quarta-feira, 31 de julho de 2013

Pequena reparação


Ola meus queridos(as)

Ontem aconteceu algo inédito (desde que comecei a frequentar o grupo), quase faltou cadeiras na sala! Lotação máxima! Nenhum membro novo, mas todo mundo resolveu aparecer, fiquei bem feliz! Mas confesso que um pouco apreensiva pois nossa salinha é pequena, e tive receio de não distribuir bem o tempo para que todos pudessem partilhar... mas o PS estava por lá ontem e deu tudo certo! Até eu partilhei (normalmente quem coordena não partilha quando falta tempo, claro que isso não é uma regra mas é a que eu sigo pois odeio ter que levantar aquela plaquinha do 1 minuto). Acho muito chato quando alguém esta partilhando e lá vem a plaquinha... Claro que em grupos grandes se faz necessário, alias na sala do NA que o Caiçara frequenta eles até sorteiam quem vai partilhar e quem não vai (como eles dizem, a bola cantar). Já que o grupo é tão grande porque eles não abrem outro? 

Escutando os companheiros, mais uma vez voltei ao terceiro passo, vira e mexe lá estou eu de novo trabalhando o terceiro passo... eu tenho uma dificuldade enorme nessa entrega. Alguns emperram no quarto (o inventário), outros nos oitavo/novo (as reparações) e eu no terceiro! Enfim, um dia de cada vez.

Andei pensando muito no porque essa falta de comunicação entre nós, e qual a minha contribuição nisso tudo. Talvez eu esteja realmente cobrando demais dele neste momento, não estou sabendo respeitar os limites do outro e sim, acabo criando expectativas o que é uma meleca! Talvez, lá no fundinho eu não saiba viver o só por hoje; eu quero tudo agora já e isso acaba me prejudicando e a ele também. Isso não é uma competição para medir em quem dói mais, quem sofreu mais e blablabla... A dor de cada um é única, preciso re-apreender a ter mais compaixão por ele (ele disse que eu tenho mais compaixão por qualquer drogado no meio da rua do que por ele... pois é, talvez porque o drogado anômino no meio da rua não tenha feito nada para me magoar). Foda né? Sei também que ele me ama, e não fez nada que tivesse me magoado intencionalmente. Ai dona barriga, foque no amor dentro do seu coração, tenha fé e esperança nele, em você, em nós! 

terça-feira, 30 de julho de 2013

Caiçara amado



É para você meu bem amado

Oh! meu bem-amado
Quero fazer-te um juramento, uma canção
Eu prometo, por toda a minha vida
Ser somente tua e amar-te como nunca
Ninguém jamais amou
Ninguém
Oh! meu bem amado, estrela pura aparecida
Eu te amo e te proclamo
O meu amor, o meu amor
Maior que tudo quanto existe
Oh! meu amor 


Bicho de sete cabeças


Ola meus queridos(as)

Já esta ficando até monótono esses posts, mais uma conversa desastrosa... Confesso, estou quase entregando os pontos, ficar nadando contra a maré deste jeito vou acabar morrendo afogada! Toda aquela mágoa voltou, e ele simplesmente dizendo que eu só questiono (tudo), apressando o tempo (eu disse que o I. já fez dois anos, não vou ficar esperando ele fazer 10 anos para escutar um sonoro DESCULPE por tudo que fiz). Mesquinharia minha? Pode até ser mas já passou da hora, e fui escrota mesmo e respondi: qualquer outra mulher já teria pulado fora deste barco furado faz tempo, ou melhor arrume outra bem burrinha que não sabe o que é dependência química e nunca pôs o pé num grupo de apoio... ai você vai poder manipular ela sem esforço! Sugeri dar um tempo. Ele não entendeu desta forma, e sim como abrir um precedente para traição.... Eu lá tenho tempo para isso? Não lembro nem a última vez que fui ao cinema. Insanidade total!

Mas chega, estou fazendo o inventário moral dele, o que é péssimo para mim; o único inventário que eu tenho que fazer é o meu próprio. Percebi isso lendo as últimas postagens, e claro levando umas chulapadas básicas da minha madrinha e também conversando com companheiras muito queridas (e mais esclarecidas!). Atitude e ação, entre outras coisas, é o que esta faltando neste momento. É o velho e sábio lema: que comece por mim. Estava esquecendo tão importante lição, querendo que começasse por ele... impressionante quantos mil anos de Nar-Anon eu vou precisar até não cair mais nestes comportamentos (desta vez sem perceber mesmo)?

Por outro lado, as vezes sinto que são problemas que surgem simplesmente pelo fato de que numa relação homem mulher nem tudo são flores, mas claro que com o tempero dependência química/codependência, os problemas se agravam e acabam parecendo maiores do que eles realmente são. Então é o momento de re-dimensionar os problemas, dar um passo para trás para poder melhor enxergar a realidade, e lidar com ela dentro dos nossos limites e não como se fosse um bicho de sete cabeças. Como diz meu sábio pai, existem dois tipos de problemas: aqueles que você pode resolver e aqueles que você não pode resolver. Os que você NÃO pode  resolver deixam de ser problemas... 

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Me põe no tronco


Ola meus queridos(as)

Não estamos nos  entendendo ultimamente, as conversas são sempre infrutíferas, como se ele estivesse na retranca e eu no ataque... acho que é a terceira vez que ele simplesmente desliga o telefone na minha cara. Ele fica ameaçando que vai desligar e eu? Desliga uai? Ele esta recaído (espero que apenas no seu comportamento), totalmente fora do programa. Confesso que andei dando umas deslizadas também, acho que ando cansada mesmo, mas não deve ser só isso, preciso de um tempo e buscar dentro de mim o que realmente esta acontecendo na nossa relação. Estou atolada de trabalho (olha as desculpas...), semana que vem tenho que estar em Curitiba, e depois companheiras nosso encontro estadual em Águas de Lindóia. Ou seja, o mês já esta cheio e minha cabeça junto. 

Li algo muito produtivo e interessante no blog da nossa querida companheira Kel; a diferença entre ouvir e escutar. A não ser que você seja surdo, todos nós temos o sentido da audição, mas nem sempre a capacidade de escutar (não só o outro, e aqui faço um adendo a sua linda postagem, mas escutar a nós mesmos também)! Eu ouço mas não escuto... Talvez eu esteja fechada demais, depois da sua recaída minha armadura voltou blindada mesmo, a prova de balas! E também junto com ela, essas memórias do passado, alguns sentimentos mau resolvidos (sabe aqueles escondidos na gaveta?) e questionamentos homéricos. Olha como estou "descentrada", eu meio chateada, meio triste pelo aniversário do I. (que só desencadeou o processo), querendo um colinho, uma palavra dele... a única coisa que veio do lado de lá foi: passa. E o rinoceronte aqui responde: até a uva passa! Serenidade tendendo a zero mesmo!

Oh madrinha, chulapa mesmo porque, só por hoje, só na base da chicotada e tronco mesmo! 



domingo, 28 de julho de 2013

Os dois lados da moeda


Ola meus queridos(as)

Acho que o aniversário do I. abalou um pouquinho aqui dentro, talvez porque não tenha sido o programado/esperado... mas quantas vezes em nossas vidas o que programamos simplesmente não acontece devido a fatores externos, fora do nosso controle. Engraçado que ele se divertiu, como sempre, totalmente alheio ao resto e quem ficou um pouco chateada fui eu... que bobeira né? Nosso pequeno bebê continua na UTI, minha irmã naquela maratona diária como comemorar com fogos de artifício? Não tinha clima... Mas já planejamos o mega aniversário em conjunto I./L. ano que vêm! Pronto, aqui estamos nós de novo programando... que meleca. 

Umas memórias do passado também voltaram com força total, nós nunca estamos tão bem resolvidos como achamos; e essas coisas involuntariamente acontecem para nos trazer de volta a nossa "humanidade" imperfeita, nos colocar novamente no caminho. Chega de lamentar, não faz muito meu estilo, mas confesso que fiquei tristinha, mas como saber ser alegre se não sabemos também ser tristes? Como saber o que é o dia se não sabemos o que é a noite? Como apreciar a felicidade se nunca houve tristeza? São os dois lados da moeda nos ensinando, mas a escolha de que lado da moeda você quer viver é sua! 

