domingo, 30 de junho de 2013

Caixa postal


Ola meus queridos(as)

O pesadelo da caixa postal... já liguei, e liguei e liguei. Até agora só caixa postal! Depois da nossa desastrosa conversa no telefone ontem a noite, confesso que não tenho como não pensar no pior... Ele veio com aquela chantagem básica, momento adicto total, dizendo que iria usar, não aguentava mais, nada valia a pena e blablabla; e eu? Simplesmente respondi, problema seu, desliguei e fui dormir.

Acordei hoje, manhã gostosa com minha irmã gravidíssima em casa, as crianças brincando, almoço em família. Alias a barriga dela esta enorme, e o pequeno (mais um menino) é só para o meio de Agosto. Acho que ela não chega até o final da gestação mas, depois de 36 semanas o que vier é lucro. Agora a tarde resolvi ligar para o Caiçara na esperança que os ânimos tivessem se acalmado mas só caixa postal... Bom, fico aqui tentando me enganar, de repente ele esqueceu de carregar o celular, ou deixou desligado, ou enfiou no meio do rabo dele...Para de se enganar dona barriga! Você já sabe o que aconteceu, só esta tapando o sol com a peneira porque não quer acreditar que ele tenha RECAÍDO! Simples assim. Eita... e agora José? Se ele realmente recaiu qual será o meu comportamento frente a isso? Levantar âncora e zarpar de vez? Chutar o balde e ponto final? Ou mais uma vez estender minha mão, isso se ele pedir ajuda... 

Ok, confirmado, uma pessoa muito estranha acaba de atender o celular dele e desligou na minha cara, um celular a menos e quase 9 meses limpo jogados no lixo. É fato, agora é simplesmente esperar ele dar sinal de vida, se é que vai ter coragem de ligar. E volto ao meu dilema, como eu agir frente a essa recaída? Honestamente não sei, mas não sinto raiva, apenas dor por ele, quase compaixão (mas ainda não cheguei lá... um pouco de mágoa e talvez, decepção, é isso estou decepcionada!). 

Puxa, pedi tanto que ele realmente se apadrinha-se, se desliga-se de pessoas e hábitos, sai-se daquele manicómio, abraça-se essa nova oportunidade que o PS estava lhe dando... é queridos, tudo em vão. Agora apenas peço que ele consiga se levantar, recomeçar do zero; porque zerou tudo! Tudo! E o orgulho ferido, não sei quanto tempo vai demorar até ele se levantar. E eu? Eu nada, amanhã é dia de "branco" como meus pais médicos dizem, trabalho, filho, rotina... Mas confesso, aqui estou eu tentando manter minha serenidade, olha as vezes me surpreendo comigo mesma, não me descabelei, não peguei o carro e desci a serra enlouquecida, não fiz nada... absolutamente nada! E continuarei a não fazer nada até saber o que fazer. Como disse minha madrinha, silêncio para poder escutar! 


Comunicação zero


Oa meus queridos(as), 

Diálogo, comunicação... sem isso nada vai para frente. Hoje, confesso que tentei, tentamos mas não deu, zero à zero mesmo. E cogitei simplesmente chutar o balde. 

Não conto os dias, os meses, os anos... mas hoje parei para lembrar a quanto tempo estamos " juntos" e estamos chegando em 4 anos (mais ou menos). Quatro anos da minha vida! Sem perceber, foram longos 4 anos e passaram num piscar de olhos. Ainda tenho viva a memória do dia que nos vimos pela primeira vez (diz ele que já tinha me visto antes), era tudo tão o momento, espontâneo, sem bagagem... uma partida de sinuca, sem pudores, uma noite sem fim... E nos entregamos, simples assim, sem ontem ou amanhã. Mas o amanhã chegou e vários outros depois e fomos tentar viver os amanhãs, ingenuamente sem saber as consequências. Nos magoamos, nos ferimos buscando o que não existe... e fomos construindo castelos de areia, desmoronando a cada cheia de maré. Será que apreendemos a não mais construir castelos de areia? Eu sim, ele nem tanto....

As vezes tenho vontade de simplesmente voltar naquele momento, quando nos conhecemos e continuar vivendo este momento, porque  foi único e sempre será! Mas a minha realidade não me permiti viver nenhum conto de fadas (por mais que eu queira); será que endureci minha casca ao ponto de simplesmente não acreditar mais? 

Nada como uma longa conversa com minha madrinha, com direito a chulapadas (báscias) para voltar ao meu centro.


sexta-feira, 28 de junho de 2013

Nada depende do tempo


Ola meus queridos(as)

Ufa, agora sim! Sexta a noite, filho dormindo no berço, trabalho em dia, cervejinha, musiquinha e aquela sensação de missão cumprida (só por hoje né?). E como sou de sagitário, vou filosofar.... 

Lembro-me de um professor de bioquímica uruguaio que tive na faculdade, até cheguei a fazer estágio no seu laboratório quando ainda me deslumbrava com o DNA mitocondrial dos quelônios. Isso foi antes de eu ser salva pela oceanografia física e suas belas equações de vorticidade e dizer bye bye a biologia. Ainda ecoa nas minhas memórias aquele sotaque portenho, fosfolipídeos soava algo como fófolipídeos... sua primeira aula, ele entra na sala em silêncio e escreve na lousa (pois é, sou do tempo que existia lousa e giz, eu mesmo dei muita aula assim, minhas mãos eram brancas de tanto pó de giz): O que es la vida? Claro que sua proposta com essa pergunta era nos levar a uma definição do que é a vida sobre a luz da abordagem evolucionista darwiniana, resumindo como classificar o que é vida e quando a vida "surgiu"? Uma cadeia de aminoácidos é viva? Na minha simplista visão estar vivo implica em ter um prazo de validade, morrer... o velho ditado popular: para morrer basta estar vivo. Uma cadeia de aminoácidos morre? Não sei. Uma rocha magmática morre? Não, ai ficou fácil.

