parei de ajudar a pagar a clínica, tirei meu time de campo e fui cuidar da minha vida e deixei ele lá (respeitando sua escolha de ficar, por inúmeras razões que hoje eu até entendo; a principal estar perto da mãe). Óbvio que o nosso terapeuta, casado com a giga mega codependente iria abraçar a causa... E de salvadora da pátria passei a ser o "evite"! E fui julgada, crucificada, carimbaram o passaporte, sem eles nem saberem quem eu sou, o que eu passei, vivi, e menos ainda quem eu sou hoje... enfim, um bando de pessoas incompetentes que deveriam ter um pouco mais de discernimento pois estam lidando com outras vidas, fragilizadas, destruídas buscando voltar a ser um inteiro novamente. 

Mas o poder superior é superior mesmo! Claro que sofremos muito por tudo isso, imagine ele, internado, com o profissional terapeuta (já companheiro/amigo) dizendo a ele que eu sou o cão chupando manga, eu afastada (pois já tinha passado do meu limite), ele super confuso, a mãe morrendo... um prato cheio mesmo! E nos machucamos sim, e muito devido a essa situação. Mas não é um terapeutazinho do interior que iria conseguir...por mais que tentasse! E hoje, olhando para trás, tantas coisas que sofremos poderiam ter sido evitadas, e me questiono o quão prejudicial uma clínica amadora pode ser? 

E hoje esses são os meus evites! 

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Me internei...num motel


Ola meus queridos(as)

Desculpe mas dei uma micro sumida nestes últimos dias, simplesmente tirei o plug da tomada: desliguei o computador, desliguei a luz (da razão), desliguei minha confusãozinha básica, desliguei minhas ainda mágoas, desliguei tudo... e fui fazer um intensivão "vamos nos amar, só por hoje". Nos internamos num motel por 16 horas! Alguém saiu curado? Longe disso...alias, sempre bom lembrar que não tem cura (mas tratamento/recuperação). Alguém teve um despertar espiritual e encontrou a serenidade na banheira de hidromassagem? Menos ainda...

Mas nos reconectamos, como homem e mulher... um casal, com sua cumplicidade e intimidade restauradas. E neste espaço criado, sem julgamentos, sem expectativas conversamos, mais do que isso, nos escutamos. Depois de tantas adversidades, contra tudo e todos (alias lendo o seu retorno do 4 passo lá estava o que eu já sabia, segundo o profissionalíssimo terapeuta da maravilhosa clínica, eu faço parte dos "evites"...mas isso merece uma postagem inteira e talvez um processo, mas não tenho tempo para isso agora) nosso amor (que questionei tantas vezes se ainda existia) esta ai, sempre esteve e, aparentemente estará por um bom tempo se nós, finalmente tivermos apreendido a cuidar dele com carinho e respeito. 

A cada dia sinto sua recuperação, claro que ele continua sendo um Caiçara "gente" como eu também uma Nar-Anon em recuperação "gente", ou seja, com nossos defeitos e qualidades sendo "gente" e não apenas um dependente químico e uma codependente. E assim meus queridos, me despeço de mais um dia vivido intensamente (mas sempre com os pés no chão)! 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Vou para o NA!


Ola meus queridos(as)