A meleca é que apenas queremos, ou almejamos o bom, saber que para apreciá-lo precisamos passar pelo "não" tão bom assim... Mas olha, confesso para vocês meus queridos, eu já estou sossegada do "não" tão bom, mas só o PS saberá, porém sempre que tenho a escolha, escolho o lado da moeda com um sorisso estampado. 


sábado, 27 de julho de 2013

Make tomorrow today


Ola meus queridos(as)

Pequeno dormindo, louça lavada, casa em ordem e eu cansada e meio melancólica.... momento saudosista. Ano passado, nesta mesma data, estávamos todos juntos comemorando o aniversário de um aninho do I.E escuto Peter Gabriel, nossa quantas noites (boas e ruins) simplesmente liguei meu iPod e o escutei, companhia estranha. Gosto da música, o significado lírico...mas quantas vezes também não subi na varanda com ele (minha companhia) vendo o dia clarear, o azul escuro tornando-se esverdeado e finalmente os tons alarajandos e amarelos espalhando-se pelas nuvens, anunciando o dia e eu lá... sentada no andar de cima da minha casa, encolhida na varanda simplesmente pensando aonde ele estaria (afinal de contas a padaria é ali do lado, nem engatinhando você demoraria a noite toda para voltar de lá né?). E repetia a mim mesma: Make tomorrow today, faça o amanhã hoje! Quantas decisões tomei naquela varanda, quantas lágrimas derramei naquela varanda, quantas vezes ela foi meu refúgio, meu esconderijo... e quantos dias não vi nascerem lá de cima prometendo a mim mesma que faria o amanhã hoje. Mas ele voltava, sempre voltada estrupiado e eu esquecia de fazer o amanhã hoje! 

Como é bom não mais me permitir passar por isso, respeitar meus limites e simplesmente não aceitar mais nada! Principalmente porque nem juntos mais moramos, alias penso e muito se algum dia, num futuro, voltaremos a dividir o mesmo espaço... Claro que sinto sua falta, mas darei tempo ao tempo e hoje "make tomorow today". E se algum dia eu voltar para aquela tão amiga varanda será para observar a beleza das ondas calmamente quebrando na praia, o por do sol e todos os seus tons de cores, os pássaros em revoadas e não fixada na rua esperando um sinal de vida, e sim no céu cheio de estrelas! Puxa olhando para trás eu sofri para caralho mesmo (acho que na época nem eu tinha essa compreensão); mas não sofro mais porque? Porque optei por ser feliz, simples assim. 

É tudo lindo, perfeito maravilhoso como num conto de fadas? Longe disso, mas fui apreendendo e continuo neste caminho, e "tentando" respeitar as decisões de cada um (inclusive as dele). Sempre fui meio autoritária, mas aos poucos a humildade esta chegando e a vida esta ai para que possamos apreender com ela, ou continuar sofrendo. O que você escolhe? Eu vou de Peter Gabriel, make tomorow today! Super beijos e ótimo resto de final de semana!

Feliz aniversário meu amor!


Ola meus queridos(as)

Hoje, 27 de julho, há dois anos atrás nascia o meu filho! A coisa mais preciosa que a vida pode me dar e agradeço diariamente por esse presente. Tinhamos programado uma festinha mas com o nosso outro "bebê" ainda na UTI resolvemos deixar para um segundo momento... mas daqui a pouco chega um e outro e o bolinho já esta comprado. Também já tinha programado um churrasco/aniversário na praia aonde temos grande parte dos nossos amigos que acompanharam o I. desde da minha barriga até agora, inclusive o padrinho e a madrinha do I moram na praia. Pensando bem, mais da metade da minha "vida"esta na praia... mais uma razão de sentir tanta falta de descer a serra. 

Dois anos, passaram voando! Meu pequeno já não é mais tão pequeno assim, esta virando uma pessoinha, cada dia mais esperto e encantado com o mundo que aos poucos vai descobrindo! Uma bolinha de sabão flutuando no ar é um universo incrível para ele... Tudo o encanta! Sim, ele é uma criança feliz, curiosa, meio birrenta, teimoso (quem é o pai dele né) e muito mas MUITO amorosa. Agora que apreendeu que consegue o que quiser, é mil beijos por dia (olha isso, já manipulando). Ele é uma alegria na minha vida, e agora que esta crescendo, virando companheiro mesmo (claro que enche o saco um pouco ele grudado em mim 24 horas); não consigo imaginar minha vida sem ele... deve ser o tal amor incondicional! 

Que ele continue cada dia mais lindo, saudável e só peço ao PS que me oriente sempre para poder guiá-lo e ver ele se tornar um adulto carinhoso, responsável e único! Meu único amado fillho, parabéns! 

P.S: Fiquei imaginando, se este blog sobreviver aos anos, ele lendo estes posts; o que será que ele sentiria? Entenderia melhor essa mãe maluca que ele tem? 


quinta-feira, 25 de julho de 2013

Nar-Anon/NA


Ola meus queridos(as)

Ontem conversando com um companheiro de NA muito querido e sábido sobre vários assuntos, uma grande e inegável verdade foi dita, porque nossas salas do Nar-Anon andam tão vazias mesmo frente a essa epidemia? Alguns fatores de ordem prática, como somos uma sociedade anônima (mas não confundir com secreta), logo não fazemos propaganda na TV né?. Diz, uma das nossas tradições (11) que nossa política de relações publicas se baseia na atração e não na propaganda.... Eu mesmo confesso que só fui tomar conhecimento da existência do Nar-Anon quando o Caiçara foi internado, e a clínica sugeriu que os familiares fossem procurar ajudar nos grupos de apoio. Claro que não fere a tradição colocarmos um cartazinho num posto de saúde por exemplo, ou fazer uma panfletagem ou palestras em clínicas. Infelizmente tenho a sensação que caminhamos independentes, o que não ajuda nem o lado do DQ muito menos dos CDQ. Nossas salas com, digamos assim, uma maior frequência de companheiros são aquelas próximas as do NA que são bem poucas. Além da cooperação, preciso apreender um pouco mais sobre a dinâmica do NA e como eles nos vêem; estou aqui fazendo um esforço tremendo para trazer esse companheiro do NA para uma temática no Nar-Anon (graças ao PS e ao SIDSP, já tivemos outras temáticas com companheiros convidados do NA)! 

Lembro de uma reunião aberta que "tentei" ir com o Caiçara na praia (mas não tinha com quem deixar o I. e ele claro, não se comportou e tivemos que sair), quando me apresentei "meu nome é dona barriga uma nar-anon em recuperacão"uma media dúzia de adictos só faltou pular das cadeiras! É meus queridos companheiros do NA.... a gente não morde não! Alias para os que não sabem o histórico, o Nar-Anon é uma semente do Al-Anon, como o NA é uma semente (que brotou e deu frutos) do AA. Alias convido nossos companheiros do NA a nos fazer uma visita, nossas reuniões são abertas (a única coisa exigida é que se respeite o anonimato). Outro dia mesmo tivemos uma jornalista, claro que ela não levantou a mão na terceira tradição associando-se a irmandade, mas veio nos conhecer para poder escrever uma reportagem e foi bem interessante. 

Também gostaria de mencionar que na nossa sexta tradição (que é semelhante a do NA) temos um adendo muito importante e esquecido: "Embora sendo uma entidade separada deveríamos SEMPRE colaborar com os Narcóticos Anônimos". Ou seja, somos entidades irmãs e é nossa obrigação, como Nar-Anon auxiliar o NA! Eu, infelizmente, não acredito que um DQ possa realmente viver em recuperação dentro de um ambiente familiar aonde estam todos doentes... A recuperação é um caminho individual, mas para o bem coletivo de todos!  

E antes de acabar me delongando, o grande motivo do porque as famílias não procuram o Nar-Anon: vergonha! Vergonha de ter um filho adicto, de ter um marido adicto...muita vergonha e culpa! Querida(o), asseguro a você que com o tempo os três C's vão entrar na sua vida e levantar esse peso: não causei, não posso curar, não posso controlar! 

Desejo a todos, nesta gélida quinta feira: serenidade, coragem e sabedoria! 

terça-feira, 23 de julho de 2013

Mudar ou não mudar?