Porém dentro de uma ótica físico-química, a lei da conservação de massas (mais conhecida como lei de Lavoisier, 1760) nos diz que dentro de um sistema, nunca se cria nem elimina matéria, apenas é possível transformá-la de uma forma para outra. De uma forma um pouco mais elaborada e recente, a própria conservação de energia nos modelos mais modernos na física, como a mecânica quântica. Não vou ficar divagando sobre o histórico da primeira lei da termodinâmica muito menos da conservação de energia da mecânica clássica (todas essas consequências do lindíssimo Teorema de Noether, sem entrar nos conceitos matemáticos necessários para realmente ver a beleza de tal teorema como difeomorfismos de um sistema Lagrangeano e grupos uniparamêtricos entre outros). Trocando em miúdos, o que esse teorema estabelece é que " Nada depende do tempo, por si só". E chegamos a teoria da relatividade, aonde Einstein nos deixa um legado não apenas na concepção espaço-tempo (entre outras) mas questionamentos filosóficos também. O tempo é apenas um vector neste sistema métrico riemanniano  quadrimensional. Trocando em miúdos: anda para frente, para trás, para os lados, para cima, para baixo, em círculos, em espiral e outras figuras geométricas! O tempo torna-se um eixo neste sistema quadrimensional. 

Percebi que perdi metade dos meus queridos amigos(as) que leêm essas melecas que escrevo agora! Voltando, o que é a vida? Segundo EU, que disse que para estar vivo a condição é deixar de existir um dia (morrer) , o que implica na passagem do tempo, dentro desta abordagem relativista você não deixa de existir, nem de nascer, nem de morrer, nem de crescer... nunca e sempre, pois o tempo é relativo (apenas um eixo num sistema métrico). E a massa/energia é conservada!

Carro velho


Ola meus queridos(as)

Depois de dias e dias aquela garoazinha chata, um sol tímido aquece esse final de tarde nesta sexta feira! Final de módulo da pós-graduação, relatórios atrasados e um filho pilhado ocuparam todo o meu tempo. Faz uns dias que abria o blog, e o telefone tocava, um email importante chegava, ou o cansaço batia.... enfim, percalços da nossa vidinha paulistana. Estava pensando nisso outro dia, quando eu acelero é a la Airton Senna mesmo, mas quando desacelero... sou pior que baiano deitado numa rede. Digamos que essa semana estava no modo fórmula 1, e talvez tenha sobrado um pouco para o Caiçara. Apesar de nos falarmos com a mesma frequência, não pude dar "aquela" atenção e ele também teve seus momentos "adicto egocêntrico"com direito a tchau, estou desligando (na sua cara). 

No fundo ele ainda é emocionalmente dependente de mim, e acaba me responsabilizando por coisas que são apenas suas e eu tenho a minha vida para tocar, as minhas responsabilidades também. Aos poucos ele vem percebendo isso, e que eu não sou mais a sua muleta... estou disposta a caminhar ao seu lado, de mão dadas; nem na sua frente, nem atrás e muito menos carregando ele nas costas. Claro que existem momentos que precisamos de um empurrãozinho para o carro pegar no tranco, mas uma vez que ele pegou, anda sozinho agora. Mas vira e mexe o carro afoga e a gente empurra denovo, tudo bem. Carro velho é isso ai! 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Memória sensorial


Ola meus queridos(as)

Olha, eu não duvido mais de intuição ou chame como quiser! Ontem comentei com o Caiçara sobre o tal "sonho" que eu tive, sem nenhuma maior conotação a não ser, claro, meus medinhos e blablabla... quando ele disse; eu quase recai hoje. Como assim? Não amor, não é nada com você, apenas eu e minhas paranóias, eu confio em você esta tudo certo, foi só um sonho... Não amor, foi por pouco mesmo, juntei todo o arsenal de ferramentas, passos, NA, PS... 

Resumindo, ele estava voltando do trabalho (lá pela 1:00 da manhã, com dinheiro no bolso) e se deparou com uma pessoa fumando crack numa esquina (em pleno centro da cidade). Chegou a sentir o gosto da droga na boca, um desejo absurdo; dá-lhe oração da serenidade, acelerou e ufa, chegou em casa! Desta vez, são e salvo. Passou o resto do dia maquinando, barulho... Só por hoje, ele entregou ao PS que foi superior (como sempre) e não foi feita a sua vontade de usar (por ele, talvez tivesse ido mesmo). 

É meus queridos, por mais que eu estude, entenda... essa doença fala, não, grita alto mesmo! Acho que as vezes ainda não tenho a total compreensão da dimensão que conviver com ela deve ser, quando meus amigos do NA dizem que é matar um leão por dia, é isso mesmo! Fiquei muito feliz por ele, primeiro ter sido honesto comigo e partilhado algo tão "pesado" assim, obrigado pela confiança. E tal espaço hoje só existe porque ele se sente confortável, ele sabe que não vou pular no pescoço dele ou julgá-lo (como antes). Segundo porque ele foi colocado numa situação de riso (sem querer) e conseguiu sair, algum mecanismo dentro dele segurou sua obsessão, algo dentro dele falou mais alto que a doença e ele resistiu bravamente. Embaralhou um pouco, óbvio, mas no fundo o que importa é que ele não usou, e só por hoje, continua limpo! 

Espero que com um maior tempo limpo essa memória da droga fique cada vez menos viva dentro dele, é ainda tudo muito recente, e essas sensações sensoriais são foda! Um exemplo (tentando fazer um paralelo com a realidade de quem não é adicto), você AMA pizza mas esta de dieta e lá vem aquele panfleto no correio da nova pizzaria do bairro com uma foto maravilhosa, colorida da sua pizza favorita. Sua boca enche de água, você lembra do gosto, do cheiro e quase já pegou o telefone para ligar e pedir uma grande com borda recheada. Memória sensorial é isso. 

