quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O poeta


São Paulo, 6 de Janeiro de 2013

Querido Caiçara,

Nada como um dia depois do outro, hoje estou mais tranquila (talvez porque você também esteja mais tranquilo, desejo realmente que seja isso)! Passei essa preguiçosa manhã de domingo com o I. brincando no parquinho, depois fomos almoçar no Tribunal (lembra, nós já almoçamos lá juntos)...estudei um pouco a tarde enquanto ele dormia e agora escrevo essa cartinha para você na esperança que a calmaria tenha chego depois da tempestade dos últimos dias.

Mas ainda continuo querendo muito falar com você, escutar sua voz. Esse isolamento eu, honestamente, ainda não entendo qual o valor terapéutico. Bom, quem sou eu para questionar.

O I. esta  apreendendo tudo muito rápido, é impressionante como ele cresce a cada dia. E eu vejo ele todo santo dia e percebo as diferenças! Agora ele tem seus brinquedinhos favoritos, principalmente quebra-cabeças, coisas para encaixar e livrinhos coloridos, de pano etc...Também já entende alguns pedidos do tipo: pega o seu livrinho e trás para a mamãe, ou cadê a sua bola. Ah, ele adora bolas, de baskete, de futebol, de ping-pong qualquer coisa que seja redonda e role no chão ele se anima. É a fase esponja, absorve tudo a sua volta!

Já que estamos no momento poético, essa é uma das minhas favoritas:

Soneto do Amor Total (Vinícuos de Moraes)

Amo-te tanto, meu amor...não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente.
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permamente.

E de amar assim muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.


E assim, me despeço...amando você.
Beijos,
Dona Barriga 

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