segunda-feira, 31 de março de 2014

Menino maluquinho


Ola meus queridos(as)

Todos nós nos preocupamos, algumas preocupações são reais outras totalmente desnecessárias, apenas maluquices oriundas da nossa cabeça. A minha preocupação presente é real MAS ainda não sei qual  dimensão dar a ela. 

Sou mãe de primeira viagem, até uns três anos atrás meu contato com crianças era zero, o universo infantil um território misterioso e desconhecido. Quando o I. nasceu minha vida mudou, ser mãe muda tudo; não que eu tenha deixado de ser EU, mas com a maternidade surgem novos elementos, novos sentimentos. Sua vida é invadida por fraldas, noites mau dormidas, galinha pintadinha e a eterna culpa! Culpa por não estar mais presente no dia a dia do seu filho, culpa por não ter a paciência do Buda, culpa por ceder quando sabe que não é o correto, culpa por não ser psicóloga infantil, culpa por ser bundona, culpa porque seu filho mordeu 5 coleguinhas de turma na escolinha (e mais a professora) e você não esta entendendo mais nada! Que comportamento é esse? O que está acontecendo com o I.? 

Moramos apenas eu e o I. (minha mãe se mudou, mas está sempre por aqui), ele não presencia brigas, discussões, temos uma casa espaçosa muito tranquila e confortável, num bairro super família e silencioso. Ele não tem tudo que quer, mas provavelmente tem muito mais do que precisa; uma ótima escolinha infantil com uma proposta pedagógica bem lúdica que se alinha com o que acredito (nada de nazismo, e sim apreender brincando com aulas de horticultura, culinária, teatro, capoeira, natação, inglês etc...) e uma super babá que ama meu filho como se fosse dela, cuida dele com todo amor mas é rígida quando precisa (bem mais que eu) e coloca ordem na casa! Então, porque esse comportamento? 

Sei o filho que tenho, ele não é nenhum anjinho, é ligado no 220, cheio de energia, meio teimoso (achei outra coisa que ele herdou de mim além das sobrancelhas!), carinhoso, comunicativo, criativo, arteiro, e certamente se o Ziraldo tivesse conhecido o I. ele seria a inspiração do seu personagem "menino maluquinho"! 

Para quem não conhece a estória, vale a pena; 


Infelizmente nos dias de hoje, o menino maluquinho provavelmente seria diagnosticado com TDHA (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade), sendo que no fundo, como termina a estória: E foi ai que todo mundo descobriu que ele não tinha sido um menino maluquinho, ele tinha sido um menino feliz! Espero que o final da estória do I. seja como a do menino maluquinho!!! 







sábado, 29 de março de 2014

Intolerância


Ola meus queridos(as)

Eu sou uma pessoa intolerante, nada muito novo ai mas, assumir para você mesmo, se olhar no espelho e dizer em alto e bom tom "sou intolerante" não é fácil. Mas algumas facetas da minha intolerância eu não tenho a mínima vontade ou necessidade de mudar, sou intolerante com fanatismo, sou intolerante com ignorância, sou intolerante com violência infantil, sou intolerante com racismo, sou intolerante com  escravidão (pois é em pleno século XXI ainda temos seres humanos literalmente escravizados) e sou intolerante com pessoas que envenenam bichos inocentes! Essa foi a última... Quem foi a vítima da vez? Princesa... a gatinha da minha mãe que amava deus e todo mundo, aguentava bravamente os ataques de carinho do I. puxando o rabo, espremendo, amassando, apavorando; e ela sempre um doce, nunca nem uma arranhada (no máximo um miado mais agudo, pedido de socorro). Quem era a Princesa? Um gatinha fofa, doce, carinhosa, carente, que ficava roçando na sua perna, deitava no seu colo, e por mais que você trancasse a casa inteira ela achava um jeito de entrar e dormir no sofá da sala... ou no berço do seu filho. Como ela surgiu? Como 90% por gatos aqui, do nada, caiu de para-quedas; mas essa veio do litoral. Era caiçara... 

