sábado, 20 de julho de 2013

Fui para praia (que novidade) parte 2


Ola meus queridos(as)

Muito complexo lidar com um DQ recaído, e tentando voltar para o programa. Óbvio que ele sabia que eu estaria na cidade, e honestamente, também desci com a proposta de conversarmos. Acho que eu precisa "sentir" em que momento ele se encontra; quem sou eu (cadê minha bola de cristal?), mas na ativa ele não está. Completamente de volta ao programa (NA), também não. Uma mescla de "vergonha", e coloco bem entre aspas mesmos pois a dinâmica da sala do NA (segundo ele) por mais que sempre acolham seus companheiros, os recaídos são vistos por outro prisma. Honestamente, não sei... talvez seja uma dinâmica específica da sala que ele frequenta (cidade pequena, todo mundo se conhece então anônimo ninguém é, todo mundo é filho de algum conhecido, já se encontraram numa biqueira ou se virão numa padaria). A nossa sala do Nar-Anon não tem isso, primeiro porque encontrar alguém em SP por acaso é raríssimo, tirando minha madrinha com a qual tenho uma relação fora da sala, as outras companheiras(os) não tenho a mínima idéia de quem sejam no dia a dia... nem encontrei ninguém no supermercado. Resumindo, ele esta tentando voltar para a sala mas não se sente confortável. Voltou a frequentar as reuniões mas, digamos assim, não esta conectado.

Também está naquele momento "mea culpa" por ter jogado fora o tempo limpo. Pensei sobre isso, claro que estar limpo é o básico, sem isso nada anda mas tempo limpo e tempo de recuperação andam juntos? São sinônimos? Para a minha humilde concepção não.  Quando o I. nasceu (sua última desandada digamos assim) até o momento crítico (fundo do poço/internação) foram um ano de nada, calmaria... ele estava em recuperação? Longe disso, ele simplesmente não estava usando ponto final. Da mesma forma vejo DQ limpos a pouquíssimo tempo que realmente estam trabalhando sua recuperação, então não vamos confundir alhos com bulgalhos, tempo limpo e tempo de recuperação não são a mesma coisa. Se a pessoa esta limpa a 6 meses que seja (exemplo) e realmente vivendo o programa, vale muito mais do que outro limpo a 3 anos fora dele... ele vai recair, é uma questão de tempo. Talvez eu esteja sendo um pouco radical, mas apreendi com meus queridos amigos do NA que quem esta em recuperação não recai! E escutei de uma companheira (que acredita piamente na recuperação), o programa é perfeito, as imperfeições são nossas... coisas a se pensar não?

Não vou dizer que foi fácil nossa conversa, mas como passei alguns (bons) dias na praia com o tempo fomos nos escutado novamente. Passamos e continuamos passando muito tempo separados, e olha que maluco, perdemos um pouco o costume de estarmos juntos... Depois do terceiro ou quarto dia começa a necessidade de cada um ir para o seu "mundinho", atritos bobos, discussões desnecessárias, e a vontade de voltar para a caverna (zona de conforto). No fundo, sinto uma distância que os dois querem muito encurtar, mas só com muito trabalho/ação/compaixão e MUDANÇAS! A velha e boa coragem para mudar, ele tem, eu tenho mas não acontece do dia para a noite... e o medinho de sair da zona de conforto, abrir a janela, encarar fala alto! Mas confesso, não mais alto que o amor que temos um pelo outro. 

Hoje vejo as coisas de outra forma, eu o amo mas não me prejudico mais, não deixarei nem um fio de cabelo estressado cair da minha cabeça por isso, e aos poucos vou fazendo as pazes comigo, com ele e com esse mundo cheio de segredos e descobertas! 





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