quinta-feira, 28 de maio de 2015

Eu


Ola meus queridos(as)

Como esquecemos das coisas que nos são tão preciosas... um almoço, uma cerveja, uma conversa, uma cumplicidade de décadas, uma única e verdadeira amizade, lágrimas, abraços, desculpas, carinho, (re)encontro.

Ela sempre foi e é uma parte de mim, e por vários anos, esse pedaço ficou guardado na caixinha de boas lembranças por vergonha (minha), medo (meu)... e hoje, pude abraça-la com toda a saudade do mundo! Como eu senti falta da minha amiga todos esses anos... Existem amigos e amigos, mas essa amizade, essa pessoa maravilhosa, esse pedaço é único, já andei muito por ai, fui voltei, sumi, apareci, mas nossa amizade sempre esteve lá. Desta vez, superei meu medo, minha vergonha, e fiquei extremamente feliz por simplesmente poder dizer o quanto "te amo"... 

Tudo tem seu tempo, e aos poucos vou me (re) aproximando das pessoas que sempre amei e abri mão por nada... engraçado, quanto mais me afasto do Caiçara mais me aproximo das pessoas que deixei para trás. E assim, gradualmente, vou fazendo as pazes com meu passado, me sentindo acolhida, amada, compreendida... e acima de tudo, sem julgamentos. Pois o amor não julga, e perdoa.  

Lentamente, volto a ser EU! Um novo "eu" mas eu.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Manipulômetro


Ola meus queridos(as)

Como algumas coisas tão óbvias são tão difíceis do outro aceitar, e pior, deturpar tudo. Agora o Caiçara voltou ao seu momento " você gosta de me ver mal", "joga balde de água fria" e blablabla... Meu Deus, acho que já foi tanta droga que metade dos seus neurônios não funcionam mais mesmo! Tentei argumentar racionalmente, o que eu ganho querendo isso? Nada, pelo contrário, faço votos que ele consiga ser um PAI decente para o meu filho, e isso ele só vai conseguir se estiver bem.... resumindo, eu não lucro em nada se ele estiver mal. Simples assim... Mas na sua cabeça fritada de tanto crak é o contrário. Quase como se fosse uma competição e eu "ganhasse" algo se ele "perdesse", olha, não tenho mais muita paciência para maluquices de adicto. E a cada dia fica mais claro isso.

Como eu disse e volto a repetir, eu não jogo mais no seu time. Apenas sou uma mera torcedora sentada na arquibancada torcendo por você. Eu não sou mais sua goleira, seu zagueiro, sua atacante, seu meio de campo... estou aposentada como jogadora, hoje, faço parte da torcida sentada na arquibancada. 

Num passado distante, estaria lá, em campo, sendo técnica, massagista, preparadora física, médica... resumindo, estaria lá sendo pau para toda obra. Não mais, e ele entende isso como eu querendo que ele se foda, e eu feliz da vida por ver ele se fudendo. Olha, é muita insanidade mesmo! 

Num passado distante, eu teria entrado na sua manipulação, estaria me sentido culpada por simplesmente não querer mais jogar, estaria MAIS uma vez entrando naquele ciclo que não leva nada nem ninguém a lugar nenhum. 

Ao longo do tempo criei um gadget chamado "manipulômetro" que mede o nível de manipulação (mesmo que seja inconsciente da sua parte) e quando chega no vermelho, toca uma sirene aqui dentro e eu simplesmente desligo. Eu não me permito me sentir mau pelas escolhas do outro, e não vou estourar uma champagne porque você está "limpo" a 20 dias meu querido! Honestamente, sei o quão difícil deve ser, MAS você não esta fazendo nada mais do que sua obrigação. Ninguém canta parabéns todo o santo dia que eu levanto e vou cuidar do I., porque é minha responsabilidade e obrigação que ele esteja bem nutrido (de alimento e carinho), bem vestido e feliz. Ninguém bate palmas quando eu acordo no meio da madrugada para cuidar dele porque teve um pesadelo, ninguém estende um tapete vermelho quando levo ele no parquinho ou deposito $ na sua poupancinha.... porque não estou fazendo nada de mais, é minha responsabilidade; entendeu? 

