segunda-feira, 20 de abril de 2015

Fria


Ola meus queridos(as)

Claro que ele apareceu, estrupiado, destruído, MAS desta vez eu me dei o direito de não vivenciar isso.  Ele ligou, eu não atendi.... ele ligou, eu continuei não atendendo, até porque estou sem tempo para nada! Os dias foram passando, ele continuando ligando (que saco), acabei atendendo. Desta vez foi diferente, sem manipulações, joguinhos, nada... ele simplesmente disse que estava com fome, e EU ao invez de mandar um marmitex deixei ele vir para minha casa e devorar metade da geladeira. 

Fiquei puta comigo mesmo, pois estava fazendo algo que não queria MAS simplesmente depois de anos e anos, talvez fizesse o mesmo para qualquer um; existe algo dentro de mim que me impede de ignorar a dor do outro (qualquer outro que esse seja). Outro dia fiquei parada no farol olhando aquele ser fantasmagórico pedindo comida, imundo, ele cheirava tão mal que parecia o aterro sanitário.... mas não consegui ignorar a sua existência; dei o lanche do I. para ele. O quanto mais tempo passaremos nos preocupando com o que não tem importância? Quando o "mendigo" cheirando pior que esgoto esta ali, na sua frente, o que fazer? O que 99% das pessoas fazem, fechar a janela do carro e ignorar... eu não consigo mais fazer isso. Claro que não vou abrir uma ONG para ajudar esses espíritos que precisam de ajuda (quem sou eu), mas também não consigo mais simplesmente tropeçar neles como se não existissem... O lanche do I. que dei para o mendigo vai resolver alguma coisa? Claro que não, longe disso. Mas por um segundo "nós" nos vimos, ele olhou para mim e eu olhei para ele (por mais que fosse sofrido para ambos), e é isso mesmo queridos que esta faltando... nos olharmos! As pessoas não se olham mais, elas simplesmente passam enlouquecidas umas pelas outras focadas no que mesmo? E o tempo passa, e cobra a fatura... por termos negligenciado aquele "mendigo"na esquina. Os poucos  queridos que ainda seguem esse blog entenderam a metáfora!

As vezes ainda dói, as vezes não MAS quem recaiu foi ele, não eu. Engraçado, não falei nada, não perguntei nada (até porque é sempre a mesma estória) e de repente, do nada ELE sentiu uma enorme vontade de vomitar, tudo e mais um pouco...vou poupar vocês meus queridos dos detalhes, até porque hoje, para mim tanto faz quanto fez, se foram 50 pedras de crack ou 500. Desta vez, minha super babá/pau para todos obra que sabe de tudo (e tem um pezinho do lado de lá) "olhou" para mim e perguntou: e se desta vez ele morreu? Fiquei sem resposta... mas confesso que a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi, "bom a gente enterra". Será que estou ficando tão "fria"assim? 



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