sábado, 12 de setembro de 2015

Divórcio


Ola meus queridos(as)

Provavelmente foi uma das coisas mais difíceis que fiz, e só consegui pois meu pai estava comigo... decisão tomada, divórcio; ele resolveu voltar para o Brasil e fui deixá-lo no aeroporto em Honolulu. Desci junto com ele no embarque internacional, enquanto meu pai estacionava meu carro (ele estava me visitando, graças a Deus). Ajudei a fazer o check-in (ele sempre ficava nervoso achando que estava esquecendo algum documento ou mala pelo caminho); caminhamos juntos até o portão de embarque, nos despedimos; e ele olhou para trás, para dentro de mim com lágrimas nos olhos, não, em prantos e disse: perdi o grande amor da minha vida e se foi. Quis sair correndo, abraça-lo, pedir que ficasse... mas era tarde demais (nosso casamento tinha acabado), e simplesmente fiquei imóvel, estática, parada no meio daquele aeroporto não sei por quanto tempo, até meu pai me achar, me abraçar, me resgatar. E chorei como uma criança nos seus braços... e depois que ele me acalentou e eu me acalmei, ele fez o que sabia fazer de melhor; me levar para jantar no melhor restaurante de Honolulu e assegurar que tudo iria ficar bem! 

Meu pai ficou mais uns dias comigo, inventou de tudo e mais um pouco. Fomos para Big Island (minha ilha favorita); scuba diving com as raias gigantes em Kona, passeio de helicóptero no Kilauea,  snowboarding no Mauna Kea, snorkeling em Kapoho com os peixes de recife de coral mais coloridos da face da terra (saudades da minha casinha lá... preciso voltar), passeio a cavalo (eca, não curto andar de cavalo) em Waimea, jet ski em Hilo... Enfim, ele fez de tudo e mais um pouco para amortecer esse período de luto, mas chegou o momento dele voltar para o Brasil e eu fiquei.

A primeira noite que passei no "nosso" apartamento, que agora era só meu, sem meu pai, foi estranho. Como se eu esperasse o P. entrar a qualquer momento, mas ele não voltou... eu sei que destruí seu coração. Pensei em me mudar no dia seguinte, e foi o que fiz! 

Uns meses depois meu advogado aqui no Brasil avisou que a audiência do divórcio tinha sido agendada, e eu precisava estar fisicamente aqui na frente do juiz (como eu tinha me casado no Brasil, eu tinha que me divorciar no Brasil também). Ok, acho que era uma terça, cheguei na segunda com minha volta para os USA marcada para quinta ou sexta (foi um bate e volta mesmo); e essa foi a última vez que o vi... Não foi muito amigável, ele fez chantagem, mas mediante uma módica quantia que meus pais pagaram, ele assinou os papéis (nunca pensei que ele tivesse um preço). Fiquei muito triste... quando soube anos depois disso, e um pedacinho do quanto eu o considerava morreu também.

Mas isso não diminuiu os quase 15 anos maravilhosos que dividimos nossos sonhos, nossas tristezas, nossas conquistas, nossos fracassos... nossas vidas! Uma vida que construímos juntos e acabou.

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