Já estava de mudança para São Paulo, na época tínhamos o Drago (o melhor cachorro/amigo da face da Terra, outro dia faço um post sobre ele, alias um seria pouco, mil não seriam suficientes) e a Mingau (nossa gatinha resgatada  entre as tripas de peixes no portinho de Peruíbe que mais parecia um rato, e se tornou parte da família), quando a Princesa apareceu do nada no nosso quintal. Nem o Drago e seus 80kg a afugentaram, nem a Mingau e seu territorialismo a afugentaram; mas como levar mais um bicho (estava voltando para casa da minha mãe, com seus já 8 gatos, mais ou menos...perco a conta as vezes)? Não, sem chances, mas fui dando comida, sai andando por todo lugar perguntando se alguém perdeu uma gatinha vira-lata e nada (mas ela foi de alguém, pois quando fomos castrá-la o veterinário disse que ela já era castrada, pior então, ela foi abandonada, e mesmo assim só tinha amor e carinho para dar)... No dia da mudança, entre caixas e caixas (o Drago já tinha subido a serra de taxi dog, vai enfiar um Mastiff Inglês no porta malas do carro, não é legal; e a Mingau no seu carrier), a Princesa aparece e minha mãe, que estava me ajudando na mudança não aguentou, saiu correndo, comprou uma caixinha de transporte e assim a Princesa se mudou também! De todos nós, ela foi a que se adaptou mais rapidamente, para ela tudo sempre estava bom... E assim foi até ontem, quando um filho da puta deixou veneno no lixo (é, foi um acidente, uma das casas da rua foi detetizada e provavelmente, sobrou algo indevidamente jogado no lixo da rua, alias temos toda uma legislação HOJE sobre disposição de resíduos sólidos, tóxicos ou não), e ela comeu e morreu envenenada. 

Então sim, continuo sendo intolerante com pessoas negligentes e ignorantes pois as consequências dessa negligência e ignorância são enormes, e hoje custaram a vida de uma criatura que só trazia alegria a todos nós. 

Então sim continuo sendo intolerante com pessoas negligentes e ignorantes que quase custaram minha relação com o Caiçara... Então sim, continuo sendo intolerante com pessoas negligentes e ignorantes que fazem deste mundo um lugar pior.




quarta-feira, 26 de março de 2014

Demorou mais chegou, o cristal


Ola meus queridos(as)

É oficial, ontem no grupo uma enorme tristeza invadiu meu coração ao escutar a partilha de uma mãe cujo filho de 21 anos foi internado involuntariamente pois é usuário de cristal. Demorou mais chegou, o cristal (ou como é chamado lá fora crystal meth ou ice).

A primeira vez que ouvi falar desta droga, que é uma metanfetamina muito potente e altamente viciante, eu tinha acabado de me mudar para os USA, quase uns 18 anos atrás. Naquela época já era uma epidemia fortemente combatida pela polícia, sempre nos noticiários, estourando laboratórios clandestinos etc... Lembro como se fosse hoje, um domingo de manhã ensolarado, estávamos no carro eu e meu marido na época (que é americano) indo para praia, quando paramos num farol e uma mulher muito bem vestida, no carro ao lado, tirou um cachimbo da bolsa e fumou algo que produziu uma nuvem de fumaça dentro do carro (os vidros estavamos fechados). Olhei para o meu marido com aquela cara de interrogação, ele disse: it's ice. Naquele momento fiquei pensando o que levaria aquela mulher, bonita, bem vestida, num baita carro (acho que era uma BMW mas não lembro), em pleno domingo ensolarado no Hawaii a fumar aquele negócio que estava nos noticiários todo santo dia. Meia hora depois, encontramos com nossos amigos na praia e totalmente esqueci o episódio até hoje. A dependência química não tinha batido na minha porta ainda... 

