quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Falando grego


Ola meus queridos(as)

O PS deve estar me testando mesmo... mas acho que me sai, relativamente, bem. Ontem foi o tal do ambulatório para os familiares na ONG que gerencia o sítio e as moradias assistidas. Como combinado previamente com o Ale, eu daria uma palestra explicando o que é o Nar-Anon. Sempre fico feliz em poder ajudar, mas confesso que grande parte do serviço que presto é dentro da irmandade, dificilmente faço um IP por exemplo. Logo estou (mau) acostumada com aquele público "companheiros", que Só por hoje já virou o mesmo que "oi"... Fazendo um parênteses aqui, interessante como cada nicho tem seu vocabulário próprio né? Quando me mudei para baixada e conheci alguns manos caiçaras, não entendia nada do que eles falavam: o bagulho vai ficar louco, a chapa esquentou ou até canta para subir (depois assistindo, acho que foi Tropa de Elite entendi o real significado... são todas expressões comumente utilizadas no tráfico, péssimo). 

Enfim, desligamento com amor, viva e deixe viver, oração da serenidade etc... não faziam parte do vocabulário da maioria das pessoas que ali estavam me escutando. Era como se eu estivesse falando grego, boba eu, como querer que eles entendessem o que é desligamento com amor se eu mesma levei muito tempo (dá-lhe sala) para começar a entender e praticar! Tive que mudar a estratégia. Ao invés de ficar, em vão, explicando o programa, os passos, as tradições resolvi falar de como o programa me ajudou, ajuda na minha recuperação; a importância que o Nar-Anon hoje tem na minha vida, a (pouca) serenidade que conquistei ao longo dessa caminhada e como posso ajudar o dependente químico de uma forma assertiva sem ultrapassar os meus limites. Confesso que me senti um pouco despida falando das minhas experiências pessoais, sai da minha zona de conforto, e foi bom! Não é vergonha, eu simplesmente não falo muito de mim. No final várias pessoas se emocionaram, pois é, fiz uma meia dúzia chorar, vieram falar comigo, que não tinham percebido o quanto doentes eles também estavam, que estavam sofrendo, que não aguentavam mais e blablaba (aquele turbilhão de sentimentos que conhecemos bem, aquele caos emocional). Distribui vários panfletos e endereços de grupos aquela noite!

Mas, nem tudo são flores...lembram da senhora da quarta passada? Pois é, estava lá, mais uma vez sendo inconveniente, me interrompendo a cada 5 segundos, sempre chamando a atenção e falando do filho sem parar... numa ansiedade e desespero gigantes. Cada vez que ela grosseiramente me interrompia, perguntava ao PS como agir, e assim foi até que minha paciência esgotou! Pedi a ela que não me interrompesse mais, teríamos tempo de sobra depois para perguntas, que HOJE a palestra é sobre o Nar-Anon e não sobre o filho adicto dela e muito menos sobre ela e sua carência emocional. Queridos, a mulher ficou vermelha de raiva, tentou abrir a boca para dizer algo até que saiu, meio que um grunido: você não sabe o que eu passo! Respondi, não, talvez o grupo possa ajudá-la a entender o que esta passando...e continue a palestra.


3 comentários:

  1. paciência é uma virtude...que eu confesso que também muitas vezes não tenho...kkkkk..bjaum

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  2. Oi dona mulher! Bom te "ver" por aqui, saudades... pois é, confesso que já foi dez vezes pior, em outros tempos simplesmente teria mandando ela calar a boca ou sair da sala...melhoras não? Mas mesmo munindo-se se toda a paciência do mundo, chega uma hora que , nesta situação específica, ela estava atrapalhando o "andar da carruagem" digamos assim... e para que o resto da palestra não fosse prejudicada, LIMITES! Saudades querida, fique bem! Vou deixar um oi lá para você também...Beijos

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  3. Olha eu acho que depois dessa a mulher falante vai segurar mais a boca kkkkkkkkkkkkkkkkkk

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