quarta-feira, 3 de julho de 2013

A sala


Ola meus queridos(as)

Gostaria de agradecer todo o carinho e solidariedade que venho recendo de todos vocês neste momento complicado! Vocês me fortalecem sempre! E a sala.... nossa salinha perdida nesse oceano insano, um porto seguro para todas os companheiros(as), um lugar aonde podemos simplesmente abrir nossos corações, chorar, rir, mas acima de tudo apreender e sempre receber aquele abraço sincero, amigo; tamo junto não é a toa! Não é apenas um jargão que emprestamos do NA, tamo junto é porque TAMO JUNTO!!!! É algo muito maior que eu, você... e resume a essência da nossa irmandade, explica o porque o Nar-Anon é essa imensa força anônima e autônoma. E abraço a beleza da nossa primeira tradição: "Nosso bem-estar comum deveria vir em primeiro lugar; o progresso pessoal do maior número de membros depende da unidade"! Sem ser redundante, depende da UNIDADE! Todos somos únicos, com nossa vivência, estórico de vida, escolhas mas, também somos um só, unidos no nosso propósito de prestar ajuda uns aos outros! 

Outro dia estava assitindo um desenho animado, Antz, com o I. (achei que era de criança, pode até ser também mas apreendi tanto). Na verdade um dos personagens (a formiga Z., que alias tem a voz do Woody Allen e suas neuroses nova iorquinas) questiona seu papel dentro da colônia de formigas, sentindo-se podado da sua individualidade como membro do formigueiro e tendo que aceitar sua  insignificância. Enfim, ele vai em busca do seu papel e no final acaba entendendo que ele pode ser um indivíduo sim, com suas próprias idéias e não apenas mais uma peça na engrenagem do funcionamento da colônia, mas a força da união assegura a sobrevivência e felicidade de todos, a unidade. Resumindo, ele precisa da colônia tanto quanto a colônia precisa dele! Agora é só trocar a palavra colônia por irmandade e ai temos nossa tão estimada primeira tradição.

Divagando um pouco ainda, talvez vá até além disso, quando um membro recai, o grupo se une mais na tentativa de levantar o companheiro, mãos se estendem e literalmente resgatam você do chão trazendo de novo para o grupo! Ontem foi assim que me senti. Lá estou eu, tentando manter minha serenidade, afinal de contas para coordenar uma reunião você precisa estar escutando o PS para poder guiá-la (sabia que estava só fazendo de conta, mas minha madrinha não pode estar presente e é isso ai, e as portas da sala precisam estar sempre abertas... então vai tu mesmo!). Além de que sei que vários companheiros acabam se espelhando em mim, RG, RGSID, metida nas esferas mais hierárquicas da irmandade (digamos assim, fazendo carreira segundo minha madrinha que prevê que serei curadora no futuro, maluca ela né? Justo eu...). E sempre com uma palavra de sabedoria, dentro dos passos, quase o exemplo de codependente em recuperação... Mas a muralha da China desabou na hora da partilha... 

Quase cogitei não partilhar nada, mas nossa tesoureira, super companheira minha batendo muitos anos de sala olhou para mim (se minha madrinha não fosse minha madrinha, ela certamente seria... mas nós só nos amadrinhamos uma vez porque é para vida toda, olha o tamanho do comprometimento!), e no seu olhar eu senti amor, compaixão e eu escutei, lá dentro de mim, ela me incentivando; coragem companheira, fala, estou aqui para escutar... E ai fudeu, dá-lhe lencinho de papel (ainda bem que compramos um estoque semana passada). E cada um deles, me abraçaram e me trouxeram de volta! 

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