A 20 anos atrás já se sabia dos efeitos dessa droga, ajuda wikipedia:

A metanfetamina possui um grande potencial de dependência, e a sua utilização crônica pode conduzir ao aparecimento de comportamentos psicóticos e violentos, além de outros transtornos mentais como depressão, e principalmente, dependência química de díficil tratamento. 


terça-feira, 25 de março de 2014

Vivendo a vida


Ola meus queridos(as)

Nossa, o tempo foi passando sem eu perceber! Por aqui tudo tranquilo, o I. começou a fazer natação e aulinha de inglês. Ele adora água, qualquer água, piscina, mar, banheira, chuveiro (deve ser filho de Yemanjá) e, pelo menos, na natação ele gasta uma boa energia. Um dos truques que venho apreendendo como mãe de primeira viagem é manter o I. ocupado e gastar energia, MUITA energia pois ele faz parte do grupo de crianças bem ativas! Tá bom, ele toca o puteiro mesmo. Segunda novidade, o momento desfralde... pois é, quem já passou por isso sabe do que estou falando. Engraçado que ele esta pronto, quem não está pronta sou EU! Conversei muito com a psicóloga da escolinha, outras mães, minha babá (que detem o recorde do desfralde mais rápido no Guiness book, uma semana) enfim deus e todo mundo. Acho que criança é meio como bicho, eles farejam seus sentimentos, eles sentem o seu "astral"digamos assim; e eu estou (estava) com medo, medo de meter os pés pelas mãos neste momento desfralde, medo de traumatizá-lo (li vários estudos sobre crianças problemáticas, tipo fazendo xixi na cama até os 12 anos por causa de um desfralde traumático), medo... Mas como diz o meu pai, você já viu algum adulto de fraldas? Mas como disse minha babá, faça um estoque de cuequinhas e muita paciência, e vamos aproveitar que a nova máquina de lavar esta ai e chega de ficar escutando esses psicólogos desta escola "fresca" que nem devem ter filhos e tira a fralda do I. e ponto final! Eita, chulapa babá! 

Muito trabalho na irmandade, reunião de serviço do grupo, do distrito (e se não estou enganada, área painel na próxima semana), e resolvi me voluntariar na linha de ajuda então meus queridos, quem sabe uma próxima vez que vocês ligarem no Nar-Anon não serei eu atendendo! Vinha pensando nisso à um tempinho, uma companheira comentou que eles estavam precisando, encontrei com ela uns dias atrás e eles continuavam precisando... Bom, vamos lá! Saindo da minha zona de conforto, sou ótima com computadores, agora gente não é minha especialidade. Aprimorar nossas qualidades é fácil, difícil é melhorar as deficiências... Então abraço essa oportunidade de poder crescer e apreender devolvendo o que me foi dado de graça! 

Caiçara vivendo também, nos vemos com uma certa frequência, ontem mesmo ele estava de folga, eu meio "folgada" e fomos até o Mercado Municipal. Quem não conhece super sugiro, é uma viagem visual e olfativa de dar água na boca! O Caiçara parecia uma criança num parque de diversão entre as inúmeras especiarias, frutas exóticas, embutidos; talvez ele tenha se apaixonado pelo presunto de parma mais caro que eu já vi (enquanto eu namorava uma linda posta de bacalhau norueguês, afinal de contas a Páscoa esta chegando). Não almoçamos o tradicional assassino sanduíche de mortadela do Hocca, mas a kafta e o risoto de carneiro estavam uma delícia! Aproveitamos que estavamos por lá, e tive a infeliz idéia de dar uma passadinha na caótica 25 de março, mau consegui comprar um brinquedinho para o I. e sair correndo, socorro!!!! Isso porque estava vazio para os padrões locais, já vi aquilo literalmente parecendo um formigueiro humano em véspera de feriado.




quinta-feira, 20 de março de 2014

Mau entendido


Ola meus queridos(as)

Hoje, o meu fofo PS sarcástico mais uma vez colocou minha recuperação a prova... Acho que passei por uma unha, mas foi por pouco que não fui reprovada. Confesso que fiquei um pouco chateada comigo, ainda tenho tanto a apreender... algumas "reações"instintivas ainda acontecem.