Porque tenho "restrições" com a nossa companheira (vou chamar de S.)? Ontem, antes da sala conversei com a minha madrinha e ela me disse algo que não tinha percebido, a necessidade da S. em tomar posse daquela cadeira de plástico na frente da mesinha com a toalha azul para se sentir melhor (com ela mesma). Tentei argumentar racionalmente que isso prejudicava a dinâmica da sala (eu provavelmente, se tivesse botado o pé pela primeira vez na sala sendo recebida por ela não voltaria nunca mais), a proposta de acolhimento, a filosofia de atração e blablabla....(esta tudo no manual de serviços, só vomitei o que esta escrito). Ela me chapuletou, disse que sabe de cor e salteado a missa; mas o que realmente importava era o porque eu literalmente ignorava a presença dela ao ponto de fazer minha cara zumbi durante suas partilhas? Segundo minha madrinha minha cara zumbi (que só ela reconhece pois, fazer o que, me conhece melhor que eu) expressa facialmente enorme interesse pelo o que o outro esta dizendo mas no fundo não estou escutando nem uma palavra, as vezes balanço a cabeça para mostrar que ainda estou vida e prestando atenção, mas na verdade estou no mundo da lua pensando que preciso passar na farmácia para comprar fraldas e como o Palmeiras perdeu do Santos nos pênaltis nas quartas de final do paulistão! Enorme verdade. Porque não acho que suas partilhas mereçam ser "escutadas"? Porque essa prepotência (minha) em achar que não tenho nada a apreender com ela e suas experiências? Vou ter que buscar as respostas...que ainda não tenho, e não fazer minha cara zumbi e escutar (ela certamente tem algo a me dizer)!

Faz exatamente uma semana que ele saiu da clínica e já perdi as contas de quantas vezes, nestes últimos dias ele esteve lá (pegando algo, visitando, etc...desculpas). Esse seu comportamento me faz questionar, será que ele estava pronto para sair? Recomeçar sua vida aqui fora, em recuperação? Ou o real problema é de ordem prática; estar morando no manicómio E sem trabalho (entenda-se dinheiro)? E para piorar...tentei conversar com ele a respeito disso, numa boa e lá veio ele com dez pedras na mão. Olha, o diálogo esta tendendo ao impossível, eu vou ter que fazer o que para que nos escutemos? Virar uma dependente química em recuperação e frequentar o NA, quem sabe na sala a gente consegue conversar? E nas partilhas se escutar? Insanidade...

Ele parece um cão raivoso, irritado com tudo e, mais uma vez, descontando em mim (seu saco de pancadas). Chega, não vou mais nada! Ele que se vire, não opino, não sugiro, não NADA! A recuperação dele é dele...e a minha é minha, e não vou deixar isso ser comprometido!

No fundo é isso, entender e respeitar que a recuperação dele é DELE, responsabilidade exclusiva dele...as vezes acho (no meu caso) que conhecimento demais atrapalha, pois já formulei todas as teorias, tracei todos os procedimentos, fiz todas as estatísticas das opções com maior sucesso e menor desvio padrão, plotei todas as curvas de reabilitação etc...e a merda é que isso não é ciência! Hora de deixar o caminho livre, apreender a escutar (se ele quiser dizer algo) e não interferir! Ohhhhhh terceiro passo que não sai do papel...

terça-feira, 7 de maio de 2013

"Tudo bem" que mais dizer?


Ola meus queridos(as)

O poder superior é tão amoroso...nossa harmonia foi restaurada na sala, sem nenhuma necessidade de confronto...apenas lá estava minha madrinha coordenando a sala (nossa companheira atrasada não chegou a tempo), ela olhou para mim com aquela conexão única que temos e no nosso olhar lá estava tudo dito! Toca o puteirão!!!!!! Ela só não me chapuletou depois porque estava com pressa (de encontrar um certo ui, ui, ui....manda ver madrinha!!!!!).

Sai renovada, mas sua ligação....puxa, que meleca. Não que tenha me abalado, continuo serena e aonde estava com meu PS mas ele longe disso...como eles dizem nas sala do NA, só barulho! Pois é, agora descobri que o padrinho que ele escolheu (limpo 10 anos) tem uma namorada que também frequenta o NA (ou seja adicta também, ou ela estaria lá fazendo as unhas?). As vezes a única coisa que consigo dizer é "tudo bem"... O que mais dizer se o outro não quer ver?

Alias utilizei o "tudo bem" algumas vezes hoje, ele irritado (despejando em mim), e quando percebeu optou por simplesmente ir para a sua caverna e eu "tudo bem", nos falamos depois boa noite inté!  Me incomoda? Hoje, não muito...sinto apenas por ele não ter a tranquilidade para lidar com essas situações, pois elas fazem parte da vida. Inabilidade de reconhecer e, mais do que isso, trabalhar suas emoções...

