quarta-feira, 1 de maio de 2013

Um dia de cada vez


Ola meus queridos(as)

Espero que seja apenas uma fase mas nossa salinha perdeu um pouco a harmonia depois que uma companheira (que ficou mais de um ano afastada) voltou, e simplesmente resolveu (sem o consenso de ninguém) coordenar as últimas reuniões. Ontem até tentei chegar mais cedo mas ela foi mais rápida! Puxa, que situação chatérrima... Minha madrinha disse que eu, como RG do grupo, tenho que me posicionar. Além de que, depois de tanto tempo afastada sua serenidade não esta lá essas coisas para coordenar a sala com sabedoria. Ontem mesmo, fez um comentário sobre a partilha de uma companheira (o que já é desrespeitoso por si só, não se interrompe o meio da partilha de ninguém) muito infeliz... ficou aquele clima, sabe? Finalmente a mãe (que estava partilhando) conseguiu internar seu filho, ainda em negação ele disse que não lavaria a roupa dele na clínica, e a mãe falou tudo bem mande para mim que eu lavo (tá, giga momento codependente) mas não dá o direito da nossa companheira interromper em alto e bom tom e dizer: sua codependente facilitadora assim você não esta ajudando ninguém. Nós não estamos nos grupos para julgar os companheiros e sim nos ajudar! E com amor, respeito, compreensão pois a nossa dor é única de todas nós...fiquei chateada.

Ai madrinha, ainda tenho tanto que apreender! Será que realmente estou pronta para servir o grupo? E me volto ao conceito 9: Todos os membros da nossa estrutura de serviço tem a responsabilidade de considerar cuidadosamente todos os pontos de vista nos seus processos de tomada de decisão. Pois é, considerar CUIDADOSAMENTE todos os pontos de vista, não é a minha melhor qualidade (tenho uma certa tendência a considerar o MEU ponto de vista). Mas ficarei atenta a não cometer esse erro e escutar a consciência do grupo através de um poder superior amoroso. Então, vamos lá, mãos à obra!!!

Feriadão, e eu aqui tentando terminar o trabalho da consultoria dos últimos dias (voltei da praia segunda, ontem a babá não veio - a filha dela resolveu entrar em trabalho de parto prematuro...ou seja, atrasou legal!). E no meio disso tudo, ele me liga desanimado...com uma voz triste, fala, fala e fala sem dizer muita coisa, um pouco perdido...Não na sua recuperação, mas perdido no presente momento, como se estivesse sem chão, o mundo que ele conhecia não existe mais. Estou sendo o mais assertiva possível, sem deixar expectativas serem criadas, mas encorajando-o a colocar metas (concretas e objetivas) para os próximos meses; um dia de cada vez. Os dependentes químicos, por natureza são pessoas ansiosas, e controlar essa ansiedade, principalmente neste período pós internação é fundamental. Na tentativa de recuperar o "tempo perdido" acabam indo com muita sede ao pote, se atropelam e ai babau... Então, é o velho e bom lema mesmo que funciona: um dia de cada vez!

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