Enfim, bem que o PS podia me dar essa intuição para os números da mega sena acumulada né? 

domingo, 23 de junho de 2013

Sonho...não, pesadelo mesmo


Ola meus queridos(as)

Acordei no meio da madrugada suando frio, coração acelerado de um sonho horrível! Parecia tão real...  consegui me acalmar (é só um sonho), voltei a dormir (demorou um pouco) mas acordei com alguns fragmentos deste sonho. Ao longo da manhã eles foram se dispersando, mas algumas sensações ficaram. 

É meus queridos, tive um pesadelo com a tão assustadora e temida recaída. Como nada é muito linear ou específico quando sonhamos, vou (inutilmente) tentar descrever da melhor forma possível. Estávamos num hotel maravilhoso, nós três juntos (eu, o Caiçara e o I.), não era nenhum lugar que eu conheça na realidade (talvez uma mistura de vários que já estive hospedada), e de repente ele sumiu! E lá estou eu batendo numa casinha de madeira caindo aos pedaços, ninguém atende; uma pessoa estranha passa na rua e avisa que eles só vendem pedra a noite; eu digo que não estou querendo comprar nada mas procurando uma pessoa pois eu sabia que ele estava lá... (engraçado, na vida real eu nunca foi atrás dele em lugar nenhum, nem quando ele sumia dias; talvez porque eu nem soubesse por onde começar a procurar ou simplesmente porque tenho medo de biqueira e seu ar soturno, perigoso... além de que não falo a "língua" deles, não tenho cara de maluca e poderia acabar levando um tiro se eles achassem que sou da polícia). Próxima cena, estamos numa delegacia, ele esta lá totalmente drogado (também, só o vi doidão de crack uma única vez na minha vida, e foi o suficiente; aquele olhar vidrado mas vazio ao mesmo tempo nunca mais quero ver), várias outras pessoas opinando sobre o que eu deveria fazer; eu enlouquecida dizendo que ele nunca mais vai ver o meu filho, vou entrar na justiça e a frase que eu lembro pronunciar inúmeras vezes: Vamos ver quem pode mais. Chega né? Neste momento eu acordei...ufa!

É só um sonho, mas diz algumas coisas importantes. Não vou fazer uma apologia ao subconsciente e toda a teoria freudiana mas ele existe, e se manifesta quando nosso superego "adormece", baixamos a guarda e mensagens, as vezes mais explícitas outras mais subliminares, são superficializadas.  Não tenho nenhuma bagagem teória para me aprofundar neste tema (li a "Interpretação dos Sonhos" de Freud há muitos anos atrás e é isso apenas), mas o que entendo dessa elaboração oníria? Ninguém precisa ser psiquiatra, meio óbvio: é medo e raiva! Misturado com minha tradicional prepotência ("vamos ver quem pode mais" diz exatamente isso; vai bater de frente comigo se prepare, pois ninguém pode mais que eu). 

E essa raiva inconsciente? Surgiu no sonho para me lembrar que nem tudo que eu deveria ter trabalhado dentro de mim já esta resolvido, que eu racionalmente não sentir mais raiva (porque eu controlo) não significa que ela ainda não esteja lá, escondida naquelas gavetas que a gente não quer abrir; e ai junta o medo de abrir as gavetas também. O que fazer então? Aceitar minha limitação. Eu tenho medo que ele recaia, mas eu também tenho medo de ser assaltada e nem por isso me deixo ser afetada por esse medo e saio na rua todo dia sem pensar nisso (claro que não passeio na Vila Ângela as 3 da manhã de carro) ... Preciso utilizar a mesma técnica, conscientemente vem dando certo mas lá nas profundezas do subconsciente, ainda não! 

sábado, 22 de junho de 2013

Mais um dia vivido


Ola meus queridos(as)

Sábado a tarde, aquele sozinho de inverno timidamente aquecendo o dia, o I. tirando sua sonequinha depois de ter brincando a manhã inteira na festa junina da escola... Alias descobri que ele é maluco por pipoca, simplesmente comeu umas 500 mil pipocas sem parar, sentou com um balde no colo e devorou! Pequenas coisinhas que dizem tanto, eu nem sabia que meu filho gostava de pipoca! 

E preguiçosamente o sábado foi passando, minha mãe chegou e brincou com ele um pouco, torcemos juntos pelo Brasil assistindo o jogo com a Itália. Ah, isso eu sei sobre meu pequeno, a primeira palavra que ele falou foi GOL!  Não foi mamãe, nem papá, nem au-au...foi gol! Se a paixão que eu tenho por futebol adicionada pelo fanatismo do Caiçara foi geneticamente herdada pelo I. acho melhor já comprar uma cadeira cativa para ele (no novo Palestra né?). O Caiçara é bambi, são paulino chato e eu verdão até na segunda divisão; nossos amigos brincam que só para ser deserdado o I. vai ser corinthiano. Puxa,  olha o que os meus queridos amigos desejam para o meu filho... coitado! 

Não pensei demais, não analisei demais... simplesmente fui vivendo o dia como ele aconteceu. Conversamos amenidades (graças a Deus) no telefone, a noite ele foi trabalhar mas mencionou que o casamento desastre da irmã é hoje e ele não vai (não sei não, mas foda-se). Ontem mesmo estava cozinhando batata para o vinagrete que eles vão servir na festa... eca, festa de casamento com batata em conserva é o fim da breguice mesmo. 

E só por hoje, me permiti viver sem muito stress, sem planejar nada, sem esperar nada e a serenidade falou mais alto naturalmente! Um ótimo final de sábado para vocês queridos! 

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Gaia


Ola meus queridos(as)

Por que o ser humano tem tanta resistência em apreender com seus próprios erros? Dentro de uma abordagem evolutiva, tal comportamento estaria fadado a extinção! Se não apreendemos, não nos adaptamos as novas circunstâncias, continuamos com os velhos hábitos porque ainda não fomos cruelmente selecionados a deixar de existir neste planeta? Aqueles que acreditam piamente que somos filhos de "Adão e Eva" (e não dos macacos) jogarão pedras (e questionarão até a próprio darwinismo), aqueles que vivem na lógica dirão que estamos aonde os dinossauros já estiveram... no topo da cadeia trófica, depredando o meio ambiente e esperando o planeta tomar as rédeas da situação e nos colocar no nosso lugar... Evoluir ou extinguir! 