Eu ainda tenho medo, mas hoje eu tenho mais fé...e ele vai chegar lá. Ele vai crescer, abandonar a adolescência e tornar-se esse adulto, pai do nosso filho, meu companheiro, meu gigante amor! Mas caminhe pelas próprias pernas....eu só estou aqui, ao seu lado, mas o caminho é só dele!


Limites


Ola meus queridos(as)

O friozinho resolveu chegar mesmo! A temperatura caiu drasticamente...cadê o veranico de Maio? Hoje deixei o I. na escolhinha cedo tão cheio de agasalho que ele andava como um pinguim! Mas o sol brilha, o ceú esta azul...mas nem tudo azul. 

Momentos instáveis, as vezes fico meio sem saber como lidar com ele. Honestamente estou sendo o mais assertiva possível, confiando plenamente, respeitando seu espaço, apoiando dentro dos meus limites; mas a sua insegurança ainda fala. Na nossa breve conversa no telefone esta manhã, apenas perguntei se ele estava fazendo seu inventário diário, para que! Pronto, sua atitude mudou totalmente, e ainda escutei um "eu não estou mais internado" bem enfático (digamos assim). Apenas tive a intenção de lembrá-lo que o décimo passo é uma poderosa ferramenta no plano de prevenção a recaída (PPR) que poderia auxilia-lo a identificar os sinais que viessem a surgir...é queridos, as vezes o melhor é sair do caminho e deixar o poder superior agir. São os altos e baixos, as oscilações de humor esperadas; mas isso não significa que tenho que simplesmente me calar. Encerrei a conversa e desliguei um pouco chateada mas já passou.

No fundo, eu continuo sendo a sua válvula de escape, seu saco de pancadas...mas infelizmente, no presente momento ele não tem como trabalhar isso, só cabe a mim ir mostrando aos poucos aonde estam os meus limites e até aonde ele pode ir. Afinal de contas, foram anos e anos fazendo o papel da codependente facilitadora; ele também precisa apreender a lidar com essa outra dona barriga e, por um bom tempo, vai continuar testando os meus novos recém adquiridos limites. 

domingo, 5 de maio de 2013

É o que tem para hoje


Ola meus queridos(as)

Domingo deveria ser oficialmente decretado como o dia da preguiça...Venho pensando muito no que  realmente é perdoar. Antes de estarmos preparados a perdoar o outro precisamos perdoar à nós mesmo. Esse, acho eu, é o perdão pleno...pois ninguém se conhece melhor que você mesmo, não tem como manipular, esconder...fazer de conta, resumindo não tem como mentir para você mesma! E, sinto lhe informar, você vai ter que conviver com VOCÊ para o resto da sua vida; não tem para aonde correr... então fica a dica, comece a fazer as pazes com você e perdoar à você primeiro antes de dar uma de Madre Teresa de Calcutá e sair "perdoando" Deus e todo mundo (desculpe queridos, não funciona).

E quando perdoamos alguém? Alias temos que perdoar (de acordo com Jesus sim), mesmo as pessoas que você não ama (apesar de que Jesus ama todo mundo, então fica mais fácil para ele)? Não que você deseje mau, simplesmente você não deseja nada; indiferença total...tanto faz quanto tanto fez, você precisa apreender a perdoar (não pela outra pessoa, mas por você)...olha a dificuldade! Se perdoar alguém que você ama (ou pelo menos tem uma relação de amizade) já é um parto imagina alguém que você literalmente, desculpe, "caga e anda" e só te prejudicou, falsidades, venenos e por ai vai? Como perdoar alguém que você nem considera como alguém? E que, no final, nunca pediu o seu perdão mesmo... Utilizando a boa e velha teoria do foda-se! Foda-se!!!!!! Como disse meu querido Caiçara (mas era com relação ao macarrão com salchicha), é o que tem para hoje. 

