quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Capacidade de suporte


Ola meus queridos(as)

Essa semana, senti na pele as consequências de viver numa cidade sempre no limite do caos... São Paulo é uma cidade que vive no limite da capacidade de suporte, um equilíbrio frágil, entre a ordem e o caos. O que é a capacidade de suporte de um sistema? Na verdade, esse é mais um jargão da ecologia: 

"Quando os custos energéticos da manutenção se equilibram com a energia disponível (quando o crescimento atinge um nível máximo que o sistema pode suportar em relação ao aumento da entropia), não ocorre mais um aumento em tamanho, já que foi atingida a capacidade máxima teórica de suporte (menos energia é direcionada para o crescimento). A capacidade ótima de suporte é representada no ponto de inflexão onde a taxa de crescimento do ecossistema é máxima. Qualquer mudança nas condições e parâmetros do ecossistema, neste ponto, é mais rapidamente reposta. A partir daí, a taxa diminui e o tamanho do ecossistema se aproxima da faixa de capacidade máxima. Se o sistema estiver no nível da capacidade máxima, qualquer mudança brusca pode levá-lo ao colapso. Para garantir a capacidade de manobra do sistema (margem de segurança), existe uma capacidade ótima de suporte que é inferior à sua capacidade máxima."

Pois é, resumindo, atingimos a capacidade máxima do sistema (que ultrapassou a capacidade de suporte); logo qualquer gota de água que caia a mais, um acidente na marginal ou um maluco que resolve se suicidar no metro torna-se um tsunami, uma onda que rapidamente se propaga, aumentando a entropia e colapsando todo o sistema! Caos... Caiu uma árvore na rua de casa (uma pena, lindíssima; alias várias árvores infelizmente caíram aqui na Vila) devido a tempestade de terça feira, pronto quase 36 horas sem energia elétrica... O pessoal da padaria distribuiu sorvete de graça antes que derretesse tudo, o pessoal da arquitetura sustentável recolheu algumas toras de madeira que viraram bancos na nossa pracinha, o pessoal do restaurante japonês fez uma mega promoção de sushis e sashimis (me dei BEM!!!!!), os fofos porteiros do meu prédio interfonaram preocupados com o I., e se precisávamos de algo, os moradores fizeram um multirão na limpeza das folhas e galhos...

E mesmo no caos (desculpem, mas ficar sem tomar banho menstruada é uma meleca e explicar para o I. que não tem como assistir a patrulha canina pois a TV não liga sem energia pela décima vez foi um exercício zen), a união, a preocupação com o outro mostrou como podemos ser solidários em momentos de dificuldade. E são nesses momentos de caos que volto a acreditar no ser humano... 

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