domingo, 3 de novembro de 2013

A cachoeira


Ola meus queridos(as)

Exausta mas completa, feliz... parece que termino o final de semana mais cansada do que quando ele começou! Acordei cedo, desta vez nem um pouco ansiosa, dormir super bem e lá fui eu para o sítio visitar o Caiçara. Agora que já conheço o caminho, nem me perder consegui! Acho que nossa sintonia esta meio igual, pois quando cheguei ele não estava lá fora, como a maioria dos internos, ansiosos olhando para o horizonte  esperado alguém chegar. Que nada, sai entrando pelo sítio, cumprimentei o Roberto, a Dani e o Santos (fofo!) e fui achar o Caiçara assistindo TV! 

Três minutos depois estávamos sentados na beira do lago, e fui direta e reta, desembucha... Ele nem tenta mais me manipular, relatou alguns fatos ocorridos, falou, falou e falou mais um pouco. Realmente desequilibrou uns dias, oscilou o humor legal por coisas corriqueiras e banais (que alguém NÃO internado sendo DQ tiraria de letra). Mas esse espaço não é para falar dele e sim de mim, como eu me posicionei? Meia hora depois, simplesmente perguntei MAS e você? Até agora só escutei você falando de fulano e ciclano... eu não estou interessada no fulano e ciclano. Foi bom demais, finalmente ele se abriu, deu um passo importantíssimo, reconheceu um dos motivos da sua recaída, orgulho. Achou que sozinho ele iria conseguir... teve orgulho de simplesmente pedir ajuda. Por um lado entendo, pois já fui assim, auto suficiente, orgulhosa, achando que não precisava de nada nem ninguém, a projeção do sucesso e arrogância. Conversamos muito sobre a importância de aceitar, se render, e criar essa rede de apóio porque "sozinho eu não consigo"! E foda-se se são 3 da madrugada...identificou, sentiu (pois grande parte das vezes, a recaída dá seus sinais antes), sai correndo, liga, enche o saco mesmo (nossas irmandades, que seja o Nar-Anon ou o NA, estamos aqui para isso)! Orgulho, quase contraditório se você for pensar bem, o cara fez um monte de merda, se acha uma merda mas tem ORGULHO! Farei outro post sobre isso (preciso elaborar melhor).

Ótimo, tudo conversado nada resolvido, ele teve a idéia de me levar na cachoeira (teoricamente ela esta numa propriedade particular e o Roberto não quer eles indo mais, desculpem meus queridos(as), o pouco que entendendo de legislação de recursos hídricos ninguém é dono de uma cachoeira, muito menos uma praia). Além de que estava um calor desgraçado, cruel mesmo! Fui cúmplice, ele pediu permissão para que pudessemos sair por um tempo das premissas do sítio, o Roberto chamou a Dani, que olhou para mim com aquela cara de esfinge denovo, e disse que bom que vocês pediram, vão "trocar idéia" e andar por ai. E lá fomos nós caminhando pela estrada de terra. É logo ali, 10 minutos...10 minutos de adicto, meia hora depois estressei. Cadê essa cachoeira? Um calor infernal, eu de calça jeans, um sol de rachar (estou toda vermelha, parece que fui para praia)... falei querido, me preparei para uma andadinha de 10 minutos não uma romaria numa picada! Momento, ele mau, só queria mostrar para você a cachoeira, sei que você vai gostar, eu, tá bom mas fosse honesto. Quase virei as costas no meio do caminho... que bom que não virei! 

A cachoeira.... é linda! Não é uma quedinha de água, é A cachoeira! Lembra muito, e por isso o Caiçara insistir tanto em me levar lá, uma cachoeira que íamos juntos no Perequê. Paz... natureza exuberante, nem uma viva alma por perto (tirando um lagarto que saiu correndo do meio do mato e quase infartei). Olhando dentro dele perguntei o que estava faltando... ele simplesmente tirou a roupa e disse ME RENDER, e pulou na cachoeira! Relutei um pouco, pois odeio água fria, fria não gelada, mas 5 minutos depois lá estava eu pelada me rendendo também! 

Chegamos de volta no sítio atrasadíssimos, o pessoal já tinha almoçado MAS guardaram uma quentinha. Sei que ele vai levar a mega comida de rabo, mas, honestamente, não me arrependi MESMO, nem de ter sido cúmplice neste ato de rendição! 

2 comentários:

  1. Só não esquece o biquini (senão vai todo mundo pelado mesmo)! Independente, é tão maravilhoso ver "ele" na sua essência. Andei pensando nisso, o que eu amo nele é essa força da natureza... mas como a própria natureza, constrói e destrói também na mesma intensidade. Beijo Japa!!!

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