Ola meus queridos(as)

Nestes útimos tempos venho ponderando e muito a possibillidade de mudar, mas não apenas uma mudança interna mas física mesmo! Mudar de cidade, mudar de país... voltar para os USA ou para a Thailand (apesar de não falar uma palavra de Thai, é pior que grego, acreditem! Mas o país é lindíssimo e acolhedor, sem mencionar as praias...). Mas hoje tenho um pequeno fazendo 2 aninhos na bagagem, então não é como antes que eu simplesmente colocava minha mochila nas costas e ia para o aeroporto. Outra realidade, outras responsabilidades. 

E me questiono, essa necessidade de mudar é porque realmente eu quero MUDAR (chega de Brasil) ou estou fugindo dele e seus problemas? Óbvio para vocês meus queridos que acompanham essas melecas que escrevo que Sampa não é para mim, apesar de ter nascido e vivido boa parte da minha adolescência aqui (mas antes era tudo tão diferente, essa cidade não me parecia tão enlouquecida assim...). E pondero se quero ver o I. crescer sem brincar na rua, trancado numa escola murada aonde o tanque de areia é azul e as árvores de plástico. Passar a infância passeando no shopping ou no parque da Mônica? Socorro...não. 

Sempre fui meio nômade, já morei em tanto lugar, o mundo era um quintal a ser descoberto; será que faltou raízes? Alias aonde estam minhas raízes? Ou serei eu uma destas pessoas com 20 passaportes (tá bom, eu só tenho três, o brasileiro, o americano e o da comunidade européia) e sem pátria?! As vezes tenho a sensação que não me apego a nada, lugar nenhum. Opa, micro crise existencial a essa altura do campeonato! 

E paro e penso, minha família que já é minúscula, meus pais envelhecendo, o novo bebê... deixar tudo isso, ou pior, privar o I. deste convivio familiar e nos mudarmos para o outro lado do planeta?! Dilemas e mais dilemas... talvez um meio termo seja esperar mais alguns anos, ele crescer um pouco curtindo os avós (ele só tem dois mesmo, minha mãe e meu pai), a única tia (minha irmã, desculpe a irmã e o irmão do Caiçara não contam; alias só abrindo um parênteses; quando estavamos na praia esses dias o irmão dele passou por nós e nem parou para dar um abraço no I., isso porque ele é evangélico hein? Imagina se não fosse, tinha jogado pedra!). Resumindo, a família do I. é apenas a minha família (o lado de lá é inexistente). 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Distribuição normal


Ola meus queridos(as)

Oh que saudade das chulapadas básicas da minha madrinha.... lá ia eu entrando no seu momento adicto,  nada mais clássico que aquele momento"você"/ eu me tirando do sério. Tá bom querido, se eu tivesse esse poder! Tiraria você das drogas e não do sério! Como é fundamental ter uma madrinha, e digo isso para todas as companheiras por ai ainda não amadrinhadas, minha madrinha é como um farol...quando começo a me perder olho para cima, e lá esta aquela luz, aquele referencial para o qual sempre posso voltar (por bem ou por mau mesmo, com ela é na base da chulapada, mas nos amamos, fazer o quê?). 

Fazemos para nós mesmos, mas infelizmente a cabecinha adicto acha que não... o resto do mundo faz, e ele nada.... eita adolescência que não passa nunca! Mas enfim, só analizo, escuto e olha que interessante, hoje o Caiçara é quase como um experimento. Fico fascinada com suas reações, a maior parte delas previsíveis, outras fogem um pouco da média. Mas quase nada mais me surpreende, coloco dentro do desvio padrão e resolvido a distribuição estatística. Tão gaussiana....que chega a entediar. As vezes anseio por uma qui-quadrada ou mesmo uma multi-variada, mas não; a velha clássica distribuição normal. Já esta ficando até chato...


Um dia sendo humilde


Ola meus queridos(as)

Voltando um pouco na temática da última postagem, ele me ligou hoje a tarde, tudo certo (dentro do possível) até eu mencionar que realmente estou disposta a mover uma ação judicial contra a clínica (meu advogado só esta esperando o sinal verde). Ele virou um bicho raivoso! Tentei explicar que sim, tem aquela vingancinha básica do ser humano (eu em específico) mas gostaria de ninguém mais tivesse que passar pelo que eu/nós passamos devido a incompetência e falta de profissionalismo daquele lugar. Sua resposta: deixa isso para lá, é passado... pois é, primeiro não sei se é TÃO passado assim e segundo  cadê a nossa responsabilidade em simplesmente deixar outras donas barrigas e Caiçaras sofrerem por isso, que pode ser evitado?! O final da conversa não foi nada amigável, mais uma vez ele não esta do meu lado nas minhas decisões; avisei que ele seria chamado a depor independente e ele desligou o telefone na minha cara. Eita cabecinha de adicto! Eu não sou a dona da verdade, longe disso, mas porque ele não me defende? Porque não fica do meu lado e oferece o seu suporte? Olha, parece que sou sempre eu contra o resto do mundo, que saco! Racionalmente sei que não é essa a dinâmica, mas ele não me apoia em nada, nunca... acho que estou me acostumando a tomar minhas decisões sozinhas, e depois não me chame de ditadora pois toda vez que tento fazer um plebiscito num processo democrático ele não se manifesta! 

Dúvidas... o que realmente aconteceu lá dentro enquanto ele estava internado? Porque reluta tanto em se envolver neste processo? O que ele tanto quer deixar no "passado"? Uh....vários uhhhhhhhhs. Enfim, a partir de amanhã esta nas mãos do meu competentíssimo/caríssimo advogado. E quem não gostar, mais uma vez, que vá lamber sabão!

O nosso pequeno bebê esta melhorando, lentamente, meu pai (que é cirurgião pediatra) esteve na UTI hoje, tiveram que drenar novamente (mas detalhes técnicos segundo ele, nada preocupante), talvez consigam desentubar amanhã. E eu liguei um bilhão de vezes para a minha irmã e só caixa postal... entendo, ela e celular é como eu e celular, esquece na bolsa, em casa, no rabo...enfim, não é a toa que somos irmãs. Aversão a celular deve ser genético na nossa família! Mas estamos mais tranquilos, e o pequeno estará em breve entre nós, estou com uma vontade gigante de pegá-lo nos meus braços, amassar, beijar (e até trocar a fralda, to calejada mesmo)! É sério, outro dia eu e minha giga amiga D. resolvemos fazer um pseudo campeonato, o pequeno dela é uns meses apenas mais novo que o I. e lá fomos nós, cronometrado quem trocava a fralda mais rápido! Advinha quem ganhou? Euzinha... nossa, agora vocês meus queridos têm certeza que sou maluca mesmo! Mais foi engraçado (e claro, valendo uma cerveja né?). Olha, estou trocando fralda no escuro de olho fechado dentro de um avião em turbulência sobrevoando o triângulo das Bermudas com as mãos nas costas! Mas não vejo a hora de começar o processo desfralde, estamos só esperando chegar mais o final do ano (no verão é mais tranquilo), e o I. já esta pronto (segundo a pediatra). Além de que quero economizar....dá-lhe fralda!

Brincadeiras a parte, a vida caminha, nem sempre como queremos mas sempre nos ensinando, e a minha lição mais importante: humildade, sempre pois ainda sou muito arrogante! Estou querendo aposentar minha arrogância também... será que o INSS aceita?! Serenidade e beijos incondicionais a todos, e digo "todos"que fazem parte deste tudo!




Código de Hamurábi


Ola meus queridos(as)

Hoje na hora do almoço (olha o milagre consegui sair para almoçar), simplesmente andei pela Av. Paulista, sem pressa até chegar ao restaurante. Mas andei, não estava correndo olhando para o chão pensando nos bilhões de problemas a serem resolvidos; observei as pessoas que passavam, suas feições, sua eterna pressa em chegar... mas chegar aonde? E as pessoas absorvidas nos seus respectivos mundinhos iam atropelando um "mendigo" digamos assim que estava sentado no meio do caminho, enrolado num cobertos imundo pedindo esmolas... Era quase como se aquele ser não existisse (mas o mal cheiro não negava, ele estava lá sim). É assim que tratamos nossos semelhantes? Não, esse ser não é nosso semelhante, alias ele não existe e por isso simplesmente o atropelamos, chutamos como se fosse uma pedra no meio do caminho incomodando o andar da carruagem; varremos para baixo do tapete pois ninguém ver quer lixo no meio da rua né? 