Ontem foi um caos, dilúvio bíblico com direito a paralelepípedo de granizo caindo, claro que a eletricidade acabou no meio da tarde em metade do bairro e só voltou de madrugada (sei disso porque acordei as 3 da manhã com a luz do quarto acessa e a televisão da sala ligada). Hoje de manhã vi o estrago andando pelas ruas cheias de árvores caidas, interditadas, pessoal da Eletropaulo em cada esquina e por ai vai. Resumindo, pela primeira vez desde que ingressei no nosso grupo, as portas ontem estavam fechadas... não pude abrir a sala, sem luz, embaixo de um dilúvio, me cortou o coração!  

De manhã, deixo o I. na escola, vou tomar café, começar a organizar o dia, sento no computador para terminar um relatório e toca o celular, atendo. É alguém do RH aonde o Caiçara começou a trabalhar no último sábado, perguntando por ele pois já eram 9:30 da manhã (seu horário de entrada é as 8:00) e ele ainda não tinha chego. Momento Ahhhhhhhh?!! Falei que iria tentar entrar em contato com ele e desliguei extremamente confusa, milhões de coisas passando pela minha cabeça. Entre todas essas coisas, tenho que ser honesta comigo, pensei sim na possibilidade dele ter recaído, mas pensei também na possibilidade dele ter sido assaltado, ter perdido a hora (pura e simplesmente), não ter conseguido pegar a condução etc... um leque de opções. Bom, conversei um pouco com uma companheira muito querida, e voltei ao meu trabalho (meio desfocada). Um pouco antes do almoço ele me liga, oi! Tudo bem? Comigo sim, e você? Olha amor, estou de folga hoje, nem eu sabia, cheguei cedo e o chefe disse que eu tinha que folgar hoje senão iria atrapalhar a escala dos outros funcionários, vamos nos ver?

Resumindo, enorme mal entendido! A menina do RH não sabia que ele estava de folga, acabou me ligando e instalado o caos! Puxa, o PS testando mesmo minha serenidade. Nos encontramos a tarde, claro que pedi a ele que avisasse a menina do RH que sou cardíaca, para ela tomar mais cuidado com esses mau entendidos! Cardíaca que nada, codependente mesmo! Mas foi bom essa situação ter acontecido, assim posso avaliar aonde me encontro exatamente na minha recuperação, e ainda falta um bocado! 

domingo, 16 de março de 2014

A (for)miga


Ola meus queridos(as)

Domingo preguiçoso, eu e o I. acordamos tarde (um milagre, pois parece que ele sabe que não tem escola e resolve acordar mais cedo ainda no final de semana, e segunda... eita, é a luta para tirar ele da caminha); estou fazendo café, o mamá, colocando a mesa e o I. no quintal correndo que nem um maluco... até que só escutei: mamãe a miga, a miga, amiga, AMIGA! Nossa, me enchi por dentro, meu filho me chamando de mamãe "amiga"... Claro que não durou muito, uns segundos depois chega ele na cozinha com uma meia dúzia de formigas aprisionadas num copo, mamãe A MIGA!!!! Morri de rir, da situação e de mim mesma depois. Quase fiz xixi nas calças, e fomos devolver A MIGA para o seu lugar quando descubro que nosso jardim esta infestado de formigueiros (ligar para o jardineiro urgente).  E vai explicar para o pequeno que não dá para brincar na grama senão A MIGA vai fazer dodói no pé!

Mas porque estou escrevendo tudo isso? Porque, por um bom tempo, era muito doloroso ver o Caiçara no I.; o cabelo, os olhos, a boca, algumas expressões faciais... é tudo dele! O que o I. herdou de mim? Minha inteligência (espero), fisicamente é um Caiçara em miniatura. Não tem como negar, desde que ele nasceu, e com o tempo as semelhanças só aumentam.. por alguma razão narcisista (afinal de contas fui eu que carreguei nove meses, amamentei um ano, dou banho, cuido dele 24 hrs por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano...) isso me incomodava, as vezes, os amigos tentavam "consertar": é a cara do Caiçara mas a sobrancelha é sua! Jura? A sobrancelha! 