A hipótese de Gaia, desenvolvida por James Lovelock em 1972 (o ano que nasci) na qual a biofesra e os componentes físicos são intimamente ligados, e formam um complexo sistema integrante que mantêm as condições climáticas e biogeoquímicas, em homeostase. 

E o que é homeostase? A homeostase é uma das características fundamentais dos seres vivos. É a manutenção do ambiente interno dentro de limites toleráveis." Resumindo, equilíbrio! Dentro e fora de você! Porque insistimos em ir contra a evolução? 





quinta-feira, 20 de junho de 2013

Mente aberta


Ola meus queridos(as)

Hoje tudo mais tranquilo aqui dento de mim, tirando o fato que estou me arrastando... o I. do nada acordou as 2:30 da madrugada e só voltou a dormir as 5:00, com direito a mamadeira, canção de ninar, reza e lá pelas 4:00 apelei, galinha pintadinha! Foram duas horas e meia de luta. E claro que na hora de acordar para ir à escolinha outra luta, agora para acordar. Como mãe bundona que sou, quando não tenho nenhum enorme compromisso inadiável sempre fico com dó e acabo deixando ele dormir mais um pouco (chega atrasado na escolinha) mas como eu dava aula cedo hoje, não teve choro nem vela e o coitado foi morrendo de sono e esperneando no carro... E eu me munindo de toda a paciência do mundo e 10 litros de café pretíssimo! Mas sobrevivemos todos. 

Ontem tivemos uma conversa no telefone silenciosa, eu simplesmente não sabia o que dizer. A intervenção evangélica foi acionada mais uma vez e pelo que entendi, ele foi mais uma vez sabatinado digamos assim. Gente, esse povo acha que Deus vai curar ele! Olha, eu respeito qualquer crença religiosa e por ai vai mas burrice e ignorância não dá! Aqui vou eu de novo: Dependência Química é uma doença reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que, infelizmente, NÃO tem cura! Se não controlada, é progressiva e fatal... qual parte eles não entenderam? A família maluca do Caiçara esta colocando-o numa situação de risco e eu já percebo algumas alterações no seu comportamento.... luzinha vermelha ascendendo. Sua agressividade esta aflorando novamente, aquele comportamento "foda-se" é tudo uma merda, o medo, o ressentimento... ele esta se segurando, mas alimentando esses sentimentos negativos eu me pergunto: até quando? Desenterrar os fantasmas, voltar aos velhos comportamentos, perigoso MUITO perigoso. Ser dependente químico e codependente ao mesmo tempo é um prato cheio mesmo, apenas coloquei que ele terá que apreender a se desligar emocionalmente de pessoas/relações tóxicas e não esquecer que não modificamos ninguém! É uma batalha diária, um processo longo no qual nem todos estam preparados para trilhar com você e junte suas forças para deixá-los no meio do caminho se assim for preciso (mais ou menos isso que disse). 

E eu? Muito mais centrada, nada como uma micro recaída para me ajudar a levantar mais forte, lembrando que eu não sei nada! Quando nos acomodamos na nossa zona de conforto (como eu estava), o poder superior nos coloca no nosso lugar, humildade dona barriga! Humildade e gratidão! Gratidão por mais um dia, uma vida (com seus altos e baixos), saúde, um filho lindo, uma família carinhosa, um companheiro limpo... e ser uma pessoa melhor hoje do que a pessoa que eu era ontem! Grata pelas lições que a vida me ensina, se eu estiver com a mente aberta e apreender! 


quarta-feira, 19 de junho de 2013

É tudo tão "inho"


Ola meus queridos(as)

A vida e suas lições... como disse uma querida companheira é caindo que se apreende a levantar! Pois é, eu e minha prepotência em achar que já havia caído o suficiente, estava tranquila de tombos ai vem uma situação com a qual não soube lidar e dá-lhe chão! Ficar alimentando magoa"zinha" e remoendo o passado não leva nada a lugar nenhum, apenas ocupa o espaço reservado a serenidade/coragem e sabedoria. Entrar nesta espiral, ficar cultivando sofrimento e enfiando o dedo na cara dos outros ... dona barriga: solte-se e entregue-se ao PS! 

Hoje é o dia de exercitar o passo 7 e peço humildemente ao PS que remova esse sentimento"zinho" mesquinho de dentro de mim! Que remova esse meu defeito de caráter, é péssimo sentir aquela satisfação"zinha" mundana por ver o outro sofrer as consequências das suas escolhas erradas e pensar "bem feito"! 

Se a dor vier, que eu transforme meu sofrimento em compaixão
Que minha compaixão pelos outros vá além da simpática piedade que faz com que eu me perca
Que a minha compaixão por mim mesma, transforme meus erros em lições, 
empurrando-me para além dos meus medos e limitações
(CEFE, pg. 195)

terça-feira, 18 de junho de 2013

Alguém me dê uma chulapada PLEASE!


Ola meus queridos(as)

Alguém, por favor, pode me chulapar um pouco mais? Acho que as de ontem não foram o suficiente e minha madrinha se recusou a me chulapar hoje, ela só disse naquele tom enigmático: me aguarde na sala... xiiii.... vai ser em praça pública mesmo o acoitamento, socorro! 

Que merda! Estou tão decepcionada comigo mesmo mais uma vez entrando naquele comportamento codependente que não leva nada a lugar nenhum; puxa... as vezes parece que não apreendi nada! NADA! Pare de tentar ajudar, só complica... deixei ele se virar e tomar suas decisões. A meleca é que algumas decisões dele acabam me incluindo, e ai penso e chego em outra escolha (que não é a dele) e quando sugiro esta outra opção pronto, o circo esta armado! Mas como fugir da lógica? 1+1=2!!!

