terça-feira, 26 de agosto de 2014

Se ele não parar de usar drogas ele vai morrer...


Ola meus queridos(as)

Dia um pouco complicado, o I. acordou de madrugada simplesmente ensopado de cocô (desculpem os estômagos mais sensíveis); baita diarréia... perdi a conta de quantas fraldas eu troquei durante a manhã (ele não foi na escola, eu não trabalhei e a super babá só chegou a tarde hoje). E no meio disso tudo, ainda estou absorvendo as últimas; o Caiçara simplesmente colapsou na calçada, foi "acodido" pelos "caras" que estavam usando com ele, colocaram ele num colchão e depois o levaram para um buraco qualquer aonde ele dormiu. A cada tossida dele, e foram inúmeras e constantes (quem mandou ir fumar crack justo nestes dias de humidade quase zero...até eu que não fumei crack por três dias seguidos não paro de tossir, a qualidade do ar esta péssima na cidade) uma mescla de sentimentos, em alguns momentos compaixão em outros foda-se (bem feito), não tem uma balinha de hortelã? Hã, não. 

Fiquei imaginando a cena, ele desmaiando de tanto fumar pedra no meio da calçada, inconsciente jogado num colchão imundo, cheio de percevejos e cheirando a mijo... um fantasma, um nada, um lixo. Fiquei imaginando esse espectro sujo e fedido me beijando, fazendo amor comigo, sendo o pai do meu filho. Não teve programação que me segurou, e a raiva explodiu dentro de mim como um vulcão em erupção! Como você ousa virar esse trapo humano? Você É o PAI do meu filho lindo, maravilhoso; sai da minha frente, não consigo nem olhar na sua cara, se você tossir de novo eu mato você! Se o crack não te matar MATO EU!!!!!!!!!!

Serenidade no pé, como tudo isso me chocou e abriu meus olhos, não, abrir os olhos é pouco, eu VI o inevitável. Por mais que eu fale e repita os famosos três C's do NA (clínica, cadeia e caixão), por mais que eu saiba que essa doença é crônica, progressiva e fatal, pela primeira vez as palavras FATAL e CAIXÃO deixaram de ser apenas palavras e se concretizaram nesta realidade dura, nua e crua. Se o Caiçara não parar de usar drogas ele vai morrer! Simples assim... 


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Enquanto ele continuar escolhendo a droga, sua vida será uma droga


Ola meus queridos(as)

Antes de mais nada, mais uma vez sou extremamente grata a todos os companheiros(as) que me acolheram neste momento difícil, seu apóio, suas palavras de carinho, enfim... essa irmandade maravilhosa que mais uma vez me abraçou e não deixe a peteca cair! AMO TODAS!!!

Como era previsível a margarida deu o ar da graça, entre o kilômetro 5 e 6 da minha corridinha matinal ele liga do orelhão (a cobrar óbvio, mais um celular que foi para o saco). Oi Caiçara, estou ocupada agora (correr e falar ao mesmo tempo não dá, falta oxigênio) ligue mais tarde, tchau. Por um milionésimo de segundo pensei em parar o que estava fazendo e atendê-lo, eita codependência! Desliguei, terminei minha corridinha, voltei para casa e fui tomar banho pensando no que falar quando ele retornasse a ligação... Uh. 

Não demorou muito e lá estou eu escutando aquela mesma ladainha de sempre, destruí minha vida, perdi tudo, vou embora para Peruíbe. Tá bom, é a sua vida, faça o que você achar melhor... Ah, mas será que você pode me fazer um favor? EU?!!!!! Nem adianta pedir, a resposta é NÃO. Mas você nem sabe o que vou pedir? Não interessa, não posso fazer mais nada por você neste momento. A única pessoa que pode te ajudar é você mesmo; sinto muito; seja feliz tchau! E assim foi meus queridos, decisão tomada. Como diz uma sábia sumida Japa, se não soma some; não só ele não estava somando nada como subtraindo muito; e no final o saldo ficou negativo e decidi que não vou mais me prejudicar pagando os juros e correções monetárias desta conta negativada. Chega.