E em quantas situações também respondemos com desprezo, raiva e vingança... ao próximo, ao nosso semelhante. Será que ainda não percebemos que todos fazemos parte do "todo"? O bem comum. Quando deixamos de ser uma comunidade de seres cooperativos e nos tornamos egoístas ao ponto de blindarmos nossos carros e vivermos em fortalezas com cercas elétricas? Nada disso seria necessário se houvesse a consciência do bem comum, como sociedade (não estou aqui fazendo a apologia do comunismo, apesar de que ainda tenho minha carteirinha do PCB guardada em algum lugar...eu tinha 18 anos nas Diretas Já e lia Marx sim!). Sugiro visitar a Suécia, por exemplo, eles não tem nada de comunistas mas uma preocupação e entendimento enorme do bem comum social. 

As vezes tenho a sensação que estamos retrocedendo a velha Mesopotâmia de 1700 AC, e o famoso código de Hamurábi: olho por olho, dente por dente. Se continuarmos nesta tendência o mundo acabará cego e banguela! 


domingo, 21 de julho de 2013

Sem porque...só amor


Ola meus queridos(as)

Quantas vezes nos perguntamos "porquê"? Porquê eu, porquê isso, porquê aquilo, tantos porquês... Nenhum deles tem resposta, simplesmente é porque é! Difícil aceitar que simplesmente seja assim. E brigamos, gritamos, urramos contra os porquês ao invez de aceitá-los. É assim... ponto final! A vida acontece, algumas coisas sim temos controle sobre ela mas e o resto? Simplesmente acontece.... e você pode brigar até quebrar todas suas unha e de nada adiantará. A beleza estar em apreender a não quebrar as unhas (elas crescem de novo, mas lá vai você destruir horas de manicure). 

Hoje prezo minhas unhas, não cavo mais nenhum burraco! 

Nosso pequeno bebê, graças ao bom Deus, esta evoluido bem (mesmo não sendo médica não perco os jargões que ouvi minha vida inteira) ainda sem previsão de alta, mas SIM ele optou por viver e esta brigando (sem unhas mesmo)! E o astral da família agora é outro, esperança. Acho que minha fé contaminou toda a família e estamos cheio de esperanças e aguardando esse novo membro de braços abertos! Uma nova vida, um ser pequenininho e com ele vem tanto amor! Esquecemos quanto poderoso é o amor, talevz porque não sabemos amar... ou amamos egoistamente.

Amor a uma nova vida, amor  a uma velha vida, simplesmente amor a vida.... E não tem porque! Amor é amor, ou você sente dentro de você ou não....sem porquês. 


Por favor Poder Superior, segure nosso bebê!


Ola meus queridos(as)

Uma vida, recém nascida... entre o aqui e o lá. Estamos todos enlouquecidos, com a melhor assistência médica deste planeta, todo o conhecimento, especialistas, enfim... o que este nosso "mundo"pode oferecer de melhor sem dúvidas. Mas não esta sendo o suficiente... O pequeno bebê continua entubado, cada vez mais fraco, e temos muito medo que ele não resista a luta pela vida e opte por não viver. Minha família esta em frangalhos, são todos médicos, já prevendo o inevitável... Hoje peço de joelhos a você, meu Poder Superior, se segure a mão deste bebê, da sua mãe (minha irmã, única e amanda) e de todos nós que estamos desabando junto.

Ele foi tão esperado, por todos nós depois de tantos anos minha amada irmã querendo engravidar... e ele veio, mas não esta querendo ficar. Aonde nos apoiar? Em você meu PS, na sua bondade, sabedoria, no seu amor....Fé! Eu tenho muita fé (o resto da minha família nem tanto, já fui como eles...muita ciência e sabedoria, as vezes não ajuda). 

Então hoje eu venho diante a ti, que tudo pode, e humildemente pedir pelo nosso bebê já tão amando, tão esperado! Não nos desampare... mas que seja feita sua vontade.

Pai nosso que estais no céu, santificado seja vosso nome, seja feita vossa vontade...


sábado, 20 de julho de 2013

A cor do desejo


Ola meus queridos(as)

Não sou muito de postagens assim... mas essa me pegou! Porque diz algo, que talvez nem eu sabia... ainda o significado! Então ai vai, para os que sentem um vazio... como eu, além de que não existe nada mais único que o velho/novo/eterno Ney! E sim, eu sinto falta da sua língua caiçara na minha boca paulistana... mas tudo tem seu tempo. 


A tua boca anda oca
Da minha língua
da minha língua
A minha língua anda à míngua
Sem tua boca
sem tua boca
Exatos são os teus olhos que invadem
E me revelam teu coração
Exata é a cor do teu deserto
A dor do teu deserto
Exatos são teus beijos que me acertam
E a ti revelam meu coração
Exata é a cor do teu desejo
A dor do teu desejo

Fui para praia (que novidade) parte 2


Ola meus queridos(as)

Muito complexo lidar com um DQ recaído, e tentando voltar para o programa. Óbvio que ele sabia que eu estaria na cidade, e honestamente, também desci com a proposta de conversarmos. Acho que eu precisa "sentir" em que momento ele se encontra; quem sou eu (cadê minha bola de cristal?), mas na ativa ele não está. Completamente de volta ao programa (NA), também não. Uma mescla de "vergonha", e coloco bem entre aspas mesmos pois a dinâmica da sala do NA (segundo ele) por mais que sempre acolham seus companheiros, os recaídos são vistos por outro prisma. Honestamente, não sei... talvez seja uma dinâmica específica da sala que ele frequenta (cidade pequena, todo mundo se conhece então anônimo ninguém é, todo mundo é filho de algum conhecido, já se encontraram numa biqueira ou se virão numa padaria). A nossa sala do Nar-Anon não tem isso, primeiro porque encontrar alguém em SP por acaso é raríssimo, tirando minha madrinha com a qual tenho uma relação fora da sala, as outras companheiras(os) não tenho a mínima idéia de quem sejam no dia a dia... nem encontrei ninguém no supermercado. Resumindo, ele esta tentando voltar para a sala mas não se sente confortável. Voltou a frequentar as reuniões mas, digamos assim, não esta conectado.

Também está naquele momento "mea culpa" por ter jogado fora o tempo limpo. Pensei sobre isso, claro que estar limpo é o básico, sem isso nada anda mas tempo limpo e tempo de recuperação andam juntos? São sinônimos? Para a minha humilde concepção não.  Quando o I. nasceu (sua última desandada digamos assim) até o momento crítico (fundo do poço/internação) foram um ano de nada, calmaria... ele estava em recuperação? Longe disso, ele simplesmente não estava usando ponto final. Da mesma forma vejo DQ limpos a pouquíssimo tempo que realmente estam trabalhando sua recuperação, então não vamos confundir alhos com bulgalhos, tempo limpo e tempo de recuperação não são a mesma coisa. Se a pessoa esta limpa a 6 meses que seja (exemplo) e realmente vivendo o programa, vale muito mais do que outro limpo a 3 anos fora dele... ele vai recair, é uma questão de tempo. Talvez eu esteja sendo um pouco radical, mas apreendi com meus queridos amigos do NA que quem esta em recuperação não recai! E escutei de uma companheira (que acredita piamente na recuperação), o programa é perfeito, as imperfeições são nossas... coisas a se pensar não?

Não vou dizer que foi fácil nossa conversa, mas como passei alguns (bons) dias na praia com o tempo fomos nos escutado novamente. Passamos e continuamos passando muito tempo separados, e olha que maluco, perdemos um pouco o costume de estarmos juntos... Depois do terceiro ou quarto dia começa a necessidade de cada um ir para o seu "mundinho", atritos bobos, discussões desnecessárias, e a vontade de voltar para a caverna (zona de conforto). No fundo, sinto uma distância que os dois querem muito encurtar, mas só com muito trabalho/ação/compaixão e MUDANÇAS! A velha e boa coragem para mudar, ele tem, eu tenho mas não acontece do dia para a noite... e o medinho de sair da zona de conforto, abrir a janela, encarar fala alto! Mas confesso, não mais alto que o amor que temos um pelo outro. 

Hoje vejo as coisas de outra forma, eu o amo mas não me prejudico mais, não deixarei nem um fio de cabelo estressado cair da minha cabeça por isso, e aos poucos vou fazendo as pazes comigo, com ele e com esse mundo cheio de segredos e descobertas! 