Queridos, é bem um dia de cada vez e hoje que dia! Na verdade o que esta mais me incomodando sou eu mesmo e aquele sentimento"zinho" mesquinho de "quase" revanche e a vontade de gritar em alto e bom tom EU JÁ SABIA ENTÃO AGORA SEGURA A ONDA DAS SUAS ESCOLHAS! Quem mandou ficar do lado da bruxa evangélica contra mim? Agora come o pão que o diabo amassou mesmo e sem direito a papel higiênico para limpar a merda toda! Ai... que meleca que é ser gente as vezes. Ela esta fazendo a vida dele ser um inferno, e assisto de camarote o final da novela tão previsível. Quero ser assertiva, mas confesso que não estou conseguindo porque toda essa bagagem ainda pesa muito dentro de mim... não consigo simplesmente esquecer que na sua carta de agradecimento quando terminou o tratamento não tinha nem meia linha para mim ou o I. mas um parágrafo inteiro para a bruxa; que na última visita nós não fomos pois ELA estaria lá (ele optou por isso) e várias outras que so vão somando as escolhas erradas dele e honestamente SOU GENTE também. E minha vontade é mandar todos eles se fuderem... A minha vontade é esfregar na cara dele o quanto eu sofri por isso!

Eu não estou aqui para passar a mãozinha na cabeça dele não.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Armadilhas


Ola meus queridos(as)

Nada como uma segunda feira gelada, nublada, uma secretária de TPM, um elevador quebrado (são 15 andares de escada), um telefone esquizofrênico que não para de tocar e uma pilha de projetos atrasados em cima da minha mesa para me lembrar que preciso colocar em prática o plano infalível mudar para a praia 2014! E claro, o velho e bom lema: primeiro as primeiras coisas. As vezes dá uma vontade de sair atropelando tudo e todos! A dona barriga tsunami querendo ressurgir das cinzas, mas eu coloco ela de volta no armário rapidinho.

O I. esta totalmente fora da rotina, acordar de manhã para ir à escolinha foi um parto, a coitada da babá muniu-se de toda a paciência do mundo para fazê-lo almoçar e levou um baile ao colocá-lo no berço para a tradicional sonequinha da tarde... Olha, criança precisa de rotina mesmo! Quando ele sai um pouco do esquema... segura a onda! Espero que amanhã ou depois ele volte ao padrão diário de horários e atividades (senão capaz da babá pedir um aumento ou as contas o que seria pior!). De resto tudo tranquilo, um pouco enlouquecida com o acúmulo de trabalho mas nada impossível de contornar (consequências das minhas escolhas, quem escolheu passar a semana inteira bundando na praia? Eu, então agora corre atrás do prejuízo!). Sem arrependimentos... faria tudo de novo, e farei na primeira oportunidade (eu me conheço). 

Mais uma vez estou aqui exercitando meu distanciamento e aceitação. Depois de uma breve conversa com ele, aqui estou eu querendo socar a irmã dele de novo. Puxa, quando eu vou apreender a simplesmente aceitar que as pessoas são o que elas são (mesmo que algumas nem se enquadrem na categoria "gente"), e a única coisa que podemos fazer é optar por conviver com elas ou não. Eu opto por não, quanto mais longe de mim e do meu pequeno melhor... mas os respingos dessa chuva me molham também. Claro, porque eu estou deixando, eu estou me permitindo deixar ser afetada por isso. É como se os dois estivessem numa briga de lama, e mesmo eu não estando no ringue a lama espirra  para todos os lados, e como lá estou eu de platéia assistindo... dá-lhe lama na cara. Eita codependência, a relação tóxica entre os dois é problema deles, saia do espetáculo, vai assistir um bom drama no cinema e deixe o MMA na lama... Madrinha, SOS!

Nada como umas boas chulapadas, puxa fazia um tempinho, estava até com saudades! Chulapa mais madrinha, eu mereço... quem mandou eu entrar neste comportamento de novo achando que posso resolver os problemas dele! Chulapa mesmo! Preciso me lembrar, ele é maior de idade, esta em recuperação (seriamente em recuperação), é capaz de resolver seus problemas e fazer suas escolhas... E a irmã é dele não minha, o que posso sentir é compaixão pois é sua irmã e esse seu comportamento dói nele; só isso, nada mais. É madrinha.... quando eu menos espero me pego caindo numas armadilhas que eu mesmo acabo criando.


domingo, 16 de junho de 2013

Final de semana que virou semana


Ola meus queridos(as)

Estou em débito com vocês, né? Na verdade desci para a praia no final de semana passado que acabou virando a semana inteira! Simplesmente fui enrolando, enrolando, os dias maravilhosos na companhia dele e o nosso pequeno...e nada extremamente fundamental aqui em Sampa para resolver e fui ficando. A cada vez que desço a serra, fica mais difícil de subir novamente... Eu preciso tomar uma atitude, como diz o Cebolinha, bolar um plano infalível e me mudar de vez para praia. Alias escolhi a semana certa para estar longe dessa cidade e suas manifestações, passeatas, caos, violência... que semaninha hein? 

Enquanto o circo pegada fogo por aqui, nós aproveitávamos o solzinho tímido, o I. correndo pelado pela praia, a presença dos amigos e a companhia um do outro. Aos poucos nossa cumplicidade esta sendo restabelecida, alguns assuntos ainda são um pouco complicados de serem abordados mas não os evitamos mais. Falamos bastante da tão almejada recuperação (as vezes sou a miss Nar-Anon mesmo, ele tem razão), porém precisamos dosar as coisas, e simplesmente viver a recuperação sem pensar nela a cada segundo. Ele até deu uma escapadinha do NA por uns dias, as reuniões na sala são fechadas (se não estou enganada, as abertas são apenas um domingo por mês) e ele queria passar mais tempo conosco; já que isso é raro, nós três juntos. Respeitei sua decisão e não criei uma tempestade num copo de água. No fundo, apesar das adversidades, ele esta bem, focado, tranquilo o que contribui enormemente para o equilíbrio entre as partes, digamos assim! 