sábado, 23 de maio de 2015

Leis universais


Ola meus queridos(as)

Existem algumas leis que regem o universo e são intransponíveis, imutáveis e não negociáveis! Não são leis criadas por nós seres humanos (essas são temporalmente e culturalmente flexíveis, permeáveis, mutantes). As leis universais digamos assim, são oriundas das quatro forças fundamentais que criaram e regem o universo: a força gravitacional, a força eletromagnética, a força nuclear fraca e a força nuclear forte. O santo graal da física moderna é unificar essas quatro forças fundamentais em apenas uma teoria. A teoria quântica descreve o mundo microscópico, a teoria da relatividade geral descreve o mundo macroscópico, digamos que as duas não conseguem "entender-se", e até hoje não conseguimos conjugá-las matematicamente no modelo padrão. Nenhuma das duas teorias estão erradas, nós apenas não sabemos como unificá-las (ainda).

Enquanto estou aqui filosofando sobre os mistérios que o modelo padrão nos impõem como por exemplo, se o universo começou com o Big Bang, deveria ter evoluído a conter a mesma quantidade de matéria e anti-matéria, porém sabemos da disiparidade entre matéria e anti-matéria (senão nem estaríamos aqui né?) e esta não é explicada pelo modelo, escuto um suspeitíssimo barulho vindo do quarto do I. Abro a porta e lá esta ele, coberto de cocô, combinando com o cocô nas paredes, no tapete. E eu penso comigo, bem que a simetria entre matéria e anti-matéria (ou como gostam os físicos, carga-paridade) pudesse ser explicada pelo modelo padrão e NÃO estaríamos aqui, muito menos esse quarto cheio de cocô!!!!! E a empregada já foi embora...






quinta-feira, 21 de maio de 2015

Tudo bem "dentro do possível"


Ola meus queridos(as)

As pessoas não estam acostumadas a honestidade, sabe quando alguém pergunta esta tudo bem? E você responde um sonoro e redondo: não, parece que o outro fica em estado de choque, um elefante cor de rosa entra na sala e aquele constrangimento paira sob tudo e todos. Para amenizar o momento, geralmente a resposta é: esta tudo bem "dentro do possível". Que meleca exatamente quer dizer isso "dento do possível"?  

Bom, se "dento do possível" significar que sua casa não foi destruída por nenhum terremoto ou tsunami, você não foi assaltada, estuprada ou esfaqueada, seu filho não tem leucemia, paralisia cerebral ou AIDS, tem comida na geladeira para alimentar metade de um país africano e ainda dá para pagar a conta de luz... esta tudo bem dentro do possível. 

Temos também a outra versão similar do tudo bem dentro do possível, o "tudo indo"... vago, espacial; é... tudo indo. Outro dia o Caiçara tentou me convencer que EU estava tudo bem "dentro do possível", falei não, não esta tudo bem. Pombas, se não esta tudo bem NÃO esta tudo bem muito menos tudo bem "dentro do possível"!  Qual o problema de não estar tudo bem? Precisamos reconhecer e respeitar nossos sentimentos e não ficar fazendo de conta que esta tudo bem se não esta. Faz tempo que cansei de "fazer de conta" para agradar o outro, ou simplesmente manter o status quo social.

Então não, não está tudo bem... e tudo bem!


sábado, 9 de maio de 2015

O jardim encantado


Ola meus queridos(as)

Porque ele continua vivendo, não, melhor, morrendo em lalaland acreditando que o grupo vai segurá-lo, morando em Peruíbe sem emprego na casa da irmã evangélica? ACORDA! Ele já fez isso e não deu certo! Vou utilizar mais uns dos nossos jargões: Insanidade é cometer os mesmos erros esperando resultados diferentes!

