São Paulo, 6 de Janeiro
de 2013
Querido Caiçara,
Nada como um dia depois
do outro, hoje estou mais tranquila (talvez porque você também
esteja mais tranquilo, desejo realmente que seja isso)! Passei essa
preguiçosa manhã de domingo com o I. brincando no parquinho,
depois fomos almoçar no Tribunal (lembra, nós já almoçamos lá
juntos)...estudei um pouco a tarde enquanto ele dormia e agora
escrevo essa cartinha para você na esperança que a calmaria tenha
chego depois da tempestade dos últimos dias.
Mas ainda continuo
querendo muito falar com você, escutar sua voz. Esse isolamento eu,
honestamente, ainda não entendo qual o valor terapéutico. Bom, quem
sou eu para questionar.
O I. esta apreendendo
tudo muito rápido, é impressionante como ele cresce a cada dia. E
eu vejo ele todo santo dia e percebo as diferenças! Agora ele tem
seus brinquedinhos favoritos, principalmente quebra-cabeças, coisas
para encaixar e livrinhos coloridos, de pano etc...Também já
entende alguns pedidos do tipo: pega o seu livrinho e trás para a
mamãe, ou cadê a sua bola. Ah, ele adora bolas, de baskete, de
futebol, de ping-pong qualquer coisa que seja redonda e role no chão
ele se anima. É a fase esponja, absorve tudo a sua volta!
Já que estamos no
momento poético, essa é uma das minhas favoritas:
Soneto do Amor Total
(Vinícuos de Moraes)
Amo-te tanto, meu
amor...não cante
O humano coração com
mais verdade...
Amo-te como amigo e como
amante
Numa sempre diversa
realidade
Amo-te afim, de um calmo
amor prestante,
E te amo além, presente
na saudade.
Amo-te, enfim, com grande
liberdade
Dentro da eternidade e a
cada instante.
Amo-te como um bicho,
simplesmente.
De um amor sem mistério
e sem virtude
Com um desejo maciço e
permamente.
E de amar assim muito e
amiúde
É que um dia em teu
corpo de repente
Hei de morrer de amar
mais do que pude.
E assim, me despeço...amando você.
Beijos,
Dona Barriga
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