Fui para praia (que novidade) parte 1


Ola meus queridos(as)

Estou em débito com vocês meus companheiros, mas para variar como não programo nada demais na minha vida (algo que preciso apreender), o I. ainda esta de férias, minha super amiga D. que acompanha tudo e mais um pouco da minha vida me ligou na sexta e simplesmente disse: desce a serra, você esta precisando de um tempo e de um colo. E lá fui eu, de mala, filho e tudo... o que seria um final de semana acabou virando a semana inteira (cheguei hoje)! Puxa, cada vez que desço a serra é mais difícil subir de volta... Essa vida de Sampa não é para mim, meu ritmo é outro...

Tão maravilhoso rever os amigos, sentir a brisa do mar, ver o I. correr pela praia, livre! Ler um bom livro sem pressa, desligar o celular (não tem sinal na praia mesmo), desta vez nem i iPad eu levei... resumindo, incomunicável (mas tive um pequeno arrependimento, pois minha irmã entrou em trabalho de parto prematuro na quarta de madrugada e só fiquei sabendo agora quando cheguei...). Pois é, foi o preço que paguei pelo isolamento, mas no fundo o que de concreto poderia eu fazer? Nada, e o pequeno infelizmente teve um pneumotorax, esta entubado na UTI sem visitas... nestes momentos é bom ter trilhões de médicos na família. Ele esta estável, mas como é prematuro de 34 semanas  provavelmente ficará um tempinho no hospital, minha irmã está bem e já teve alta hoje. Digo bem na medida do possível, muito triste e chateada; mas tudo vai dar certo! E logo teremos nosso mais novo membro correndo por ai! Sinto por ela, muito... ainda lembro quando o I. nasceu (e olha que foi de 38 semanas, quase termo como eles dizem), e teve que ficar uns dias na semi intensiva, como foi parto normal não tinha como segurar muito minha alta e fui para casa sem ele (mas 5 dias depois e muitas noites mau dormidas ele teve alta e um final feliz). Mas dói, você como mãe na maternidade, vendo as outras mães levando seus bebês para casa e você não... Porém apreendi muito, durante os dias que ele ficou no hospital eu chegava as 7 da manhã e voltava para casa as 8 da noite para poder amamentá-lo, conheci muitas outras mães com seus bebês internados e uma enfermeira, Dona Dulce, uma negona 3X4 pau para toda obra que me ensinou tudo que eu precisava! Inclusive a perder o meu medo de ser mãe! Dona Dulce, uma senhora já de meia idade que acordava as 4 da manhã, pegava 3 conduções para chegar no trabalho, criou 5 filhos sozinha, sempre com um sorriso e uma palavra de conforto; ela  foi um anjo que o PS colocou no meu caminho! 

Também nestes dias que "vivi" dentro do hospital conheci estórias de muita coragem, dor e fé, uma em particular ainda traz algumas lágrimas. Conheci essa mãe no banco de leite, ela ia todo dia tirar leite materno para seu filho que havia nascido à 5 meses e continuava entubado na UTI. Os médicos simplesmente não sabiam mais o que fazer, toda vez que o bebê era desentubado entrada em insuficiência respiratoria, junta médica, especialistas dos USA... e lá estava ela na sua fé de que um dia poderia levá-lo para casa. Infelizmente não posso relatar o final desta estória para vocês meus queridos porque eu também não sei. 

Claro que encontrei com o Caiçara na praia, parte 2! 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Fazendo as pazes comigo


Ola meus queridos(as)

Sabe daonde veio a chulapada hoje? Da babá do meu pequeno de dois anos... Um das mulheres mais íntegras, honestas, sofrida mesmo (criou três filhos e mora num bairro que para chegar preciso do GPS), que todo santo dia pega um trêm lotado e um mêtro para chegar aqui (e nunca atrasada), ama meu filho como se fosse dela, liga a noite para saber se a febre baixou e aguenta meus mau humores. Essa mulher, não, este anjo que caiu de para-quedas na minha vida hoje olhou para mim e falou, pode me despedir se  quiser, seu cabelo esta caindo de tanto stress, o I. precisa de uma mãe feliz, inteira, mande o Joel a merda... vai se amar! Gente, a babá do meu pequeno, semi analfabeta mas com um coração que cabe o mundo, e o conhecimento de quem realmente já sofreu TUDO! Que tal? Entre um Big Mac e outro desmoronei..... E ela na sua sabedoria disse tudo, o meu filho precisa de uma mãe inteira, feliz, sem esperar que sejamos uma família (nós três), apenas dois com muito amor e luta esta de bom tamanho! 

E assim comecei a fazer as pazes comigo mesmo, e assumir a minha responsabilidade! Se ele pulou do barco, fazer o que? Ficar lamentando, culpando, metendo o dedo na cara...não ajuda em nada; a coisa mais preciosa é esse ser maravilhoso, único, meu filho que precisa de um mãe centrada, feliz, presente, e sim com toda a paciência do mundo (pois a fase do dois anos esta punk). E graças ao PS tenho esse anjo do meu lado, uma família amorosa (com nossos altos e baixos...mas ninguém fica para trás), um trabalho crescendo muito, minha cabeça racional que funciona.. e fé em dias mehores! 

As escolhas dele hoje são deles, e não deixarei elas mais me afetarem. Não tenho mais saco para as mesmas ladainhas e muito menos tempo. Amo todos vocês meus companheiros incondicionalmente! Sem palavras para agradecer... Serenidade e MUITO amor a todos nós!

Apareceu a margarida



Ola meus queridos(as)

Pois é, ele acabou de ligar extremamente agressivo quando eu disse que estava preocupada pela falta de comunicação todos estes dias...ele veio com uma desculpe que pegou uma virose (não foi trabalhar ontem), alias não ligou avisando que não iria trabalhar (mas opa, ele não estava doente) nem se deu o trabalho de perder três segundos e me ligar avisando que não estava se sentindo bem. Claro que disse que não acreditei em meia palavra que saiu da boca dele... Crédito zero! Gente, socorro! Negação a essa altura do campeonato não funciona mais e faz tempo. Ele na sua postura agressiva, só estava doente e blablabla... Olha, se ele quer viver neste limbo que viva sozinho. E a idiota aqui realmente preocupada, ele continua com os velhos comportamentos, sem a mínima consideração por nada nem ninguém mesmo! Desligou dizendo que precisava ligar no trabalho para saber se iria trabalhar hoje, ai perguntei porque não avisou ontem (quando estava doente) que não iria, mas ele não tinha o telefone... opa, mas agora ele tem. Ah, é porque o cunhado dele passou de bicicleta na frente do estabelecimento e anotou o telefone para ela. Esta escrito otária na minha testa! É tanto rolo, tanta mentira, tanta manipulação que honestamente, já nem sei mais... Se ele usou ou não nesta altura do campeonato é irrelevante, falta de consideração, manipulação...please, só ele ainda não percebeu que não funciona mais! 

Queridos, o momento é de atitude e ação! E estou acionando o meu amor próprio e um mecanismo que apreendi um tempo atrás mas estava esquecendo de colocar em prática, o bom e eficiente: Foda-se! Simples assim...foda-se ele e suas manipulações, suas meias verdades, sua falta de coragem para mudar! E foda-se eu que ainda me permito me preocupar com essas merdas dele. E, sinto muito, não terá próxima vez. Minha sugestão: vai se tratar, sala e acho que internação mesmo. Mas isso não é problema meu... só me dói pelo I., mas tem mulher demais neste mundo criando filhos maravilhosos sem pai e ninguém é sequelado por causa disso! 

E assim, aos poucos, ele vai exterminando o amor que ainda tenho por ele... 

Sumiu


Ola meus queridos(as)

Silêncio, no news... Já faz uns dias que não nos falamos, e eu nem tenho como entrar em contato (o último celular ficou na biqueira ne'?). Comecei a me preocupar, mas o que de concreto posso fazer? Nada, esperar ele dar sinal de vida. Talvez ligar para alguns amigos na praia, mas odeio este papel de codependente enchendo o saco dos meus queridos amigos ai na baixada. Oh dilema...

No fundo mais uma vez minha intuição já sabe, desde ontem a noite aquela sensação estranha, como se algo estivesse fora do lugar. Será que desta vez ele afundou de vez? Pois agora não é mais recaída, voltou para ativa mesmo. E mais uma vez espero estar errada (mesmo sabendo que não estou). Infelizmente, se for isso, acabou qualquer voto de confiança. A única coisa que farei é sugerir uma internação, mais do que isso impossível. Eu não vou assistir o pai do meu filho se destruir de camarote! 