O I. é ele, não é o Caiçara muito menos eu, claro que somos os pais, e segundo as leis de Mendel e suas ervilhas que foram base para toda a teoria evolutiva genética moderna, 50% da sua carga genética (DNA) é minha e as outras 50% dele; mas isso não quer dizer que o I. seja 50% EU e 50% o Caiçara. O I. é 100% ELE! 







sábado, 15 de março de 2014

Porque ser uma pessoa melhor?


Ola meus queridos(as)

Nesta maluquice que vivemos, aonde mau dizemos bom dia para o vizinho, xingamos no trânsito o FDP que furou o farol, discutimos com o caixa de supermercado que errou o preço do danoninho na promoção, brigamos com unhas e dentes por causa do que mesmo? Ninguém está nem aí, cada um focado no seu próprio umbigo, na sua sobrevivência, passando em cima de tudo e todos para se "dar bem"... Porque ser uma pessoa melhor? Para ser um "exemplo"? Para sentir orgulho? As vezes queremos ser uma pessoa "melhor" por todas as razões erradas.

Por algum tempo eu quis ser uma pessoa "melhor" para ser reconhecida, para ser admirada, para ser amada, para deixar um legado (olha a prepotência do ser!)... Todas as razões mais do que erradas. O que me motiva a ser uma pessoa melhor hoje do que ontem? Acreditar que meu lugar no céu esta garantido quando eu morrer? Não. Acreditar que sendo melhor terei um emprego melhor, um filho melhor, um marido melhor? Não. Acreditar que sendo melhor o mundo vai ser melhor? Não. 

Então porque ser uma pessoa melhor já que "mais ou menos" está bom? Porque estamos aqui para nos aprimorar, essa vida é um aprendizado com todas as suas dificuldades; essa vida é uma escola e enquanto continuarmos repetindo de ano ficaremos naquela série até apreender, ficaremos naquela vida "mais ou menos".  Simples assim... 

No que eu acredito? Acredito que estamos aqui com um propósito, acredito que a finalidade é evoluir, acredito que foi nos dado escolhas para que estas sejam ferramentas, acredito que andar (para qualquer direção que seja) é melhor do que ficar parado e estacionado no mesmo lugar, acredito que tudo tem um começo, um meio e um fim! E acredito que sempre podemos recomeçar e escolher outro fim para nossa estória!

Um sereno sábado meus queridos!




sexta-feira, 14 de março de 2014

À Cesar o que é de Cesar


Ola meus queridos(as)

Momento caótico porém organizado, antagonismos do ser humano... E mais uma vez me surpreendo comigo, com ele, conosco. Confesso que uma enorme irritação tomou conta de mim, sobrou para Deus e todo mundo (até para super babá, que quase pediu as contas)... TPM brava! A meleca é que quando percebi que só podia ser TPM, me vi no direito de abusar e chutar o balde mesmo, e a cada "patada" o Caiçara respondia com tolerância, a cada "porrada" ele apenas tentava não entrar no ringue... E ufa! Passou! Mas foram dois dias querendo matar alguém, até a velhinha atravessando a rua ou o jardineiro cortando a grama do vizinho. 

Fomos no centro hoje, depois de um dia super corrido achei que ele não estaria disposto, mas veio assim mesmo (esta correndo atrás de trabalho, sem entrar em muitos detalhes, acabou sendo dispensado do outro trabalho), e foi ótimo. Como foi ótimo ter dormindo de conchinha, cozinhar um lombo ao molho de laranja (que eu deixei ressecar e ele resgatou), ver o I. brincar com o pai... coisas tão pequenas, que dizem tanto! E cada um destes momentos, hoje, tem um valor imensurável, recuperação é isso (também), simplesmente ser, sentir, ver, e deixar rolar. Essas pequenas valiosas coisas só são aproveitadas quando estamos em recuperação.

