quarta-feira, 6 de março de 2013

Encontros e Despedidas


São Paulo, 6 de Janeiro de 2013

Caiçara,

Recebi sua carta hoje, depois de já ter mandado a minha de despedida. Alguma coisa mudou, mas continuo com as malas prontas, estou embarcando sexta feira e devo demorar um tempo a voltar. Não é fuga, é necessidade de deixar o caminho livre....vejo muitas coisas erradas, acho que você merece uma chance melhor em outro lugar com uma abordagem mais holística e individual com uma equipe médica multidisciplinar, terapia familiar....ou seja mais ferramentas que contribuem no tratamento. Vou ser bem simplória no meu exemplo: imagine que você enfarte e seja atendido no pronto socorro de Peruibe, ou você enfarte e seja atendido no pronto socorro do Sírio Libanes...aonde você tera mais chance de sobreviver?! No Sírio óbvio! Mas, por outro lado, se for a sua hora tanto faz o PS de Peruibe ou do Sírio...você vai igual. Enfim, chega de debater, já tomei a decisão. Eu não estou abandonando você, muito pelo contrário, eu simplesmente cansei de argumentar com a clínica, enquanto você estiver ai eu não participarei de nada (eles já não me deixam mesmo...eu só vou parar de insistir e criar expectativas, porque no final quem sai machucada sou eu). Por mim eu teria tranferido você á meses. Resumindo eu, não considero esta clínica a mais adequada. (alias é como se, ao invés do I. estar numa escola particular ele estivesse estudando no EMEI do Kalil....uhhhhhh, você até passa de ano mas apreendeu alguma coisa para ser alguém bem sucedido na vida?).

Bom, quando você receber esta carta já estarei a milhas daqui. Amo muito você, mas enquanto as coisas forem assim eu continuarei a milhas e milhas de distância, se você decidir ser tranferido eu volto em três segundos...senão, que seja, e o tempo dirá. Desculpe se parece chantagem mas é assim. Sempre estarei pedindo pela sua serenidade, e terei você nos meus pensamentos mais queridos...e realmente esperando sua recuperação sincera, honesta. Mas vou tomar sol em Ala Moana, ver o por do sol em Kaimana e relembrar o quanto é bom viver. Preciso voltar a ser eu novamente, fazer as pazes comigo (claro que não precisaria ir tão longe para isso mas também quero viajar, sempre fui meio nômade, não moro muito tempo no mesmo lugar – quem sabe agora com o I. eu ache um lugar definitivo no futuro, nosso lar talvez – mas o mundo é grande e ainda tem uma boa parte dele que não conheço).

Agora vou embora, deixando um pedaço meu aqui mas com vontade de voltar em breve. Enquanto isso vou viver um pouco, esquecer toda essa problemática envolvendo dependência química, longe de clínicas, teses de psiquiatria, conversas com psicólogos, grupos de apoio...nada disso, só problemas mundanos, tranquilos! Simplesmente tirar esse peso enorme das minhas costas, e voltar a ter uma vida normalzinha, babaquinha...tudo inha...

Engraçado, achei que estaria me descabelando mas não. Ao contrário, estou ansiosa sim, mas em rever meus amigos, meus lugares favoritos, meu passado e com um adicional o I.! Nunca imaginei que voltaria para o Hawaii com um filho na bagagem! Nossa vida realmente é única.

Nesta bagagem também levo apenas as coisas boas, nossas melhores lembranças, o que fomos (e somos) juntos, muito carinho, muita saudade e muita esperança que teremos outros dias. Então viajo com o essencial, meu pequeno, minhas queridas lembranças , minha escova de dente, meu biquini e meu amor por você. Não fique triste, como você mesmo disse na sua carta, são 5 meses que podem mudar a sua vida, então utiliza esse tempo para crescer e se tornar uma pessoa melhor. E lembro de uma música do Milton que expressa este momeno:


Encontros e Despedidas
(Milton Nascimentos)

Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar quando quero

Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar

E assim chegar e partir
São só dois lados da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro é também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar


É a vida com suas indas e vindas! E assim nos encontramos e nos despedimos...