E neste final preguiçoso de domingo eu apenas perdoou a mim mesma! E pensar sobre perdão também não funciona...é sentir, lá dentro! 

sábado, 4 de maio de 2013

Pescaria


Ola meus queridos(as)

Fui pescar neste imenso oceano dentro de mim o que valia a pena ser resgatado. Me senti como uma criança na festa junina, com a varinha tentando fisgar a melhor prenda na piscininha de serragem (quando você acha que pescou um autorama aparece uma bolinha de gude...).  Tantas lembranças boas diluídas, perdidas entre tantas outras "não tão boas" digamos assim...Já que estou desfazendo as malas, é necessário separar o que fica e o que vai. Tentei explicar para ele (em vão acho eu) que neste oceano esta tudo boiando a deriva, e preciso resgatar o que realmente vale a pena e deixar a correnteza levar o resto... mas esta tudo meio misturado, flutuando junto! E apesar de eu ser uma ótima pescadora (oceânica, sério! Até prêmio já ganhei em alguns torneios...vai ter um ex-marido havaiano que conhece o mar como a palma da sua mão, fica fácil!), como diz o Caiçara tem muito lixo nesta rede. 

Essa pescaria vai demorar um bom tempo, alguns dias o mar estará para peixe outros não...e hoje confesso que não está para peixe!

Mas como sempre seguro minha mão na sua e uno meu coração ao seu....e só por hoje, fico triste.

P.S: Deve ser esse momento inventário moral também, estou meio abalada na minha casinha de tijolos.


O parto sem dor


Ola meus queridos(as)

Eu sempre escolho os finais de semana erradas para NÃO descer! Olha esse sol maravilhoso, um calorzinho gostoso...puxa, até acho que daria para entrar no mar. Mas não, a anta aqui resolveu ficar em Sampa (uma mistura de tudo, meio preguiça, meio querendo um tempo com minha mãe e almoço na casa do meu pai - seria o terceiro no show se eu não fosse, meio precisando renovar o licenciamento do carro...e vou juntando, e aqui fiquei neste final de semana que seria perfeito na praia, com o I. correndo como um maluco na areia!). Outros virão... E a saudade, a vontade de vê-lo! Quando ele estava internado e eu me afastei, engraçado, não sentia "vontade" de vê-lo, inúmeras vezes nestes últimos meses desci para a praia e nem pensei (lembrar sempre, pensar...não). Uma das vezes cheguei até a passar de carro na frente da clínica mas, confesso, vontade zero mesmo (naquele momento).  Mas agora, que VONTADE! Alias que sede toda é essa dona barriga?!!! Parece que morou no deserto do Saara por 10 anos! É química, opa...não "essa"química. É pele, ferormônio, tesão utilize a palavra que ficar mais adequada, mas é tudo isso junto e mais um pouco.

Interessante isso, nem nós piores momentos, a nossa "química" deixou de estar lá. Claro que quando o I. nasceu e acordava de 3 em 3 horas para mamar toda santa noite (e depois crises de cólicas intermináveis) quem tinha muito pique para uma romântica transa? Eu não, era só olheira da cabeça aos pés (e ele também, não posso deixar de reconhecer que ele me ajudou e muito no primeiro ano do I., banho, trocar fralda, acordar de madrugada, fazer a mamadeira, papinha...na rotina do dia a dia, sim ele contribui e muito. Não foram uma ou duas manhãs que ele ficava com o I. para que eu pudesse dormir um pouco mais e descansar depois de ter sido literalmente "sugada"a noite inteira!). Eu amamentei o I. até quase um ano de idade (quando ele crescer mando a conta do cirurgião plástico!). To brincando, ter amamentado todo esse tempo e numa boa, sem dores, sem rachaduras, e muito leite....bom demais, faria tudo de novo! Não há maior vínculo do que ter o privilégio de amamentar seu filho!

