quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O que seria do azul sem o arco íris?


Ola meus queridos(as)

Nestes dias de molho em casa, muito tempo para não fazer nada (as vezes a medicação me deixa meio zumbi mesmo, e hiberno como um urso polar), a gente lê um livro, assisti um filme e pensa (e depois dorme de novo, esse antiviral é bom mesmo)!!!

Conversando com minha irmã de coração sobre as dificuldades de cuidar do I. nestes últimos dias (até no meu pai ele ficou enquanto estava internada), ela disse: não deve ser fácil ser mãe solteira... Fiquei pensando sobre isso. A sociedade ainda tem um preconceito básico com o conceito de família. Ser mãe não é fácil, e ponto final (se a mãe é solteira, divorciada, casada, lésbica, transexual, amarela, negra é a mesma coisa, não é fácil igual). A diferença é a rede de apóio ao redor, que no meu caso, como mãe solteira,  é bem reduzida. Na verdade até o adjetivo esta errado, pois deveria ser mãe divorciada e não solteira... Vai entender!

O meu círculo de amigos e pessoas com as quais convivo, talvez seja diferenciados, pois ser mãe solteira/divorciada não faz a mínima diferença para eles, inclusive na escolinha atual do I. onde grande parte das famílias não se enquadram no comercial de margarina; alias umas semanas atrás o I. foi convidado para a festinha de aniversário de um dos amiguinhos do grupo e conheci os dois pais  adotivos dele (um advogado e um artista plástico, alias os dois muito gatos...que desperdício!). O que eu vejo em comum em todos esses pais/mães? Amor, amor pelo seu filho, respeito pelo outro, carinho, compreensão e o desejo de um mundo mais justo, menos poluído, mais humano...

Porque a sociedade é tão relutante as mudanças e se sente tão ameaçada com esses novos conceitos de família? Simples, medo. Medo que o que se considera o alicerce fundamental da sociedade (que é a família) mude, que outros "alicerces" sejam legitimados, medo do que eles não entendem... medo de perder o seus status de "alicerce". Quantos "casais" viveram a vida inteira juntos porque era isso que se fazia (a mulher de saco cheio a séculos, o cara traindo ou descobrindo que era gay ou sei lá eu o   que) MAS ninguém se separava, estamos fadados a viver infelizes até que a morte nos separe! Era melhor ser viúva infeliz (ou feliz, já que o infeliz morreu finalmente) do que divorciada feliz... Socorro, né? Mas em pleno século 21, ainda temos manifestações (principalmente de cunho religioso, pois afinal de contas, eles são os detentores da palavra de Deus (uh uh!!!) preconceituosas, maldosas, cruéis... e desculpe, mas apologia ao ódio não é liberdade de expressão. Então, meu amigo evangélico que acha que eu vou queimar no inferno porque profano seu sagrado conceito de família, porque sou uma fornicadora pecadora pior que Jezebel, vai se fuder (se é que você sabe o que é isso) e nos vemos lá em cima, ou não!!! 

Ainda bem, que lentamente, um passo de cada vez, as coisas mudam... e hoje, digo para quem quiser escutar, sou mãe solteira/divorciada SIM, e tudo bem! Meu filho crescerá com amor... meu filho respeita a diversidade, meu filho não acha nada estranho quando são dois pais, duas mães, uma mãe, um pai, ou três Xs... Ou se você é negro, amarelo, azul ou cor de rosa. Pois isso eu ensino a ele todo dia, todos somos iguais e merecemos ser respeitados, e fazemos parte desse mundo maravilhoso cheio de diversidades! O que seria do azul sem o verde?!!! O que seria do azul sem o arco íris?!!!

P.S: E agora, você meu querido leitor deveria estar se perguntando, se respeito tanto a diversidade porque não o amigo evangélico fanático que quer me ver queimando no inferno? Pois é, não cheguei lá... e talvez nem chegue, talvez caiba a geração do I. ter essa generosidade nos seus corações, pois no meu não há. Continuo sendo alérgica... melhor não chegar perto.  


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