quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A rotina


São Paulo, 13 de dezembro de 2012

Querido Caiçara,

Ontem seu time foi campeão da sul-americana (de uma forma meio única digamos assim, pois o time argentino nem voltou para o segundo tempo) e lembrei das nossas noites de quarta, que nem telefone nós atendíamos pois era dia de futebol! Continuo assistindo, sempre gostei de futebol mas o I. não entende (e as 10 da noite esta no décimo sono), minha mãe só fala de futebol europeu (mas continua sem saber a diferença entre tiro de meta e escanteio), sair para ver o jogo numa padaria qualquer aqui perto nem pensar (como deixar o I. aqui)...enfm, até o futebol que sempre gostei perdeu um pouco o sabor. Mas vamos apreendendo a conviver com elas, sentir falta faz parte.

Estes últimos dias ando muito ocupada, parece que tudo que deveria ter sido feito o ano inteiro precisa ser resolvido agora já! Para complicar, dia 19 encerrão as aulas do I., e estou desesperada procurando uma babá para ele (a escolinha de férias foi cancelada e eles só voltam em fevereiro). Mas há uma luz no fim do tunel, talvez a Maria venha para SP em janeiro e fique com ele o mês todo! Seria maravilhoso, pois não confio em agências de babás e por ai vai...vamos ver, se der certo ficarei mais tranquila! Além de que ela aproveita para ganhar um pouquinho mais e ajuda na faxina, a atual não está dando mais conta (e odeia a menina que vêm uma vez por semana para ajudá-la, e com razão, outro dia ela limpou o quarto do I. e deixou uma fralda suja dele em cima do tocador, o fim né?). Bom, se der certo ganhei na loteria! Mas são detalhes da minha vidinha aqui, também decidi não aceitar a consultoria da empresa para a Petrobrás, preciso estudar e muito para o concurso em Brasília, reta final. Depois, repenso. Eles entenderam que neste momento não é viável. Terminei os projetos que me propus e até 2013!

Voltei de Peruibe na segunda e terça fui no Nar Anon, a melhor coisa que poderia ter feito. Gosto muito da nossa sala, alias minha madrinha me abraçou e disse que minha partilha não era de alguém recém chegada, mas com a vivência do primeiro passo. Não sei exatamente o que isso significa (pois acho que nem meio passo eu dei), mas literalmente o nosso primeiro passo é: Admitimos que éramos impotentes perante o adicto – que nossas vidas tinham se tornado incontroláveis. Ela, com sua gigante sabedoria, disse, você esta tomando o controle da sua vida novamente! E sai de lá imensamente feliz, por mim, por você e mais, pelo I.!

Depois saimos para comer uma pizza (minha mãe querida segurou a onda e ficou olhando o I., dormindo claro), e fazia tempo que simplesmente não desencanava, com minhas novas (apesar de todas elas serem bem mais velhas que eu) amigas. Não existe melhor pizza do que as de São Paulo, e olha que você sabe que já rodei o mundo mesmo! São essas pequenas coisas na vida que fazem toda a diferença e nos lembram do que realmente é importante: ser feliz! Ser feliz com as nossas escolhas, com os caminhos que tomamos, e acima de tudo amar quem amamos.

Acordei com uma vontade de ficar “lambendo” a cria o dia todo, mas ele tem escolinha, eu trabalho, estudos...fico babando nele durante o final de semana. É importante, também, que ele tenha o seu espacinho, né? Não posso sufocá-lo, o I. esta se tornando uma pessoinha!

Bom meu amor, mande notícias quando puder (ou conseguir escrever algo, espero que tenha superado este momento pois queremos “escutar”o que você tem a dizer). Estamos carentes do seu amor! Mas serenos, um dia de cada vez!

Beijos enormes,
Dona Barriga

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