terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O primeiro tombo


São Paulo, 6 de Dezembro de 2012

Caiçara,

Esta carta você receberá vindo de algúem cansada, exausta...mas fiz este esforço, andei milhas, chorei noites intermináveis mas continuei acordando todas as manhãs porque? Porque existe um amor incondicional, um pequeno ser que merece ser feliz e precisa de NÓS! Mas hoje ele só tem à mim...então hoje eu sou dois, três, mil...

A única pessoa que posso mudar sou eu mesma, e não irei mais criar expectativas, sonhos. As coisas são o que elas são e cabe a mim aceitá-las ou, simplesmente desistir. Confesso que há dias que minha vontade é desitir...de você, deste submundo de mentiras, delírios, e por ai vai. Eu também tenho o direito de desistir, não sou a Madre Teresa de Calcutá. Sou uma pessoa, comum, cheia de defeitos com um filho pequeno para criar!

Nos apaixonados e nos “desapaixonamos” também. Hoje, me vejo no meio entre os dois. Faz tempo que estamos distantes, sem comunição, sem carinho, sem respeito...e sua doença só acelerou o processo ainda mais.

As vezes, me pego, sem querer lembrando de quando eramos um só. Aonde esta você agora, além de aqui, dentro de mim? Lembra?!! Fazem séculos...
"E quando vejo o mar, existe algo que diz que a vida continua e se entregar é uma bobagem , já que você não está aqui, o que posso fazer é cuidar de mim, quero ser feliz ao menos lembra que o plano era ficarmos bem...
Sei que faço isso para esquecer, deixo a onda me acertar e o vento vai levando tudo embora..”

E as lágrimas escorrem pelo meu rosto, sem ninguém para enxugá-las, estou sozinha. Mas a dor me fortalece, ou endurece a armadura que visto, dia após dia, para sobreviver longe de você.
Eu preciso de um tempo, juntar os cacos de tudo que foi quebrado, tentar curar as feridas e voltar a ser uma pessoa inteira novamente!

Só por hoje, peço ao Poder Superior que me ampare, me pegue no colo pois não consigo caminhar!

Dona Barriga

2 comentários:

  1. Meu Deus, que palavras! Me vejo nelas...

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    1. Oi querida obrigada pela visita e seu comentário! Essa carta foi escrita a mais de um ano atrás, e hoje, posso dizer que juntei os cacos e continuo apreendendo a cada dia, mas optei por não sofrer mais (a dor é inevitável, o sofrimento opcional)! Não se sinta sozinha e perdida, como eu me sentia naquele momento... TMJS! Beijos

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