quinta-feira, 6 de março de 2014

Joana D'Arc ou Madre Teresa de Calcutá?


Ola meus queridos(as)

Quem é você, lá no fundinho da sua codependência (que encontra-se muito bem administrada hoje, não é companheiros?!). Acho que todos já fomos um pouco dos dois, na nossa insanidade buscando "salvar" o outro, buscando "controlar" o outro, buscando "ser" o outro... buscando diminuir o sofrimento que sentíamos pelas dores causadas... 

Se você coloca seu salto alto, batom na cara e vai tirar satisfação com o dono da biqueira, arranca aos trancos e barrancos o adicto de lá e jura que se ele vender mais uma pedra para o pai do seu filho ele vai queimar no inferno e no dia seguinte você acorda e vai trabalhar como todo mundo, modo Joana D'Arc clássico. Se você chora a noite inteira, não dorme, não come, espera ele chegar por dias, depois dá banho, faz jantinha, deixa ele dormir e ainda agradece a Deus por ele estar vivo, modo Madre Teresa de Calcutá clássico.  Claro que não somos tão preto no branco, mas os comportamentos extremos são esses dois. Em nenhum destes comportamentos estamos ajudando nada nem ninguém; nem nós nem eles... 

Quem sou eu? Eu ERA a Joana D'Arc, vestia minha armadura, erguia minha lança e ia salvar meu amado das garras do monstro chamado adicção. Escrevendo assim soa ridículo não? Mas era bem isso, e quanto mais eu lutava (em vão), mais eu me desgastava, mais insana eu ficava, mais eu esquecia de mim, mais eu me machucava, mais eu me desrespeitava (e a ele também). A cada dia nessa guerra, um pedaço de mim ficava pelo campo de batalha, um pouquinho de esperança, toda a minha fé, metade da minha felicidade e por ai vai; até que um dia não sobrou mais nada. Me vi derrotada, sozinha e sem minha vida no meio de uma guerra, na qual eu já tinha sido derrotada, mas insistia em continuar brigando... E assim ergui a bandeira branca, joguei a toalha, tirei meu exército (ou o que sobrou dele) do campo de batalha e fomos o que restou para a enfermaria Nar-Anon. Como toda boa enfermaria, quando cheguei destruída, faltando tantos pedaços, mais esburacada que um queijo suiço, eles cuidaram de mim; fui acolhida, senti amor, esperança, carinho... sentimentos tão bons que havia tempo não sentia mais. A cada reunião, a cada abraço, a cada leitura os pedacinhos foram se juntando novamente, lentamente voltei a ser eu, porque até não dizer, um eu "melhorado"... 

Pois hoje sei que não preciso ser nem a Joana D'Arc nem a Madre Tereza para que eu seja amanda, simplesmente ser EU.



Um comentário:

  1. me identifico...rs..só fui me recuperar no AE...rs...bons momentos...

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