Madrinha, você tem razão! Como o poder superior é bondoso comigo (só eu as vezes não vejo). Beirando os 40 anos engravidei da pessoa que amo, tive uma gravidez maravilhosa, tranquila, na nossa casinha na praia com muito apóio (de todos, no começo meu pai quis matar o Caiçara mas acabou respeitando e depois que o I. nasceu...tudo mudou né? Mas ele continua querendo matar o Caiçara.). E quando chegou a hora, mais uma vez o poder superior foi amoroso comigo! Quando dei por mim já estava em trabalho de parto, alias o I. quase nasceu na Imigrantes (eu já com quase 38 semanas e teimando em ficar na praia e minha obstetra tendo um treco)! Mau deu tempo de chegar em Sampa... Minha bolsa rompeu duas quadras do hospital, dei entrada as 6:30 da tarde com 8 de dilatação e as 7:40 (pois é perdi a novela!) lá estava ele com sua carinha enrugada olhando para mim. E o Caiçara do meu lado, em todos esses momentos! São essas coisas que não podemos deixar a "doença"nos fazer esquecer! Lágrimas de felicidade....acho que deve ser "aqueles"dias mais emotivos.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Fagocitar


Ola meus queridos(as)

Que meleca de micro ansiedade, nada agudo; mantendo o foco no combinado; um dia de cada vez sem atropelar nada nem ninguém! Lembrei de uma guria que trabalhou com o Caiçara quando nos conhecemos (e depois acabou virando minha auxiliar para assuntos domésticos quando fui morar em Peruíbe), muito simples (ela sim era caiçara autêntica de Parnapoa, bicho no mato, melhor da mata atlântica mesmo!). Ela me chamava de tsunami. Na época achava apenas engraçado mas hoje, faz todo o sentido. Eu atropelava, era um tsunami! Meu Deus, quanto tempo demorei para perceber isso, e ela na sua simplicidade quase semi analfabeta já tinha feito o diagnóstico à anos entre uma faxina e outra...

Eu não calmamente chegava em algum lugar, eu invadia, tomava todo e qualquer espaço vago (ou não). Queridos, eu sufoquei o Caiçara! Afoguei as pessoas à minha volta impondo as minhas verdades, me espalhando como um vírus altamente contagioso sem respeitar fronteiras, limites...nada! E quando havia resistência, eu nem negociava, partia para o ataque mesmo. E se não se rendesse, eu fagocitava!

Nada como uma sexta-feira a noite em casa e umas chulapadas básicas da minha madrinha, para trazer a compreensão que faltava, agora sim, estou pronta novamente para o inventário moral! Venha! Obrigada meus companheiros, tudo faz mais sentido !

P.S1: Só, mais uma vez fico chateada pois quando, finalmente consigo falar de mim, eu, com ele...algo acontece, alguém aparece, e a prioridade continua não sendo mais a conversa que estamos tendo. É tão difícil falar sobre algumas coisas, e finamente quando eu acho que estamos quase lá...puff! Ou talvez caiba a mim entender o seu momento EU! 

P.S2: Fagocitar: Verbo que deriva do termo "fagocitose". Significa, ingerir ou englobar partículas ou células. Num sentido mais lato, significa também canibalizar.

Vamos ganhar dinheiro também...


Ola meus queridos(as)

Que tarde de sexta-feira ensolarada, preguiçosa e aquela vontade de... vocês já sabem, descer a serra! Estou ficando tão previsível, ne'? Puxa, penso muito mesmo em descer a serra em definitivo (novamente), mudança, berço, cachorro, papagaio! Viu como as coisas são sempre definitivas na minha vida? Ah, se eu conseguisse conciliar trabalho e praia, mas enfim, projetos a longo prazo. Só não sei por quanto tempo sobreviverei em Sampa sem matar ninguém! Essa cidade é um caos. Alias bom questionamento, eu odeio morar aqui e o que estou fazendo de concreto para poder não morar mais aqui? Só querer não ajuda em nada, precisamos de um cronograma, um plano de ação para fazer acontecer!!!!

