terça-feira, 13 de outubro de 2015

A dor


Ola meus queridos(as)

Hoje tomei uma decisão muito difícil, não por mágoa ou ressentimento, mas por amor... amor ao meu filho, a mim, a nossa vida. Estou entrando com um processo de perda de paternidade... é isso mesmo meus queridos, o Caiçara deixará de ser pai do I. Seu nome não existirá na certidão de nascimento, ele não existirá mais em nenhum papel... e em lugar nenhum. Dói, muito, bastante mas deve ser feito!

Oficializar o que já existe, o I. não tem um pai... então porque continuar com essa babaquice? Ele tem um gene e nada mais do Caiçara. Devido as circunstâncias, o processo judicial não será muito complicado; provavelmente ele não abrirá mão de livre e espontânea vontade mas existem outros meios burocráticos. Ele não merece ser o pai do I.

Alguns queridos podem estar se perguntando porque levar as coisas ao extremo, ao ponto de excluí-lo até da certidão de nascimento do I.? Porque começar uma cruzada que será longa, árdua e dolorida? Bom, primeiro porque eu quero e posso. Alguns queridos podem se questionar se o que eu quero é o melhor para o I. Certamente é o melhor para mim... o mínimo que posso fazer para tentar reparar um gigante erro. Segundo, se por alguma merda do destino eu morrer amanhã, a guarda do I. passa automaticamente para um dependente químico sem a mínima condição de cuidar dele e muito menos de uma criança, simples assim. Então, se ele não for mais o pai, automaticamente a guarda o I. passa para os meus pais ou minha irmã, caso eu venha a falecer. Claro que não estou pensando em morrer tão cedo, mas sei la... para morrer basta estar vivo, e seguro morreu de velho.

Pode parecer calculista e frio, e é! Mas a última coisa que quero, é meu filho amado sendo criado por um bando de gente louca morando num manicômio, e passando necessidade. Ele merece um futuro que não é esse (mesmo sem pai)!!!

Sei que muitos questionarão se eu tenho o direito de privar o I. de ter um pai, bom, ele já não têm um,  logo não faz a mínima diferença na presente situação... tudo bem, mas as coisas podem mudar, ele pode entrar em recuperação e blablabla... pode (e deve) mas ninguém vai ficar esperando por isso. Ou talvez, se isso realmente acontecer, muito já foi perdido e nada poderá se recuperar (mesmo ele estando em recuperação...sinto muito). E juridicamente, não quero que ele tenha direito a NADA! Uma vez que nunca cumpriu com seus deveres...


6 comentários:

  1. Oi!

    Fiquei pensando sobre como expressar minha opinião sem desrespeitar a sua. Respeito, mas discordo.
    Não é possível excluir o pai dele, sem gerar impacto emocional, agora ou mais tarde...
    Não é possível apagar as lembranças...
    Não é possível evitar que haja sofrimento...
    A redoma pode ser uma prisão solitária e silenciosa...
    Você é muito inteligente, adoro suas postagens! Desejo que a sua decisão seja a melhor para o seu anjinho!
    Bons momentos!

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  2. Oi!

    Fiquei pensando sobre como expressar minha opinião sem desrespeitar a sua. Respeito, mas discordo.
    Não é possível excluir o pai dele, sem gerar impacto emocional, agora ou mais tarde...
    Não é possível apagar as lembranças...
    Não é possível evitar que haja sofrimento...
    A redoma pode ser uma prisão solitária e silenciosa...
    Você é muito inteligente, adoro suas postagens! Desejo que a sua decisão seja a melhor para o seu anjinho!
    Bons momentos!

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    1. Ola querida,

      Obrigada pela sinceridade, e em nenhum momento me senti desrespeitada pela sua opinião, alias muito coerente e ponderada! É muito, MUITO difícil; mas o momento é agora... como você mesmo colocou as memórias, o impacto emocional; tudo isso será melhor trabalho agora do que mais para frente. Confesso que ainda me questiono se é o "melhor" mas sou eu comigo mesma, e por pior que seja, se eu morrer hoje o I. vai automaticamente para ele, suas maluquices, sua adição..e até alguém da minha família conseguir fazer algo, o tempo passou...Não estou me justificando, apenas colocando os fatos. E obrigada por ler essas melecas que escrevo! Beijos

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  3. Oi Daniela,

    Andei refletindo, conversei com a psicóloga do I. e talvez um pai ausente seja melhor que pai nenhum... Não temos como proteger nossos filhos da realidade do mundo... Muito obrigada pelo seu input, estou elaborando melhor o que fazer! beijos

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    1. Vc ratifica a minha admiração por saber ouvir e, principalmente, por pensar no pequeno acima dos medos da "convivência" com o adicto!
      =)

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  4. Lindo e sábias palavras Daniela...Dona barriga sei e entendo suas incertezas e a vontade de proteger seu filho de todo jeito...mas o amanhã pertence a Deus. ..só ele sabe o que irá acontecer. Curta seu filhote e continue ensinando para ele o melhor caminho a seguir. Uma vez brigando com meu adicto eu disse que não iria criar meu filhote para ser um depenente químico igual ao pai (quanta ignorância da minha parte...) ele disse com lágrimas nos olhos de que a mãe dele também não criou ele para ser um dependente químico também. E eu bem sei disso e me pergunto hoje, qual mãe (as de verdade) cria um filho com esse intuito, nenhuma. Criamos filhos para o mundo e nossa obrigação é ensinar o caminho certo....mas se mesmo assim eles se desviarem? amaremos muito mais e protegeremos o dobro. Então não tire do I e do Caicara a oportunidade de aprendizagem...Não cabe a nós esse papel e sim a Deus. Beijos!!!

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