Não guardo mágoas nem rancor... e espero que com o tempo, possamos ser amigos, afinal de contas temos um filho em comum. Alias conversando com uma amiga querida, cheguei a conclusão que eu quis tanto que o Caiçara fosse um pai para o I. que acabei passando em cima de muitas coisas, fantasie um pouco, afinal de contas a última coisa que eu quero é ver meu filho sofrer. Mas tenho que aceitar o fato que o Caiçara não é um pai para o I. HOJE; só o tempo dirá se ele será um pai no futuro. O I. só terá um pai no futuro, se nesse futuro esse pai estiver limpo e em recuperação, se responsabilizando pela sua vida, apreendendo a encarar as dificuldades de cara limpa, sendo uma pessoa humana, solidária e amorosa com o outro. Enquanto ele continuar escolhendo a droga, tenho a enorme impressão que sua vida continuará uma droga! 

domingo, 24 de agosto de 2014

Responsabilidade e Humildade


Ola meus queridos(as)

Domingo de sol, preguiçoso... meu pequeno na sua sonequinha da tarde, eu pesquisando preços de pacotes de viagem (esta na hora do I. conhecer uma praia com P maiúsculo, Fernando de Noronha ou Maragogi são fortes candidatas). Olho pela janela e por alguns segundos me pergunto aonde estará o Caiçara, em que noite ele se encontra neste dia tão ensolarado. Que escuridão ele vive nesta tarde tão iluminada, que barulho ele escuta neste silencioso domingo... jamais saberei, não vivo a vida dele, não faço as escolhas que ele fez/faz, não sinto o que ele sente MAS consigo imaginar o pesadelo no qual ele se encontra e sentir compaixão. Uma das coisas, entre várias que apreendi ao longo destes anos convivendo com um dependente químico é que eles sofrem e muito também. Ele não usa drogas para me ferir ou machucar propositadamente; absolutamente nada haver comigo ou qualquer outra pessoa; não é uma afronta pessoal à mim ou qualquer outro; ele é doente e sua doença saiu de controle. E porque saiu de controle? Porque ele não estava tratando dela, simples assim.

Conhecendo o Caiçara como "acho" que conheço, mais uma vez ele subestimou sua doença, acreditou que estava no controle, que uma só não iria fazer mal; enfim o mesmo blablabla de sempre; auto-sabotagem clássica. Honestamente, os porquês não me interessam mais. O que realmente interessa sou eu frente a tudo isso, pois mais cedo ou mais tarde ele vai acabar dando sinal de vida (se estiver vivo né?), com o mesmo discurso, cheio de arrependimento, aquela ressaca física e moral pós dias na ativa... Olha, esta ficando tão monótono tudo isso que chega a dar tédio. 

Duas palavras: Responsabilidade, essa é a primeira palavra. O Caiçara precisa se responsabilizar pela sua vida, conversando com o rapaz/genro que casou com a bruxa evangélica no telefone ficou claro o que eu já suspeitava. Ele não se responsabiliza por nada, vai lá faz e foda-se; durante anos as consequências dos seus atos foram absorvidas pelo escudo mãe (essa já foi, morreu passando um pano para o filho), depois a irmã bruxa evangélica (que hoje chutou o balde) e por último eu. Já caminhei milhas e milhas MAS preciso me monitorar para não pegá-lo no colo quando a merda bate no ventilador.  A segunda palavra é Humildade, com ela vêm a rendição, a aceitação e finalmente, o primeiro passo para a recuperação. 

sábado, 23 de agosto de 2014

Havaianas

Ola meus queridos(as)

Sábado, quase dez da noite e nada, nem um sinal de fumaça... qualquer outra hipótese a essa altura do campeonato foi por água abaixo. Só espero que ele esteja vivo. Enfim, acho que as coisas estam caminhando para o inevitável, conversei com o rapaz/genro dele sobre qual a melhor conduta a tomar. Honestamente, e deixei isso bem claro, não posso fazer mais nada, nem emocionalmente nem financeiramente (se outra internação for necessária). 