Sabe o que me irrita mais, é essa angustia que não sai de mim! Confesso que estou focando em tudo (menos nele), mas essa sensação horrível não passa. Desta vez estou realmente preocupada pela sua integridade física até. 

Se ele voltou para a ativa que fique bem longe de mim e do meu filho! É só o que posso fazer... e pedir muito ao PS que segure na sua mão e acalme um pouco esse coração velho aqui. 

segunda-feira, 8 de julho de 2013

O passo oito


Ola meus queridos(as)

Minha serenidade continua comigo, mas questiono seriamente até que ponto vou ficar fazendo de conta? Quando converso com o Caiçara no telefone e simplesmente não fico fazendo de conta que esta "tudo bem" e sou honesta lá vem ele com seu comportamento adicto, dizendo que estou cobrando reparações e por ai vai. Qual a técnica da convivência pacífica, ficar fazendo de conta que esta tudo bem? Para mim não seve. E contei um segredinho para ele, nós pessoas "normais" (já que ele quer ser normal) vivendo neste mundo somos cobrados diariamente! Não é novidade para mim... Seja bem vindo ao mundo da cobrança, as contas sempre sejam no final do mês ou quando agimos erradamente com alguém. Olha que maluco? Quando ele pergunta se esta tudo bem e eu digo que não parece que dá um curto circuito no rapaz, o que ele espera depois de tudo? Claro meu querido, aqui fala o Buda, estou no nirvana!

Ultimamente escuto muito mais minha intuição (ou meu PS mesmo), e infelizmente não tem para aonde correr. Por mais que eu trabalhe os passos, e hoje seja uma pessoa mais feliz e tranqula comigo mesmo, sinto que nossa relação empacou e só voltará a crescer quando algumas coisas do passado forem esclarecidas, colocadas em pratos limpos...chame de reparação, ou o que quiser mas esta emperrando a evolução nossa, como parceiros. Ele diz que estou pressionando e cobrando, e que virá no momento certo, no momento de Deus. Querido, Deus não faz nada pela gente não! E sinto muito que você não esteja preparado para fazer as suas "reparações" pois para mim já passou do tempo. Impressionante como ele fica totalmente nervoso e irritado com esse assunto. Honestamente, preparado ou não esta na hora de encarar os fantasmas, deixar o orgulho de lado e trabalhar tudo isso, pois de outra forma nossa relação não vai para lugar nenhum, pois sempre tem aquela pedra no meio do caminho. 

" O Passo Oito me dá a oportunidade de examinar meu comportamento com relação aos outros e comigo mesma. O Passo Oito é de libertação. Ele ajuda a me livrar do peso de uma percepção distorcida da realidade e da culpa de comportamentos passados" (CEFE, 236). 

E ai me pergunto o porque ele reluta tanto em colocar esse passo em prática especificamente comigo? Culpa, muita culpa e mais culpa! E medo, ele tem tanto medo que chega a se materializar, você vê o medo! Mas para deixar o passado ele precisa passar por este passo, superar essa culpa e libertar o passado (dele e meu também, que de uma forma ou de outra, encontra-se aprisionado por ele).

P.S: Ah, fiquei sabendo mais uma da fantástica clínica que ele esteve internado, e desta vez não vou deixar mais barato... mas guardo para um segundo momento pois vai ficar feio. 

domingo, 7 de julho de 2013

Ele quer ser normal


Ola meus queridos(as)

Recebi uma ligação dele que ainda estou digerindo, aos poucos, honestamente sem julgamento. A primeira palavra que saiu da boca dele é recai (pronto...), tomei uma cerveja (ufa...ou pera aí). Deixei ele falar, que passou a vida inteira com todo mundo dizendo que ele não podia, família evangélica maluca (ele quando criança corria para a casa dos amigos para assistir desenho animado, na casa dele TV e o demônio era a mesma coisa), gente é sério, o negócio era tão doente que a mãe dele ficou uns 10 anos sem cortar o cabelo pois a igreja não permitida (e esta escrito na bíblia em algum lugar, ta bom), e com os anos as proibições só aumentando, não pode isso, não pode aquilo... e a curiosidade pelo mundo só aumentando, os hormônios gritando numa adolescência podada, e ele resolveu fazer tudo que não podia né? Não estou aqui justificando nada, como ele mesmo tem a clareza, começou a usar drogas pelas suas próprias pernas e decidiu parar de usar pelas mesmas pernas, e não culpa nada nem ninguém. Porém sempre foi criado na base da opressão, e porrada mesmo (digamos que seu pai achava que sufocar era carinho também). Com uma infância dessa, eu acho que ele esta no lucro por não ser psicótico nem ter tentando nenhum atentado terrorista a alguma igreja evangélica. 

Mas sim, hoje ele é uma adulto de 32 anos que passou a vida inteira com as pessoas dizendo que não pode isso, não pode aquilo e ele foi fazer exatamente o contrário, e se fudeu né? Escutei um Caiçara simplesmente querendo ser "normal", usando suas palavras, quero ser normal. Pois é, normal não tem como... mas acho que viver na normalidade sim, ser uma pessoa produtiva, crescer, se responsabilizar se controlar a doença. Ai vem a questão da cervejinha, poderá ele nesta "normalidade" tomar uma cervejinha como todos nós ocasionalmente? 

O NA é categórico, não. Segundo vários estudos, alguns receptores no seu cérebro podem ser reativados pelo uso (mesmo ocasional) do alcool, e voltar para a ativa clássica é uma questão de tempo. Outros relatos, de companheiras cujos seus DQ estam "limpos"da sua droga (crack, coca e sei lá eu mais o que) há anos, socialmente e, "normalmente" tomam uma cerveja aqui e ali num churrasco, final de ano e por ai vai sem maiores consequências. Segundo o NA eles não estam limpos, mas o cara não usa crack faz 20 anos e toma uma cerva assistindo o jogo do Palmeiras no final de semana. Uma coisa eu sei, independente, o Caiçara não é alcoólatra. Cansei de sairmos a noite, e ele simplesmente tomava umas cervejas e depois dizia, com a mesa cheia de garrafas que tinha "empapuçado" e pedia uma Coca. É mais viável eu ser alcoólatra do que ele! Talvez nem todo nárcótico seja alcoólatra... quem sou eu para saber?

Ele tomou uma cerveja, será o começo de uma mega recaída ou simplesmente ele tomou uma cerveja e foi isso? Não sei avaliar, apenas digo que moramos juntos quase 2 anos (e sempe tinha uma cerveja na geladeira) e nunca, NUNCA ele foi parar numa biqueira porque tinha bebido, ia sóbrio mesmo... O "triger" dele (o gatilho), é outro mecanismo. Sinto que quando ele me contou que tomou uma cerveja estava esperando que eu pulasse do barco, e comesse seu fígado! Não fiz nem uma coisa nem outra. Olha, só não peça minha aprovação ou consentimento...

Apenas disse, faça suas escolhas dentro dos seus limites, pois assim você não será prejudicado por elas. Se ele quer ser normal, saiba seus limites e até aonde você pode ir! 


Mãe é mãe


Ola meus queridos(as)

Nada como um dia depois do outro, e vou engolir uma boa parcela do que falei sobre minha mãe... Essa madrugada o I. acordou espermeando do nada e lá fui eu arrastando meus pés até chegar no quarto dele, qual a minha surpresa, lá já estava a minha mãe (não tirou ele do berço), pediu para que eu voltasse  para a minha cama, sentou na poltrona no quartinho dele e lá ficou até ele acalmar e dormir as 5 da madrugada. Quer chulapada maior que essa depois do embate de ontem? É dona barriga, enfia o seu rabinho no meio das pernas... Gente, dormi até as 9:30!!!! Inédito! Desci para o café e só consegui dizer obrigada mãe, e ela apenas perguntou, conseguiu descansar? E eu quis morrer de remorso...  As vezes eu continuo sendo uma anta quadrada mesmo! Meu ex-marido dizia que eu tinha a leveza de uma garça e a sutileza de um rinoceronte. 