Ele virou o príncipe encantando? Longe disso, alias não existe príncipe encantado (talvez pau encantado), o que existe são escolhas... As minhas, as deles e estas devem ser respeitadas. Enquanto ele continuar a fazer suas escolhas que acrescentem, não me machuque, e respeite meus limites TAMO JUNTU! E sinto que nesta jornada, escolhemos caminhar juntos. Até aonde? Por quanto tempo? Sei lá... só o PS sabe. Como dizem, daí a Cesar o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus! 

quarta-feira, 12 de março de 2014

Efeito dominó


Ola meus queridos(as)

Hoje, mais uma vez, tive a gigante certeza que Sampa (apesar de ser minha cidade natal), não é para mim... Deixo o pequeno na escola, reunião, correria, to na rua, cadê a babá para pegar o I. na escola? Quem vai abrir a porta para o homem da máquina de lavar vir consertar? Socorro!!!!!!!!!! Para tudo! E parou mesmo, uma linha do trem... essa cidade é um caos, vive no limite.  Saio correndo, cancelo tudo a tarde (quase me jogam pedra e o meu projeto de MDL no lixo), pego o I. atrasadíssima na escolinha (isso porque ontem a noite, na reunião de pais a pontualidade foi PONTUADA), o homem da máquina de lavar plantado na porta de casa me esperando com a maior cara de cú... e por ai vai! Eita! Efeito dominó de um trem que parou, e a babá não conseguiu vir trabalhar e complicou tudo... Já estressei e já desencanei. 

Efeito dominó, é bem isso, um evento causa outro e outro e outro... e vira uma bola de neve! Lembrei de uma texto publicado pela Japa (que sabe das coisas) sobre uma palestra de um companheiro incrível que temos no Nar-Anon, e basicamente o que ele diz é "dá para ter recuperação" neste caos? DÁ! Tem que dar! Quem se interessar: http://modificaramimmesma.blogspot.com.br/2013/09/da-pra-ter-recuperacao-nessa-hora.html

Não vou repetir, mas recuperação é uma escolha. Só por hoje, fiz essa escolha e não matei ninguém! 
Serenidade queridos!

sábado, 8 de março de 2014

Para você companheira


Ola meus queridos(as)

Hoje escrevo para você companheira, a algum tempo acompanho em silêncio sua trajetória; houve momentos que quis marretar você, houve momentos que quis pegá-la no colo mas nunca, até hoje, disse absolutamente nada por me sentir incapaz de ajudar... Jamais a julguei, sei das dificuldades e escolhas de cada um; da mesma forma que não gosto de ser julgada também. 

Também não estou aqui para dizer o que você deve fazer ou não, não estou aqui para salvar ninguém, não estou aqui para resolver nada, não estou aqui para dizer o que você quer escutar... apenas estou aqui segurando minha mão na sua, apenas estou aqui dizendo "companheira" existe uma nova maneira de viver, apenas estou aqui para que você dê o primeiro passo, apenas estou aqui porque mesmo não a conhecendo pessoalmente, conheço sua dor... Apenas estou aqui, porque no passado alguém esteve aqui por mim também e quando segurei essa mão que me foi estendida, quando deixei essa irmandade me abraçar, quando me senti fazendo parte dessa corrente de amor e serenidade, tudo mudou! 

Não, não foi do dia para noite, foram várias 24 horas... algumas insanas, outras nem tanto, mas todas essas 24 horas também foram minhas, e hoje, posso olhar para trás com carinho e respeito à todas as minhas 24 horas pois elas foram um trampolim que me impulsionaram para chegar neste equilíbrio, tênue, mas a gente apreende a viver na corda bamba, e vira uma arte! Sei que posso desequilibrar, mas sabendo que minha rede de segurança esta lá, e mesmo que eu cair, não será de cara no chão, pois ela vai me segurar... 

Existe vida lá fora, é viável viver e ser feliz independente desse universo tão complexo, nem tudo é dependência química ou codependência.... Só por hoje, vivo como qualquer outro ser humano, com seus problemas e soluções, suas decepções e conquistas, seus prazeres e suas dores...e tudo bem! 

Mulher, procure dentro de você, se ame, e lembre a gente só tém uma vida para viver! 

quinta-feira, 6 de março de 2014

Joana D'Arc ou Madre Teresa de Calcutá?