E assim me despeço, desejando o seu melhor sempre (eu nem sempre pude dar o meu melhor).
Sempre vou te amar, até o (re)encontro!
E parto tranquila pois sei que a chegada é o outro lado da viagem! Te amo.

Dona Barriga

2 comentários:

  1. UM TEXTO QUE TENHO NO MEU BLOG.

    Para refletir e mudar

    Durante um seminário para casais,perguntaram a uma das esposas: -
    "Seu marido lhe faz feliz? Ele lhe faz feliz de verdade?"
    Neste momento, o marido levantou seu pescoço, demonstrando total
    segurança.Ele sabia que a sua esposa diria que sim,pois ela jamais
    havia reclamado de algo durante o casamento. Todavia, sua esposa
    respondeu a pergunta com um sonoro "NÃO", daqueles bem redondos!-
    "Não, o meu marido não me faz feliz"!(Neste momento o marido já
    procurava aporta de saída mais próxima).
    - "Meu marido nunca me fez feliz e não me faz feliz! Eu sou feliz".
    E continuou: "O fato de eu ser feliz ou não, não depende dele; e sim
    de mim. Eu sou a única pessoa da qual depende a minha felicidade.
    Eu determino ser feliz em cada situação e em cada momento da minha
    vida, pois se a minha felicidade dependesse de alguma pessoa, coisa ou
    circunstância sobre a face da Terra, eu estaria com sérios problemas.
    Tudo o que existe nesta vida muda constantemente: o ser humano, as
    riquezas, o meu corpo, o clima, o meu chefe, os prazeres, os amigos,
    minha saúde física e mental. E assim eu poderia citar uma lista interminável.
    Eu decido ser feliz! Se tenho hoje minha casa vazia ou cheia: sou feliz!
    Se vou sair acompanhada ou sozinha:sou feliz! Se meu emprego é bem remunerado
    ou não: eu sou feliz! Sou casada mas era feliz quando estava solteira.
    Eu sou feliz por mim mesma.
    As demais coisas, pessoas, momentos ou situações eu chamo de "experiências
    que podem ou não me proporcionar momentos de alegria e tristeza”.
    Quando alguém que eu amo morre, eu sou uma pessoa feliz num momento
    inevitável de tristeza. Aprendo com as experiências passageiras e vivo
    as que são eternas como amar, perdoar, ajudar, compreender, aceitar, consolar.
    Há pessoas que dizem: hoje não posso ser feliz porque estou doente, porque
    não tenho dinheiro,porque faz muito calor, porque alguém me insultou, porque
    alguém deixou de me amar, porque eu não soube me dar valor, porque meu marido
    não é como eu esperava, porque meus filhos não me fazem felizes, porque meus
    amigos não me fazem felizes, porque meu emprego é medíocre e por aí vai.
    Amo a vida que tenho mas não porque minha vida é mais fácil do que a dos
    outros. É porque eu decidi ser feliz como indivíduo e me responsabilizo por
    minha felicidade. Quando eu tiro essa obrigação do meu marido e de qualquer
    outra pessoa, deixo-os livres do peso de me carregar nos ombros. A vida de
    todos fica muito mais leve.E é dessa forma que consegui um casamento bem
    sucedido ao longo de tantos anos. 11. Nunca deixe nas mãos de ninguém uma
    responsabilidade tão grande quanto a de assumir e promover sua felicidade!
    SEJA FELIZ, mesmo que faça calor, mesmo que esteja doente, mesmo que não tenha
    dinheiro, mesmo que alguém tenha lhe machucado, mesmo que alguém não lhe ame
    ou não lhe dê o devido valor.
    Peça apenas ao Universo/Deus/ Espírito Maior que lhe dê serenidade para
    aceitar as coisas que você não pode mudar, coragem para modificar aquelas que
    podem ser mudadas e sabedoria para conseguir reconhecer a diferença que existe
    entre elas.
    NÃO REFLITA,APENAS MUDE !E SEJA FELIZ !

    BONS MOMENTOS SPH FIQUE COM DEUS

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  2. Obrigada, é sempre bom nos relembrarmos que apenas nós somos responsáveis pela nossa felicidade e este texto diz exatamente isso.

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