Interessante como apenas enxergamos o que queremos, mas HOJE eu vejo tudo (até o que não quero), e o mundo fica mais claro e mais tranquilo de encarar. Fui correr na esteira, sai para fazer compras no supermercado, brinquei com meu filho, trabalhei um pouco enquanto ele dormia, e assim passou o sábado; mais um sábado tranquilo (independente dele). Aos poucos fui apreendendo a simplesmente viver sem ele, e olha... não é difícil. É só tentar, e agora digo isso a vocês minhas companheiras que continuam passando noites em claro, cheias de culpas (que não são suas), remoendo o armário ao invés de renovar o armário, jogar fora o que não cabe mais, insistindo em caber naquela calça jeans que não serve mais... Eu não julgo nada nem ninguém, cada um sabe aonde o sapato aperta; mas quando o MEU sapato ficou pequeno porque meu pé (alma) cresceu não vou machucá-lo querendo usar aquele salto alto maravilhoso que não serve mais... vou de havaianas mesmo!

E assim fico confortável comigo mesma, sem salto alto e de chinelo... 


Será esse realmente o fim?


Ola meus queridos(as)

Mais de 24 horas de caixa postal... a velha estória, ontem iríamos almoçar juntos e até agora nada. Eu realmente fico triste em ver a sua dificuldade em se manter limpo por mais que uma meia dúzia de meses. Engraçado o que é intuição, uns dias atrás estava lembrando que ele estava chegando nos 5/6 meses críticos, mas no meio da mudança toda esqueci, alias eu nunca fui de ficar contando tempo limpo dos outros. Mas o Caiçara é britânico no seu cronograma, 5/6 meses limpo, recaída, 5/6 meses limpo, recaída... e assim anda o seu relógio. Posso estar soando sarcástica mas é a realidade.

Poderia estar aqui também justificando sua recaída, deixei claro que ele não moraria comigo e o I. no nosso apartamento novo, que a nossa relação necessitava de equilíbrio (e não eu sempre sobrecarregada), que ele pediu demissão no restaurante e esta desempregado, que ele recebeu meia dúzia de dinheiro da rescissão do contrato e blablabla... No fundo a realidade é  uma só, ele usou (ou esta usando drogas neste presente momento) porque QUER! E só irá parar de usar quando quiser parar também (ou o dinheiro acabar)... é simples assim meus queridos. 

Claro que fico triste, principalmente porque vejo que o espaço que ele ocupa na minha vida diminui a cada dia, a cada "droga" de comportamento, a cada pedra de crack que ele fuma, a cada recaída... e eu vou caminhando sem olhar muito para trás. Sofrer eu não sofro mais faz tempo... e agora nem doer dói. Será esse realmente o fim? 


Casa nova vida nova


Ola meus queridos(as)

Ufa! Finalmente todas as caixas devidamente esvaziadas, internet operacional (e a TV, graças a Deus assim o I. distrai um pouco e me deixa trabalhar no computador), fogão funcionando... enfim, habitável. Aos poucos vamos arrumando o resto não essencial. 

Nunca morei em prédio, ainda mais no décimo oitavo andar; é alto para caramba. A primeira providência for colocar tela de proteção em tudo, desde da varanda até a janelinha do banheiro e colocar medo no I. (se você cair lá embaixo você morre então NÃO chegue perto da tela!). Também fiquei um pouco preocupada do I. estranhar a mudança de ambiente físico, que nada... chegou já tomando conta do pedaço, dormiu super bem no seu novo quartinho. Alias acho que ele se adaptou muito melhor do que eu! Crianças são muito flexíveis, adaptam-se rapidamente pois vivem sem carregar aquela bagagem sabe? Enquanto nós, adultos, quanto mais o tempo passa mais relutamos em simplesmente aceitar o novo.

Passado esses primeiros dias, começo a "gostar" de morar aqui, a vista é linda (de frente para uma praça), dois minutos a pé da escolinha do I. (um luxo poder levar seu filho a pé para escola em Sampa nos dias de hoje), o pão da padaria da esquina é muito bom, e a cerveja do boteco bem gelada! Ainda não estreiámos a piscina mas a academia de ginástica já! Resolvi voltar a correr, estou super fora de forma, parei de correr no meio da minha gravidez e nunca mais voltei e lá se passaram três anos. Agora não tem desculpa, é só pegar o elevador. Claro que não tenho a pretensão de voltar a correr como antes, participando de meia maratonas e treinando todo dia (não tenho mais tempo nem idade), mas um condicionamento físico mínimo para bater uns 10 K sem infartar!!!