Com meu sono em dia, voltou minha paciência com o I. e seu momento "adolescência" do bebê. Pesquisei bastante esses dias sobre os famosos "terrible two", é um momento no desenvolvimento infantil no qual a criança começa a apreender como lidar com suas frustrações, raivas e a escutar não. Digamos que o I. não esta aceitando muito bem os limites, e se joga no chão mesmo, chilique... e as vezes acaba mordendo a si mesmo (claro que não permitimos que ele fisicamente morda ou agrida outra pessoa, ou os próprios bichinhos, os gatos aqui em casa fogem dele como o diabo foge da cruz!). Mas com os bichos é um pouco diferente, é amor demais mesmo; ele não entende que abraçar o gato até ele sufocar não é carinho...

E assim passamos o domingo de sol, tranquilo, brincando com o I.,  fazendo as pazes em silêncio. Não tem jeito, mãe é mãe e a única coisa que você quer é o bem estar da sua cria! 

sábado, 6 de julho de 2013

A minha mãe


Ola meus queridos(as)

Ontem, depois desta semana bombástica e em claro, com direito a filho doente, Caiçara recaído, trabalho acumulado; me dei ao direito de ir tomar uma cervejinha com minha madrinha/companheira/amiga/pau para toda obra. Claro que acabamos conversando muito em nar-anonense (inventei a língua do Nar-Anon, você fala nar-anonense?) até a terceira cerveja, depois foi no idioma que dava mesmo! 

E hoje descobri que não falo a mesma língua da minha mãe, alias acho que eu sempre soube disso. Porém quando me tornei mãe achei que, talvez fosse entender um pouco melhor a minha mãe; longe disso. Ela é quase um ser de outro planeta, centrada nas suas verdades absolutas e já claramente demonstrando alguns sinais de demência senil. Infelizmente eu entendo o porque meu pai se separou dela há trilhões de anos atrás, no fundo eu e meu pai somos muito parecidos e se eu pudesse eu também me separaria dela (meio cruel mas é a realidade nua e crua). Ela é minha mãe, eu a amo incondicionalmente mas conviver com ela é uma missão quase impossível, talvez para o Dalai Lama e mesmo assim não duvido que ele não segure a onda também e saia correndo. O estopim de tudo, o I. acorda no meio da madrugada, eu vou lá no quartinho dele, esta tudo bem, não tem febre não tem nada, não quer mamar, eu trago para o meu quarto tentando acalmá-lo, finalmente consigo colocar ele no berço... 10 minutos depois ele começa com manhã (claro, ele quer dormir comigo) e lá vem a minha mãe, ele esta chorando. Eu: deixa ele no berço, não tire ele do berço é manhã. O que ela fez? Tirou ele do berço, e 15 minutos depois estava batendo no meu quarto com ele acordado. E sobrou para quem? Para mim, pois ela voltou a dormir e eu fiquei horas com o I. acordado! Isso porque eu dormi super bem a semana inteira né? Lá pelas 8:30/9:00 escutei ele no berço, mas apenas conversando (ele conversa muito), tranquilo e pensei, deixa ele lá mais um pouco enquanto eu descanso mais meia hora. Para quê? Lá vem a minha mãe, e ainda faz o sermão dizendo que eu estava negligenciando o I., e blablabla... queridos, não teve passo nenhum que segurou, e as noites mau dormidas, o cansado falou mais alto! Ela espermeando, mas ele estava chorando! E eu, mas criança chora! Eu estava zelando pelo bem estar dele.... então dá próxima vez que tirar ele do berço FIQUE com ele... caralho! Olha, no final acabei simplesmente dizendo que não iria perder mais nem um segundo discutindo com ela e seu Alzheimer. E deixei estragar parte do meu dia! 

Eu não sou muito fã de ficar fazendo o inventário de ninguém, mas para " tentar" em vão entender a minha mãe é necessário. Minha mãe é uma pessoa chata, simples assim... depois que meus pais se separaram, ela simplesmente se fechou para as outras pessoas e ao longo dos anos foi se tornando uma pessoa sozinha, amarga e que vive com um monte de gatos. Faz quase um ano que estou aqui com o I. (e acho que não sobreviveremos mais um ano com ela), nunca ninguém visita, essa casa de três andares é um mausoléu, o telefone nunca toca; uma vez na vida e outra na morte minha irmã aparece (pois apreendeu a " conviver" com ela a distância e bota distância nisso), sua rotina é cronometrada, ela faz sempre as mesmas coisas, nada muda, nada sai do lugar... ela simplesmente estagnou. A vida continuou e ela parou. Só que agora complicou, pois nestes últimos 20/30 anos a única coisa que segurava sua sanidade era o trabalho, e opa! Chegou nos 70, aposentadoria compulsória. Tchau faculdade de medicina, tchau hospital das clínicas, e agora mamãe? Você não quis mudar mas as coisas vão mudar, independente de você! 

Apenas lendo essas palavras fica complicado de realmente entrar no " mundinho" da minha mãe, e eu tenho muita compaixão pois sei o quanto amarga ela é (não faz muito tempo que ela disse que prefiria que meu pai tivesse morrido, que tal?), cheia de ressentimentos... lá no fundo, ela é infeliz e porque? Porque ela optou por isso, por cultivar mágoas, dores, rancores, frustrações. E para fazer de conta ela assume esta postura dona da verdade. Simples assim... que pena mãe. 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Ressaca moral


Ola meus queridos(as)

Por aqui as coisas estam meio truncadas, o I. teve febre de novo essa madrugada, estou com uma olheira que vai no pé, ele não foi na escolinha nenhum dia essa semana, a babá só pode vir a tarde logo fiquei atolada de trabalho que não consigo colocar em dia.... Mas o solzinho gostoso de inverno voltou e com ele minha serenidade. A tristeza vai diminuindo aos poucos, e é isso ai bola para frente! 

Mas aproveito esse momento reflexão para entender melhor alguns traços da minha codependencia. Primeiro, porque tive tanta restrição em partilhar na sala mesmo sabendo que seria apoiada, e sempre somos acolhidas pelo grupo? Acho que tive uma micro vergonha, maluco né? Como se o fato dele ter recaído fosse um fracasso meu também. Racionalmente sei que não sou responsável pelas escolhas dos outros, não tenho nenhum poder mágico de modificar ninguém (só a eu mesma)... cada um é um, mas aquela sensação de derrota coletiva. Como se fossemos uma dupla de vôlei de praia, nos apoiando, jogando bem e no finalzinho do último set levamos um ace de graça! E perdemos a partida. Um olha para a cara do outro parceiro e se pergunta o que aconteceu? A gente estava jogando tão bem... segundo momento, acusações: você que não pegou aquele saque, não foi você que se posicionou errado, não foi você que não subiu no bloqueio, não você que blablabla... e nada vai para lugar nenhum. Até que um admite, fui eu que não peguei aquela bola, sinto muito, vamos treinar mais e jogar melhor na próxima partida.

Ressaca moral gigante, ele esta péssimo. Pelo menos já voltou para sala, tomando uns remedinhos básicos para diminuir a ansiedade (que tinha parado simplesmente porque achou que não precisava mais, doce ilusão), confuso, decepcionado, chateado, frustrado e vários outros " ados". Eu? Mais humilde na minha recuperação, um pouco mais sábia talvez (mas sem garantias), um pouco mais calejada, um pouco mais próxima do meu poder superior! 

quarta-feira, 3 de julho de 2013

A sala


Ola meus queridos(as)

Gostaria de agradecer todo o carinho e solidariedade que venho recendo de todos vocês neste momento complicado! Vocês me fortalecem sempre! E a sala.... nossa salinha perdida nesse oceano insano, um porto seguro para todas os companheiros(as), um lugar aonde podemos simplesmente abrir nossos corações, chorar, rir, mas acima de tudo apreender e sempre receber aquele abraço sincero, amigo; tamo junto não é a toa! Não é apenas um jargão que emprestamos do NA, tamo junto é porque TAMO JUNTO!!!! É algo muito maior que eu, você... e resume a essência da nossa irmandade, explica o porque o Nar-Anon é essa imensa força anônima e autônoma. E abraço a beleza da nossa primeira tradição: "Nosso bem-estar comum deveria vir em primeiro lugar; o progresso pessoal do maior número de membros depende da unidade"! Sem ser redundante, depende da UNIDADE! Todos somos únicos, com nossa vivência, estórico de vida, escolhas mas, também somos um só, unidos no nosso propósito de prestar ajuda uns aos outros! 

