quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Dor


Ola meus queridos(as)

Sem palavras... não é mais recaída, voltou para a ativa mesmo. Combinamos de pegar o I. na escolinha e ir almoçar, afinal de contas quarta-feira é dia de feijoada e neste friozinho nada melhor. Ele me liga no final da manhã, vamos sim tudo certo. Meia hora depois, ele me liga de volta, perguntei já chegou no metrô? Não, não posso ir..... tá bom, porquê? Sua resposta: estava no uso até agora. Meu corpo reagiu de uma forma instintiva, meu coração acelerou (deve ser a descarga de adrenalina), simplesmente controlei minha vontade de mandar ele a merda e desliguei o celular (total).

Fui pegar o I. na escolinha com a babá e fomos comer feijoada nós três. Algumas horas depois, ligo novamente o celular (afinal de contas, profissionalmente as pessoas precisam entrar em contato comigo), 30 ligações... mais uma, atendo. Apenas disse, você têm 5 minutos do meu tempo. Lá veio ele com a ladainha, mas desta vez querendo ser internado, estou pedindo ajuda... É mesmo querido?! Só porque você esta nesta gigante ressaca, com a droga ainda falando no seu corpo, o Mar Vermelho vai se abrir para você passar? Não, ele não quer parar... ele não quer recuperação e eu não vou sair que nem uma maluca por ai resgatando ninguém. Tomei a decisão, deixa a poeira abaixar, amanhã ou depois se ele realmente quiser ser internado, compro a passagem para Porto Alegre e boa viagem (a clínica já esta de sobre aviso). Mas neste momento, perda de tempo total... 

Pois é meus queridos, abalei um pouco? Se falar que não estou mentindo, perdi minha serenidade? Um pouco, não tem como, e uma enorme tristeza toma conta de mim, não porque criei expectativas (expectativas zero, faz um tempinho) mas minha esperança diminuiu... preciso lembrar sempre que recuperação é para quem quer, não para quem precisa. E as estatísticas estam ai! Fico triste em ver que, talvez, ele seja mais um número nesta estatística avassaladora, que meu filho crescerá longe do pai (alias aquela idéia antiga de simplesmente voltar para os USA e contar uma linda estória de como o pai morreu ressurgiu com força total). 

Mais uma vez ele se auto sabotou, mais uma vez ele achou que "só uma"... olha, esta ficando monótono esse discurso. Ele não vai parar de usar enquanto ele não resolver/quiser  parar de usar, posso até interná-lo MAS do que adianta se ele não der o primeiro passo novamente, e abraçar a terceira tradição do NA? NADA...... 

Qual minha parcela nisso? Nenhuma, simples assim... chegou o momento, de simplesmente deixar ele ir... pelas próprias pernas, aonde quer que elas os leve. Não vou me culpar, não vou apagar o incêndio, não vou fazer NADA! O que vou fazer? Depois de encher o saco das companheiras (amiga única super você mesmo, madrinha intensivo) apenas lembro: aceite ou sofra! Eu aceito... e não sofro!

Mas dói...


3 comentários:

  1. Eu sou mais uma... Tive minha vida devastada por um dependente químico. Me afastei, mas as marcas ainda estão aqui. Vc e uma mulher muito inteligente, bem sucedida, viajada,. Ele e só um pobre coitado... Saia dessa mulher, isso aí não tem mais conserto. Vá ser feliz com seu filho. Ele não tem nada a agregar a sua vida nem a vida do seu filho. Fuja.

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  2. dói fia e como...mais dor dividida dor diminuída...TAMUJUNTO...COM LETRAS GARRAFAIS..TE AMOOO

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  3. Puxa amiga, dói mesmo viu, mas vc é uma mulher de fibra!! vai vivendo seus dias, o desligamento com amor, e ele.....viva e deixe viver, torço pra que no passar dos dias ele te procure com a mesma ideia de se internar, mas se isso nao acontecer, bola pra frente! Vc tem um filho lindo ao seu lado!!! Tamujunto!! beijinhos

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