Auto engano. Ele veio com aquele blababla que será diferente, que desta vez foi diferente, ele teve uma convulsão, vomitou sangue (me poupe dos detalhes), que vai buscar a sua recuperação.... Não, sabe o que foi diferente desta vez? EU! Eu, não o acolhi, não teve marmitex, não teve compreensão, não teve NADA, apenas um sonoro foda-se, problema seu! O "resultado" diferente foi que simplesmente eu não estou mais aqui. Ele falou que eu não estava ajudando, respondi, eu não estou mais aqui para te ajudar, faz 4 anos que faço isso então, chegou a hora de fazer diferente. E sabe uma coisa? Puxa, como me senti bem, depois de muito tempo, simplesmente falar para ele o que EU acho, que ele não vai ficar limpo mais que meia dúzia de meses neste esquema, que na próxima (que vai acontecer assim que ele arrumar meia dúzia de $ ou brigar com a irmã ou acordar do lado errado da cama) ele poderia fazer a gentileza de morrer (já que não quer mais viver mesmo), alias ofereci uma "mãozinha" monetária, quanto você precisa para comprar todas as pedras de crack que você acha que precisa para ter uma overdose e morrer? Eu deposito da sua conta, pois tenho certeza que você não vai usar esse $ para comprar uma passagem e um presentinho para subir a serra e ver seu filho... 

Cruel? Radical? Insensível? Pode ser tudo isso ou nenhuma delas... apenas, como cheguei "lá" não preciso ficar pisando em ovos mais, não preciso mais medir minhas palavras como se estivesse falando com uma criança de 3 anos de idade, não preciso mais NADA, pois não sinto mais nada. E assim me liberto das últimas amarras que sempre me faziam voltar ao modo "mãe", cuidadora...  Estou preparada para aquele telefonema (se alguém se der o trabalho de ligar avisando), o Caiçara morreu.

Fiz minha última oferta, uma internação longa (9 meses no mínimo) numa clínica no Rio Grande do Sul (que sempre foi minha primeira opção), espírita, uma reprogramação de vida, de valores, com uma equipe profissional, e ao longo dos anos (se ele sobreviver), um bom acompanhamento psiquiátrico mesmo, com remédios, terapia e etc... MAS o que ele escolher é problema dele!

E assim, os últimos nós vão sendo desfeitos, as últimas amarras, as últimas lágrimas derramadas... E o mundo fica mais colorido, mais engraçado, mais divertido, mais desafiador e encantado! Como na apresentação da escolinha do I.: o jardim encantado, com suas borboletas voando, os pássaros cantando, as árvores falantes, o caracol de cartola, a centopéia de sapatos, a joaninha sorridente; e o amor que flui entre todos os elementos. 


Amor "avózal "


Ola meus queridos(as)

Vocês que acompanham um pouco aqui o que acontece sabem que minha relação com minha mãe anda aos trancos e barrancos já há algum tempo, na verdade depois que nos mudamos para o apartamento eu, confesso, venho a evitando propositadamente. As poucas vezes que conversamos no telefone é ela que liga e sempre são assuntos banais ou algo relacionado ao I., as poucas vezes que ela aparece por aqui dou um jeito de não ter que vê-la, apesar dela morar a 10 minutos a pé aqui de casa nem lembro a última vez que estive lá. Resumindo, coloquei ela na geladeira mesmo! Péssimo, pois sei que faço tudo isso para me preservar, não ter que lidar com minhas mágoas e ressentimentos. 

Ontem ela ligou, disse que não queria fazer nada no domingo já que o aniversário dela é essa semana (pois é junta tudo), ela gostaria de nos convidar para um almoço no próximo final de semana (pensei comigo, obrigada por me poupar de inventar alguma coisa pois a última coisa que eu quero é ir almoçar na sua casa amanhã, péssimo de novo). Ela perguntou do I., disse que quase não o vê; aí baixou a promotora pública: você pouco vê o seu neto por ESCOLHA sua! E é verdade, eu nunca impedi ela de ver o I., vir em casa, convidá-lo para tomar um sorvete, levá-lo no parquinho... ela não faz porque NÃO quer, ponto final. Outro dia comentei com meu pai o quanto triste eu ficava com essa situação, pois por mais maluca que minha avó fosse, eu a adorava, ela esteve muito presente durante a minha infância toda, só guardo boas recordações dela, e o I. provavelmente não terá essa referência. Meu pai simplesmente disse, sua mãe não tem "isso" dentro dela; ela não é avó do I. nem de ninguém. "Isso" que ela não tem é amor maternal (ou avózal). 