Ele ainda não "desmamou" da clínica, muito compreensível e natural neste primeiro momento, afinal de contas ele esta fora, no mundão desde terça-feira apenas (e morou 24 horas por dia durante 5 meses lá); e por mais que eu queira que a Al Qaeda jogue uma bomba naquele lugar, não deixa de ser o seu referencial. Pensando bem isso é outra coisa que hoje, não me incomoda mais (talvez porque ele não esteja mais lá mesmo e não tem mais Cida para manipular, interferir, sufocar, boicotar e sei lá eu mais o que - no fundo hoje, tenho compaixão, que mundinho que ela escolheu para viver com sua mega codependencia, mas cada um é cada um e mesmo fazendo as escolhas erradas elas devem ser respeitadas, eu só lamento...). Já tive repentes sérios com o tratamento, questionei, argumentei, briguei...sem respostas, e simplesmente lavei minhas mãos, aceitei sua decisão de ficar e me afastei (não me arrependo). Mas infelizmente, hoje aconselho a todas vocês que pesquisem, procurem, conversem e muito mas MUITO antes de escolher um centro terapéutico, pois o que pipocou de clínicas nestes últimos anos não esta escrito! É meus queridos, são os donos de clínicas ganhando dinheiro com a epidemia mundial! Dependência química é um negócio hoje, business is business! An makes the world goes around! E o pior, no momento do desespero, a família totalmente destruída, sem saída, fragilizada...vai qualquer coisa que apareça pela frente, tábua de sustentação. Então queridos, cuidado!

Mas no final nem sei porque escrevi a respeito disso, são águas passadas que não movem moinhos.




quinta-feira, 2 de maio de 2013

Pôr do sol


Ola meus queridos(as)

Não é o que você olha que importa, é o que você vê! Todos nós olhamos mas não vemos as mesmas coisas...Quando você olha um pôr do sol, o que você vê? E não diga um fenômeno meteorológico cientificamente identificado como espalhamento de Raylegh no qual num espectro de ondas em função do diâmetro das partículas em suspensão, são dispersas (essa seria minha resposta alguns meses atrás quando eu não enxergava nem um palmo na frente do meu nariz)! Hoje eu vejo a beleza única da natureza, a força do dia que foi e do próximo que se renova e a dádiva que nos foi dada (de graça) por algo muito maior que nós. 

Ao longo desse processo fui olhando menos e vendo mais, vendo mais o outro e, acima de tudo, a mim mesma! E quando mais eu me via, mais claro ficava a imagem no espelho...no início tudo estava meio embaçado, sem muito foco e gradualmente o que eu precisava "ver" foi ficando cada vez mais nítido. Vi várias qualidades que eu nem sabia ter, mas por outro lado vários mega defeitos também... fiquei assustada num primeiro momento, sai correndo daquela pessoas sem saber quem ela era (mas ela era/sou eu!).  Fiquei lá parada, me vendo....vendo...até que comecei a gostar do que eu via! Aceitar minhas rugas, uns fios brancos, a pele meio envelhecida (dá-lhe sol, não tem jeito, amo a praia!)... e por dentro, as cicatrizes (algumas ainda sangrando), a caixinha das lembranças, os sentimentos (nem todos bons), o carinho, a dor mas acima de tudo, o amor pela vida! Já que estamos numa semana "passos" esse é o tal temido e destemido quarto passo, o famoso inventário moral. Quando fiz meu inventário uns meses atrás e minha madrinha literalmente jogou no lixo, achei que o quarto passo era uma punição! Como estava errada, e mais, não estava pronta ainda...O inventário é uma experiência de libertação que me ajuda a descobrir quem eu sou. Recomecei novamente, sei lá quanto tempo vai demorar...Mas eu não tenho pressa (já tive e muita, hoje não mais).

E nesse final de tarde/começo de noite vejo o pôr do sol, sinto sua força, aprecio sua beleza e me despeço de mais um dia vivido plenamente, sem stress... Penso nele com carinho, espero que ele "veja"este pôr do sol também (que na praia é muito mas MUITO mais mágico!). 


quarta-feira, 1 de maio de 2013

Confessionário


Ola meus queridos(as)

Momento tentando entender o que não é para entender... e simplesmente aceitar que esta tudo bem AGORA, pronto acabou. E como disse um sábio amigo de NA, não existi o que entender, e se render e confiar em Deus...

