São Paulo, 1 de Janeiro
de 2013
Querido Caiçara,
Chegou...2013 esta aqui.
O que mudou de ontem (2012) para hoje (2013), tirando uns kilos a
mais na balança, uma noite mau dormida pela queima de fogos
madrugada à dentro, nada. Porém tenho 365 dias pela frente de
escolhas, e depois da nossa conversa no telefone, pela primeira vez
em muito tempo, desliguei tranquila...fiquei feliz em escutar você,
em você ter me escutado; sinto que nossa comunicação esta
melhorando. Bom começo de ano!
Por mais curto que tenha
sido nossa conversa, senti você muito comprometido, forte nas suas
decisões e enfrentando os obstáculos, pedindo ajuda, ajudando
quando pode e crescendo como pessoa. Ganhei meu presente de final de
ano! Meu querido, não ache que não vejo o seu lado, claro que
não estou no seu lugar, não sinto a sua dor, não enfrento os seus
denômios mas sei o quão difícil esta sendo para você estar aonde
você esta...subindo um degrau de cada vez, vendo pessoas tropeçando,
ficando para trás nesta escalada, que requer muito esforço. E a
vontade que dá de simplesmente desistir...Neste meio todo, vejo você
prevalecer firme nas suas decisões, e isso também me ajuda a
fortalecer as minhas e caminhar ao seu lado. Se as vezes você sente
um distanciamento meu, é para o nosso bem; a sua recuperação e
(olha que maluco) a minha também! Não percebendo acabei sendo
envolvida em tudo isso, e preciso apreender a não ser responsável
pelas suas escolhas, não controlar a sua vida, não me culpar, e
humildemente aceitar que não tenho a cura para nada (adicção, AIDS
ou a ignorância do mundo). Quando entendemos uma coisa tão simples
como essa, o peso levanta-se dos nossos ombros, é até mais fácil
respirar. Viva e deixe viver, é o lema do dia!!! O que eu posso
fazer é viver a minha vida, não a sua...e esperar que possamos
viver nossas vidas juntos novamente; com respeito, amor, carinho e
cumplicidade reconstruindo nosso espaço, reunindo nossas almas que
procuram incansavelmente uma pela outra. E ficam
incompletas...sozinhas. Estranho essa ligação que temos, sempre
tivemos desde da primeira vez que nos vimos; gostaria de aceitar que
as coisas não são apenas o resultado de uma sequência de acasos;
elas acontecem por uma razão (mas qual?). Não posso negar, que
mesmo inconscientemente procuro você dentro e fora de mim. E dói
olhar o I., que cada dia mais parece com você. Sem perceber acabo
chamando a atenção dele e sai um Caiçara não morde! Como pode essa
transferência? Como tentar me desligar de você se cada vez que olho
nosso pequeno lá esta você sorrindo para mim? É “foda” para
mim ter este pedacinho de você andando pela casa diariamente
lembrando o quanto sinto sua falta...por favor, tente entender meu
lado também (pronto comecei a chorar que saco...). Tenho vontade de
simplesmente pegar o primeiro avião e sumir, voltar para os USA, mas
como? Se o I. estará sempre do meu lado lembrando que você
existe? Impossível (já descartei essa possibilidade apesar de ter
ponderado seriamente).
O amor que sinto por
você, por mais que eu utilize a lógica, abrace a razão; não se
explica. No fundo amor é isso, ou você sente ou você não sente! E
eu sinto demais! Mesmo quando o resto do mundo diz que este amor não
faz sentindo....porque não faz mesmo, mas eu te amo! Só não vou
ficar aprisionada neste amor, ele precisa crescer, dar frutos, ser
tudo que este amor pode ser...e não depende de mim. Como coloquei
anteriormente, esta planta não será regada só por mim, somos nós
dois responsáveis por ela, senão ela morre...Meu amor, regue nossa
plantinha também pois estou cansada de cuidar dela sozinha. Olha,
até já transplantei de vaso, coloquei uma terra adubada novinha,
mas nem todos os dias eu posso rega-la. Preciso de ajuda!
Enfim, amor da minha
vida, SEJA o amor da minha vida! Sinto sua falta, seu carinho, seu
cheiro, seu abraço, seu beijo (opa, agora vão censurar a
carta...hahaha), sinto falta de fazer amor com você esquecendo as
horas...deixando a noite nos abraçar.
Sua sempre, Don Barriga
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