Depois de muito tempo, ele esta tendo a oportunidade de ser aquele pai carinhoso, babão que ele sempre foi; mas agora o I. não é mais um bebê (tenho que admitir, meu pequeno esta crescendo e tão rápido); e começou a entrar naquela fase crítica dos dois anos...é tudo "que que" senão da-lhe chilique. Olha, Deus concedei me paciência porque se me der força eu bato nele! To brincando, mas o I. esta testando os limites e ajuda demais ter um pai para segurar a onda quando você já esta perdendo a paciência (e chegou a TPM para agravar a situação). Somos uma boa dupla! 

Então meus queridos, essa foi a minha semana! Confesso que até levei meu inseparável iPad mas nem cheguei a ligar... Todos nós, as vezes, precisamos tirar o plug da tomada e lembrar o que mais importa nesta vida, viver o hoje, ser feliz HOJE! 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Omissão ou recuperação?


Ola meus queridos(as)

Andei lendo, escutando algumas partilhas por ai que me fizeram pensar quando estamos utilizando as ferramentas para a recuperação ou quando simplesmente estamos nos omitindo, fechando os olhos para o que não queremos enxergar e assim nos excluímos da responsabilidade de nos posicionar e lidar com a situação. A omissão não é ação, não gera atitude ou impõe limites... A omissão não causa mudanças.

Nem sempre estamos prontos a nos posicionar, as vezes porque honestamente não sabemos qual posição tomar (e vamos buscar dentro de nós), mas muitas vezes porque se posicionar acarreta impor seus limites, tomar as rédeas da situação e não apenas deixar o barco correr fazendo de conta que esta tudo bem... Nos omitimos quando não queremos lidar com o problema, simples assim. E ai o que acontece? O problema cresce, toma proporções faraônicas e corre atrás de você que esta escondido pela  sua omissão. Neste momento você leva um tapa de realidade na cara, a merda já bateu no ventilador e a casa esta fedendo (nossa, que imagem nojenta que eu arrumei!). Sem opção você agora tem que se posicionar e começar a faxina ou ficar morando no meio da merda mesmo...

Resumindo, omissão é exatamente o oposto de recuperação. Queridos, se vocês estam se omitindo cuidado! A conta pode sair muito alta no final. 



quinta-feira, 6 de junho de 2013

Cada um cava seu próprio buraco


Ola meus queridos(as)

As coisas esquentaram lá na baixada... Escalaram da agressão verbal para a física com direito a soco na boca (dele né) e sei lá eu mais o que, zoológico mesmo! Conhecendo a irmã barraqueira não duvido nada que tenha acontecido isso mesmo, ou pior! Conversamos mais cedo sobre a possibilidade dele sair da casa, e ser acolhido por um dos nosso amigos temporariamente, mas ele reluta em pedir ajuda e eu também não quero atropelar (padrão tsunami foi aposentado). No final da tarde recebo a notícia, sai de casa (a irmã insana chamou o irmão evangélico para esfregar a bíblia na cara dele e ele chegou no limite)... Calma, vamos com calma! 

Tomou a decisão? Ótimo, então agora é como operacionalizar isso não simplesmente pegando sua malinha e sair porta a fora e dormir na praia! Bom, pelo menos ele foi para a sala e espero, de coração, que ele encontre o apoio que esta precisando neste momento complicado. 

E eu nisso? Balancei, a vontade de sair correndo e descer a serra era grande (eita codependencia) e resolver... Mas os problemas são dele, eu não posso resolver nada; apenas encorajar. Preciso mais uma vez lembrar dos meus limites (e dos dele também), posso ajudar SIM, posso escutar SIM, posso até aconselhar SIM mas resolver NÃO! É a vida dele, o seu crescimento, as suas escolhas... 

Mas que eu ainda estou com uma vontade de dar uma surra na insanã da irmã dele eu, confesso que estou (até parece que algum dia eu surrei alguém, um tapinha básico na cara é o máximo que fiz)! No fundo eu sei que ela é uma pessoa infeliz, frustrada, mau resolvida, pobre de espírito, abusiva (até com o coitado do filho, alias o que será dessa criança?) e deveria sentir compaixão, mas meu ladinho "ruim" não consegue...eu só quero que ela se foda! Opa, mas ela já esta se fudendo... e desejar isso para alguém é péssimo (para quem deseja, no caso, eu). Cada um cava o seu próprio buraco. E vamos lembrar do nosso lema; até que ponto isso é importante? Não é... então let it go!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Se não quer ajudar, também não atrapalhe!


Ola meus queridos(as)

Por aqui mais um final de tarde gelado e ensolarado, um pouco enrolada com trabalho/filho/questões domésticas mas tudo administrado! Eu não disse resolvido, apenas administrado... Olha, o que fazer quando a emprega de 30 anos resolve entrar numas com a babá? Eu não tenho mais nada para fazer na minha vida do que ser juiz de MMA entre elas, alguém me compre uma jegá (é isso mesmo, a mulher do jegue)? 

Vou voltar na razão do porquê eu presto serviço no Nar-Anon e, me esforço diariamente para viver os passos (nem sempre com sucesso) e poder me libertar (não dele, pois não sou prisioneira dele e sim dos meus sentimentos) das minhas mágoas, frustrações e simplesmente ser feliz (comigo mesma) e uma pessoa mais focada, centrada, assertiva e serena. Claro que é o 12 passo, devolver de graça o que me foi dado; porém especificamente, no meu caso eu simplesmente não consigo não sofrer quando presencio o milagre que é um adicto realmente mas REALMENTE em recuperação ser "sabotado" pela família codependente. O DQ trabalhando sua doença, como dizem nosso companheiros de NA, matando um leão por dia e a família lambendo a sua doença! Isso quando eles conseguem pelo menos admitir que adoeceram juntos com o adicto... uma grande parte nem isso aceita. Puxa que dificuldade né? O problema é dele, ele que usa drogas, o doente é ele não eu... quantas vezes escutei isso! Sim, ele é o dependente químico mas VOCÊ é quem facilita, controla, e impede seu crescimento achando, na sua doença (codependencia) que esta ajudando a salva-lo! Alguém pode me comprar mais uma jéga?!