É isso meus queridos, casa nova vida nova!

sábado, 9 de agosto de 2014

Incrível Hulk


Ola meus queridos(as)

Eita, esse negócio de mudança esta dando um trabalho... saudades do tempo que mudar era simplesmente colocar minha mochila nas costas e ir para o aeroporto! Agora é caminhão, maquina de lavar, sofá, um trilhão de caixas de brinquedos, papéis, livros e sei lá eu mais o que estam dentro daquelas caixa empilhadas no meio do que, um dia, foi uma sala e virou um campo de refugiados. Mas estamos quase lá, semana que vem tudo acaba e um "novo" tudo começa em outro lugar!

E no meio desse pseudo caos estou em paz e feliz. Hoje foi o primeiro dia dos pais (andiantado) que o Caiçara esteve presente na vidinha do I. Festinha do dia dos pais na escolinha, só pais (nada de mães) e a criançada, confesso que debati uns bons dias comigo mesmo, pensei até em pedir para o meu super pai acompanhar o I. (afinal de contas ele é uma figura masculina muito presente na vida do I.), poderia ir eu (mas não sou pai e certamente ninguém falaria nada mas pensariam tudo, desde viuva até divorciada rancorosa) ou simplesmente não ir (puxa, não é justo com o I., é a festinha da escola). Comuniquei o Caiçara, qual o meu prazer em vê-lo na porta da escola as 9 da manhã! E o sorriso do pequeno, e lá foram os dois por duas horinhas só deles na festinha da escola com direito a cupcake, desenho de peixe e fotinho dos dois fantasiados de super heróis (não sei se eles escolheram ou aleatoriamente, mas os dois de incrível Hulk ficaram uns fofos)! 

E assim caminha a humanidade por aqui... Amanhã quem vai passar umas horinhas com o seu super herói sou eu, almoço na casa do papai! 

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A mudança


Ola meus queridos(as)

Se eu desaparecer por uns dias é porque simplesmente estou mudando, literalmente mudando... encaixotando tudo, caminhão, etc... Deixo esse mausoléu com 7 banheiros, 3 suites e sei lá eu quantos mil metros quadrados por um apartamento ovo, de 60 metros quadrados, dois micro quartinhos MAS (e me dói disser isso) longe da minha mãe e talvez, mais próximo da minha serenidade! 

No começo, quando a idéia surgiu, confesso que fiquei no mínimo surpresa, depois questionei a lógica disso tudo, depois tive medo (sei lá eu do que... do novo?) e agora empolguei! Mudança sempre é mudança, essa é a essência de mudar, no começo relutamos um pouco (ou muito), depois aceitamos e no final abraçamos o novo, o desconhecido e nos jogamos de cabeça (pelo menos eu). Já estou eu aqui planejando o novo quartinho do I. com direito a um fundo do mar a lá Jacques Cousteau, baleias, golfinhos, tartarugas marinhas, algas, conchas (pena que minha criatividade é pequena mas conto com ajuda externa)! E faremos também o seu próprio céu, cheio de estrelas, planetas, luas, constelações... Lembro quando eu era criança do meu céu que colei no teto do meu quarto. 

Porque ficar insistindo no que não esta dando certo? Morar na gigante casa da minha mãe (apesar dela não realmente morar aqui) não estava funcionando, pois ela se via no direito de entrar e sair ao seu bel prazer, criticar, apontar, questionar (Meu Deus! tem uma lata de cerveja na pia, a roupa ainda esta no varal, a sala esta uma bagunça, as plantas estam morrendo...socorro!).

