quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Carta de alforria


Ola meus queridos(as)

Ele sempre (re)entra minha vida nos momentos mais críticos, quase como divisores de água... (não que em algum momento ele tenha saído da minha vida, somos como o ciclo lunar; a Lua orbita ao redor da Terra, em alguns períodos a Lua se afasta, em outros se aproxima da Terra mas sempre unidos pela Lei Gravitacional). Quem é a Lua e a Terra nesta dança cósmica eu já não sei, acho que invertemos os papéis de tempos em tempos. 

Mais uma vez na minha vida, consigo colocar um ponto final em algo que se estendia (apesar da decisão já ter sido tomada) simplesmente com a sua presença, sem muitas explicações ou palavras. Quase como se ele fosse a última peça do quebra-cabeça que faltava, fortalecendo sua decisão e encorajando sua alma a seguir em frente; assegurando que tudo vai ficar bem. 

Quando me divorciei do meu primeiro marido, foi assim; quando me divorciei do meu segundo marido, foi assim.... e agora o "divórcio" do Caiçara (pelo menos essa insanidade eu não cometi, nunca nos casamos). Ele não é, nem nunca foi a causa de nenhum dos divórcios, simplesmente a "gota" de água que faltava para colocar a decisão em ação, aquele empurrão necessário para movimentar as peças do jogo, a rajada de vento que faltava para a pipa (já pronta) voar, aquele abraço que faltava...

Quando ele chegou (deixei a porta aberta) e escutei sua voz me chamando, eu sabia que não haveria volta, quando ele bateu na porta do banheiro enquanto eu tomava banho, eu sabia que não haveria volta; quando ele me beijou gentilmente e me abraçou como um polvo, eu sabia que não haveria volta; quando ele olhou para dentro de mim e sorriu, eu sabia que não haveria volta; quando ele sentou na mesa do jantar e perguntou como foi meu dia como se fossemos um velho casal, eu sabia que não haveria volta; quando ele me segurou pela cintura e disse que o tempo só me deixa mais bonita (eu já de pijama e descabelada), eu sabia que não haveria volta; quando ele cuidadosamente abriu a porta do quarto do I. para espiar ele dormindo, eu sabia que não haveria volta; quando simplesmente chutei o balde, e me entreguei à ele de corpo e alma madrugada adentro, eu sabia que não haveria volta... quando acordei de manhã em seus braços de urso, eu sabia que já não havia volta... Quando caminhamos juntos essa manhã levando o I. para a escolinha (mesmo ele correndo o risco de perder seu vôo, mas fez questão de nos acompanhar), mãos dadas nós três atravessando a rua, o ar mais doce, risadas, o friozinho aconchegante, abraços, o café quentinho, a intimidade e carinho de décadas (ou séculos)... finalmente eu soube, eu estou alforriada! 

Não sou mais escrava dessa doença... não sou mais refém dele, mas precisei que esse meteorologista doutor em tempestades severas (é o título dele mesmo), me mostra-se a calmaria... e a liberdade de simplesmente SER feliz nas pequenas e tão importantes coisas da vida!

P.S: A palavra "alforria" tem origem no árabe al-furriâ, que significa "liberdade".

P.S.S: Alguns de vocês devem estar se perguntando se eu o amo...eu o amei, o amo, e sempre amarei (ele é aquele espírito que reincarna comigo à décadas...). E vice-versa, mas se ficaremos juntos são outros 500... Alias, isso é irrelevante, pois sempre estivemos juntos e sempre estaremos pela eternidade! 

Um comentário:

  1. Conheço bem esse novo sentimento que voltou para sua vida. Desejo que vc seja feliz e se libertr de uma vez por todas de tudo que te faça mal.... que Deus Ajude o caicara... essa não é mais sua obrigação. Sua prioridade agora é ser feliz!!!! Com esse espírito que reencanar há séculos com vc. .. desejando apenas que vcs sejam felizes. Beijos e paz!

    ResponderExcluir