Outro dia estava assitindo um desenho animado, Antz, com o I. (achei que era de criança, pode até ser também mas apreendi tanto). Na verdade um dos personagens (a formiga Z., que alias tem a voz do Woody Allen e suas neuroses nova iorquinas) questiona seu papel dentro da colônia de formigas, sentindo-se podado da sua individualidade como membro do formigueiro e tendo que aceitar sua  insignificância. Enfim, ele vai em busca do seu papel e no final acaba entendendo que ele pode ser um indivíduo sim, com suas próprias idéias e não apenas mais uma peça na engrenagem do funcionamento da colônia, mas a força da união assegura a sobrevivência e felicidade de todos, a unidade. Resumindo, ele precisa da colônia tanto quanto a colônia precisa dele! Agora é só trocar a palavra colônia por irmandade e ai temos nossa tão estimada primeira tradição.

Divagando um pouco ainda, talvez vá até além disso, quando um membro recai, o grupo se une mais na tentativa de levantar o companheiro, mãos se estendem e literalmente resgatam você do chão trazendo de novo para o grupo! Ontem foi assim que me senti. Lá estou eu, tentando manter minha serenidade, afinal de contas para coordenar uma reunião você precisa estar escutando o PS para poder guiá-la (sabia que estava só fazendo de conta, mas minha madrinha não pode estar presente e é isso ai, e as portas da sala precisam estar sempre abertas... então vai tu mesmo!). Além de que sei que vários companheiros acabam se espelhando em mim, RG, RGSID, metida nas esferas mais hierárquicas da irmandade (digamos assim, fazendo carreira segundo minha madrinha que prevê que serei curadora no futuro, maluca ela né? Justo eu...). E sempre com uma palavra de sabedoria, dentro dos passos, quase o exemplo de codependente em recuperação... Mas a muralha da China desabou na hora da partilha... 

Quase cogitei não partilhar nada, mas nossa tesoureira, super companheira minha batendo muitos anos de sala olhou para mim (se minha madrinha não fosse minha madrinha, ela certamente seria... mas nós só nos amadrinhamos uma vez porque é para vida toda, olha o tamanho do comprometimento!), e no seu olhar eu senti amor, compaixão e eu escutei, lá dentro de mim, ela me incentivando; coragem companheira, fala, estou aqui para escutar... E ai fudeu, dá-lhe lencinho de papel (ainda bem que compramos um estoque semana passada). E cada um deles, me abraçaram e me trouxeram de volta! 

terça-feira, 2 de julho de 2013

Estaca zero


Ola meus queridos(as)

Infelizmente terei que radicalizar, não atendo mais nenhum telefonema dele por um bom tempo. Vou me afastar, se havia alguma dúvida depois de hoje, ficou tudo claro. Ele voltou a estaca zero... apagou o programa inteiro, e só manipulando e manipulando. Querendo me responsabilizar, dizendo que eu estava " prejudicando" ele, só faltou ele atribuir a sua recaída a minha existência e a constante de atração gravitacional! Gente, como pode? É muita doença para uma pessoa só. Tentei dizer que a única pessoa que pode prejudicá-lo é ele mesmo, e foi bem isso que ele fez se auto sabotando mais uma vez. Burra você dona barriga, o indivíduo esta nesta vida a 10 anos, são 10 anos que não vão mudar com 5 meses de internação numa clínica mequetrefe, mas uns meses limpo de sala... Acorda! E também não vou entrar no seu jogo, quando ele quase veio me culpar eu cortei no ato; comigo não violão, e ele, como sempre fugiu, desligou na minha cara. 

Olha a insanidade, o cara é dependente químico há 10 anos, já fez todas as merdas possíveis para mim e por tabela, para o nosso, digo NOSSO filho (e mais um monte de gente), finalmente resolve se internar, eu começo a entender um pouco melhor essa dinâmica para poder ajudá-lo de uma forma assertiva, me enfiei de cabeça neste universo Nar-Anon, NA, 12 passos e por ai vai, o cara sai da clínica, começa a entrar em recuperação, trilhões de adversidades acontecendo (o PS não facilitou para ele, tudo bem faz parte), eu me re-aproximo, entrego mesmo todos os meus medos e mágoas, confio piamente... ele recai e ainda quer tentar arrumar uma desculpa qualquer me culpando, e desliga na minha cara! É o fim da picada né? Eu devo estar vivendo em uma realidade paralela... Ele continua não conseguindo se responsabilizar pelas suas escolhas e sofrer as consequências, eita cabecinha de adicto! 

E eu? Eu lavo minhas mãos, e não entrarei na sua paranóia e vai manipular outra porque essa codependente aqui esta se aposentando! No fundo, ele esperava aquela dona barriga de antigamente, que simplesmente facilitava, tapa o sol com a peneira, passava a mão na cabeça, tinha um chilique mas depois sempre voltava atrás... Pois é, essa dona barriga não existe mais (que pena para ele, que bom para mim)! Comecei frequentando o grupo por ele (pela dor), e hoje continuo por mim (por amor)! 

Confesso que não estou nos meus melhores dias, continuo muito triste mas também não vou perder o foco e deixar de por em prática tudo que apreendi ao longo destes vários meses. Na dúvida, eu primeiro, eu segundo e eu terceiro! E o meu lema: Não me manipularás jamais!

E no meio disso tudo, o I. esta super caidinho, já são dois dias que ele não vai na escolinha, tosse, febre... Hoje de manhã estivemos na pediatra, a boa notícia é gripe e a má notícia é gripe. Virose tem prazo de validade, mas não tem muito o que fazer. 

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Luto



Ola meus queridos(as)

É oficial, ele recaiu. Pelo menos teve a decência de me ligar hoje pela manhã. Engraçado que ele simplesmente falou com aquele tom casual tudo bem? Será que ele achou que eu não saberia, que mais uma vez ele iria conseguir me manipular dizendo que perdeu o celular ou qualquer outra desculpa esfarrapada? Ouviu um sonoro NÃO, não esta tudo bem e você sabe. E ele admitiu... mais uma vez ele se auto sabotou, auto enganou, programou sua própria recaída e jogou tudo no lixo. Sugeri que ele fosse internado, desta vez na clínica que eu quero, pelo tempo que for necessário; ele disse que não, foi só um dia...Olha isso, o indivíduo negociando o tamanho da sua recaída, foi só um dia... Foda-se, se foi um dia, meio dia, meia hora; ele zerou o tratamento, ZEROU! Mandei ele jogar todas as suas fichas do NA no lixo junto com os nossos sonhos de sermos três e a confiança que eu depositei nele.

Com o passar do dia fui silenciando, escutando, muito apoio das companheiras, madrinha... e ocupada com o trabalho, o I. com febre; enfim, a vida continua né? Não estou desesperada, longe disso, só gostaria de procurar dentro de mim qual a melhor forma de agir (e não apenas reagir) frente a sua recaída. Não vou entrar naquele conhecido ciclo internação/recaída... Será que foi apenas um tropeção (como uma companheira partilhou, seu familiar se internou uma vez, recaiu um dia e voltou para o programa e esta limpo e em recuperação desde então). Ela disse algo que fiquei pensando, como se ele ainda tivesse mais algo, um resto, uma reserva para queimar... você olha no painel do carro, a luzinha da gasolina já acendeu mas você não sabe quantos kilômetros mais vai rodar na reserva, ai em vez de parar no posto e abastecer você resolveu andar mais um pouquinho até que o carro para, acabou o gás! E você fala, puxa, porque não parei no posto antes?

Honestamente, não sei. Mas certamente não vou força-lo a nada, ele é maior de idade e se ele não tiver um surto psicótico não tenho como colocá-lo dentro de uma camisa de força e interná-lo contra sua vontade. Complicado não saber o que fazer, como agir... Talvez minha madrinha, como sempre, tem as respostas, se você não sabe o que fazer é o momento de não fazer nada até saber, procure dentro de você! 

Mas dói, muito, demais... mesmo racionalmente sabendo que ele não recaiu para me magoar, ferir... nada pessoalmente direcionado a mim (quem esta sofrendo é ele, não eu); mas sinto nossos planos e sonhos indo por água abaixo agora. Recomeçar do zero. Eu quero recomeçar do zero? Não sei, estou de luto.