Porque estou escrevendo tudo isso? Porque todos nós, de uma forma ou de outra nos vemos  confrontados com a necessidade de mudar e a relutância em fazê-la, A MUDANÇA! Que seja física, emocional, espiritual, profissional... e tantas outras que não se enquadram em nenhuma categoria formal. Mudar o seu ser! 

sábado, 2 de agosto de 2014

A "droga" do comportamento


Ola meus queridos(as)

As vezes me sinto refém da "droga" do comportamento. Ele não esta usando drogas MAS a droga do comportamento é tão devastadora quanto... Simplesmente porque o dependente químico escolheu não usar mais drogas (só por hoje), tudo é uma maravilha? Claro que não, alias temos as oscilações de humor, a abstinência e outros fatores que agravam alguns comportamentos. Todos nós, seres humanos, temos facetas da nossa personalidade moldadas geneticamente, socialmente etc... somos nós, quem somos. O Caiçara é uma pessoa agitada, inquieta por natureza, porém tudo isso é intensificado escalando para uma certa agressividade quando sente-se confrontado, deslocado, inseguro e diminuído. E principalmente quando eu não o incluo nos meus planos a curto prazo, ou quando ele observa que eu tenho uma vida independente dele. Você se preocupar com a pessoa querida é saudável, você querer resolver a vida da pessoa querida tem nome, é codependência. Já escrevi a respeito disso anteriormente, mas volto neste ponto, grande parte dos adictos são codependentes também. 

Durante os dias na praia tivemos uma discussão a lá DR (que eu acho um saco) no mínimo desgastante ao ponto dele, mais uma vez, arrumar suas coisas e ameaçar ir embora... olha ele já arrumou as coisas para ir embora tantas vezes que chega a ser uma perda de tempo. Ele ameaça, eu simplesmente faço nada para impedi-lo e pateticamente, lá ele fica plantado na porta até perceber que eu não vou me descabelar, me jogar no chão e muito menos, implorar para ele ficar. Viva e deixe viver (obrigada Nar-Anon)! 

O ciclo é mais ou menos esse; ele sente-se inseguro (auto estima no pé), começa a chantagem, não funciona, ele fica puto, continua não funcionando, ele faz a cena dramalhão mexicano, continua não funcionando até que finalmente, ele entende que NÃO funciona e desisti mas até chegarmos lá, que saco. A única vez que arrumei as minhas coisas, fui embora e acabei um casamento de 15 anos; sem ameaças, sem chantagem... simplesmente comuniquei minha decisão e fui embora. Já o Caiçara usa esse comportamento como moeda de troca, e quando percebe que não haverá nenhuma negociação ele volta atrás. Um dia talvez ele volte atrás mas quem vai ter arrumado as malas sou eu se essa "droga" de comportamento perdurar... 

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Parabéns meu bebê


Ola meus queridos(as)

Saudades de todos... mas tirei umas merecidas férias! Não de vocês, mas optei por simplesmente ir sem saber o que acontecia no mundo. Praia! Passei uns dias onde nunca deveria ter saído, cada vez que desço a serra tenho mais certeza que nunca deveria ter subido... Eita!  Amigos, amor, carinho... tudo que cada vez menos tenho aqui em cima da serra (tá, tenho outras coisas, dinheiro, melhor escola, estress, trânsito, mãe neurótica, etc...). Olha, colocando na balança qualquer um diria, Dona Barriga você esta fazendo exatamente o que aqui nesta metrópole? Nem eu sei... 

Eu amo Peruíbe, é uma cidadezinha sem futuro nenhum cuja população é divida entre evangélicos, aposentados e " drogados" (sabemos melhor hoje, então vamos de adictos), não exatamente nesta ordem MAS eu amo todos eles! O tiozinho que todo santo dia senta no mesmo lugar na padaria e pede o mesmo café e reclama das mesmas coisas... da maluca velha católica que benze meu filho toda vez que o vê na praça da Igreja, da caixa do supermercado que pergunta do meu amado Drago (cachorro) que morreu anos atrás... Figuras, caricaturas, peças de um teatro MAS eles são felizes, com nada ou tudo. 

E no meio deste zoológico harmonioso meu pequeno completou três anos de idade, entre as pessoas que mais o amam, entre o mar e a terra, entre o céu estrelado e as ondas quebrando na praia, entre eu e seu pai! Tudo misturado, único e amado, acima de qualquer coisa! 

Parabéns meu bebê (para mim sempre será, não tem jeito), continue sendo esse farol para todos nós que temos o imenso prazer de fazer parte da sua vidinha. 

Mas, nem tudo são flores então aguardemos o próximo post!