E pior, comprometendo a recuperação do adicto com esses comportamentos (pois nem da sua recuperação você cuida, ah...esqueci se recuperar do que mesmo? Você não é doente, é ele né?). Olha meus queridos, na verdade esse post é para a giga mega codependente da irmã do Caiçara que nunca lerá nem uma linha do que esta escrito aqui (alias sera que ela sabe ler? Fui cruel agora, confesso...). A minha vontade é pegar uma marreta e abrir a cabeça dela em dois e enfiar o nosso livrinho azul, o CEFE lá dentro. É viável? Óbvio que não, só podemos modificar a nós mesmos, aos outros apenas amar (mas nem compaixão eu sinto por ela, que ser"zinho"...). Cada dia fica mais urgente a necessidade dele sair desta dinâmica, engraçado, o terapeuta da maravilhosa clínica não percebeu que o "evite" era ela e não eu! Mais um ponto positivo para a profissionalíssima clínica (mas foda-se isso, não volto mais neste tema). 

O que é relevante aqui? A família do adicto no processo de recuperação (de todos)! Por favor companheiros queridos, não me interpretem erroneamente, o adicto vai recair por opção dele ou não, mesmo a família estando em recuperação, mas as possibilidades dessa recaída diminuem e MUITO quando TODOS estam em recuperação.

Confesso que minha serenidade foi na padaria agora pois o que eu queria era descer a serra agora já e dar um soco na cara dela! Ajuda? Não... mas que vontade de quebrar a cara dela! E depois deixá-la internada por 6 meses num CT!!! 

terça-feira, 4 de junho de 2013

Servir... sempre!


Ola meus queridos(as)

Neste começo de semana me dividindo entre estudos, trabalho, filho e muito Nar-Anon. Ontem estive fazendo uma visitinha básica a outro grupo (o Calvário), hoje coordenei nossa salinha e quinta outra visita aos companheiros da Luz da Lapa (se o poder superior permitir eu chegar até lá)! Nosso distrito é muito vasto abrangendo 12 grupos, o que dificulta muito o serviço da nossa representante de distrito, e acabei me prontificando a "visitar"/ "unificar"/"sei lá juntar" os grupos mais próximos da zona oeste. Trampo? Honestamente sim, satisfação? Em dobro! Quanto mais eu entendo essa dinâmica, melhor eu vejo a magnitude do que é nossa irmandade. Cada micro célula (as salas), são os alicerces de toda a estrutura desta família Nar-Anon! 

As vezes me questiono se realmente estou pronta para assumir essas responsabilidades, ai vem a minha madrinha com suas chulapadas e me joga na fogueira; apresentar uma temática num grupo de NA semana que vem e sozinha! Com ela não tem muito para aonde correr, ela me empurra do precipício mesmo (sabendo que as minhas asas estam prontas para voar, mas ela sabe, eu AINDA não)! E nem sempre minha serenidade esta comigo, ela gosta de ir até a padaria de vez enquando, some por algumas horas sem dar notícias... mas ela sempre volta. Enfim, não vou ficar questionando demais, alias terceiro passo querido, seja bem vindo neste momento! O poder superior sabe o que faz (não é?), e cabe a mim abraça-lo com os desafios; sem medo... só fé de poder servir da melhor forma possível (com todos os meus defeitos e qualidades também).

E o Caiçara, ... crescendo, tropeçando, apreendendo, vivendo sua recuperação. Claro que os atritos acontecem, e sempre vão acontecer; gente é gente (em recuperação ou não). Pelo menos hoje conseguimos ter um diálogo, e nosso amor fala (nem sempre escutamos). Desviamos do propósito as vezes, mas voltamos ao caminho que escolhemos andar juntos. Acho que é isso, não tem fórmula mágica nem receita de bolo, o que tem é determinação, respeito, amor, carinho.

E saudade....muitas saudades!

P.S: Quando mencionei com o Caiçara sobre a temática no NA achei que ele ficaria contente, mas sabe o que ele falou? Lá tem muito macho. Que tal? Ciumento ele sempre foi, mas achei no mínimo engraçado como ele expressou isso, como se ele não fosse um "macho"do NA também!




segunda-feira, 3 de junho de 2013

Day dreaming


Ola meus queridos(as)

Clássica segunda feira, aquela garoa cartão postal desta metrópole, ressaca pós feriado prolongado, trânsito maluco, reunião atrasada... Quanto tempo mais aguentarei morar nesta cidade? São em dias como esse que a vontade de chutar o balde torna-se quase incontrolável e mandar tudo as favas (para não dizer outra coisa)! Preciso me divorciar de Sampa até o final do ano, senão ainda acabo matando um no meio do caminho! Não é a toa que todo mundo é estressado nesta meleca... Puxa, porque não fui eu que ganhei a mega sena este final de semana? Só espero que o sortudo rabudo de Mato Grosso faça bom uso dos seus $43 milhões!!!!!! O que você faria com $43 milhões? Eu, doaria metade para caridade (uma boa parcela para o Nar-Anon, outra boa parcela para os Médicos sem Fronteiras), compraria uma ilha em Ratatonga (meu refúgio secreto, Headquarters), um loft no Upper East Side em Manhattan (afinal de contas precisamos de Bloomingdale's, MOMA e shows da Broadway, as vezes) e uma fazenda de chá em Chiang Mai (sempre amei o norte da Thailand)... e quando me cansasse de viajar pelo mundo, começaria um empreendimento sustentável de REDD+ numa  floresta no Borneo ou Laos. Olha que beleza! Deixa eu voltar aqui para a realidade porque o telefone esta tocando, pepino da consultoria certamente.

