sexta-feira, 24 de julho de 2015

Sem água, sem comida, 11 filhos e um jegue


Ola meus queridos(as)

E ai? O que fazer? Parece que a única coisa que faz um certo sentido nesta estória é o jegue...  Assisti um documentário do diretor José Padilha, para quem é péssimo de nomes, ele é o diretor dos dois filmes Tropa de Elite. O nome do documentário é Garapa, e o soco no estômago já começa pelo título, porque Garapa? Porque muitas vezes é o que se tem para dar as crianças, e nem é garapa de verdade, e simplesmente água misturada com açúcar. O documentário acompanha o cotidiano de três famílias, uma na periferia de Fortaleza, outra numa cidadezinha do interior do Ceará e outra perdida no meio do nada mesmo e suas dificuldades EM apenas sobreviver mais um dia. Eles tem algo em comum, passam fome e (sobre)vivem abaixo da linha de pobreza; sem futuro, sem perspectivas de melhoras, sem absolutamente nada. 

Fiquei extremamente deprimida sozinha em casa, o I. estava na natação e o Caiçara trabalhando... quando eles chegaram, acho que nunca os abracei tão forte! Pensei comigo, porque preciso assistir uma realidade dessas para dar valor a minha realidade? Porque preciso levar um tapa na cara desses para acordar? Será algo intrínseco ao ser humano nunca estar satisfeito? Mas estou divergindo da proposta inicial de escrever este post... voltando.

Se prega muito que no Brasil não existe mais fome e blablabla, que nossas desigualdades sociais diminuíram e blablabla, que o poder aquisitivo aumentou e blablabla... acho que esqueceram de avisar essas famílias então que eles não existem mais neste país! Pois é, no documentário eles me pareceram bem reais! E fico me perguntando, o que fazer? É tanta miséria, aquelas crianças esperneando de fome, correndo pela sujeira, imundas, totalmente privadas de qualquer tipo de infância, assistência médica, desnutridas; é no mínimo um quadro desesperador, por aonde começar? Parece meio óbvio, controle de natalidade. Um planejamento familiar OU em último caso, laqueadura!!! Você adulto passar fome é uma tragédia por si só MAS colocar 11 crianças no mundo para passar fome com você é cruel, é desumano.

Os números provam que a taxa de natalidade no Brasil vêm diminuindo ao longo das últimas décadas,  em 2000 a taxa bruta de natalidade (por mil habitantes) era de 20,86 e em em 2015 14,16 segundo o IBGE. Hoje, temos então um filho e meio por habitante. Precisamos entender que essa é a taxa BRUTA de natalidade, quando fazemos a mesma estatística AGORA separando por classes sociais ou mesmo unidades federativas, os números são bem outros. Resumindo, gente pobre em Roraima tem um filho atrás do outro, enquanto gente rica no Rio Grande do Sul tem um filho e olhe lá! Eureka, descobrimos o porque a taxa de natalidade do país vêm caindo e não é mais uma prioridade nas políticas públicas adotadas. E daí? Toda essa explicação teórica não ajuda em nada aquelas famílias... fica menos sofrido quando pensamos em números MAS o choro daquelas crianças passando fome ecoa nos meus ouvidos. 


3 comentários:

  1. Respostas
    1. Oi mulher! No planeta eu não sei mas vejo a raça humana numa encruzilhada, prosperidade (para todos) ou extinção (para todos também). Bjs

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    2. O que eu vejo é bem o contrário: prosperidade (luxo, ostentação) para poucos, o básico (sempre com muito esforço) para muitos e nada (total miséria) para muitos também... Mas tomara que isso mude...

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