quarta-feira, 27 de março de 2013

O vendaval


Ola meus queridos(as)

Venho refletindo muito sobre toda essa problemática, conversei muito com a minha madrinha, que como sempre é dura comigo quando preciso escutar algumas coisas (como por exemplo eu me auto manipular) e me pega no colo quando estou prestes a desmoronar. Pedi para que ela coordenasse a sala ontem pois confesso me afastei totalmente do meu equilíbrio estes dias...e chorei até na minha partilha. Acho que foi mais um desabafo mesmo. A tarde ele me ligou e finalmente conseguimos conversar, recitei a velha e boa oração da serenidade antes e tentei ser o mais assertiva possível. Expressei minhas preocupações com o seu comportamento presente, mostrando para ele "os sinais"de uma eminente recaida, blablabla...honestamente, sinto que toquei algo dentro dele. De alguma forma consegui quebrar essa armadura que nós dois vestimos e disse de todo o coração o quanto o amo e estarei do seu lado, mas se ele entrar em recuperação. Não adianta nada ele falar que esta em recuperação, o que realmente eu escutarei são suas atitudes, elas me dirão mas tudo isso é um processo; não tem solução mágica. 

Também fiz o exercício de me colocar no seu lugar na tentativa de entender o que ele esta passando. O quão confuso, amedrontado e triste por ver a mãe morrendo de uma forma tão doída, tendo que aguentar as maluquices da irmã dele...e ele fragilizado, depois de apenas 4 meses internado saindo de resso (é muito pouco tempo para realmente criar raízes e enfrentar o vendaval sem sair voando). É muito peso mesmo para qualquer pessoa ainda mais para um dependente químico em tratamento! Olha, se ele sobreviver a isso tenho certeza que o resto vai ser fichinha. Digamos que o poder superior não facilitou para ele não! Ele de resso, a mãe morrendo, a irmã pressionando, nós afastados; tudo ao mesmo tempo agora já! Mas sempre fica aquela pulguinha atrás da orelha, será que ele esta me manipulando? Sinceramente, sinto que desta vez não. A sua dor é honesta, ele não esta bem, ele esta pedindo ajuda. Mas estou pronta? Conseguirei deixar as mágoas (ainda não resolvidas) de lado? Não é o momento de lavar roupa suja...é o momento para acolhimento. Uma das grandes dificuldades é essa transformação de sentimentos; mágoa em compaixão, dor em amor.

Não estou removendo meus limites nem facilitando mas ele precisa do meu apoio neste momento. Pronto aqui estou eu me auto manipulando de novo! Eita codependência que gruda na gente!

Vou roubar umas palavras carinhosamente enviadas à mim por um amigo:

Busque crescer, sempre, melhorar a cada dia e olhar para trás com a certeza de
que você deu o seu melhor no dia e se prepare para fazer mais amanhã. Mas faça
isso sempre olhando para os lados e estendendo a mão para quem quer que seja.
Suas vitórias só serão lembradas se forem compartilhadas.


Talvez esse seja o momento que eu preciso estender a mão.

Um comentário:

  1. Não tenha medo de começar de novo, tenha medo de ter o mesmo resultado.

    Abrçs e uma Boa Noite!

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