Eita bola de cristal! Mas tudo bem, contei até 10 e deu certo. Na sequência, quem liga é ele... É meus queridos, a vida no manicómio esta ficando cada dia mais complicada, o que de concreto podemos fazer? Tirar ele de lá, projeto: arrumar um espaço para ele vir trabalhar nesta cidade da garoa. Ele esta disposto, chegou a conclusão que ficar em Peruíbe morando com a irmã é inviável (que bom), as possibilidades de emprego, crescimento são limitadas então, o que posso fazer, uma vez que sua decisão está tomada? Apoiá-lo e ajudar. 

Tenho plena confiança em suas capacidades, ele é um excelente profissional, competente, dedicado e ama cozinha. Além de que aqui terá mais oportunidades, até voltar a estudar formalmente gastronomia. Se a cabeça estiver no lugar, as coisas vão andar... Dependente dele (não de mim). 



Somos irmãs


Ola meus queridos(as)

Domingo tranquilo, o I. esta bem melhor, minha irmã e seu barrigão de 6 meses de gravidez vieram almoçar e lentamente, o dia chuvoso passou em família. Porque toda mulher grávida fica com uma pele maravilhosa? A medicina precisa descobrir e mandar a receita para a indústria farmacéutica, eu compro!  Ela esta radiante, linda mas enorme, gigante mesmo... E o seu pequeno de 6 anos morrendo de ciúmes, conversamos a respeito disso, vai ser complicado esse começo (não só dividir as atenções mas o espaço também, quarto, brinquedos etc...). Se quando ele esta aqui já não "atura" muito o I. imagina no território dele sendo invadido por um bebê! Irmã, força e coragem! Estamos aqui para o que der e vier mas vai ser PUNK! Porém, ela tem uma boa estrutura, e uma cabeça bem mais zen que a minha... uma paciência de Jó. É da sua personalidade, sempre foi mais tranquila que eu; por outro lado, quando explode (uma vez a cada morte do Papa) sai de perto, é uma bomba atômica.

Interessante, como duas irmãs com apenas um ano de diferença de idade (sou um ano mais velha) criadas da mesma forma, estudando nos mesmos colégios podemos ter personalidades tão diferentes. Fisicamente eu sou a cara da minha mãe e por dentro, tenho muito do meu pai; minha irmã é o contrário, a cara do meu pai com o gênio da minha mãe. Ela sempre foi mais reservada, mais prática, mais pé no chão... eu já sou mais a sonhadora, nômade, maluquinha! Eu casei e descasei algumas vezes, morei em vários lugares, adoro praia, churrasco, amigos e cervejas; enquanto ela casou com seu namoradinho de faculdade (alias seguiu os passos dos meus pais e é médica), sempre morou no mesmo lugar, quando coloca os pés na praia só bloqueador solar 100, prefere jantarzinhos para poucos casais amigos regados a vinho (para vocês que não são de São Paulo, agora todo paulistano resolveu virar enólogo)!

Deixei minha mãe curtindo os netos um pouco e resolvi passar raiva assistindo o amistoso da seleção brasileira, com esse timinho vai ficar difícil chegar nas quartas de final. Também aproveitei para organizar algumas coisas que preciso fazer essa semana, como renovar minha carteira de motorista. Puxa, bons tempos aquele que "mediante uma módica quantia" o despachante fazia tudo... hoje não tem mais jeito. Sinal de que estamos melhorando (como país).

Nada como um dia depois do outro, senti o Caiçara menos "barulhento" digamos assim, mais tranquilo e tentando controlar a ansiedade. Ansiedade é um sentimento que só complica, nos embaralha demais! Boa semana e muita serenidade a todos!

sábado, 1 de junho de 2013

Feriadão sem praia


Ola meus queridos(as)

Infelizmente o I. ainda não esta legal e acabamos não descendo. Como o outro lado recebeu a notícia? Pessimamente... como ele esta irritado ultimamente, e aquele comportamento egocêntrico. Ao invez de se solidarizar pelo filho que esta doentinho, não, a primeira coisa que saiu da sua boca foi "EU não vou ver meu filho". E depois me culpou por eu ter descido semana passada sem o I., como se eu estivesse proibindo-o de ver o pequeno (expliquei que viajar sozinha com o I. de ônibus é um enorme trampo inúmeras vezes, etc... mas ele só escuta o que quer mesmo). Confesso que perdi um pouco minha serenidade, e o lembrei dos vários finais de semana que ele iria subir para ver o filho (e escolheu fazer outras coisas, né?), das vezes que estive na praia com o I. (seu aniversário, a última visita etc...) e ele escolheu outras pessoas... Olha, eu continuo tentando mas esse momento EU, EU, EU esta foda de aturar. Pelo menos algo produtivo, ele disse que não sabe lidar com frustrações... Pois é meus queridos, vamos dar as boas vindas ao Caiçara! Seja bem vindo ao mundo! 

Fiquei um pouco chateada também, afinal de contas baita feriadão, eu amo a praia, sinto saudades dos meus amigos e óbvio, queria vê-lo mas nada disso pesa para ele neste momento EU. É só ele que sente sabe? Eu não... E além de tudo isso, ainda ter que acordar de madrugada para cuidar do I., segurar a onda pois ele esta chatíssimo, não quer comer, só manha... Mas claro que tudo isso é irrelevante para o Caiçara, afinal de contas nada disso tem o EU no meio então ele não ve. 

Quando conversamos pela manhã, erroneamente descrevi seu comportamento egocêntrico; rapidamente ele veio com três pedras na mão (sempre achando que esta sendo atacado) e falou que não sou sua terapeuta. Muita verdade, não sou mesmo! Seus companheiros de NA, a psicóloga, Deus e o mundo podem falar exatamente o que eu digo e ele escutará, agora de mim não. Vindo de mim sempre será uma crítica, um ataque (minha madrinha matou a charada em 2 segundos). Como ser assertiva então? Deixar que ele perceba seu comportamento por ele mesmo. Simples assim.

P.S: Não estou em nenhuma auto piedade, longe disso! Sou muita grata por tudo, outros feriados virão mas também sou gente e preciso deixar meus limites bem claros senão babau... né?