É queridos, o velho e bom terceiro passo sempre mau trabalhado voltando e voltando! Pombas, está na hora de colocar isso em prática mulher! Sempre tive a plena consciência que o terceiro passo, para mim, é o MAIS difícil...e continua sendo, e agora virou prioridade! Vamos ler com cuidado:

3. Tomamos a decisão de entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, como nós O concebíamos.

Básico né? Claro, simples, sem maiores explicações....mas emperrei ai! Preciso de tempo, um melhor auto conhecimento mas, no fundo, ainda é o velho "medinho". Literalmente, não ter medo significa entregar a minha vontade ao poder superior (como diz o passo três) e ter fé que tudo será como deve ser. Inicialmente achei que minha dificuldade com o terceiro passo era o controle, mas não...é medo mesmo! E apreender a substituir o medo pela fé!

"Só por hoje sei que a fé no meu poder superior não irá acalmar as tempestades da vida, mas irá acalmar meu coração" (CEFE, pg. 70)

Como substituir o medo pela fé? Alguém tem alguma dica? Seria bem vinda...que meleca!



Um dia de cada vez


Ola meus queridos(as)

Espero que seja apenas uma fase mas nossa salinha perdeu um pouco a harmonia depois que uma companheira (que ficou mais de um ano afastada) voltou, e simplesmente resolveu (sem o consenso de ninguém) coordenar as últimas reuniões. Ontem até tentei chegar mais cedo mas ela foi mais rápida! Puxa, que situação chatérrima... Minha madrinha disse que eu, como RG do grupo, tenho que me posicionar. Além de que, depois de tanto tempo afastada sua serenidade não esta lá essas coisas para coordenar a sala com sabedoria. Ontem mesmo, fez um comentário sobre a partilha de uma companheira (o que já é desrespeitoso por si só, não se interrompe o meio da partilha de ninguém) muito infeliz... ficou aquele clima, sabe? Finalmente a mãe (que estava partilhando) conseguiu internar seu filho, ainda em negação ele disse que não lavaria a roupa dele na clínica, e a mãe falou tudo bem mande para mim que eu lavo (tá, giga momento codependente) mas não dá o direito da nossa companheira interromper em alto e bom tom e dizer: sua codependente facilitadora assim você não esta ajudando ninguém. Nós não estamos nos grupos para julgar os companheiros e sim nos ajudar! E com amor, respeito, compreensão pois a nossa dor é única de todas nós...fiquei chateada.

Ai madrinha, ainda tenho tanto que apreender! Será que realmente estou pronta para servir o grupo? E me volto ao conceito 9: Todos os membros da nossa estrutura de serviço tem a responsabilidade de considerar cuidadosamente todos os pontos de vista nos seus processos de tomada de decisão. Pois é, considerar CUIDADOSAMENTE todos os pontos de vista, não é a minha melhor qualidade (tenho uma certa tendência a considerar o MEU ponto de vista). Mas ficarei atenta a não cometer esse erro e escutar a consciência do grupo através de um poder superior amoroso. Então, vamos lá, mãos à obra!!!

Feriadão, e eu aqui tentando terminar o trabalho da consultoria dos últimos dias (voltei da praia segunda, ontem a babá não veio - a filha dela resolveu entrar em trabalho de parto prematuro...ou seja, atrasou legal!). E no meio disso tudo, ele me liga desanimado...com uma voz triste, fala, fala e fala sem dizer muita coisa, um pouco perdido...Não na sua recuperação, mas perdido no presente momento, como se estivesse sem chão, o mundo que ele conhecia não existe mais. Estou sendo o mais assertiva possível, sem deixar expectativas serem criadas, mas encorajando-o a colocar metas (concretas e objetivas) para os próximos meses; um dia de cada vez. Os dependentes químicos, por natureza são pessoas ansiosas, e controlar essa ansiedade, principalmente neste período pós internação é fundamental. Na tentativa de recuperar o "tempo perdido" acabam indo com muita sede ao pote, se atropelam e ai babau... Então, é o velho e bom lema mesmo que funciona: um dia de cada vez!