sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Memória seletiva


Ola meus queridos(as)

As vezes penso dele, afinal de contas, por mais altos e baixos, foram uns bons anos de convivência. Em algum momento me arrependo da minha decisão? NÃO. Algo que ajuda muito nesse processo (pelo menos para mim), é saber que já passei por isso antes (claro que não dá mesma forma), doeu mas sobrevivi, reconstrui e, um belo dia, quando você menos percebeu, já era passado. Transformou-se em um pedacinho da sua estória de vida... alguém que você amou, e ficou em outro capítulo da sua vida. Precisamos escrever uma nova página a cada dia, e não reler a mesma página.

Outra coisa que me ajuda, e não estou incentivando ninguém a pensar dessa forma, pois devemos perdoar... é lembrar de tudo, e quando digo TUDO inclui todas as recaídas, minhas coisas (até a cadeirinha do I., iPad, bicicletas, dinheiro etc...) que ele desandou, as noites mal dormidas e por ai vai. Lembrar também das longas conversas, do carinho, do amor... Nosso grande problema, é a memória seletiva, queremos só lembrar das coisas boas, mas as ruins também fazem parte e não tem como serem apagadas. Não estou dizendo que devemos cultivá-las, apenas não jogar para baixo do tapete, pois também fazem parte da estória. 

Talvez seja algum mecanismo de sobrevivência, até para não revivermos a dor, mas nossa memória é seletiva, somos tendenciosos... e com o tempo as boas memórias se fortalecem, coloridas e as ruins se  diluem apagadas em tons cinzentos, como uma fotografia velha. Como dizem, brasileiro tem memória curta; ouso ir além, (independente da sua nacionalidade), temos uma memória seletiva, ela é curta para os eventos ruins que nos trouxeram tristeza mas é bem longa e duradoura para os eventos bons que nos trouxeram alegria. Por exemplo, tenho vagas memórias da separação dos meus pais, mais lembro vivamente todos os finais de semana (logo depois dele ter se mudado de casa) que meu pai vinha nos pegar (eu e minha irmã), e viajávamos para Angra do Reis, Monte Verde, Paraty, Ubatuba, Penedo etc... qualquer cidade num raio aceitável de SP (pensando bem hoje, acho que meu pai não sabia muito bem o que fazer com a gente, então VAMOS viajar). A separação e essas viagens semanais aconteceram na mesma época, qual a memória que eu guardo mais viva dentro de mim?

Isso é memória seletiva.





Um comentário:

  1. é nega realmente fazemos isso o tempo todo...e o medo de sentir dor...rs...mais é bom olhar no retrovisor e olhar tudo o que aconteceu...sem ilusões...apenas como realmente foi...e saber que assim é a vida....imperfeita....com escolhas e consequências sem fórmulas mágicas...bora viver

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