domingo, 17 de novembro de 2013

A dor é inevitável, o sofrimento opcional


Ola meus queridos(as)

Olha simplesmente sou vítima do feriado sem nem ter aproveitado a praia e acabei no congestionamento voltando do sítio, nunca demorei tanto para percorrer míseros 70 km! Prometi para mim, se alguma visita cair num domingo, volta de um feriado prolongado sinto muito...não vou! 

Me arrependi de ter ido? Claro que não, já passou... mas esse transito é de tirar a sanidade de qualquer um! Ainda mais num momento tão difícil, ela esta "embarulhado", muito barulho. Silêncio meu amor, silêncio para poder escutar, SE escutar. No mínimo curioso como cada um tem sua própria dinâmica e tempo, o que ele esta vivenciando agora é algo que, normalmente vemos no começo da internação, quando a pessoa entra na não aceitação, muita dor e blablabla (mais uma vez não sou terapeuta de nada nem ninguém). Ele foi o contrário, as últimas visitas ele estava sempre bem, feliz e porque? Porque estava blindado, trabalhar na cozinha foi uma muleta (ele saiu alias, sinto pelos outros internos que perderam o tempero maravilhoso dele mas ganharam, talvez, um companheiro realmente entrando em recuperação). Sua cabeça, de uma forma, criou mecanismos para que ele não tivesse que lidar com a volta a ativa que ocorreu, e com ela a dor, o "fracasso" e seu comportamento auto-suficiente, orgulho e por ai vai. E entrou naquele momento, perdi um mês aqui TENHO que entrar em recuperação, eita! 

Mais uma vez conversamos muito, fui dura quando precisei (é, sem mimimi), peguei no colo quando precisei também... e espero que ele pare com essa cobrança e achar que o "tempo" foi perdido, o PS sabe o que faz, talvez ele precisa-se disso naquele momento para realmente identificar tudo isso. Não é o programa que entra dentro de você, mas você que entra no programa... e como diz uma sábia Japa, a recuperação é a conta gotas. Você não acorda um belo dia se olha no espelho e diz, opa, entrei em recuperação... longe disso, é gradual, um processo. Mas a "sede" é tão grande que as vezes acabamos atropelando, nos afogando num copo de água, vamos hoje de: primeiro as primeiras coisas.  Porém, muito positivo tudo isso.

E eu? Eu fui assertiva, busquei todas as ferramentas que apreendi e mais algumas que guardo na manga para ocasiões especiais como essa (segredos da irmandade). Sentamos na beira do lago até apelei para a oração da serenidade que fizemos juntos naquela natureza única (é sério queridos, o lugar é lindo... quem sabe um dia além da casa de praia tenho uma de campo também!). Fiquei um pouco triste por saber que realmente, AGORA, ele esta sofrendo aquela dor... tardia, mas chegou. E ver a pessoa que você ama sofrer nunca é legal né? 

Hoje, confesso foi difícil nos despedirmos, mas sem nenhuma cena de novela, sem choro... Apenas um abraço muito forte, e ele falou baixinho no meu ouvido" te amo" e eu sussurrei no seu ouvido de volta " eu também te amo, o Iago também te ama, só falta uma pessoa amar você, o Caiçara". Entrei no carro, e vi, de longe, pelo retrovisor, as lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Quis dar ré, voltar para trás.. mas não caminhamos para trás e sim para frente! 

E agora escrevendo para vocês meus queridos, posso chorar as minhas lágrimas...Só por hoje! 


2 comentários:

  1. realmente nega..é triste...ver quem amamos nesse bate cabeça..maaasss...são consequências de escolhas...essas horas é passo 1 - 2, e 3..eu aceito eu entrego e eu confio...seguro minha mão na sua...tmj bjus

    ResponderExcluir
  2. É mulher, ele tem que passar por isso, alias seu post caiu que nem uma luva, ele esta no meio do triângulo da auto obsessão mesmo. Eu tirei o kit recuperação do bolso, as lágrimas já secaram e vamos lá! Um dia de cada vez! Mega beijos

    ResponderExcluir