Porém quando você já bateu o martelo e a sentenciou ao carcere privado, eis que ela aparece na apresentação em homenagem ao dia das mães hoje de manhã na escolinha do I. (e ainda tira foto!). 


quinta-feira, 7 de maio de 2015

Crianças


Ola meus queridos(as)

Como mencionei o I. esta fazendo um trabalho com a psicóloga infantil, e como eu sou chata e não entendo nada de psicologia (gente é muito mais complicado e caótico que física quântica), resolvi estudar um pouco, ler um pouco, pesquisar um pouco na tentativa de ajudá-lo e entender sua cabecinha (prepotência minha né? mas eu tento). 

Encontrei um monte de baboseiras, alias como venho de um background muito "exatas" e psicologia não é ciência (me desculpem mas nem entre eles há consenso, perdi as contas de quantas teorias de desenvolvimento infantil eles consideram; Piaget, Wallon, Erikson, Freud, Lorenz, Skinner, Gesell... esses são apenas os que eu lembro agora). Porém, extraí algumas informações relevantes e fiquei minhocando um pouco.

Primeiro, meio óbvio, criança é criança! Tem criança por ai com uma agenda de atividades semanais mais cheia que a minha... é da escola, para o inglês, para a natação, para a aula de música, para aula de sânscrito, para aula de hatha yoga... e no meio do caminho come alguma coisa (besteira) com um iPad na mão. Isso é o reflexo da nossa ansiedade, de querer proporcionar "o melhor" para que nossas crianças cresçam da "melhor forma" possível e serem adultos bem sucedidos no futuro (afinal de contas, o mundo adulto é competitivo e só os mais qualificados e fortes sobrevivem). Gente, para tudo! Nosso mundo acelerou, e nós aceleramos nossas crianças juntos... Cadê aquele tempo ocioso, sem fazer nada, brincar de voar ou ler um livrinho! Cadê aquele domingo de manhã que simplesmente caminhamos até a padaria, compramos pão, tomamos café e desfrutamos da companhia das nossas crianças sem se preocupar com nada, sem programar nada, sem ter que encher o dia de "atividades"? É estímulo demais, cobrança demais, responsabilidade demais para uma criança. Então, minha primeira "resolução", desacelerar... respeitar o tempo do I.  e deixar que ele se desenvolva no seu ritmo sem impor. 

Segundo, não tão óbvio, a criança é um ser completo, um indivíduo (claro que esta em desenvolvimento, como todos nós não?), e deve ser respeitada e vista como um todo. Temos a tendência de banalizar seus sentimentos, justificando que é uma "fase", ele vai crescer e blablabla... Bom, que eles vão crescer é fato MAS isso não anula o que a criança esta vivendo naquele momento, suas frustrações, suas alegrias... enfim, seus sentimentos. Ou seja, a importância de respeitar o que a criança esta sentindo; as vezes é difícil, pois nem a criança consegue expressar o que esta sentindo, é um momento de aquisição... O I., por exemplo, acaba se expressando de outras formas quando esta chateado ou frustrado, mas não adianta eu perguntar: você está chateado, pois esse "conceito", essa identificação de sentimentos ainda é muito rudimentar para ele. Então, minha segunda "resolução", respeitar e valorizar seus sentimentos.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Papai sumiu


Ola meus queridos(as)

Essa foi a frase que escutei do meu pequeno, "papai sumiu".... O que fazer neste momento? Como responder ou não responder? Simplesmente o abracei muito forte, e perguntei dos animais que moram no fundo do mar e rapidamente ele estava explicando o octopus, o caranguejo, o shark e assim "o papai sumiu" ficou no passado enquanto ele imitava o peixe! 

Pois é, as consequências de suas escolhas afetando um ser lindo, ingênuo, maravilhoso, MEU FILHO! Virei onça... protegendo a cria, patrulhando o perímetro (não chegue perto), alerta para defender e atacar (se preciso)! Instinto animal mesmo, ao extremo. A estabilidade e bem estar emocional do meu pequeno I. é o que importa. 

