Ola meus queridos(as)
Dia um pouco complicado, o I. acordou de madrugada simplesmente ensopado de cocô (desculpem os estômagos mais sensíveis); baita diarréia... perdi a conta de quantas fraldas eu troquei durante a manhã (ele não foi na escola, eu não trabalhei e a super babá só chegou a tarde hoje). E no meio disso tudo, ainda estou absorvendo as últimas; o Caiçara simplesmente colapsou na calçada, foi "acodido" pelos "caras" que estavam usando com ele, colocaram ele num colchão e depois o levaram para um buraco qualquer aonde ele dormiu. A cada tossida dele, e foram inúmeras e constantes (quem mandou ir fumar crack justo nestes dias de humidade quase zero...até eu que não fumei crack por três dias seguidos não paro de tossir, a qualidade do ar esta péssima na cidade) uma mescla de sentimentos, em alguns momentos compaixão em outros foda-se (bem feito), não tem uma balinha de hortelã? Hã, não.
Fiquei imaginando a cena, ele desmaiando de tanto fumar pedra no meio da calçada, inconsciente jogado num colchão imundo, cheio de percevejos e cheirando a mijo... um fantasma, um nada, um lixo. Fiquei imaginando esse espectro sujo e fedido me beijando, fazendo amor comigo, sendo o pai do meu filho. Não teve programação que me segurou, e a raiva explodiu dentro de mim como um vulcão em erupção! Como você ousa virar esse trapo humano? Você É o PAI do meu filho lindo, maravilhoso; sai da minha frente, não consigo nem olhar na sua cara, se você tossir de novo eu mato você! Se o crack não te matar MATO EU!!!!!!!!!!
Serenidade no pé, como tudo isso me chocou e abriu meus olhos, não, abrir os olhos é pouco, eu VI o inevitável. Por mais que eu fale e repita os famosos três C's do NA (clínica, cadeia e caixão), por mais que eu saiba que essa doença é crônica, progressiva e fatal, pela primeira vez as palavras FATAL e CAIXÃO deixaram de ser apenas palavras e se concretizaram nesta realidade dura, nua e crua. Se o Caiçara não parar de usar drogas ele vai morrer! Simples assim...