segunda-feira, 11 de março de 2013

Mickey Mouse


Orlando, 12 de Janeiro de 2013

Querido Caiçara,

A viagem foi tranquila, dentro do possível. A enorme nevasca que atingue todo o nordeste dos USA e agora o Canada desviaram vários voôs para os estados do sul (como Flórida, Georgia etc...) o que atrasou bastante nosso pouso em Miami, e conexão para Orlando. Mas chegamos...O I. dormiu metade da viagem, e estressou a outra metade. Alias se as condições climáticas continuarem assim terei que mudar minha passagem para Honolulu, pois minha conexão é em Chigado (em baixo de 30 cm de neve agora e aeroporto fechado, tinha esquecido que não se faz conexão no O'Hare no inverno).

Ontem estivemos no Epcot Center (um dos vários parques temáticos da Disney), ele ficou enlouquecido. Olhando tudo, mas depois de um tempo ele cansa e é a hora de voltar para o hotel (ainda bem que estamos num dentro da Disney mesmo). Amanhã vamos no Magic Kingdom, e depois no Typhoon Lagoon (ai estou meio receosa, são várias piscinas, tobogãs...enfim, água para todo lado).

Puxa, que logística viajar com crianças....é muita babagem, muita paciência. Mas, até agora dando relativamente certo. Como meu sobrinho é mais velho os interesses são outros, e ele não dorme mais a tarde então entramos num meio termo. Depois do almoço, volto para o hotel com o I. (alias o berço dele é do Mickey, a coisa mais fofa) e minha irmã continua as atividades com o meu sobrinho no parque. Ponho o I. para dormir e vou bundar na piscina (eles têm um esquema de babá eletrônica que funciona, mesmo na piscina escuto se ele acordar, acredita? Eu amo este país mesmo...). O diferencial destes hotéis da Disney é isso, eles são totalmente voltados paras as crianças, até as refeições para o I. estam de acordo (minha irmã dá hamburger mesmo para o meu sobrinho porque quer, o cardápio deles é super saudável com várias escolhas!). A última vez que por aqui estive nem reparava nisso, nem imaginava ter um filho...

Bom, é isso, sexta embarco para o Hawaii e minha irmã volta para o Brasil. Devo ficar uns dias na casa de uma grande amiga minha em Honolulu e depois vou para Kapoho. O Abert estará nos esperando na Big Island (também não pire, ele até já reatou com a ex/atual mulher dele há anos). É carinho e respeito pelo tempo que vivemos juntos, mais nada do que uma grande amizade (você não consegue entender isso pois todas as suas relações passadas sempre acabaram de uma forma tumultuada, sem você ou a outra pessoa querer voltar a se ver, falta de maturidade, ou sei lá eu o quê...)! Eu já não (sou um pouco mais velha que você também querido), claro que toda separação é dolorida, mas sem mágoas e com o tempo voltamos a sentir consideração por aquela pessoa que um dia amamos/dividimos um espaço e sobra, no final, uma amizade madura, um carinho...e é isso. E lá vamos nós, sair numa pescaria oceânica de uma semana (com Iago e tudo a bordo) até Niikau (não se preocupe, o barco é maravilhoso, 5 cabines, comfortável, lindo), na volta paramos em Kauai por uns dias (quero rever o lugar mais lindo que já visite, e poucos também – só trilha (3 dias) ou por barco – Kalalau beach) e desembarcamos em Hilo, ai fica fácil, 10 km de carro e estamos em Kapoho de volta. Estou contando os dias para sair deste parque de diversões, e mostrar para o I. o que realmente é único! Engraçado que todos meus amigos queridos, sem nem conhecer o I. já planejaram festas, encontros, praia...o que sinto agora é saudades de todos eles, como pude deixar estas pessoas que me amam tanto, e mais já amam meu filho todos estes anos?
Confesso estou ansiosa em deixar a “mainland” (é como os havaianos chamam o resto do USA), e voltar para a minha ilha perdida no meio do Pacífico. Um pedaço meu ficou lá, e sempre estará lá vivendo entre as gentis ondas de Makaha, a lava do Kilauea, a neve no topo do Mauna Kea...sou eu.

Sentimentos, penso em você, penso muito em você mas cada vez menos com preocupação, controle, paranóia....e penso em você com saudade, com carinho, sem delírios, sem muita preocupação (pois o que posso eu fazer do outro lado do mundo, nada!). E curto minha saudade de você. Aos poucos vou apreendendo como simplesmente não me vincular mais aos seus problemas, alias hoje tão distantes, quase inexistêntes (mas eles são seus não meus). Por mais relutante que estivesse, sempre soube que essa viagem seria um divisor de águas...E hoje me vejo do outro lado, deixando o espaço que você precisa para crescer, os caminhos que só você pode escolher, apenas esperando que no final você esteja aonde eu estarei aguardando sua chegada. Enfim, você sabe aonde eu estou e estarei esperando por você.

E durmo tranquila, depois de muitos meses de insonia, e abraço meu pequeno com todo o amor que ele merece (pois também passei tempo demais querendo abraça-lo sem poder deixando de abraçar meu pequeno).

Meu amor por você as vezes parece maior do que eu mesma, mas faça por merecer.

Se você conseguir escrever mande um oi, estarei sempre checando meus emails...
Bejos, Dona Barriga 

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