Ola meus queridos(as)

Quem é você, lá no fundinho da sua codependência (que encontra-se muito bem administrada hoje, não é companheiros?!). Acho que todos já fomos um pouco dos dois, na nossa insanidade buscando "salvar" o outro, buscando "controlar" o outro, buscando "ser" o outro... buscando diminuir o sofrimento que sentíamos pelas dores causadas... 

Se você coloca seu salto alto, batom na cara e vai tirar satisfação com o dono da biqueira, arranca aos trancos e barrancos o adicto de lá e jura que se ele vender mais uma pedra para o pai do seu filho ele vai queimar no inferno e no dia seguinte você acorda e vai trabalhar como todo mundo, modo Joana D'Arc clássico. Se você chora a noite inteira, não dorme, não come, espera ele chegar por dias, depois dá banho, faz jantinha, deixa ele dormir e ainda agradece a Deus por ele estar vivo, modo Madre Teresa de Calcutá clássico.  Claro que não somos tão preto no branco, mas os comportamentos extremos são esses dois. Em nenhum destes comportamentos estamos ajudando nada nem ninguém; nem nós nem eles... 

Quem sou eu? Eu ERA a Joana D'Arc, vestia minha armadura, erguia minha lança e ia salvar meu amado das garras do monstro chamado adicção. Escrevendo assim soa ridículo não? Mas era bem isso, e quanto mais eu lutava (em vão), mais eu me desgastava, mais insana eu ficava, mais eu esquecia de mim, mais eu me machucava, mais eu me desrespeitava (e a ele também). A cada dia nessa guerra, um pedaço de mim ficava pelo campo de batalha, um pouquinho de esperança, toda a minha fé, metade da minha felicidade e por ai vai; até que um dia não sobrou mais nada. Me vi derrotada, sozinha e sem minha vida no meio de uma guerra, na qual eu já tinha sido derrotada, mas insistia em continuar brigando... E assim ergui a bandeira branca, joguei a toalha, tirei meu exército (ou o que sobrou dele) do campo de batalha e fomos o que restou para a enfermaria Nar-Anon. Como toda boa enfermaria, quando cheguei destruída, faltando tantos pedaços, mais esburacada que um queijo suiço, eles cuidaram de mim; fui acolhida, senti amor, esperança, carinho... sentimentos tão bons que havia tempo não sentia mais. A cada reunião, a cada abraço, a cada leitura os pedacinhos foram se juntando novamente, lentamente voltei a ser eu, porque até não dizer, um eu "melhorado"... 

Pois hoje sei que não preciso ser nem a Joana D'Arc nem a Madre Tereza para que eu seja amanda, simplesmente ser EU.



Tchau Carnaval... volte logo


Ola meus queridos(as)

Depois da quarta feira de cinzas tudo volta ao normal... Carnaval, independente de gostar ou não é impossível não ser contagiado, em algum grau, por essa gigante festa popular. Mesmo que você não goste de Carnaval, alalaoooooo mais que calor fica ressonando na sua cabeça por dias! Mesmo que você não goste de Carnaval, mudando de um canal para outro, aparece o desfile da escola de samba X e você para por alguns segundos... pois aquela explosão de cores, o samba, a multidão de pessoas no sambôdromo é impressionante sim! 

Carnaval é sempre uma época "tensa" digamos assim no mundo dependência química/codependência (Natal, Ano Novo e outras festividades por ai também fazem parte da lista). Traumas passados? Desculpas fajutas? Sei lá... mas o que teve de companheira pedindo para o Carnaval acabar logo não esta escrito! Eu, queria mais que emenda-se na Copa, vai até o Natal e 2014 seria o ano do feriado nacional!!!! 365 dias de feriado! Brincadeiras a parte, que finalmente comece o ano.

Segunda de carnaval foi o aniversário do Caiçara, 33 anos... eita, é o ano da crucificação! Tinha planejado algo mais elaborado do que comer esfiha aberta perto de casa a tarde, mas estava tudo fechado! E a noite não tinha com quem deixar o I.... No final foi gostoso (claro que eu estressei um pouco antes), e no fundo o que importa é aproveitarmos o tempo juntos, que seja comendo esfiha na esquina ou num almoço gastronômico no D.O.M.