Sei lá se ele entendeu o recado ou não, MAS a partir de hoje contato ZERO, não atendo nem mais suas ligações (e também estou optando por não me comunicar com ninguém da sua família, que mais uma vez, não consegue nem ler e fazer uma interpretação básica da língua português, deturpa tudo e adora uma fofoca). O melhor a fazer é me afastar definitivamente de todos. E assim a família do I. vai ficando cada vez menor, mas com mais amor, carinho, acolhimento e compreensão! 


terça-feira, 5 de maio de 2015

Parece que já assisti esse filme


Ola meus queridos(as)

O friozinho chegou.... e com ele aquela preguiça de sair da cama! Começou a luta matinal para tirar o I. da cama e ir para escola. Confesso que fico com dó de acordá-lo, criança dorme tão gostoso, tão tranquilo né? Engraçado que durante o final de semana, faça chuva ou faça sol, ele esta de pé antes das 7 da manhã. 

No final de semana ele ligou com a desculpa de querer saber do I., e depois passou uns bons minutos me pressionando, querendo saber se ele ainda tinha alguma chance, se poderia ter esperanças com relação a nós e aquele blablabla básico. Lá no fundinho dei uma micro balançada (só eu percebi) mas fui firme e continue com o meu discurso de cada macaco no seu galho. Mais uma vez meu instinto não me abandonou e tomei a decisão certa (para mim) de me afastar e viver a minha vida sem ele. Eu e a irmã do Caiçara trocamos algumas mensagens no face, ela disse que logo depois que o santo J. buscou o Caiçara ele sumiu de casa, ficou dois dias sumidos com um resto de $ que estava na Caixa (PIS, sei lá). Ela disse que na próxima, coloca ele na rua e ponto final.

Olha, realmente não sei o que pensar. Já foram tantas inúmeras vezes, que tantas inúmeras pessoas estenderam a mão e NADA! Ele não quer se ajudar. Por um lado eu entendo que ele acordou o monstro, sua compulsão é gigante (até sugeri uma internação) e ele não faz as coisas deliberadamente para machucar os outros MAS por outro lado, eu entendo a família também e suas dificuldades. Pombas, o J. sai lá da vidinha pacata deles da praia para resgatar o Caiçara (senão ele iria para rua desta vez), eles abrem as portas da sua casa para abrigá-lo, dar mais uma chance e em menos de 24 horas o cara some! E detalhe, a vida deles é apertada , uma boca a mais para alimentar vai acabar pesando se ele não contribuir (foi mais ou menos o que aconteceu da outra vez)... Parece que eu já assisti esse filme! Só com uma única diferença, não sou mais a atriz coadjuvante.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

O tempo


Ola meus queridos(as)

Quando era mais jovem simplesmente queria que o tempo voasse, que tudo acontecesse na velocidade da luz, para ontem.... eu não apreciava o tempo, sua quieta passagem, seu ritmo, sua sabedoria. O tempo era meu "inimigo" digamos assim, e hoje, o tempo é o meu melhor amigo. Eu confio nele, eu apreendo com ele, eu o respeito e assim fizemos as pazes. A dor diminui quando não a alimentamos, e apenas deixamos o tempo curar as feridas (como dizem por ai). Não acho que o tempo cure nada, na verdade ele nos permite um distanciamento, ele nos permite observar com maior clareza, ele nos obrigada a caminhar para frente e olhar para trás com "outros"olhos porque crescemos. Na nossa realidade newtoniana, o tempo não é uma variável como na física quântica... 

E hoje apenas confio no tempo, a dor que ainda sinto um dia irá acabar se eu deixar, se eu não me segurar a ela e deixar o tempo passar, deixar o tempo cumprir sua função... quanto tempo vai demorar? Só o tempo sabe. 

Mas estou pronta para recomeçar minha vida sem ele nela, estou pronta para deixar o tempo fazer sua mágica... e assim tirar um coelho da cartola!